phoughts

[phoughts]

heaven

[phoughts]

אורים ותמים #104

a mais forte brasa dessaturada se esvai, o mais puro orvalho da árvore cai. a felicidade ardente, sufocada, acaba; o destino nublado se resume a nada.

a amizade vira rotina, o tédio, finalmente, culmina. a metamorfose cansa. a última lágrima o olho lança.

o músculo não sustenta mais o sorriso. a cruz sinaliza o paraíso. o oxigênio dá lugar ao metano. a quietude vira cotidiano.

o orgânico é celestial. a alma, finalmente, volta a seu estado inicial. o fim é o começo, e o começo é o fim. se for de sua vontade, que revele o urim e tumim.

[phoughts]

have you seen us?

[phoughts]

ai sério que piada kkkkkkkkkk vsf #103

eu estou furiosamente ainda apaixonado. quando vi seu comentário, comecei a chorar de ódio, sabendo que talvez ainda estou bloqueado, mas que, de qualquer modo, você fez questão de comentar.

eu não pedi sua opinião, e eu não pedi sua atenção. óbvio que a quero, óbvio que a pediria, mas, claramente, eu não fiz e com certeza não faria.

então por quê? que você me odeia é fato. já eu te odeio por me odiar e por saber que não conseguiria, do meu crime, me inocentar, por me obrigar a enxergar esse meu defeito inato.

mas, já que esse rancor é reciproco e pulsante, por que ainda guardo seu livro em minha estante? por que faz questão de mostrar que minha review você leu? quem aqui é o cíclope? quem aqui é o odisseu?

[phoughts]

i Imagine what my body would sound like slamming against those rocks

hyperballad - björk

[phoughts]

cápsula do tempo.

olá, futuro segundo, minuto, ano, milênio. aqui é o erick de 10/01/2025, às 19:26 que vos fala. quero contar um pouco do que aconteceu, está acontecendo e do que acredito que vá acontecer comigo.

nunca estive tão orgulhoso quanto ultimamente deste tumblr. reli vários poemas e acredito que são pertinentes em minha vida até hoje. as pessoas pelas quais escrevo mudam, mas o motivo permanece: a falta ou o excesso de amor. tenho passado por maus bocados sentimentalmente e relembrar de algumas situações servem como um alívio cômico ou um consolo de alguém que me entenda, mesmo esse alguém ser eu mesmo. é bizarro e egocêntrico demais pensar nisso, então eu não penso e só me permito.

desde meus 14 anos eu quis ser cineasta. foi um documentário sobre o spielberg que me motivou, mas a certeza veio durante a pandemia, cerca de um ano e meio depois. desde então, venho estudando por fora, assistindo filmes e dia 26 de novembro de 2023 fiz a prova para entrar na faap. sempre tinha sonhado em estudar lá. passei em 5° lugar no curso. após combinar com meu pai de racharmos o financiamento, que findaria em 2032, comecei a estudar em 2024. até julho, estava ótimo! já tinha até dirigido, produzido, roteirizado um documentário ensaio autoral! paguei todas as mensalidades graças ao trabalho que tinha conseguido junto ao meu pai. até que a empresa faliu. eu não consegui um único emprego e ele segurou as pontas até setembro. então estamos com literalmente o nome no serasa graças às mensalidades atrasadas. dito isso, não irei conseguir renovar minha matrícula para este ano.

devido ao desespero para pagar o que estava devendo, comecei a trabalhar em um restaurante que já havia trabalhado meses antes. aquela tinha sido minha pior experiência profissional e o que eu pensava que era ruim, ficou tenebroso. não havia um único dia que eu não sofria algum tipo de assédio moral ou por vezes até sexual. enquanto eu passava esse inferno, meu celular quebrou, assim, me afastando mais e mais dos meus amigos... até que um dia, minha chefe fez um funcionário chorar e convocou uma reunião para avisar que eu tinha que dar meu sangue naquele dia porque se não eu seria demitido; para aquilo servir como exemplo do que ia acontecer um por um. como se não bastasse isso, um funcionário, que já tinha me chamado para ir para a casa dele, sempre me "cantava", chegou até a apertar meu braço levemente, disse "oi, menino" com um tom nojentamente malicioso. eu sustentava tudo isso porque eu precisava pagar minha faculdade, mas com minhas esperanças se esvaindo como areia em um funil, mais os abusos, mais a solidão, finalmente me demiti. agora tenho que procurar um emprego com o intuito de viver para trabalhar. sem perspectiva nenhuma para o futuro...

já a minha vida amorosa está igual minha conta bancária: negativa. me envolvi com um garoto muito bacana, porém virgem. pode parecer até piada, mas esse foi o motivo de nosso rompimento. pós término, prometemos nos presentear natalinamente. chamei-o e com as palavas mais secas fui recebido. o presente é um rolo de super 8 com a duraçaõ de 14 minutos colorida e sonora. a filmagem é buenos aires nos anos 70. comprei em um sebo perto de casa e perguntei a história. o vendedor disse que um milhonário, dono de uma empresa de ônibus para viagem, documentava diversos destinos para promover sua marca. basicamente, era a propaganda. assim como eu, esse garoto é colecionador de discos de vinil e ouvinte assíduo de bandas ou artistas dos anos 70. por algum motivo que ainda tento decifrar, em nosso primeiro encontro ele mentiu de forma claramente mentirosa, ser argentino e que lá é seu país. juntei o criativo, o amável e o agradável e comprei essa fita. agora eu não sei se a devolvo para o vendedor e pego outra cosia, se a queimo ou simplesmente espero um milagre.

apesar dos pesares, ainda estou aqui. tentando superar tudo isso e vivendo a vida um dia por vez. eu engatinhei com meses, corri e venho correndo desde meu primeiro ano de idade. hoje reconheço que regredi e voltei a engatinhar. aprendendo a viver aos poucos. muita coisa foi perdida, de fato, mas não tudo. e essa é a razão de estar escrevendo essa carta; com o propósito de registrar o agora e consolar o futuro.

vai dar tudo certo. take care of yourself.

erick de 10/01/2025, às 20:07

[phoughts]

the disintegration loops #102

a lágrima escorre devagar, tal como seu exausto corpo que a transborda. exausto, violado, inerte, sem saber o motivo pelo qual acorda; mas, de qualquer modo, desperta ao som do alerta programado e assim levanta, respondendo o anônimo chamado.

quem o chama? por que o chama? não o vê, puído, sem propósito, esperança, com seu corpo destruído? quem tem a malícia de acordar quem quer ter o sono eterno? quem tem a maldade de desrespeitar sua vontade e o remeter a esse inferno?

arrastando o corpo, arrastando o copo, arrastando a mesa, sendo assediado por um homem e zombado por uma presa. mas o verdadeiro preso é o corpo a esse trabalho que é viver, vagando sem vontade e submetido a esse obedecer.

a esse que o faz acordar, a esse que o faz chorar, a esse que o faz desquerer, a esse que não o deixa morrer.

[phoughts]

sexo é escolha, amor é sorte

[phoughts]

quatro e duas, mas um? #101

um amigo disse que eu uso sexo como um meio, e meio que ele está certo... a tensão e a atenção que bombeiam quando chego perto explodem sem nem conseguir encostar no freio.

eu vejo, eu sinto uma sensibilidade em um ato animal, uma ação muitas das vezes casual, uma relação puramente carnal, com uma estrutura próloga mútua, um desenvolvimento autocêntrico e um elixir final.

e, apesar da ciência e racionalidade em mim muito bem elaborada, minha consciência perdura pesada. por algum motivo, eu insisto que o vermelho não é sobre sangue, e sim sobre amor, mas até a pessoa mais desalmada sente essa cor.

minhas veias ficam enrijecidas, ou pela secura desse órgão ferido, ou pela exceção dessa libido de passar uma noite e terem todas expectativas supridas.

[phoughts]

i felt aglow like this never before and never since

[phoughts]

loml #100

é estranho receber o que eu ganho e mesmo assim me sentir como sinto: não merecedor desse teu intenso amor tinto.

tinto era o sangue que corria e escorria pela minha epiderme, enquanto germinava aquele amor germe. e cresceu desenfreado em meu coração, parasitando meu cérebro, já doente, com a pior das doenças: a paixão.

ainda tento me curar daquela mazela maldita, mas me esforço em inseminar qualquer sua ação que a imita. mesmo te vendo, soltando aquele sorriso de orelha a orelha, ainda careço da cegueira mórbida que em minha mente ainda aparelha.

eu quero sentir aquilo de novo, mas agora em sua companhia, e, por estarmos tão sãos, o máximo que consigo é a felicidade fria, momentânea, saudável, plácida, ciente, sem a ferida que dói e não se sente; o contentamento descontente.

[phoughts]

ah, um dia, qualquer dia de calor é sempre mais um dia de lembrar a cordilheira de sonhos que a noite apagou

[phoughts]

norwegian wood #99

eu não sei nem o que falar. do corpo trêmulo, inconsciente, do semblante sério sorridente, da pinta de artista e inspiração no ar...

eu me arrependo? sim, sem pensar duas vezes, mas me arrependo do quê exatamente? não importa o quanto eu tente, esse sentimento pesado só pesa mais no decorrer desses meses.

já cogitei em te chamar em inúmeros pensamentos, em escrever, dirigir, produzir esse que o sente, mas quando você levantou sem falar nada, levou contigo a lente, e agora não passo de espelhos tentando capturar os perdidos momentos.

ao pensar em tudo o que podia ser, meu coração bate com medo, bate com remorso, bate com terror e bate de forma ardente pelo ódio de decisões tomadas por uma confusão inocente, me matando engasgado com a brisa desse sangue azedo.

[phoughts]

ele é irônico é só irônico

[phoughts]

platonismo consciente #98

é tão divertido ser emocionado porque fantasio cada absurdo como, por exemplo, eu ser um curdo, apatrida, já que não existe um cep ao seu lado

amo fingir ser a taylor swift escrevendo a rima mais óbvia e chinfrim say e anyway, lie e by, car e bar e a única rima que consigo pensar é "lar" mas, afinal, é o que eu sinto acordando em seu peito e jamais querendo que isso tenha um fim

ser emocionado é engraçado em segredo, fico fantasiando situações que talvez nunca vão acontecer como, por exemplo, me apresentar e seu trisal me conhecer e eu te declarar para deus e o mundo como meu melhor e mais dotado namorado

faz nem uma semana mas imagina você dizer que me ama? tenho noção que é extremamente sem noção mas não controlo nem minha mente, o que dirá meu coração

[phoughts]

quem é você? eu já não sei.