Sou apenas um ponto no universo. Sou um mero rascunho da vida. Um projeto inacabado de ser humano. Amante da Literatura que esmaga crânios, apaixonado pela arte que é como fogo, intensamente excitado por tudo aquilo que não cabe em palavras.
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Tenho muito para te falar antes do raiar sol, mas sei que as trevas noturnas recuarão à primeira eloquência e não me deixarão dizer-te o que há muito resguardo nas profundezas lúgubres de meu peito. Agora, sob a luz tímida de uma simples vela, escrevo delírios ininteligíveis ao restante do mundo, pois cada palavra, cada verso, cada linha deste amor latente, só é compreensível aos olhos quase fechados de nosso romance. Sinto imensa vontade de vê-la atravessar a porta que mantenho entreaberta e colocar cada coisa em seu devido lugar. Arrumar a bagunça, tirar a poeira das doces lembranças, acender as luzes de nossas carícias e colorir com teu sorriso as paredes pálidas de minha alma. Mas bem sei que estou envolto em quimeras… Tenho consciência de meu ar patético… Afinal, como posso ter fôlego para sonhar dentro do abismo? Se ao menos eu pudesse te ver agora… Eu seria mais que feliz. Seria intensamente feliz. Profundissimamente feliz! Porém, eu não te vejo além dos retratos corroídos pelas traças que me acompanham muito antes do nascimento de meus cabelos brancos. Eu não te tenho além de me minhas memórias, e se ainda te beijo com volúpia, é por não ter deixado que a vida corroesse o instante em que tua mão tocou a minha pela primeira vez. Lavínia… Chilenita… Remédios… Emma… Elisabeth… Não importa que personagem eu te atribua, eu sei que te amarei quando o primeiro raio de sol me atingir a face e eu sentir com os olhos ainda lassos que teu corpo não aquece mais o meu. Os cadernos já cansaram de minhas lamúrias, meus amigos já não dispõem seus tímpanos às minhas queixas… À tua partida, só me restaram saudade e dor e ainda que eu as deteste profundamente, sem nenhum impedimento as ofereço morada todas as vezes que releio os poemas que dediquei ao nosso amor. Oh, como eu daria tudo que tenho agora para encostar minha mão trêmula em tua face e mais uma vez te entregar todo o amor que resguardo em meu peito com apenas um olhar. Meu amor, volta. Pelo menos por um instante, divide a mesa comigo e me dá o prazer de tua delicadeza. E ainda que me doa… Ainda que meu coração se parta ao meio… Diz qual estação roubou teu sereno canto de mim.
Ítalo Jardim
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Trova I
Tenho praticamente certeza De que não há maior infelicidade Que casar-se com a tristeza E ser amante da saudade.
Ítalo Jardim
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Tal qual como eu
Cortaram as asas de um pobre passarinho E agora o vejo rastejar forçosamente Sob um limbo desgastante e indecente Que já não permite que ele veja o próprio ninho. O enxergo tão distante, a se mover sozinho E não há viva alma que caridosamente Com solicitude o leve novamente A quem tanto lhe ofertou carinho. Tão pequenina criatura, já não tem a felicidade De voar imponente com a liberdade Que lhe foi entregue pela natureza... Pode ser que seja sonho, mas me vejo Neste passarinho que teve seus desejos Mitigados por uma vida sem beleza! — Ítalo Jardim
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Mané
(Para Carlos Drummond de Andrade) E agora, Mané? o gás acabou, a luz se cortou, o prefeito sumiu, o menino chorou, e agora, Mané? e agora, você? você que tem fome, não tem pão com ovo, vive num inferno, num vão de favela, e agora, Mané? Está sem sua fé, em trapos imundos, não vê um caminho, já não pode comer, já não pode sonhar, não tem água no pote, o armário secou, não há nenhum meio, o negócio tá feio morreu a alegria e tudo findou e tudo ruiu e tudo esgotou, e agora, Mané? E agora, Mané? sua pouca mamata, seu pequeno casebre, seu copo de rum, sua motocicleta, seu salário que é pouco, seu chapéu já puído, sua vil inocência, sem pódios - e agora? Sem diploma na mão, quer abri a porta, mas não teve escola; quer se aposentar, mas o estado não deixou; Quer ir para cima, mas só anda pra trás. Mané, e agora? Se você lutasse, Se você se mexesse, Se você mostrasse a voz da sua gente, se você rugisse, se você marchasse, se você se erguesse... Mas você não se ergue, você é conformado, Mané! Sozinho em seu mundo qual um favelado, em uma periferia, um bicho de rua que vive a labutar, sem digno emprego que mude sua sorte. você sofre, Mané! Mané, até quando? — Ítalo Jardim
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Seu tumblr me inspira, obrigada por estes áudios maravilhosos ♥
Linda 😗
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Lindooo teu tumblr, adorei tudo... Boa noite! 💙 +ff
Boa noite. Muito grato.
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Olá, amando tudo isso aqui. Poderia escrever um poema sobre saudades? Beijos!
Tenho muitos sobre... Postarei algo em breve. Obrigado.
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A janela de meu curral
Vivo constantemente o terrível espanto De ver através de minha pálida janela Uma bela cidade cheia de mazelas Com tremenda miséria, por todos os cantos. Só há preto e branco nesta vasta aquarela Que pinta as vielas deste triste recanto Deixando nos rostos a marca dum pranto Que tira o encanto de minha favela. Aqui, José, já sabe o seu fim derradeiro: Será mais um trabalhador sem rosto — hereditário servente de pedreiro... Carregando nos lábios o amargo desgosto De saber que neste curral brasileiro Alguns animais são mais iguais que outros! — Ítalo Jardim
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Você escreve como se tivesse seu coração partido,você escreve de um jeito emocionante e pelo o que eu li,parece que joga todos seus sentimentos à cada linha que compõe.Acho bonito como escreves tão bonitamente.
"Eu podia morrer todos os dias em que não escrevo"
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Sensacional meu querido! Partilhamos da mesma boa e velha pente perdida? Mande alguma da Florbela Espanca? Abraços mestre!
Farei o possível para atender seu pedido. Um grande abraço!
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Boa noite, meus queridos (a). Que poema vocês gostariam que fosse recitado aqui?
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Estou um tanto quanto encantada com esse cantinho aqui. Me identifico cada vez mais, cada vez que me deparo com oque escreves por aqui. Parabéns! 💙
Muito grato por tão bela mensagem ❤
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Conheci "você" através do tumblr Obnubilador, e seus escritos foram alguns dos mais bonitos que já vi rodando por aí, alguns literalmente me fizeram chorar. Você é um excelente escritor, e estava com saudades de ver novas publicações suas. Fico feliz de poder "te achar" pra conseguir ler mais pérolas maravilhosas como as que tu escreve. Obrigado por cada palavra que escreve, são libertadoras.
Muito obrigado pelo imenso carinho. Espero poder continuar fazendo o que tanto gosto de fazer. Um grande abraço! P.S: eu também acabo quase sempre chorando.
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