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Ofurozinho
Ofurozinho. A técnica consiste em enrolar um bebê bem apertado num cueiro e mergulhar num balde de água quente, para simular o ambiente uterino. Dizem que relaxa e facilita na rotina noturna. Ok!
O Guto adora banhos - apesar de ODIAR tirar a roupa. Toda vez que tiramos a roupinha ele estica os bracinhos e dedinhos tão expressivamente, que parece um maestro da filarmônica de Berlim - gritando o máximo que pode como se tivesse sendo torturado. Chega a ser cômico de tão exagerado, mas enfim, sigamos... Como ele adora banhos, foi então o que fizemos. Enchi o balde com água quentinha e coloquei a criança dentro. Foi apenas um deslize (bebês são muito lisos na água!), mas suficiente pro neném dar uma leve escorregadinha e molhar um pouco a boca (me julguem!) levar um baita susto e se cagar inteiro (literalmente) - transformando a água do balde em um pântano amarelo. Ele adorou! E nós fizemos a maior festa porque ele estava o dia inteiro sem fazer cocô. Daí você descobre que ser pai é comemorar até as cag%$#@ do seu filho.
#baby_shrek #somostodosnenéns
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Bate o Sino
No meu discurso do almoço de Boas Vindas do Guto, deixei claro que ter um neném em casa seria como assistir Netflix - versão "vida real". Mas eu realmente não fazia ideia do quanto o universo levaria isso a sério! Os primeiros dias foram de muitos dramas franceses. Aqueles bem viscerais, sabe? Vida real, choro, sofrimento, dias chuvosos... Eh, laiá! Um dramalhão sem fim. Mãe chorando, pai chorando, neném chorando. Com o passar dos dias, porém, alguns episódios tem ficado cada vez mais parecidos com besteiróis do Adam Sandler. Ontem, por exemplo, foi um deles.
Chorei de rir, enquanto sufocava as risadas com uma almofada para não acordar o neném, enquanto ouvia a Rafa cantarolar "Bate o Sino" balançando o Augusto no corredor de casa.
Bate o sino??? Esse é o melhor que você pode fazer???
Poxa! Criamos uma playlist, gente. A criança passa 9 meses no quentinho, sem fome, medo ou cólicas, ouvindo Bethânia e Caetano pra nascer num mundo maluco, sem idéia do que tá acontecendo e ter de ouvir um "Bate o Sino" desafinado em SETEMBRO? Será que ele já não tem de lidar com informações demais? E quando for Dezembro, mesmo, e a Simone inundar novamente as casas desse país? O que será dessa criança, Jesus?
Não dá! Já cravamos em pedra: cantigas de ninar é com o papai.
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Somos Todos Nenéns
Fui resolver algumas coisas de trabalho na sala e quando voltei pro quarto encontrei a Rafa e o Augusto deitados na cama. Um de frente pro outro, dormindo em posição fetal. Parecem dois nenéns! Foi o que pensei. Mas será que, no fim das contas, não é o que todos nós somos? Nenéns crescidos, que na correria do dia a dia esquecemos que nessa breve trajetória de vida, talvez só queiramos leite de mãe, abraço de pai e um cobertor quentinho pra dormir? Será que não somos, afinal, todos nenéns? Na nossa pretensa “sabedoria” de gente grande, será que não esquecemos da nossa pequenez e dependência diante de um universo tão vasto e infinito? Será que não esquecemos de quem nos concedeu o dom da vida? Será que não somos todos nenéns? Carentes de colo, um cafuné de tia ou um sorriso de avô?
Nesses dias tão intensos de lágrimas e sorrisos, na companhia de um novo ser habitando nosso ninho, acabamos nos reconhecendo muito mais parecidos com ele do que imaginávamos...
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11 Dias.
23h do décimo primeiro dia que nosso filho nasceu. Sexta feira. A essa hora provavelmente teríamos amigos em casa, tomando cerveja na sala. Cerveja, penso. Acho que hoje preciso de uma cerveja! Caminho até a cozinha para procurar uma enquanto a Rafa dá de mamar no quarto. As cadeiras espalhadas, os pratos da janta vazios sobre a mesa. Abro a geladeira. Acabou a cerveja. Pode ser vinho, mesmo. Tomo um pouco e me pego pensativo. 11 dias. 11 dias que mais parecem 11 meses. É possível que tanta coisa tenha mudado em tão pouco tempo? Olho pra trás e tento lembrar de quem éramos há 11 dias. Me parece uma memória turva. O que aconteceu? Nem lembro direito como chegamos aqui. Volto pro quarto, olho pra Rafa. Quem é essa dando de mamar para um bebê de olhos grandes e curiosos? Mãe. Pai. Ainda é estranho falar isso. Como quando a gente casa e acha estranho falar esposa e marido, sabe? O que passa na cabeça dela? Como é saber que vem dela o único alimento que nosso filho precisa nos próximos 6 meses? Filho. Quem é esse que ainda não conhecemos direito? O que será que passa na cabeça dele? Olho pra ele - que com boca de peixinho suga incessantemente o peito da Rafa. Como pode ser tão cheiroso? Como pode ser tão bonito? 11 dias. 11 dias de caos e alegria. Ele parece um pouco inquieto! Será que é cólica? Talvez. Será que ele vai dormir logo? Amor, você quer água? - Pergunto pra Rafa. Volto pra cozinha pra encher a jarra. Amanhã preciso lavar essas louças, penso. 11 dias. Como chegamos até aqui? O que eu vim fazer na cozinha? Lembrei, água! A Rafa precisa de água.
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3 Dias
Faz três dias que não sabemos o que é dormir uma noite inteira, ter uma rotina ou viver sem a incerteza do que PODE acontecer. Três dias que fazemos o que temos que fazer, muitas vezes sem nem pensarmos no porquê estamos fazendo. Faz três dias que tento explicar pras pessoas que tudo mudou, mesmo que isso só faça sentido pra poucas delas. Três dias dos ronquinhos mais deliciosos do mundo, do som indescritível de um bebê chupando um peito com fome, do olhar perdido e confuso mais maravilhoso do mundo. Temos vontade de rir, chorar. Não é possível que toda mãe e pai tenham passado por isso, pensamos... Nas fotos parecia tão fácil! Será que sempre estivemos rodeados por heróis invisíveis e nunca percebemos? É tanta coisa pra fazer, tanta coisa pra pensar, tanta coisa pra pagar. É registro no cartório, é vacina, é boleto que a gente esquece. É responder email, fazer vídeo conferência de camisa social e bermuda de pijama. É escrever roteiro no fim do expediente e ficar com raiva de uma enfermeira tirando sangue do pezinho (porque tem que ser tanto?) do seu filho mesmo sabendo que é o que precisa ser feito. É perguntar pra mulheres na sala de espera de uma clínica como foi que o filho delas nasceu e se interessar por coisas que você nunca achou interessantes. É esquecer de comer e não sentir fome mesmo assim. É ver sua esposa dando de mamar o dia inteiro e acordar a cada três horas na madrugada mesmo com dor e cansaço. É não responder mensagem dos amigos e se sentir culpado por isso. É se sentir amado e cuidado pelas pessoas que só querem o seu bem, e julgado - mesmo que nas entrelinhas das palavras não ditas - por outras. É horas achar que está fazendo tudo certo e outras se perguntar porque faz tão errado! É sentir medo e alegria em intensidades tão parecidas que até se confundem. Mas principalmente: amar de um jeito que você nunca achou que fosse possível.
Gratidão, Deus. Pelos três dias mais maravilhosos das nossas vidas.
Gratidão, Rafaela Seino, por ser a mulher mais corajosa e incrível do mundo. Sua bravura me constrange e me faz querer ser melhor.
Gratidão a todos os pais desse mundo, que criaram seus filhos com todos os erros e acertos.
E gratidão ao meus pais e sogros. Meus novos heróis.
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Mais vida nasceu. Relato de parto (versão paterna).
Quando a Rafa me perguntou o que eu achava sobre a possibilidade de um parto domiciliar, confesso que - com certo ceticismo - mergulhei num universo completamente desconhecido. A Rafa já namorava a ideia faz um tempo. E não é de se estranhar! Em sete anos de casamento lembro de a ter levado pro hospital apenas duas vezes. E nas duas delas, ela desistiu de ser atendida ainda na sala de espera e se automedicou em casa (risos). Mas foi só quando ela finalmente me levou para uma consulta em Santos com uma obstetra que já tinha coordenado várias dezenas de partos domiciliares foi quando comecei a me familiarizar um pouco mais com a ideia. De qualquer forma, sempre que a Rafa perguntava minha opinião eu dizia categoricamente: amor. É uma decisão SUA. É o seu corpo e quero estar aqui apenas para ser suporte. E a partir daquele dia, a pedido dela, começamos a participar regularmente das aulas de parto. O afinamento do colo, a dilatação, as fases do trabalho, as contrações. Em todo esse momento sempre fomos muito analíticos, cautelosos. Tínhamos muito clara a certeza, inclusive por recomendação da própria coordenadora da equipe, que no caso de qualquer complicação com o bebê iríamos para o hospital. Mas a cada nova consulta de pré natal, a resposta era a mesma: O bebê está ótimo. Uma cesárea não é necessária nem recomendada. E a partir daí o processo foi se tornando cada vez mais espiritual, sem que percebêssemos muito claramente. Durante a gestação, eu percebia a Rafa em constante transformação. Posso contar nos dedos de uma única mão todas vezes em que a Rafa chorou na minha frente em nosso casamento. Vê-la chorar de soluçar várias vezes num único dia nas últimas semanas de gravidez foi bastante estranho pra mim. É como se a gestação tivesse sido um processo terapêutico intensivo, que culminou no clímax do parto. Acho que mal sabia a Rafa, na verdade, que a escolha pelo parto domiciliar a faria confrontar seus mais temidos monstros. A grande maioria deles, relacionados ao controle. Controle sempre foi palavra chave na relação da Rafa com tudo. No trabalho ou vida pessoal. Decidir por um parto em casa, sem horário pra acabar ou data agendada, parecia um tiro - mesmo que inconsciente, no próprio pé. Mas eu continuava como um observador distante. Presente, mas sem entender muita coisa de todo esse processo interno pelo qual ela passava. Quando já estava nas 41 semanas, foi quando a ansiedade começou a falar mais alto. Nesse momento a Rafa já tinha frustrado todas as suas expectativas em relação ao dia em que finalmente entraria em trabalho de parto. Era como se ela tivesse que perder todo o chão, criado pelas suas próprias expectativas, para que pudesse finalmente voar. Mas esse processo foi muito mais doloroso do que ela imaginava! Não fisicamente. Eu via a rafa emocionalmente esmiuçada, apesar de fisicamente muito bem (mesmo com o desconforto natural da barriga). A última cartada foi tentar um estímulo natural. Ela disse que se nem com isso entrasse em trabalho de parto, marcaria uma cesárea. Talvez uma forma do controle mais uma vez tentar impôr as regras do jogo. Mas acho que Deus conhece nossos limites, e até onde podemos aprender no processo, e através de um estímulo natural com óleo de rícino, a Rafa entrou em trabalho de parto. Foi a partir desse momento que passei a testemunhar um dos momentos de maior provação emocional e resiliência pelo qual a Rafa passou. Uma fortaleza em forma feminina! A cada nova contração, que se estenderam por horas, via um pedacinho da velha Rafa morrer. Foram 18 horas de terapia intensiva. 18 horas de trabalho de parto. Ouvíamos música, a Rafa caminhava, sentava na bola de pilates. Hora pedia suporte da equipe, hora mandava todos ficarem longe. Chorava, abria o coração e falava sobre a vida. Dançava, gemia de dor e cantava. A equipe, sempre atenta aos batimentos cardíacos, hora ou outra media a dilatação. A Rafa era a protagonista de uma batalha linda, dolorosa, que enfrentava consigo mesma. A Pri, amiga de alma e enviada como um anjo para acompanhá-la, esteve presente em todo momento. Ajudou nas conversas, risadas, massagens incessantes, orações e até nas fotos! Foi lindo, de uma maneira que essas palavras jamais vão ser capazes de descrever. Em determinado momento, parecíamos todos estar em uma realidade paralela. E quando a história se aproximava do grande final, e a Rafa achava que estava prestes a morrer - literalmente - foi quando ela caminhou pro quarto, se agachou e, sem gritar, deu à luz o Augusto. Que também nasceu em silêncio, sem chorar. Eu estava também agachado, assistindo à cena enquanto chorava copiosamente e via meu filho sair do ventre da Rafa. E ali, morta, a Rafa se sentia mais viva do que nunca. Mais vida tinha nascido pra nós dois.
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Fossa
Já faz um bom tempo que não consigo parar pra escrever crônicas. E não por falta de assunto. Pelo contrário! Tem muita coisa rolando ao mesmo tempo e talvez, justamente por isso, é que não tenho conseguido parar para escrever. Mas essa não poderia passar em branco.
Estávamos no carro conversando, eu e a Rafa: nossa amor, faz tempo que não passamos por situações bizarras, né? Talvez nossa vida tenha perdido um pouco a graça.
Mal sabíamos que essa simples pergunta abriria um portal sem volta.
Esquecemos o assunto e fomos pro sítio, como de costume, para mais um final de semana "tranquilo" de descanso. No final do dia, foi quando as coisas começaram a ficar bem estranhas. Minhas sobrinhas foram tomar banho, e em pouco tempo o box inundou. Era criança gritando, mãe trazendo rodo pra puxar água - que em poucos minutos já tinha chego na sala. O caos tinha sido instaurado. Fizemos todo o possível pra tirar a água e os "homens" da casa, se prontificaram em tentar resolver o problema no dia seguinte.
No dia seguinte, acordei super tarde - quando o problema já tinha sido resolvido. Mal sabia eu, na verdade, que os problemas mal tinham começado. Com o cabelo desgrenhado e com a cara amassada, sentei na mesa para tomar café. Em pouco tempo, alguém da família sentiu falta do Pipo - que sempre costuma estar presente nas refeições. Alguém soltou no ar a possibilidade dele ter caído na fossa, que estava aberta depois da limpeza - enquanto eu fui pra dentro de casa procurar por ele em locais mais prováveis. Aff, que cachorro vai cair numa fossa. Que ideia idiota...
Quando já estava dentro de casa, ouço um desesperado: RAFA!!! CORRE AQUI!!! O PIPO CAIU NA FOSSA!!!
Saí de casa achando que tivessem zoando comigo - como SEMPRE fazem. Não, não estavam. Corri em direção à fossa, só pra encontrar meu cunhado com um cachorro no colo, irreconhecível de lama (pra não falar outra coisa), de fucinho a rabo. Corro pro chuveiro, pra dar banho no cachorro - que a essa altura tremia de medo. A Rafa tenta se aproximar dele. NÃOO!!! É o que todos gritam. Você está grávida, sai de perto desse cachorro! Coloco ele debaixo do chuveiro e começo uma sucessão infinitas de banhos e enxágues. Lembro, pelo menos, de 10 deles. Quando já estava num dos últimos, e a Rafa já tinha sido autorizada a entrar no banheiro pra me ajudar na missão, o chuveiro explode e começa a pegar fogo instantaneamente. Repito caso não tenham lido direito: O FUCKING CHUVEIRO EXPLODE E COMEÇA A PEGAR FOGO INSTANTANEAMENTE! No estouro, eu e a Rafa saímos correndo do banheiro com medo de morrermos eletrocutados, todos juntos. Imagina as capas dos jornais em todo o país: família inteira morre eletrocutada na tentativa de lavar o cachorro que caiu na fossa.
Depois do susto, todos estavam bem - e graças a Deus sem nenhum ferimento grave - exceto um chuveiro estourado.
Descansamos o resto do dia, e voltamos pro Guarujá. A Rafa decidiu sair mais cedo pra caminhar na praia (depois de um dia intenso. JUSTO!) enquanto ainda tivesse luz do sol. Assim o fizemos!
Já na porta de casa, prontos pra nos trocarmos e irmos pra praia relaxar, pergunto: você está com a chave de casa?
Silêncio.
Um pouco mais de silêncio...
A chave de casa tinha ficado a uma hora e meia de distância dos nossos bolsos, no sítio.
O que ouvi depois dessa pergunta simples não foi muito legal. Especialmente vindo de uma mulher grávida, cansada e com expectativas muito mais divertidas do que ficar trancada do lado de fora de casa.
Meu sogro chegaria pra nos resgatar com as chaves depois de uma hora e meia. Eu TINHA de pensar num plano pra permanecer vivo durante esse tempo. PENSA, PENSA, PENSA, PENSA... Uma hora e meia é tempo demais, pensei. Não sei se vou conseguir.
A ideia de ter morrido eletrocutado no chuveiro me parecia cada segundo mais interessante do que permanecer ao lado de uma esposa taurina, grávida, transbordando hormônios; e com expectativas frustradas.
Conversei com o zelador e em dois minutos marcamos de um chaveiro nos resgatar. Tudo resolvido! Em 15 minutos o chaveiro chegaria.
Fui contar a excelente novidade pra Rafa: Amor, daqui 15 minutos o chaveiro chega!
VOCÊ CHAMOU UM CHAVEIRO??? QUANTO VOCÊ ACHA QUE UM CHAVEIRO VAI COBRAR NUM FINAL DE SEMANA??? VAMOS FAZER COMPRAS, CARAMBA!!! QUEM AQUI ESTÁ COM PRESSA??? VOCÊ TEM ALGUM COMPROMISSO??? EU NÃO TENHO NENHUM COMPROMISSO...
Nunca imaginei que encontrar uma solução pudese ser tão catastrófico. Por isso digo, muito homem por aí morre e não sabem o porquê.
Fomos fazer compras numa tentativa de acalmar os ânimos. COMPRAS!!! ODIAMOS fazer compras. Não seria POSSÍVEL que isso terminasse bem.
Mas terminou, por algum motivo misterioso. A caminho do mercado a Rafa se acalmou, de uma maneira milagrosa (e até meio assustadora, eu diria).
Ela olhou pra mim e perguntou: amor, você não vai escrever sobre isso, né? Eu até que me sai bem, dessa vez! Realmente. Acho que com a gravidez eu tô melhorando...
Sim, amor. Você está melhorando MUITO - foi o que consegui falar com a voz trêmula, com medo de responder qualquer coisa errada.
E o dia terminou com muitas risadas e sem nenhum ferimento grave. Compras do mês feitas, cachorro mais limpo do que roupa de molho no Vanish, e uma certeza cravada no peito: nunca mais diga para o universo que sua vida perdeu a graça.
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Renascer
Acho que já falei sobre isso diversas vezes. Sobre o quanto criamos falsas expectativas a respeito de tantas coisas na vida. E os 9 meses que antecedem o nascimento de um filho também é uma delas! Amo tirar fotos e registrar a beleza da vida. As cores, as formas, texturas... Está tudo ali, de alguma forma. Não deixa de ser verdade. Mas é apenas uma das faces de uma verdade de mil faces. Existe algo muito mais profundo e com muito mais camadas do que um conjunto de pixels coloridos bem dispostos em uma fotografia digital. Existem pessoas reais - antes de qualquer outra coisa. Posso dizer que a gravidez da Rafa tem sido um período de transformações intensas. Para nós dois, e não apenas para ela, como eu imaginava que seria. Já não somos mais os mesmos de 7 meses atrás. “Que bom!” é o que às vezes penso. Mas outras vezes também penso: “quem somos nós, afinal de contas?”. Seremos bons pais, quando não sabemos muitas vezes nem quem somos direito? A gestação traz à tona aquilo que muitas vezes estava guardado durante anos dentro de um compartimento escondido dos nossos corações - e que já não pode mais ficar lá. Deve ser trazido à luz, desempoeirado. E vamos combinar que 9 meses é pouco tempo pra tudo isso! Principalmente se considerarmos que eu e a Rafa levamos quase 30 anos pra construirmos quem somos (ou achávamos que éramos). Todo dia é uma nova lição. Um novo aprendizado. Tem aqueles onde choramos de apenas segurar uma roupinha de bebê nas mãos, e imaginar todas as aventuras que viveremos juntos, e aqueles em que choramos de raiva, tristeza ou frustração por não fazermos a menor ideia do que nos espera e por não sabermos lidar com tantas mudanças. Mas acho que a vida é assim mesmo. Uma eterna peça de teatro sem roteiro. A gente vive, acerta, erra e se arrepende. Pra depois dormir e repetir tudo de novo. Na esperança de fazer no dia seguinte, quem sabe, um pouquinho melhor do que fizemos no dia anterior.
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Chutinho
Depois de um dia triste e difícil no trabalho, estávamos na cama - eu e a Rafa conversando e ouvindo música, com nossas mãos sobre a barriga dela. Começa a tocar "O Leãozinho", do Caetano, música que sempre colocamos pro neném quando estamos no carro. :) Pergunto: filho, você gosta dessa... Antes mesmo que eu terminasse a frase, ele dá um "super" chutinho! Eu e a Rafa rimos e pensamos: Esse vai ser dos bons!
Obrigado por alegrar nossos dias tristes antes mesmo de nascer, filhote...
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Manaus
Depois de um banho quente, uma noite de sono demorada abraçado com a Rafa e um café preto, retorno - finalmente - à minha rotina. Me pego pensativo, lento. As mãos suspensas no teclado do computador. Ainda digerindo, processando as experiências que vivi em Manaus na última semana.
Achei que seria uma semana para tirar muitas fotos, registrar o mundo exterior onde vivo através das lentes da minha câmera. E também foi! Mas foi, principalmente, uma semana para me reencontrar comigo mesmo, de deslumbrar meu universo interior com as lentes do meu espírito, da minha alma - que apenas utilizam meu corpo, meus olhos, como uma câmera ambulante. Uma câmera que - de forma muito mais complexa que aquelas criadas por homens - não apenas vê. Mas sente, chora e ri.
Na verdade sinto como se tivesse sido preparado minha vida toda para esse reencontro. Voltar pra casa. Abraçar minha essência de uma maneira como nunca tinha feito antes. Sempre me senti como um peixe fora d'água. Onde quer que eu estivesse e durante muitos anos. E a necessidade de me sentir pertencente a um grupo, a um espaço, a uma tribo, um contexto social ou cultural específico, sempre foi também um dos meus maiores desafios. E hoje finalmente percebi que não preciso sofrer por isso, nem preciso pertencer em nenhum lugar. Porque, de fato, não pertenço em nenhum lugar. Pertenço em mim mesmo, dentro do meu próprio universo. Real, verdadeiro. Pertenço à fonte, à luz criadora, à Deus. Meu universo exterior é apenas uma experiência passageira, ilusória, na qual sou um visitante, um cigano, um observador distante ou um pássaro. Meu ninho, meu lar, é meu próprio mundo interior, pra onde volto toda vez que durmo e pra onde eternamente voo.
Dessa experiência em Manaus carrego as coisas mais simples. São elas que fizeram minha alma vibrar em amor. Carrego a alegria de presenciar o católico abraçar o umbandista, o evangélico compartilhar histórias com o espírita, o xamânico expressar amor para o maçom e o artista ser acolhido pelo indígena.
Nesse final de semana de páscoa e lua cheia, pude presenciar de forma maravilhosa aquilo que Jesus chamou - verdadeiramente - de igreja. De Corpo de Cristo. Amar e honrar o outro, incondicionalmente. Sem olhar cor, credo, casca. Porque no fim das contas, independente do corpo, do conhecimento, da religião ou cultura, somos apenas pontinhos de luz, átomos, idênticos - apenas organizados de formas diferentes, com trajetórias diferentes, pra que possamos aprender mais sobre nós mesmos.
Vou guardar o sorriso das crianças, os abraços sinceros, os olhares perdidos e silenciosos daqueles que me fizeram lembrar de como também me senti muitas vezes.
Carrego as histórias, as dores, o sabor delicioso das frutas, a umidade e o calor. Carrego os mistérios da natureza, das plantas - e a promessa de nunca mais esquecer de onde tudo o que toco vem. O celular, o computador, a câmera filmadora e o meu próprio corpo vem da natureza. Da pedra vem o metal, do fogo vem a transformação, da areia o vidro, as lentes. Das plantas vem o alimento. E por mais distantes que os prédios, o "luxo", os carros e os aviões pareçam da natureza - é de lá que vem. E por isso eu a honro. Como presente de Deus. Que preciso cuidar e amar. Porque meu corpo, as moléculas de carbono que organizam toda minha estrutura, também vem dela.
Dessa experiência, por fim, carrego a gratidão infinita pela experiência de aprender mais um tantão sobre mim mesmo, e sobre como me amar ainda mais - do jeitinho que sou, com toda minha plenitude - e também toda a criação e a todos que me cercam e que compartilham ao meu lado essa trajetória maravilhosa que chamo...
...VIDA!
Obrigado, Jesus, por me permitir comemorar teu renascimento* tão pertinho de ti.
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Você é real?
Eu acho muito engraçado o quanto nós, jovens, criamos expectativas românticas e irreais a respeito de tantas coisas na nossa vida. A faculdade, por exemplo. Quando estamos no ensino médio, idealizamos ingressar na faculdade dos sonhos, nos formarmos com mérito e ganharmos rios de dinheiro logo em seguida. Pelo menos é isso o que as propagandas de gradução ou aqueles filmes que mostram profissionais bem sucedidos, em escritórios impecáveis e organizados nos prometem. Daí nós crescemos um pouquinho e percebemos que não. Pra sermos bem sucedidos é provável que tenhamos que nos esforçar muito mais do que achávamos que seria necessário, pra quem sabe conseguirmos uma vaga de estágio numa empresa que provavelmente não trabalharemos pelo resto da vida. Então, num dia qualquer, conhecemos a pessoa amada e decidimos nos casar. E é tudo lindo! Só para descobrirmos que o casamento só começa no dia depois da festa. Mas não me levem a mal… Não estou reclamando da vida. Muito pelo contrário! Ela é incrível e perfeita com toda sua imprevisibilidade. E por isso que é também tão REAL. Hoje, depois de vários anos me relacionando com a mulher mais incrível e real que conheci, posso dizer que decidi uma coisa: estar perto também de pessoas reais.
Sabe? Pessoa real? Aquela pessoa que não finge estar tudo bem quando as coisas não estão tudo bem? Aquela pessoa que consegue abrir o coração pra chorar um choro de alma? Que não carrega uma série de camadas por cima de uma personagem que ela mesma nem sabe qual é? Estar com pessoas reais faz com que você também se sinta mais real do que nunca. Faz a vida valer a pena. Faz com que adentremos os bastidores do palco onde muitas vezes nos sentimos apenas figurantes perdidos.
Nessa trajetória incrível e maluca que é a vida, eu e a Rafa tivemos a oportunidade de conhecer gente de todo o tipo. MESMO! E de todas elas, independente de qualquer coisa, nossas favoritas sempre são as reais. Ahhhh, as pessoas reais! Essas tem um espaço todo especial no nosso coração… 🙂
Obrigado Rafaela Seino por iluminar minhas noites escuras com seus olhos brilhantes.
E gratidão a todas as pessoas reais que cruzaram nossa vida e caminham de mãos dadas conosco.
Por fim, encerro com versos de uma música do Adam Levine (que a Rafa tanto ama e acha lindo maravilhoso… Aff)
Lost Stars
“Quem somos nós? Apenas um cisco de poeira No meio da galáxia?
Será que todos somos estrelas perdidas tentando iluminar a escuridão?
Pegue minha mão Vamos descobrir onde acordaremos pela manhã Os melhores planos Às vezes são uma noite sem compromisso”
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Mulher
Por mais que eu não possa falar por vocês, posso ao menos falar sob a perspectiva de alguém que se relaciona tão intensamente com uma:
Vocês são incríveis! De uma forma que nós, homens, talvez nunca consigamos compreender. E é justamente por não compreendê-las por completo, é que as admiramos tanto (ou pelo menos deveríamos admirar).
Sei que as coisas não andam fáceis. Mas sigo esperando pelo dia onde todos nós - homens e mulheres, entenderemos que somos um só. Raízes em direções opostas mas complementares, com trajetórias solitárias e confusas, apenas para sustentarmos com mais força o tronco de uma mesma e majestosa árvore.
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Passa boi, passa boiada.
Já ouvi diversas vezes que SER VOCÊ MESMO é uma das melhores formas de viver livre, desfrutar a vida em plenitude, respeitando sua essência individual. Sem culpa, sem medo. Porém, o que pouco ouço por aí é que SER VOCÊ MESMO é um desafio diário. Isso porque, como todo mundo sabe, somos constantemente influenciados por uma mente coletiva, ou por padrões de comportamento coletivos. Lembro que quando eu era criança, quando estava em uma piscina com outras crianças, costumávamos correr todas juntas, dentro da água, em volta da borda várias vezes. Depois parávamos e percebíamos que tínhamos criado uma correnteza, que nos colocava em um "redemoinho". Não era necessário nadar. Éramos levados por ela. E é mais ou menos isso que acontece com nossa mente coletiva. Quando não "remamos" contra ela ou nos esforçamos para pensarmos por vontade própria, somos levados a pensar como a maioria - mesmo que isso nos traga sofrimento. Por isso identificar e reconhecer nossos padrões de pensamento nos ajuda a sair desses ciclos automáticos. Tome um tempo para pensar no porquê você pensa como pensa. Talvez perceba que muitas vezes são padrões que você carrega desde a infância como verdades absolutas que nunca foram questionadas. As famosas crenças limitantes, sobre as quais tanto ouvimos falar hoje em dia. O grande x da questão, eu diria, é que todos nós temos uma trajetória única, só nossa. O que pode nos dar a sensação de solidão, muitas vezes - quando decidimos pensar por nós mesmos (será que realmente todo mundo pensa diferente de mim?). Como mecanismo para não sofrermos, acabamos cedendo e aceitamos o suborno diário da mente coletiva, como o desejo por aceitação, reconhecimento ou pertencimento. Afinal, é a mente coletiva que idolatra os "deuses" estabelecidos por ela. Portanto, nossa trajetória para sermos nós mesmos requer esforço. Mas o que posso sugerir, por fim, é que você faça todo o possível. Mesmo que essa seja uma escolha difícil, certamente será uma das mais recompensadoras! Só é possível desfrutar a liberdade plena de ser quem SÓ VOCÊ nasceu pra ser, quando você passar a ser inteiramente tudo aquilo que SÓ VOCÊ É! ;)
"Quando nos aceitamos nos tornamos reais para nós mesmos, e não ideais para os outros."
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O Dia em Que a Terra Parou
Já queria ter contado essa historinha faz alguns dias, mas só hoje consegui parar no meu horário de almoço para fazer um recap dessa experiência INSANA.
Estava ainda em Joinville, meio bêbado depois de ter tomado metade de uma garrafa de vinho com minha mãe, quando a Rafa me manda uma mensagem no whats: Volta cedo! Amanhã quero almoçar contigo.
No momento aquilo não me pareceu um pedido, mas uma ordem judicial.
Ok. Na manhã seguinte acordei o mais cedo que pude, ainda com dor de cabeça e peguei a estrada com foco no almoço com a Rafa.
Acostumado com o trajeto que leva em média 7 horas em ritmo normal, pesei um pouco o pé.
Até que... um pouco depois de Curitiba, parei num congestionamento de 50km. Hum, que delícia! A questão é que eu estava sem sinal de celular e o calor estava infernal. Não sei se foi a combinação disso tudo, mas em pouco tempo as coisas começaram a ficar estranhas. Duas senhoras que estavam em um carro importado na minha frente saíram e começaram a tirar selfies. Sei lá. Nunca se sabe. Depois de um tempo uma garota atravessa a rua com uma mochila e começa a pedir carona. Não demora muito tempo pra mesma garota (imagino que por conta do calor) levantar sua camiseta e ficar com o sutiã à mostra. Um caminhão para e dá carona para ela. Ótimo. Alguém aqui tinha que ficar feliz, pensei com inveja. Continuei esperando com a dor de cabeça cada vez mais forte. Não aguentei mais e bati no vidro das senhoras na minha frente: Olá, será que vocês teriam um remédio pra dor de cabeça? Esse calor está me matando (na verdade era o vinho da noite anterior, mesmo). Ah, sim! Acho que minha amiga tem. Ela abriu um potinho com várias bolinhas gelatinosas coloridas e me entregou. Que merda é essa, pensei. Neosaldina. Não temos? Enfim, não podia negar a gentileza. Peguei uma e tomei.
Voltei pro carro e esperei pacientemente. Não demorou muito pra que as senhoras se enfiassem numa brecha entre dois caminhões e seguissem pelo acostamento: SAFADAS! Pensei imediatamente.
Será que consigo fazer isso também? Pensei logo em seguida.
NÃO! Minha consciência falou mais alto.
Aos poucos o trânsito aliviou e fui andando e parando, andando e parando até que segui viagem.
Algumas horas depois, já melhor da dor de cabeça (graças a Deus não estava numa banheira de gelo), avisto a placa do Graal. Aqui é meu lugar, pensei. Daqui não saio. Daqui ninguém me tira. Posso gastar R$ 300,00 mas vou comer como um boi. Dei a seta pra entrar quando identifico um carro familiar atrás de mim. Era idêntico ao das senhoras. Mas não era possível. Elas seguiram pelo acostamento. Deve ser só coincidência.
Entro no Graal e vou até o banheiro. Quando saio, encontro as senhoras entrando no restaurante. SAFADAS! Disfarço o melhor que posso e sigo pra fila do buffet.
Meu telefone, que ficou praticamente todo esse tempo sem sinal, finalmente dá um sinal de vida. Abro meu whats e vejo 5 mensagens apagadas da Rafa. Até hoje tenho muito medo de perguntar o que ela tinha escrito naquelas mensagens porque já passava das 15h e eu tinha desaparecido. Expliquei a situação com raiva e ela pareceu "entender". Pra mim, bastava por hora.
Quando já na mesa sentado, imagina quem caminha na minha direção e senta na mesa DO MEU LADO, com um sorriso no rosto: OLHA QUEM TÁ AQUI! Jesus. Aquilo era um remédio ou um rastreador?
Trocamos algumas frases, engoli meu almoço o mais rápido que pude e fugi daquele lugar.
Não demorou muito pra que eu parasse numa blitz. Ótimo. É claro. Porque não?
Mas o policial não me pediu apenas os documentos. Me pediu para acompanhá-lo. Pensei em falar sobre quem era minha esposa mas preferi não. Se ele soubesse que minha vida estava em risco poderia ser mais rápido, quem sabe. Tive de abrir minha mala e cavocar entre meias e cuecas sujas. Não satisfeito, ele pede pra que eu aguarde. Depois de um tempo de espera, ele me devolve os documentos e me libera.
Segui a viagem até que passo em frente a uma obra com vários rapazes de uniforme. Um deles arremessa uma garrafa pet no carro. Pensei em xingar. Não xinguei.
Pensei mais um pouco.
Xinguei: QUE P$#@ É ESSA???
Acalmei. Segui a estrada, conformado e pensando. Ok, já entendi. Tá tudo bem. Vou aproveitar o ar que respiro. Se respiro é porque vivo. Viver é um presente.
Depois de 12 horas na estrada chego em casa só a noite, exausto. O que é ótimo, porque no dia seguinte eu acordaria às 4:30 para uma reunião em SP. O que é ainda mais ótimo disso tudo é que a Rafa ATÉ esperou eu tomar um banho para então discutir 10 ANOS DE RELAÇÃO EM UMA ÚNICA NOITE NA VÉSPERA DE UMA REUNIÃO SUPER IMPORTANTE.
Inconformado com o rumo que a conversa estava tomando, tentei dormir e me concentrar em apenas permanecer vivo naquela noite. De preferência sem pesadelos com senhoras psicopatas, policiais, garotas de sutiã na beira da estrada, cuecas sujas, remédios estranhos ou DR's intermináveis.
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Reveillón
Eu e a Rafa costumamos encerrar o ano com uma meditação sincera. Olhar pra trás sem o peso da culpa nos ajuda a entender o que aprendemos com as experiências vividas. Nos ajuda a saber quais delas moldaram quem somos hoje e quem queremos ser no dia de amanhã.
O hábito de olharmos por sobre os ombros sem nos prendermos ao passado nos ajuda a vivermos leves e despertos.
E, definitivamente, 2018 foi o ano das maiores mudanças nas nossas vidas. A maior parte delas internas. Foi um ano de abraçarmos a dor. E de sermos gratos por ela!
Durante muito tempo me questionei o porque do sofrimento existir. Essa dualidade sempre me pareceu uma brincadeira sádica do universo.
Hoje, porém, entendo que é parte perfeita da sua engrenagem! Isso porque através da dor, do desconforto, nos questionamos a respeito de quem nós somos. E quando questionamos quem nós somos, acabamos por descobrir muitas coisas que não sabíamos. E com isso evoluímos. A evolução sempre vem acompanhada do desconforto. Porque conforto demais nos deixaria estagnados, não é mesmo?
Quando compramos uma casa, ou um carro novo, por exemplo, costumamos valorizar profundamente essa conquista. Isso porque sabemos o esforço necessário (de conhecimento, trabalho e pessoas) para que um carro seja carro e uma casa seja casa.
Mas muitas vezes não valorizamos nosso próprio corpo ou nossa própria vida, porque não fazemos ideia de quão complexa é a existência! Quando finalmente olhamos para dentro e percebemos que já nascemos donos de uma fortuna (nosso corpo e alma), percebemos que estar vivo é nosso maior presente. Quão infeliz é aquele que tem tudo e não valoriza nada!
E as dificuldades são parte natural do processo. Como um diamante que só vira diamante em alta pressão e temperatura, uma árvore que antes de frutificar é apenas raíz na escuridão profunda da terra ou uma borboleta que fica presa no casulo apertado antes de voar.
Só conseguimos desfrutar uma conquista quando passamos pelos processos. Só conseguimos desfrutar um bem material se trabalhamos para adquiri-lo. Só conseguimos desfrutar de um dia bom, se sabemos o que é passar por um dia ruim. Só apreciamos estar na luz, se atravessamos florestas escuras e solitárias.
Que 2019 seja um ano onde cada um de nós possa se encher de ainda mais luz, para que por onde quer que andemos, iluminemos o caminho. Tornando o mundo mais claro, mais leve e mais colorido. Tendo o amor, a gratidão e o perdão como chaves mestras pra abrir qualquer porta da vida.
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Aniversário
Aniversários costumam ser dias onde me pego pensativo. Às vezes até um pouco tenso. Como o funcionário de uma empresa que sabe que vai ter auditoria, sabe? Qual o relatório dos últimos 12 meses que vou apresentar pra Deus e quais são as metas que vou receber para os próximos 12?
Será que fiz bom proveito dos 365 dias de existência que Deus me presenteou com saúde e abundância? Será que Deus terá orgulho das decisões que tomei?
Mas nesse meu último ciclo ficou muito claro que Deus não faz e nem é nada disso. Ele não é um chefe austero que aponta o dedo esperando resultados. Isso porque o presente da vida que Ele me deu não é condicional. Ele não espera absolutamente NADA em troca, a não ser uma única coisa: que eu seja feliz! Afinal de contas, o que mais pode esperar o pai de um filho?
É claro que ser feliz exige de MIM (e não de Deus) uma série de responsabilidades. Isso porque felicidade está em dormir com o coração leve, com os boletos pagos, com perdão liberado, com gratidão e amor. Mas Deus já me deu tudo o que preciso para que isso seja possível! Ele me deu um corpo - uma usina de amor - com uma capacidade absurda de amar e ser amado - através de todos os meus sentidos, através de todas as minhas atitudes e palavras.
Descobri também que Deus não espera que eu tome apenas decisões certas, porque são justamente as erradas que me levam a querer, por livre e espontânea vontade, caminhar novamente em direção às certas. Deus não espera que eu tenha todas as respostas da vida, porque a vida é como um filme ou uma série com infinitas temporadas. Ela nunca acaba. Descobri que o fim muitas vezes é apenas o começo, que o choro de dor é apenas um tapinha nas costas, que a perda é como o vôo distante de um pássaro, que morte é só uma transição e que a existência é essa espetacular dança cósmica - que conecta tudo e todos, futuro e passado, luz, sombra, morte e vida - através do amor. AMOR. Taí algo que aprendo mais a cada ano que passa, mas nunca conheço por completo. Talvez o amor seja uma das mais geniais formas que Deus encontrou pra guardar seus mistérios.
Gratidão por mais um ano de vida, Deus. Ao lado das pessoas mais incríveis...
P.S.: Agradecimentos especiais: À minha passarinha, dona do meu coração e companheira de vôo, que compartilha de todas essas aventuras do meu lado (às vezes reclama, pia alto, mas depois sacode a poeira e voa de novo); Aos meus pais, que me educaram para suportar todas as dores e amores da vida; Aos meus irmãos - que a cada ano que passa me surpreendem mais; Aos meus sogros, que me adotaram como filho; E a todos os meus familiares e amigos que tenho vontade de enfiar numa casa bem grande e abraçar todos os dias ouvindo música boa e falando besteira. Como eu amo vocês!
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Arco Iris
Eu fico surpreso quando ainda vejo, em pleno século 21, pessoas dividindo o mundo INTEIRO e toda sua diversidade em apenas duas cores:
PRETO e BRANCO. CERTO E ERRADO. LUZ E SOMBRA.
Primeiramente porque entre o preto e branco, entre a luz e a sombra não existem apenas 50 tons de cinza - como dizem alguns filmes por aí - existem INFINITOS tons de cinza que separam essas duas polaridades.
Mas Deus não criou apenas essas duas cores. Ele criou um espectro de luz. A luz do sol quando refratada em partículas de água ou num prisma de vidro ou cristal (aquela famosa capa de um dos mais vendidos álbuns da história) se transforma num majestoso arco íris. E o arco íris também não é formado apenas por 7 cores. Mas infinitas. Isso porque entre o vermelho e o amarelo, por exemplo, existem infinitas nuances. É um perfeito degradê, em perfeita harmonia.
Isso quer dizer que a lógica universal da criação é plural. É diversa. Não é preto e branca.
Quando cravamos em pedra que existem apenas duas verdades absolutas, certo e errado, bom e mau, justo e injusto ou tentamos fazer justiça com as próprias mãos, contradizemos toda essa perfeita lógica divina. E vamos combinar, quem somos nós pra fazermos isso?
Num mundo de centenas de milhares de opiniões e pontos de vista, a única lei que deveríamos seguir é a lei do amor.
Enfim. Pra enxergarmos a verdade, basta abrirmos os olhos.
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