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[pontozerodaestrada]

Fica?

Algum dia conhecerei alguém que me fará ver a vida de outra forma. Que me mostrará coisas que eu não conhecia, sejam elas boas ou ruins. De alguma forma, me apresentará um mundo novo e fará a diferença em mim.

Eu passei a vida acreditando nessa afirmação.

Óbvio que minha vida aos vinte anos ainda é curta demais para falar de qualquer experiência como sendo a única coisa forte que conhecerei na vida. É cedo pra dizer que algo já aconteceu ou que nunca vá acontecer.

Mas eu conheci você. Não como se estivesse esperando que você fosse tão importante para mim ou que fizesse alguma diferença na minha vida. Convenhamos... nós nos conhecemos de uma maneira peculiar e nada parecido como o que eu sempre esperei.

Mas aconteceu. E, como num passe de mágica você permaneceu. Talvez pelo destino que nos colocou frente a frente em outros momentos ou por algo maior que nos liga um ao outro. Quem sabe a lenda do fio vermelho ou algo ainda mais fantasioso seja o suficiente para explicar essa ligação que existe hoje.

Uma pessoa totalmente diferente de mim e que me apresenta um jeito totalmente novo de ver a vida. Seria parecido demais com a minha maior afirmação na vida para ser apenas uma coincidência.

Eu poderia estar pensando em mil e uma explicações racionais para explicar sua permanência. Eu poderia procurar na vida algo que explicasse você estar aqui e, inclusive, algo que explicasse você estar em meu coração, em tão pouco tempo.

Nada explicaria.

Isso vem de dentro e é uma coisa maior que qualquer explicação. Eu soube desde o primeiro dia, mas ainda estava amadurecendo por dentro para compreender cem por cento.

Talvez essa pessoa que eu sabia que um dia conheceria seja você. Ou talvez seja outra pessoa que ainda aparecerá. Mas hoje você é quem chegou mais perto disso. E talvez não seja apenas você que fará uma diferença em minha vida. Eu posso estar aqui para deixar minha marca. Quem sabe.

E, enquanto isso, eu vou ficando. Eu vou sentindo. Eu vou tentando.

A vida vai mostrando o caminho certo a seguir e eu vou encaixando você aqui, enquanto fizer sentido.

Ainda faz. E eu torço para que sempre faça.

Você poderia ficar pra sempre e fazer a diferença em todos os dias que me restam. Eu poderia deixar minha marca por todos os dias que te restem.

Podemos ser felizes.

Todos os dias.

Você pode ficar. Fica?

[pontozerodaestrada]

O show tem que continuar.

O show tem que continuar.

Essa frase pode definir muitas coisas, a partir do momento que passamos a enxergar a vida como um grande show em andamento, onde nós somos os protagonistas e temos o total controle de conquistar os efusivos aplausos da platéia fanática.

Conhecemos amigos e amores. Alguns bons e outros maus. Alguns fáceis e outros difíceis.

Mas o show tem que continuar, mesmo quando alguém diz adeus.

As cortinas não fecham quando alguém encerra a participação especial em seu show. A platéia não se retira quando o dueto com o seu amor acaba ou quando a banda dos seus amigos decide parar de tocar com você.

O show continua sendo seu e a platéia aguarda sempre seu mais belo renascer.

E então você conhece outras pessoas, mas acabam deixando seu show um tempo depois. É um ciclo interminável. Duetos incríveis são feitos e parecem que são para sempre, mas muita gente simplesmente passa por aqui e deixa uma lembrança.

Mas, você já sabe, o show tem que continuar.

E você cada vez melhora mais. Amadurece com o tempo e percebe que as músicas ficam cada vez mais profundas e maduras. As experiências mudam, oportunidades chegam e outras se vão.

Mas você continua no holofote principal daquele palco, mantendo o show vivo.

Porque é isso que esperam de você. Não desistir e colocar o microfone no chão, saindo de cabeça baixa e abandonando o palco. Mas sempre reinventar a si mesmo e voltar a levantar o ânimo de si mesmo e de todos que te aplaudem.

Faz parte aceitar novos duetos com amores que chegarem, se divertir cantando com bandas novas de amigos e aprender que, mesmo criando momentos incríveis, o show continua sendo apenas seu e eles sempre serão uma participação especial que pode ir embora brevemente.

Mas as cortinas não se fecham até seu último suspiro.

Seja livre, não se prenda às participações e não deixe de se reinventar e emocionar sua platéia.

O show sempre tem que continuar.

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Não diga que sente falta dele.

Guarde isso pra você. Ele nunca se importaria com suas palavras de amor e carinho. Ele vai ler sua mensagem, talvez até te responderá, mas nunca vai se importar de verdade. Talvez ele volte a falar com você porque, na realidade, você é a única pessoa que entende os dilemas dele e não o julga por nada. Ele vai te usar para desabafar mais algumas vezes.

Ele vai te usar, menina.

E então você vai voltar a se apaixonar por ele e por cada detalhe daquela casca que ele usa para esconder a verdadeira podre personalidade que habita naquele corpo pelo qual você se apaixonou desde o primeiro instante.

Talvez vocês se vejam pessoalmente algumas vezes para que ele fale sobre ela e coloque tudo pra fora. Ele vai despejar em você todas as inseguranças dele para parecer um cara seguro de si diante de outras pessoas. Você vai ser a única que segurará as inseguranças dele e manterá tudo em segredo.

Ele sabe que você sempre guardará os segredos dele. É por isso que ele sempre te usa para desabafar e despejar tudo de mais obscuro e sujo que ele possua. E ele vai continuar fazendo isso por mais alguns meses. E você vai segurá-lo por inúmeras madrugadas, apenas porque tem alguns momentos de alegria que são como um pagamento por tudo que você faz.

Mas um dia, menina, ele vai embora outra vez. E, nesse dia, ele não vai se lembrar da mensagem que você mandou dizendo que estava sentindo a falta dele. Não vai lembrar de todas as vezes que você o ouviu quando ele não tinha ninguém para abraçá-lo. Ele não vai lembrar de todos os seus esforços porque isso não importa para ele, menina.

E você vai sofrer mais uma vez. Terá de ser forte para superar esse novo adeus.

Porque, confie em mim, esse vai doer mais que o primeiro.

E ele vai embora sem olhar para trás. Porque ele não te ama. Ele não gosta de você. Ele não sente nem um pouco de carinho pela sua pessoa. Ele simplesmente te usa como um depósito de desabafos e insegurança. Mas ninguém acreditaria em você, certo? Diante de todos os outros ele é tão feliz e confiante...

E você manterá novamente o segredo dele por alguns meses, até sentir falta novamente.

Mais uma mensagem que ele irá ler e, possivelmente, responder. Mas não uma resposta sincera e carinhosa. Apenas algo automático. Como se deixasse claro que te mantém em uma estante. Quando ele precisar, vai te usar mais um pouquinho.

O ciclo se repete. Ele precisa de você e ele te usa. Talvez ele te use para algumas coisas mais que te sirvam de memórias em uma madrugada chuvosa ao lembrar do nome dele.

Mas entenda, garota.

O ciclo sempre vai se repetir. Ele nunca vai ficar. Ele nunca vai te amar e parar de te usar.

Você não significa nada.

Então, vá. Delete essa mensagem. Não envie absolutamente nada e esqueça essa saudade. Eu prometo que, com o tempo, isso vai passar. E, em algum momento, ele vai precisar de você. Mas você estará tão longe...

E ele vai se dar conta de quem é, de onde está e que o ciclo não vai se repetir nunca mais. Porque você é forte e você nunca voltou atrás. Ele vai sofrer, menina. Eu garanto que ele vai sofrer diversas vezes em um chão úmido, sem amor para salvá-lo. Porque ele afundou todos os sentimentos bonitos e puros e se transformou em algo impossível de ser amado.

Ele não te merece. Nunca vai merecer.

Deite sua cabeça em seu travesseiro e durma, linda menina.

Amanhã será mais um lindo dia. Sem ele.

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O dia em que nos conhecemos

Ali estava um homem, que aproveitava mais uma de suas inúmeras festas, com muita bebida e sem nenhuma preocupação. E lá estava ela, uma garota que estava em uma festa com a melhor amiga, pela primeira vez. Ela estava com o coração partido. Ele estava se divertindo.

E então eles se cruzaram.

Como um primeiro encontro de grandes filmes. Ele esbarrou na melhor amiga dela e tudo aconteceu como se estivesse escrito no destino de ambos. Ela o olhou, ela o beijou e absolutamente tudo se transformou. Ela tinha chorado naquela noite, tinha se decepcionado com um amigo e tinha pensado em voltar atrás em uma situação que a tinha feito sofrer por anos. Mas ela beijou aquele cara.

O beijo era a esperança que faltava no coração daquela menina. Ela podia sentir correntes elétricas percorrerem todo o interior do seu corpo quando as mãos dele estavam ali. Ela podia sentir tudo se encaixar quando sua língua invadia a boca dele. Tudo se encaixa como nunca havia encaixado antes. Nunca.

Nem com seu primeiro amor.

Nem com o beijo anterior.

Nunca.

Eles estavam ali, sentados. Ela o olhava com olhos de surpresa. Ele não era o que ela esperava para tirá-la de um momento de tristeza. Ele não tinha a aparência de quem ela imaginava que seria sua tão aguardada salvação. Mas por trás de todo álcool tinha alguma coisa naqueles olhos. Ela podia ver.

Ele fazia perguntas, tentava conhecê-la mais. Talvez ele não lembrasse de absolutamente nada no dia seguinte e ela sabia disso, mas respondia com toda sinceridade do mundo. Ele a elogiava e olhava em seus olhos enquanto conversava. E então ela viu seu sorriso pela primeira vez.

Eles se beijaram novamente e ela ouvia os comentários ao redor. Não se importava com ninguém naquela festa, apenas com aquele momento que ela nunca imaginou que aconteceria dessa maneira. Quando ele a abraçou, ela pensou como seria se tivesse ido ao ponto de ônibus no horário combinado, cinco minutos antes de conhecê-lo.

Destino. Era como se estivesse escrito. Ela sabia disso.

Ele estava sorrindo o tempo inteiro. E ela estava hipnotizada por aquele sorriso. Era como se nunca tivesse visto algo mais lindo antes. Ela sentia vontade de sorrir de volta. Sentia que tudo que havia de tristeza já não estava ali. Ele havia tirado tudo e lhe presenteado o melhor sorriso que seus olhos um dia contemplaram.

Números trocados, redes sociais compartilhadas e um tchau com sabor de verdadeira despedida. Era como se o coração dela avisasse que aquilo era um momento que nunca mais voltaria a se repetir. Ela segurou sua mão e soltou lentamente.

Há dez meses ela pensou que nunca o veria novamente. Foi apenas uma noite mágica que transformou sua vida cinza no mais belo arco-íris. Mas ela o viu. Ela sentiu algo especial. E continua sentindo.

Ela sou eu.

E eu tenho tanto a dizer sobre ele.

Nosso beijo teve gosto de esperança. Quando nossos lábios se uniram houve uma grande explosão e eu podia ver o brilho mais charmoso em seus olhos e a alegria mais abundante em seu sorriso. Eram tempos de mudanças e eu tenho os melhores sentimentos para compartilhar sobre todos esses largos meses.

Sobre ele.

Sobre mim.

Sobre tudo que o conhecer mudou em minha vida.

Eu o conheci em um dia qualquer de abril e descobri que eu poderia me decorar por dentro como bem entendesse. Ele abriu minhas asas escondidas e tirou meu medo de voar.

Sei que a vida nos leva pelos melhores caminhos porque me levou até ele naquela noite. Talvez ninguém entenda isso, mas é um sentimento genuíno. Eu sou quem eu sou hoje por causa dele e espero o momento do destino dizer que é a hora certa para lhe contar isso. Por enquanto, eu escrevo sobre o dia que nos conhecemos e sobre um pouco mais...

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O dia em que eu chorei por um filme e lembrei de você.

Hoje é quarta-feira e, mais uma vez, eu lembrei de você. Sei que hoje é o dia que você joga futebol com seus amigos. Você costumava me dizer isso e chegar animado contando quantos gols fez naquela semana. Lembro quando estava ocupado demais com as provas e não podia sair para jogar. Foram semanas pesadas, lembra? Eu estava ali, te dando força para terminar aquele período turbulento e entrar nas aguardadas férias.

As férias. Nós tínhamos tantos planos. Eram planos de fazer uma trilha, ir à praia, ao cinema, simplesmente jogar conversa fora durante as madrugadas, assistir alguns filmes e algumas séries. Mas você provavelmente esqueceu tudo isso. Hoje você vai à praia com seus amigos, que são os verdadeiros. Eu nunca fui amiga de verdade, você deixou isso claro demais. Provavelmente você planeja suas trilhas com eles e nem vai lembrar de mim quando tirar suas fotos. Você nem vai lembrar que costumava me zoar quando eu dizia que me preocupava com sua segurança nos lugares mais perigosos. Você dizia que eu seria sua fotógrafa. Mas você definitivamente não lembra.

Quantas vezes você e seus verdadeiros amigos vão sair para festas, cinemas e trilhas? Quantas vezes você vai lembrar que planejávamos fazer tudo isso? Quantas vezes vai lembrar que prometemos estar ali um para o outro na virada do ano? Aquelas palavras foram apenas uma simpatia da sua parte e terminaram sendo tão falsas. Quando você colocou aquele ponto final eu fiquei sem entender o que estava acontecendo. Mas as coisas foram clareando em minha mente, meu quase amigo.

Eu te chamo de quase amigo porque é exatamente o que você foi e deixou esclarecido naquele ponto final. Todas as promessas e todos planos foram jogados no lixo. Eu disse que tínhamos uma amizade tão linda pela frente, mas você a quebrou e deixou os cacos de vidro para cortarem meus pés. Está tudo bem, meu querido. Eu ainda vejo um belo caminho pra você. Um belo caminho, porém agora sem mim. Talvez isso o torne ainda mais belo para você.

Hoje você jogou futebol e eu assisti um filme. Aquele tipo de filme que adorávamos discutir quando falávamos sobre filmes, séries e músicas. Sempre tínhamos ótimas indicações. Lembro sobre como me senti feliz por você gostar de assistir Stuck in love quando te indiquei e sobre como foi legal conversar com você a respeito do filme. Lembro das músicas, das séries e dos demais filmes que te indiquei. Eram conversas tão leves e agradáveis. Me custa acreditar que tudo foi jogado para tão distante que nunca encontraremos novamente nessa vida.

A vida. Eu disse estaria contigo até o final e que esperava que não o encontrássemos ainda nessa vida. O fim estava tão perto, eu não podia imaginar que seriam apenas há alguns dias de distância. Foi a amizade mais sincera do meu peito, o carinho mais terno que eu já dei. Foi tão repentino, tanto o começo como o fim. Hoje eu pensei em te indicar o filme que me fez chorar. Talvez porque uma parte de mim ainda não saiba que tudo chegou ao fim e esteja ainda ligada no automático de pensar “Eu tenho que falar sobre isso com ele, uma das pessoas mais importantes da minha vida”. Mas eu não posso mais te dizer nada. Você está vivendo sua vida, jogando seu jogo, fazendo seu caminho. Tudo ainda mais belo por conta da minha ausência.

E tudo bem. Eu sei aceitar uma derrota. Eu sei aceitar que não fui o que você esperava. E com a mão no coração, eu posso te dizer que eu espero que seu caminho seja terno, promissor e belo. Quase tão belo quanto a amizade que eu idealizei em pensamento.

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O dia em que eu escrevi sobre você pela primeira vez.

Música de inspiração para o texto: If I let you go - Westlife

Eram dezenove horas e quatro minutos de uma terça-feira de horário de verão e eu estava pensando em você. O calor estava insuportável e meus longos cabelos pioravam ainda mais a sensação. Eu ouvia algumas playlists, tentando me inspirar, escrever ou me distrair dos pensamentos que me levavam diretamente ao lugar onde você se encontra.  

E eu conseguia te imaginar claramente. Eu te imaginava saindo da Letras. Meu prédio, minha segunda casa. Mas também era seu lugar, porque você frequentava algumas vezes por semana. Eu conseguia te imaginar saindo de lá, com um leve cansaço porque estamos em um período complicado, mas ainda é início de semana e você conseguiu se divertir com seus amigos e descansar. Nós assistimos série e você estava relaxado, feliz e descansado. Esse fim de semana provavelmente te fez bem.  

E eu não conseguia mesmo me distrair. Conseguia imaginar você saindo da sua aula de francês e minha playlist instantaneamente tocava uma música da Zaz, em francês, e eu ria da coincidência que me fazia pensar mais ainda em você. Agora já são dezenove horas e dezesseis minutos e você já não deve estar na Letras. Provavelmente está dentro do ônibus que te leva pra sua casa, bem pertinho da Universidade.  

Você provavelmente está com seu olhar perdido, mas sua mente concentrada em tudo que você ouviu naquela aula. Você é muito dedicado e já dividiu comigo suas metas e o que seus estudos significam pra você. Eu consigo te imaginar lembrando do tom da voz do professor falando em francês e você tentando decifrar qualquer oração que você não tenha compreendido.  

Eu consigo imaginar você pensando em um filme, uma série, um idioma, uma música... e isso não me machuca, me faz sorrir pensar nos teus gostos. Mas eu não consigo nunca te imaginar pensando em mim. Em contrapartida, inúmeras vezes te imagino pensando em outra pessoa. E isso poderia me fazer pensar que sou idiota e dar as costas para essas palavras escritas por mim. Eu poderia procurar qualquer outra pessoa disponível nos meus contatos. Modéstia à parte, isso não faz muita falta.  

Eu poderia não pensar mais em você, fechar essa playlist, desligar o notebook e comer alguma coisa na cozinha. Eu poderia não pensar mais em você, tirar toda a minha roupa, tomar um banho longo, lavar o meu cabelo e levar algumas horas a mais do que deveria para penteá-lo, me distraindo de você. Poderia colocar minhas menores roupas, deitar na minha cama e recuperar todo o sono perdido nas últimas semanas por culpa dos trabalhos de francês da faculdade. E eu poderia nem lembrar do francês enquanto dormia, porque isso me lembraria de você.  

Eu poderia continuar escrevendo aqui sobre qualquer coisa e dar mil e uma opções para pensar e fazer qualquer outra coisa que não seja pensar em você, porque existem porcentagens enormes de você estar pensando em outra pessoa. Mas eu  

ignoro isso. Ignoro que você possa nem sequer lembrar meu nome durante o dia, ignoro que eu seja indiferente e ignoro qualquer outra possibilidade que me faça não ser importante na sua vida. E eu continuo ouvindo essa mesma playlist, eu tiro minha roupa e penso em você durante o banho inteiro. Eu penteio meu cabelo pensando em você, eu como pensando em você e eu penso em você até pegar no sono. E eu faço de você, uma pessoa importante pra mim. E eu passo a confiar mais em mim, a me amar mais e a me cuidar mais.  

Já são dezenove horas e trinta minutos. Você provavelmente já está em casa, comendo ou tomando um banho. Mas agora eu já não me preocupo mais em pensar no que você está fazendo agora. Talvez daqui alguns minutos a gente converse mais uma vez, ou talvez não. Mas eu imagino que em uma terça-feira como essa, tão quente e em um momento que você esteja encerrando sua rotina pra voltar pra sua casa, você pare com seu olhar perdido e se dê conta que lembra da minha existência. Talvez você lembre de mim, enquanto minha playlist continue descrevendo você.

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Nos desconhecemos em um dia qualquer.

Nos desconhecemos, mas meus dias sempre começam com você. Eu abro meus olhos e seu nome imediatamente invade minha mente. Eu olho meu celular e não vejo seu contato em meu Whatsapp. Lembro que você foi embora e que já não espera minha mensagem chegar. Talvez você nem lembre meu número. Talvez.

Espanto qualquer pensamento positivo que me diga que talvez você tenha lembrado de mim ao acordar, ao ouvir uma música da Lali ou ao assistir um dos inúmeros filmes que estão na minha lista de favoritos — você sabe, eu tenho uma enorme lista. Quem sabe você assistiu uma das séries que eu te indiquei, ou assistiu algum episódio da nossa série, que já não é mais nossa desde que você disse adeus.

Café. Assim meu dia começa. Meus fones de ouvido, uma playlist formada por músicas variadas, em idiomas variados e de trilhas sonoras variadas. Cada música traz um sabor e uma emoção diferente. Eu sento e encaro minha lista de filmes. Eu vejo aquele filme que sempre vai machucar. Eu assisto.

Quantas vezes você se apaixonou tanto ao ponto de colocar suas frustrações amorosas em histórias de filmes para tirar um peso de seu coração? Quantas vezes você colocou todas as suas ilusões em dois personagens que vivem uma linda história de amor para que seu coração não chegue a doer tanto?

Emma e Dexter. Esse era o casal que carregava todas as minhas frustrações nos dias mais solitários. Eu era Emma. Eu sabia sentir exatamente o que ela sentia. Emma amava Dexter de uma forma irreal. Ela amava como se devia amar um ser humano todas as vezes que o amor batesse à porta. Emma não se importava se ele estava ali, se estava com outra, se iria se casar ou ter filhos. Ela sempre seria seu porto seguro, independente de qualquer coisa.

Emma podia dizer com toda segurança do mundo que Dexter era mais importante que ela mesma. Com a mão no coração, Emma chorou por ele. Ela o abraçou e disse “eu te amo, Dex. Mas eu não gosto mais de você”. As lágrimas percorreram meu rosto nesse momento. Eu nunca tinha compreendido tanto essa frase como agora. Ela o amava, mas ela já não gostava da pessoa que ele era, a pessoa que havia se tornado. Eu te diria essa frase se tivesse a chance de te abraçar e olhar em seus olhos mais uma vez. Infelizmente, essa frase resume tudo que eu sinto agora.

O filme me machucava mais a cada segundo que passava. Não era Last five years, nem Moulin Rouge. Mas era um filme que doía e era trágico. Me lembrava de você. Eu precisava lembrar de você naquele momento. O filme termina e eu pego um livro na estante. Eu te vejo naquela história comigo. Meu livro favorito. Aquela história teve um final feliz. Essa era a única diferença. Você me disse adeus e eu sofri no chão úmido e gelado.

Eu voltei para as playlists. Same mistake nunca tocou tão profundamente como naquele momento. Give me reason, but don’t give me choice. Eu tive que aprender a nunca te dar escolha. A cada escolha, você cometeria o mesmo erro. Você não mudaria. Eu já tinha aprendido isso. Mas, na verdade, você não precisava mudar, você já era perfeito. Mas não era perfeito pra mim. E você disse adeus.

Tantas músicas passaram e me trouxeram lágrimas naquele momento. Oasis abriu minha cicatriz naquele instante com os primeiros três segundos de música. Eu fechei os olhos e desenhei seu rosto em minha mente. Cada linha perfeitamente gravada no meu subconsciente. Eu só lembrava do seu rosto sorrindo porque foi assim que você me olhou quando me olhou nos olhos, segurando minha mão e me puxando para um abraço tão caloroso que eu podia jurar que era o símbolo um grande começo. Tola. Era apenas o início do fim.

Cause all of the stars are fading away... essa música era da trilha sonora de um dos meus filmes favoritos. Você riu tanto quando eu te contei que sabia as falas daquele filme do início ao fim. E eu narrei a minha cena favorita. Naquele momento, o positivismo aqueceu meu coração gelado que precisava de um pingo de ilusão para não virar pedra. Eu pensei no dia que você assistiria esse filme numa tarde qualquer em um canal de TV e lembraria de mim.

Eu lembrei dela. Você poderia estar casado com ela quando assistisse esse filme e lembrasse de mim. Eu seria absolutamente nada. Você estaria morando em uma casa aconchegante com quem você lutou para ter ao seu lado. Ela vai ser feliz porque sua forma de amar é única.

Você ainda lembraria meu nome ao ver a cena do Tom se declarando para Hanna naquele filme. Talvez por um milagre você lembrasse da minha voz naquele áudio narrando toda a declaração. “Há dez anos eu fui pra cama com a garota errada, mas ela acabou se tornando a certa”. Tom sabia todas as palavras certas para dizer. E você poderia, talvez, sorrir ao lembrar do meu amor por ele. Você sempre riu dos meus surtos por personagens. Quantas vezes me disse a frase “você se envolve mesmo com os personagens e as histórias”? Você lembra bem disso.

Você pensaria, vendo aquele filme em sua casa aconchegante com sua esposa, se eu estou no Brasil ou na França. Pensaria como eu estou lidando com o francês na minha vida e tentaria lembrar de todos os textos que eu te mandei com tanto amor em cada palavra. E eu acredito que seja nesse momento que você perceba que eu lhe entreguei meu coração ferido e quebrado para que você cuidasse porque eu nunca confiei em alguém como confiei em você.

And I will try to fix you. Como coldplay conseguiu definir tudo que aconteceu em apenas uma frase? Tudo foi construído na base do conserto. Eu tentei consertar você e colocar tudo no lugar certo. Eu sabia como estava doendo e queria que você fosse feliz. Eu chorei com você, eu senti sua dor e queria poder transferi-la toda pra mim, apenas pra te ver feliz e sorrindo, mesmo que isso significasse você ir embora, exatamente como você foi.

Eu apenas queria ter conseguido te consertar a tempo e que você não tivesse ido embora com essa cicatriz. Você disse adeus, mas eu teria muito mais tranquilidade se esse adeus viesse de um peito sem cicatriz. Eu queria te consertar. Por que você me disse adeus tão rápido?

Você também tentou me consertar antes do seu adeus. Mas você é diferente de mim e me surpreendeu. Eu esperava sua mão quando eu estava prestes a cair, mas você me deu as costas naquele momento. Eu não pude acreditar que aquilo estava acontecendo. Quantas vezes mais meu coração teria que suportar um adeus?

Você me consertou inúmeras vezes, você me segurou, me ajudou, me fez substituir lágrimas por sorrisos. Mas naquele dia foi diferente. Você me deu as costas. Eu ainda não estava acreditando. Eu dei um passo para trás. Já tinha aprendido como dizer adeus. Eu não era tão fraca como você imaginava. Aquela situação era diferente, admito. Eu já tinha aprendido a ir embora, mas nunca a deixar outra pessoa ir. Eu te deixei ir e aprendi como isso é liberdade própria.

Depois de filmes, playlists, livros eu tive que fechar os olhos deitada no sofá. Respirei fundo algumas vezes. Sinceramente, eu não saberia contar quantas vezes foram necessárias para me sentir viva. Eu abri os olhos que ainda liberavam lágrimas para rolar por meu rosto.

Eu não me importava de chorar por você. Eu era Emma, lembra? Eu sempre soube amar como se deve amar. Todos que já passaram pela minha vida e receberam amor de mim podem confirmar que eu sei amar, mesmo que eu sempre termine com um adeus. Eu sempre amo outra vez. Eu choro porque eu sei sentir. Mas meu coração começava a aceitar lentamente que você nunca seria meu Dexter. Você nunca poderia mudar por mim e nossa vida nunca seria nem metade daquele filme. Eu nem sabia se você realmente lembraria de mim algum dia.

Mas eu sabia que iríamos nos ver novamente. Meu coração não estava ansioso para isso. Eu sentia dor por apenas pensar nisso. Talvez nos veríamos em uma esquina qualquer. Pense em nossos olhos se encontrando novamente. Eu, sentimental, ainda lembraria dos traços do seu rosto sorridente como naquele dia. Mas você não lembraria de nada, afinal, você é desapegado demais. Eu já conseguia me imaginar desviando o olhar. Talvez minha amiga esteja comigo e segure minha mão naquele momento como um gesto de “tudo vai ficar bem”.

Eu deito em minha cama e penso em inúmeras possibilidades. Uma rua, uma loja, uma festa, um Shopping... tantos lugares possíveis para promover esse encontro de olhos tão cúmplices, de duas almas que compartilharam tantos segredos obscuros. Os meus mais obscuros que os seus. Não diríamos nenhuma palavra, mas meu coração estaria morrendo aos poucos naquele dia. Eu já podia imaginar. Fingiríamos não nos conhecer porque, de fato, nos desconhecemos naquele dia com aquele torto adeus.

Eu não sei quantas vezes ainda vou te ver nessa longa vida que passa tão rápido. Não sei quantas vezes vou chorar ao te ver até me sentir livre e recuperada. Até me sentir curada. Não sabia quantos dias ainda pensaria em você o tempo inteiro com todo o meu dia girando em torno do seu nome.

Seu nome. Quantas vezes eu ainda tremeria apenas por ouvi-lo? Eu não faço ideia. Mas sei que cada dia é menos um. Isso me mantém forte, me mantém viva, me mantém respirando e caminhando. Eu te disse, em meio a inúmeras palavras e sentimentos, que estaria aqui até o final. Não sabia que o final estaria apenas há alguns dias de distância. Mas, mesmo se eu soubesse, nada mudaria. Eu prometeria exatamente a mesma coisa. Ficaria se o final fosse há cinco minutos ou há cinquenta anos de distância.

Quantos lábios eu beijei, quantas mãos percorreram meu corpo, quantos corpos minhas mãos tocaram, quantas pessoas eu conheci, quantas vozes ouvi, quantos sorrisos vi, quantas histórias escutei, quantas conversas tive, quantas aventuras vivi. Mas foi você, independente de qualquer coisa, quem ficou mais marcado dentro de mim.

Eu ainda beijaria muitos lábios, tocaria muitos corpos, seria tocada por muitas mãos, conheceria muitas pessoas e decodificaria muitos sorrisos e olhares. Um dia eu superaria você e entregaria meu coração a outra pessoa que não me viraria as costas dizendo um adeus doloroso. Eu ainda era tola de acreditar nisso. Mas é exatamente disso que se trata. Eu tenho a esperança para me manter viva e saber que, um dia, te olharei na rua e será mais um desconhecido visto por olhos que já conhecerão outras incríveis pessoas.

Eu estive aqui até o abrupto final, eu comecei um processo de recuperação e lutei para saber te deixar ir. Apesar de tudo, eu digo que valeu a pena te conhecer. Diferente de qualquer outro homem que passou, você me mostrou que sabe amar, mesmo que tenha amado apenas ela.

Espero que um dia lembre de mim. Assim como espero um dia esquecer você e aceitar que nos desconhecemos na madrugada que você me disse adeus.

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O melhor presente de 2016.

Já estamos em 2017, mas eu não poderia deixar de relembrar aqui o melhor momento do meu 2016 e, talvez, um dos melhores momentos da minha existência. O voluntariado dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Trabalhar como voluntária nos jogos de vôlei, que é um esporte que eu amo, com uma equipe linda que me recebeu de braços abertos e me fez viver momentos inesquecíveis é, de fato, um grande presente da vida. Além de conviver com todos os jogadores e comissão técnica, ver tudo acontecendo de pertinho e saber que, mesmo que com um grãozinho de areia, eu colaborei para que os Jogos fossem tão maravilhosos como foram.

Não é possível descrever em palavras a tamanha alegria que eu sinto de ver tudo que vivi, tudo que aconteceu e tudo que eu tenho guardado na minha memória e em inúmeras fotografias. Momentos inesquecíveis que nos fazem lembrar que a vida vale a pena. Não é porque tivemos um ano ruim que devemos deixar de acreditar na felicidade. Todos os anos tem seus momentos bons, nós precisamos apenas saber relembrá-los.

Aos jogadores, aos torcedores, aos voluntários e todos que estiveram comigo nessa jornada que foi linda, meus sinceros agradecimentos. É algo que sempre levarei dentro do coração. 2016 foi um ano de difícil passagem, mas que valeu a pena por ter vivido essa experiência.

Memórias, eu nunca lhes direi adeus...

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Essa imagem me fez refletir muito. Muitas vezes não paramos pra pensar no papel de importância que amizades desempenham em nossas vidas. Amigos verdadeiros, aqueles que estão sempre quando precisamos, com quem conversamos, nos divertimos, brincamos e dividimos os melhores e os piores momentos, quem, na maior parte das situações, conhece-te mais que um familiar que convive todos os dias.

Um amigo é um bem precioso demais para não sermos gratos diariamente por tê-los em nossas vidas. É uma pessoa muito rara que é colocada em seu caminho para te ajudar a trilhá-lo com mais tranquilidade, mais amor e mais alegria. Um amigo está ali para te fazer feliz, para te amar e para ser tudo que você precisa para se inspirar a deixar sair o melhor de você.

Um verdadeiro amigo te diz as coisas, boas e ruins, que precisa ouvir na sua cara, mas quando fala sobre você para outra pessoa, rasga elogios. Amizade é uma preciosidade que nem todos conseguem conhecer na vida. Porque, na verdade, você precisa ser verdadeiro, ser sincero, ser amável e ser bom para ter esses anjos em seu caminho. É um presente de recompensa por bondade.

Um amigo de verdade sabe quando você precisa de ajuda, mesmo que você não diga nada. Ele sabe que, apesar de brigarem de vez em quando, o amor nunca muda e você sempre estará ali. Sempre o apoiará, sempre dará o amor que ele precisa, mas, acima de qualquer coisa, sempre será verdadeiro, independente das consequências da verdade.

Um amigo está ali pra você e te ama como você é. E ele nunca vai embora. Você o ama também e nunca sente vontade de se afastar. Quer vê-lo sempre sorrindo e sacrifica o que for preciso para que tudo fique bem na vida dele quando não está. Isso porque a amizade é reciprocidade. Você é pra ele exatamente o que ele é pra você.

Mesmo que, em alguns momentos, alguma das partes se irrite, brigue ou se afaste porque precisa de um tempo, é normal. Uma pessoa pode ser uma amizade verdadeira, mesmo precisando, em algum momento da vida, tomar seu próprio tempo para si mesmo.

Se um amigo, que sempre foi especial, não está mais em sua vida, não era um amigo verdadeiro. Em algum momento pareceram, mas não foram. Quando é de verdade, também é pra sempre. Pode existir distância, obstáculos, discussões temporárias, mas o amor não morre nunca.

Esse texto é especial para meus anjos, aqueles que estão na minha vida e não vão embora. Distribuem amor, alegria, conselhos e carinho. Para todos que leiam e saibam que são esse anjos que carrego, meus sinceros agradecimentos e minhas sinceras e eternas promessas de reciprocidade pra todos os sentimentos bons que me proporcionarem.