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Planeta 94
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planeta-94 · 3 years ago
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'Kate' (Dir. Cedric Nicolas-Troyan; 2021)
A um tempo atrás eu descobri que o Miyavi, um cantor japonês que acompanho desde os meus 18 anos, estaria em um filme de ação de porradaria da Netflix: 'Kate', e como fã besta que eu sou eu fui ver, e acabei tendo uma boa surpresa. 'Kate' é mais uma tentativa hollywoodiana de emplacar uma versão feminina bem sucedida do John Wick, na trama, a protagonista do título é uma assassina de aluguel que é envenenada com um elemento radioativo (polônio 210) por um rei do crime japonês, com apenas 24h antes que a radiação destrua por completo o seu corpo, ela decide gastar esse tempo a procura desse líder criminoso para ter sua vingança.
Não me entendam errado, 'Kate' não é nenhum manjar turco, mas nossa, como ele é um filme divertido. A história é bem simples, mas funcional, e o que falta em criatividade no roteiro a direção compensa com cenas de ação impecáveis. As sequências de ação desse filme são impressionantes de tão bem dirigidas e coreografadas, o diretor Cedric usa e abusa da criatividade na hora de explorar ângulos, movimentos e de brincar com a nossa noção espacial, tudo para aproveitar o máximo possível do trabalho de Akihiro Haga e Hiroo Minami, os coreógrafos do filme, e usando e abusando da criatividade na hora de aplicar os efeitos de gore. Além disso o filme consegue ter bons momentos de humor inesperados, o tipo de alívio cômico desse filme é o melhor possível, é daquele tipo que você não vê chegando, funciona e o mais importante: não atrapalha a história.
Talvez o ponto mais fraco do filme esteja na hora que ele tenta ser emotivo, as cenas mais dramáticas não convencem, o diretor não consegue romper a plasticidade estética que emprega muito bem durante o filme para conseguir fazer essas cenas funcionarem.
'Kate' não é o filme de ação mais mirabolante possível, mas ele foi memorável e impressionante o bastante para me conquistar, é um daqueles filmes que você pode só descansar o cérebro um pouco e aproveitar a viagem que ele te apresenta, e tendo em vista a nossa realidade dos últimos dias/meses/ano eu tava precisando mesmo me desligar em uma trasheira de ação por um tempo...
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planeta-94 · 3 years ago
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‘Evangelion 3.0 + 1.0: Thrice Upon a Time’ (Dir. Hideaki Anno, 2021)
Depois de anos de espera, finalmente esse ano o último capítulo dos remakes em filme de 'Neon Genesis Evangelion' está entre nós, e que surpresa maravilhosa esse último filme da franquia de animação é, cada parte desse filme transborda com o carinho que a equipe por trás dele tem por cada personagem e por cada ponto dessa história, é um final comovente e merecido para uma das séries animadas mais influentes da história, só tenho um problema com esse filme, ele é o quarto em uma sequência de três filmes terríveis.
Eu nunca entendi muito bem a motivação tão grande de Hideaki Anno para fazer esses filmes, a série original e seu filme de encerramento são obras primas impecáveis, com uma mensagem bem clara e marcante e uma influência que apenas grandes nomes da industria alcancaram, a motivação por trás de um remake de 'Neon Genesis Evangelion' sempre pareceu para mim a mesma motivação da Disney com seus remakes atuais: reapresentar a obra para um publico novo e embolsar mais grana. (E sim, eu ja vi todas as desculpas e teorias que a equipe e fãs criaram para justificar esses remakes, e não, nenhuma me convenceu)
Os dois primeiros filmes desse remakes, ou 'rebuild' como são chamados, são filmes corridos que recortam e recapitulam (e mutilam) os episódios da série original de maneira tão grosseira que fazem até mesmo aquele clip show lançado como filme depois do final da série parecer bom em comparação, esses filmes perdem tudo o que 'Neon Genesis Evangelion' tinha de bom, e destacam toda a parte clichê da história. Mas a pior parte vem com o terceiro filme, um frankenstein defeituoso feito de partes do conceito original da série com partes de ideias novas que não se encaixam, se contradizem, e no final de tudo soa como um filme que não sabe em que direção quer ir e acaba não indo para lugar nenhum. E eu posso soar como alguém saudosista, que é contra remakes, mas não é isso, eu gosto de remakes, gosto de ver artistas diferentes interpretando uma mesma história, gosto de ver como pessoas diferentes e gerações diferentes interpretam e enxergam um mesmo tema, mas isso tem que ser bem feito.
'Evangelion: 3.0 + 1.0 Thrice Upon a Time' traz tudo o que me cativou na série original, os personagens incríveis e suas lutas internas, suas cenas de ação épicas e sua mensagem é dita de maneira clara sem parecer um discurso batido de auto-ajuda, mas por melhor que seja, esse filme não é bom o suficiente para me fazer perdoar os seus antecessores, ou me fazer vê-los de outra maneira, então não tenho como recomendá-lo, não acho que valha a pena passar por três filmes ruins para chegar num quarto satisfatório. 'Neon Genesis Evangelion' sempre vai ser uma série incrível que tem um local especial no meu coração, e com um legado absurdo para a história não só das animações japonesas mas para o cinema em geral, quanto a esses remakes, não me estranharia se fossem esquecidos por completo daqui a um ano.
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planeta-94 · 4 years ago
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 ‘The Bedroom Window’ (Dir. Curtis Hanson, 1987)
Uma boa premissa muitas vezes é o suficiente para chamar a atenção em um filme, mas são poucos os filmes que conseguem desenvolver suas ideias e aproveitá-las em todo o seu potencial, felizmente o neo noir ‘The Bedroom Window’ (’Uma Janela Suspeita’ no Brasil), é o tipo de filme que consegue aproveitar todo o potencial que sua premissa oferece.
Na história, Terry é o amante de Sylvia, a esposa de seu chefe, e um dia, em um de seus encontros secretos, Sylvia acaba presenciando uma moça sendo atacada por um maníaco, mas devido a situação que está ela não quer ir a policia testemunhas o que viu e reconhecer a vítima, movido por um senso de moral, Terry resolve dizer que foi ele quem testemunhou o crime e guiado por sua amante resolve entrar em uma investigação junto da policia e da vítima para encontrar o culpado.
Guiado de maneira magistral por Curtis Hanson, a trama do filme é criativa e consegue capturar a atenção do expectador de maneira ímpar, com seu roteiro dinâmico, reviravoltas criativas e inteligentes, desde o seu início que é um mistério de detetive padrão, até o jogo de gato e rato do fim a história consegue nos cativar a todo momento. A direção faz releituras de clichês de maneira criativa, e cria através deles uma trama impactante e marcante.
Por mais que o o nome de Steve Guttenberg não desperte confiança, e ele não convencer como o galã que o roteiro pensa que ele é, ele executa bem o seu papel, mas a musa do filme com certeza é a femme fatale interpretada por Isabelle Huppert, ela consegue dar vida a personagem de maneira magistral, criando uma personagem marcante digna dos clássicos do gênero. Do outro lado da trama Brad Greenquist convence bem no seu papel de vilão perverso, nada muito memorável, mas eficiente dentro do que o roteiro pede dele.
‘The Bedroom Window’ não reinventa a roda, mas é um thriller divertido e bem acima da média, com certeza um filme subestimado  e meio esquecido que vale a pena ser redescoberto.
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