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vou pela primeira vez escrever sobre você, de forma direcionada de fato à você, a nós, que nunca fomos dois, salvo em alguns momentos, em que eu podia me demorar nos carinhos na nuca, no silêncio das palavras pela manhã mas a risada de alguma bobeira, no preparar do café, do dormir junto, da decisão de o que vamos comer.
essa vida nunca foi a dois, mas não poderia ter sido melhor. exercer a crença de que você feliz, se distraindo, recebendo carinho era melhor do que estar aprisionado a qualquer situação dolorida - até mesmo comigo. nunca foi a dois, e meu umbigo ficou maior, já que passei a olhar mais pros meus desejos, pros meus quereres e o universo que me cercava pôde assim receber você, e não torná-lo em meu universo. você era a parte gostosa, entre outras tantas delícias, que me constituíam.
meu lado absurdo, meu espectro calada, meu jeito imprevisível, impulsiva e até passional. eu tentava esconder, mas as emoções do peito falavam por mim, me denunciavam, me despiam e me colocavam em situações embaraçosas.
eu simplesmente não poderia me esconder de você, e nem fingir que nada se passava aqui dentro, porque transbordava pela pontas dos dedos, pelo meu corpo relaxado, pela vontade de querer mais e mais, mais presença, mais quietudes compartilhadas, mais sinfonias de roncos, mais músicas… hoje tantas escritas para você, coisas que eu nunca tive peito pra dizer, mas ao meu modo expressei, ainda que timidamente.
timidamente, vieram as pequenas coragens: de me permitir não ter o controle de absolutamente nada e nem de achar que o teria; de pensar no hoje sem saber muito bem o que será amanhã; do plano mais longevo ser o meu próximo beijo de bom dia enquanto me amassava contigo na minha cama, a próxima besteira que iríamos rir e eu ficaria pensando “esse garoto não é normal, não”.
eu te amo, e quero amar para sempre, sempre assim. eu amo a sua vida, e quero que a felicidade faça morada no seu coração.
por isso e por tudo que ainda não sei colocar em palavras, te amo.
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José Victor. nosso ciclo, da forma como vivemos em um ano e um mês, se encerra agora. e o futuro é dádiva do Tempo, entidade que não nos revela como acontecerá o desenrolar da vida. e eu confio em Vodum, que tudo o que eu procuro também procura por mim. e foi assim com você, foi assim com nós. eu pedi por uma parceria de axé, compreensivo e passível de compreensão, que me fizesse mergulhar em afeto, descobrimento, reconhecimento, partilha, fartura, amor, desejo, confiança. e que permanecesse até quando fizesse sentido, até quando a energia vital que recebemos e que trocamos fosse pura, real e intensa. eu estava cansada, desconfiada, irritadiça. voltando a sentir o calor do sol depois de tanto tempo escondida dentro das angústias, da revolta. você estava do mesmo jeito que eu, vivendo um kelê com muitas nuances, com olheiras profundas, noites sem dormir e encarando seus próprios medos. assim a gente se encontrou. assim os laços se firmaram entre a gente. de lá até aqui, você me viu morrer e nascer. me viu alcançar sonhos. e o mesmo aconteceu comigo, ao te ver se deleitando em conquistas que pareciam impossíveis antes. a premissa do meu amor por você foi amar em liberdade, para que eu sempre tenha para onde voltar, pra que você sempre tenha para onde voltar. nem sempre foi assim, meus medos me colocavam em prisões e diversas vezes eles respingaram em você. sua paciência me fortaleceu, me fez enxergar o amor com outros olhos. o amor é livre. ele corre livre. a decepção, a tristeza, a quebra de expectativa, tudo isso faz parte da experiência humana que é se conhecer e se reconhecer ao olhar o outro, ao olhar pra si, ao se espantar com a força do peito que nem mesmo a gente pode controlar. como diria Amiri, que o amor nos traga de volta pra casa. que essas casas que encontraremos no futuro, a partir da dádiva do Tempo, sejam tão boas quanto foi a nossa. meu caminho é meu e somente meu. e se um dia ele for nosso, o Tempo vai dizer. e seu amor me fortaleceu para que eu aprendesse a escolher a mim. escolhendo a mim, eu escolho ter a benção de te ver vivendo a partir de suas escolhas, seus desejos, seus quereres. não existe nada mais importante do que isso. -
quantas vezes eu pensei no que eu fui capaz se eu fui longe demais quantas vezes eu duvidei será que eu sou bonita assim?
você foi espelho quebrado, arranhado você foi espelho revelou o melhor de mim e agora me diz que vai pra longe? vai e diz pra mim que vai dar certo? e se eu disser que eu não vou você me diz que eu posso demais e se eu disser que eu não sei você me diz que eu posso bem mais e se eu disser que eu não sou você me diz que eu sou demais eu sou livres pra correr, ser feliz, viajar subir colinas onde clareiam e escurecerem-se os dias sabendo do meu potencial a procura de força vai, diz que somos fortes eu sou a folha mais leve no caminho pra luz não há quem interprete o que mais se traduz aliviar-me em meio ao mar, hoje faz sol bem estar é respirar em meio a boas novas.
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Anne Sexton, from “The Sickness Unto Death”, The Complete Poems
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que o nosso amor é um presente dos deuses, isso eu já sei. um presente inesperado tanto quanto esperado. você é tudo o que eu sonhei e acreditei ser possível apenas no campo da imaginação, dos meus desejos de mulher
“você é uma promessa”
é beijo na testa de olhos fechados
cheiro de café às 6h da manhã
a brisa do mar de quando dormimos com a janela aberta
é a transa gostosa do meio do dia, no meio do nada pra fazer, que gozamos em uníssono
você é uma promessa
feito tomar banho de água salgada no calor de 30°c
é tirar a cerveja do congelador pra beber a dois
beijar na boca até a boca cansar
você é uma promessa. um pedido. um presente.
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atravessar um azul de nimbus
pra aterrissar meus pés no seu chão
para juntar seus pés com os meus
o peito se escancarou feito um paraquedas
mas a queda foi lenta, sutil:
cair no seu abraço, estar envolvida nos seus beijos, no teu corpo, no seu calor
caminhar até você me é sopro de vida
uma grande dose de mais plena alegria
é o pertencimento ao corpo de quem eu sonhei em ter
a carne, o coração
viver ficou colorido com a sua chegada
embora você seja sincero em sua timidez
você coloriu tudo aqui dentro
e que essas cores se multipliquem em sonhos concretizados, mais dias ao seu lado
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nem diante dos meus pedidos mais loucos e sonhos mais incabíveis, eu imaginei me deparar com a simplicidade de um amor tão puro, já diria djavan, como é esse.
eu nem imaginei que caminharíamos em direção um ao outro de maneira tão orgânica. é como se fosse o único caminho possível pra nós.
você com as suas feridas e eu com as minhas, e nas conversas cotidianas e banais, nas trocas de canções, no compartilhar dos desejos da carne e do coração, nos temas que nos doíam e doem, fomos construindo nosso próprio jeito de amar e de estar presente. o sonho e o desejo de viver sempre melhor nos move
quero mais de você, quero mais de nós, quero que nossos dias sejam vibrantes e serenos.
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nosso amor é quente, nós somos feitos de fogo. e esse amor vai ficar marcado feito epô em roupa branca, cada beijo, cada riso, cada mordida, cada carícia e cada abraço que você me deu e me dará.
eu te amo.
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Me pego observando fenômenos da natureza que personifico para traduzir sensações que carrego por dentro, ora arrastadas, ora flutuantes, mas sempre comigo.
Quando você chegou, no verão, tudo ardia, tudo era quente, tudo era úmido, molhado, rápido. As sinergias trabalharam para que nos conhecêssemos, os algoritmos, as intenções e preces.
Eu já estava cansada, mas tentaria outra vez, porque estou viva. Você estava com medo, mas tentaria outra vez, porque queria se sentir vivo.
Você me trouxe outras perspectivas, novos sonhos para perseguir, histórias diferentes para viver. Eu te levei o calor do afeto sincero e intenso, ideias mirabolantes para viver a incerteza do desconhecido, o desconforto de lidar com o mistério e mesmo assim estar em paz.
Antes, acreditava que éramos complementares. Hoje, acredito que somos feitos de matérias tão diferentes que quem vê de longe buscar entender o que aconteceu.
Eu amei você por sua sensibilidade, por ter me percebido em coisas que desconhecia, por se entregar mesmo com medo para algo tão novo. Você me amou porque eu fui, mesmo que brevemente, a materialização do que você disse que gostaria de vivenciar, porque outros aspectos de você eram aceitos por mim, porque eu permaneci e não fugi.
Desbravei terrenos que não eram férteis mas pude levar algo que tornasse a sua terra um pouco mais frutífera. Você cutucou uma fogueira e colocou um pouco mais lenha, para que minha chama não apagasse mesmo com o fim, disruptivo e arrasador feito ventania.
Eu quis muito estar. E quis mesmo por meses depois. Sonhei com um recomeço, um novo começo pra nós.
Algo sobre a sua covardia me cansou profundamente. Algo sobre um descontentamento crescente no meu peito me fez recuar.
Você passou a me tratar como se eu fosse comum. Passou a ser como qualquer outro cara que me magoou sem razão alguma, por vaidade.
Fomos do vinho para a água barrenta. Toda a magia se transformou em algo banal, banal como foi com todos os outros.
Estranho pensar em um final tão esquisito.
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“I never tried to be anything other than a dreamer. I never paid any attention to people who told me to go out and live. I belonged always to whatever was far from me and to whatever I could never be. Anything that was not mine, however base, always seemed to be full of poetry. I only ever desired what was beyond my imaginings.”
— Fernando Pessoa, The Book of Disquiet
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você não se cansa dessas conversas meio sem graça, sem ânimo? eu tô cansada. emocionalmente desgastada, no limite dos sentidos quando acordo e vou dormir. de alguma forma esperando ou desejando que isso fosse uma fase, um sonho ruim do qual eu não consegui despertar ainda e que sei lá, magicamente as coisas voltem pro que já foram? mas não, esse é o “novo normal”, é assim que vai ser. e esse processo de aceitação do que é e do apego pelo que foi tem me doído pra caralho. tô na terapia tentando encontrar respostas dentro de mim, tô olhando pro céu tentando encontrar respostas, eu olho pra rua achando que vou encontrar um sinal, uma resposta. mas ela já tá aqui, só resta aceitar mesmo. eu gosto pra caramba de você, por todas as coisas que já falei. mas eu odeio estar vulnerável desse jeito, eu odeio profundamente porque eu entro numas de auto-ódio, de impulsividade, de auto-punição, de flagelação. tô há semanas me culpabilizando pelo caminho que as coisas foram (eu não tenho controle e muito menos culpa!!! ninguém tem!) e isso é irracional pra caralho, mas é a real. eu tô ligada que é que nem maré mesmo, a gente vai e volta com a gente mesmo nas ideias várias vezes por dia, mas no final da maioria dos dias durante algumas semanas já eu tô terminando sempre triste e angustiada, entrando num processo de ficar deprimida, e eu não quero isso. não tem razão pra isso. naquela coisa da ânsia de alguma coisa horrível vai vir, ou pior, aquela ânsia confirmada mais uma vez, daquele momento que a gente espera pelo rompimento e ele vem mesmo, sem dó, esse desligamento emocional é um negócio fudido. então acho que vou ficar um pouco mais quieta, mais pra dentro do meu casulo, acho que é a única forma de não transferir e não entrar na confusão dos ódios como diria dalasam, pra não projetar isso de alguma forma em tu, e tá foda, papo reto mesmo, tá foda.
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hoje foi um dia especial. muito especial.
Sogbo, Gbessen e Azansu estão me presenteando com novas chances mas sinto que ainda estou fincada em circunstâncias de semanas e meses atrás. peço para meus pais paciência e discernimento para não me maltratar de novo, nos meus infinitos ciclos de autopunição e culpa pós ter me dado aberturas para o afeto pela milésima vez.
não estou arrependida, estou cansada.
dificuldade absurda para aceitar as bençãos. esperar por um carinho que nunca vai chegar. medo da mudança que pedi. desacreditar da minha força não é mais possibilidade: aceite o novo circuito de acé em que você está inserida.
não há tempo para chorar! se o círculo não se fecha, as pontas ficam soltas. não quero estar solta.
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Escrever porque é a forma de silenciar pensamentos intensos ou dar caminho para que tenham vazão.
Conhecer você para entender por quais caminhos seguiremos. Segurar a sua mão para dizer que não é miragem. Te ouvir falar, suspirar, respirar para me sentir inspirada a ser o melhor que posso ser pra mim. Escutar atentamente as grandes análises sobre o mundo e a vida, sobre o que existe dentro de nós, sobre as construções do nosso ser.
Nossas inquietações se encontraram, nos dá paz e um sentimento que mexe por dentro e que não sabemos como parar. De repente vulnerabilidade é força e não mais fraqueza.
Essa semana sonhei todos os dias com você. Entre medos e coragens, entre pedir para o Universo a melhor saída (mas que você venha comigo ser feliz também) e querer deixar tudo pra lá, entre aceitar a potência que tenho na minha frente e querer fugir da grandiosidade do coração.
Coragem. O afeto é sobre coragem.
Vamos desenrolando os nós, lentamente, rapidamente, emaranhando alguns e enfileirando outros.
Sem saber o que será: já é um presente. Sempre será.
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tired of being played like a violin.
Sonhando com o que o amor guarda pra mim. Intoxicante, intenso, estar vulnerável é um trabalho imenso, que por vezes eu subestimei por achar que já passei por isso muitas vezes e portanto já sei como agir.
Mas cada vez é um sorriso novo, um novo encantamento, um charme, um riso, uma conversa. De fato, cada pessoa é um universo. E muitos têm colidido com o meu.
Que o amor seja parte da minha cura esse ano, e que eu possa confiar no amor e no afeto.
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trying to stay in touch with myself
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“os laços que você cria com os outros precisam ter elasticidade, para que se adaptem à impermanência das pessoas. de outro modo, eles arrebentarão pela pressão que foi posta.” (via tumblr)
quase tudo que vem, vai - feito as marés. às vezes fica, juntinho mas livre pra voar, feito o sal da areia da praia. o bom da vida é transmutar, transformar, transcender. gente certa é gente aberta.
às vezes me choco com a fluidez tanto quanto me choco com o aprisionamento e a rigidez. eu sigo me balanceando entre o fogo ardente e a terra seca e dura, antagônicos elementos que me formam. me permitindo libertar de ideias, concepções, pessoas, afetos, traumas e sentimentos. é preciso abrir mão de muita coisa pra ter paz. assim o futuro vai se desenhando com as escolhas do agora...
falsos profetas virão, muitos se ajoelharão e ouvirão (@bkttlapa), fugindo dos falsos amores e amigos (@bkttlapa de novo, rs) também. peneirar a vida é melhorar a vida: é dar respiro, é poder ser quem se é sem medo.
aprendendo que menos é sempre mais, e que cada um tem o lugar e o momento certo para serem coadjuvantes, ensinantes, agentes de mutações na trajetória da nossa vida. alguns vêm só pra ir embora, outros vêm pra ficar nessa e noutras vidas.
aqui de onde o olho mira / aqui que o ouvido escuta / o tempo que a voz não fala / mas que o coração tributa / o melhor lugar do mundo é aqui e agora
❤️
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