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Aos 12

Às 12

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sou uma garota de sorte

Tenho sorte de ter encontrado o amor tão cedo na vida.

Tenho sorte da minha primeira casa longe dos meus pais ser tão boa,

tenho sorte de ter encontrado bons amigos (mesmo que tenha encontrado amigos ruins)

Tenho sorte de ter encontrado o que faz a minha vida feliz cedo.

Sou tão jovem e tão sortuda.

Tiro fotos dos momentos antes que eles se vão, antes que els voem pela janela, antes que o tempo passe, antes que a minha sorte acabe, pra lembrar depois o quanto tenho sorte apesar dos apesares.

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É o meu tumblr né?

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As cartas de suicídio, a Patrícia e a Teresa, a caixa e as novas oportunidades

Eu estive pensando um pouco sobre essa questão de romantizar o passado e tirei uma conclusão sobre a situação. Contextualizando: encontrei uns textos antigos de uma versão minha com muita raiva, tristeza e mágoa. Uma Giovanna de 7 aos 13 anos que escreveu pelo menos 3 cartas suicidas. A mais antiga foi de 2008, estive pensando quais os sentimentos que passam por uma menina de 7 anos que se despede da família para morte? O que a impediu de consumar o fato durante os 8 anos seguintes até finalmente tentar? Como eu pude passar 8 anos imersa em pensamentos suicidas e nenhum único indivíduo minimamente responsável por mim percebeu?

Em setembro de 2016 eu tomei uma cartela completa de AS. Tentei ficar sozinha no último andar da escada de incêndio esperando minha pulsão abaixar aos poucos, mas não queira morrer ali sentada no chão frio e sozinha, já tinha passado por solidão demais na vida.

Então eu sentei no auditório, estavam apresentando uma palestra qualquer. Sempre fui uma admiradora de palestras e palcos acredito no potencial de aprendizagem nem que sejam curiosidades sobre assuntos desconexos, mas nessa ocasião o que fez diferença para mim, que separou a vida da morte, foram duas pessoas sentadas na platéia. O palestrante não fazia ideia da grandiosidade da plateia que o contemplava, mas eu conhecia bem dois aqueles rostos, talvez eles me conhecessem melhor do que eu acreditava.

Me sentei na platéia como qualquer um, mas ela se aproximaram de mim, duas pessoas que eu olhei nos olhos e sabia que acreditavam em mim. Pude sentir uma compaixão que não esperava. Elas me perguntaram se estava "tudo bem", eu estava cansada de passar a minha vida inteira mentindo sobre meu estado e decidi que ali nos últimos momentos eu poderia ser honesta sem preocupação. Não, não estava nada bem e eu queria chorar, então chorei, nos braços confusos da mulher loira que me acolheu eu chorei como se toda água disponível no meu corpo fosse remanejada para essa única função. As lágrimas eram a lavagem da calçada na rua da despedida.

A fé delas em mim, me fez querer tentar mais um pouco, mais uma vez. Contei o que tinha acontecido e elas me socorreram. Depois de todo trâmite médico eu fui encaminhada para o acompanhamento psicológico. Bancada pelos meus pais negligentes completamente chocados e devastados pela tentativa de suicídio de sua caçula. Quem poderia imaginar não é?

Durante esse tempo de acompanhamento a psicóloga me perguntou como eu me senti, o que tinha mudado depois dessa experiência. Me agarrei as figuras desde muito nova, sentimentos são abstratos demais pra minha compreensão.

Os filmes de romance retratam uma jornada completa, conhecer, se apaixonar, dar uma merda e resolver a merda para serem felizes para sempre. É um passo-a-passo que me conforta. Se o na realidade o ser humano não fosse tão abstrato com os sentimentos todos os relacionamentos poderiam seguir roteiros como esse. Essa idéia me conforta, encarar as possibilidades, os cenários e analisar. Não dá para tocar e matemarizar a confusão na cabeça de uma suicida. Essa tarefa se multiplica quando vem de uma suicida criança. Entendi perfeitamente o estado de choque que ficaram ao meu redor.

Defini o momento pré-suicídio-pós como se eu fosse uma caixa onde as pessoas colocaram objetos que acreditavam que me pertenciam de alguma forma. "Giovanna é inteligente", "Giovanna é uma coroinha perfeita", " Giovanna é uma ótima líder", "Giovanna vai levar essa família pra frente com o estudo". Tanta coisa genérica que me delegaram a minha vida toda e eu acolhida como obrigação mesmo aquelas que me eram absurdas. Acontece que uma hora essa caixa ficou pesada demais, nada mais me cabia e eu tinha que carregas as projeções dos outros e nada fazia sentido para mim.

No meu ápice já não envergava mais como poderia carregar tanta coisa em mim e engoli uma quantidade de fármaco absurda para acabar. Se eu não fizesse aquilo teria que carregar tudo por mais tempo e eu não aguentava mais um segundo. Não tinha outra opção, era a minha única chance de sair, então eu fiz. Tranquilamente, 100% consciente das consequências e buscando por elas. A dor ia parar, minha família sofreria, mas ainda valia apena. Simples assim a morte era a única opção.

Depois disso tudo eu senti uma sensação de liberdade arrebatadora, claro que tinha que lidar com as consequências de uma tentativa de suicídio e passar por horas intermináveis de terapia, lavagem estomacal, fiscalização até pra remédio de gripe, meus pais falando comigo como se eu fosse quebrar ao meio a cada lágrima. Aliás essas parte de falar, meus pais ficaram meses super polidos com medo de me dizer qualquer coisa que possivelmente me magoaria e resultaria em outro suicídio. Eles eram reféns de como minha mente receberia toda e qualquer manifestação dos dois.

Senti que tinha virado a minha caixa, ela estava vazia, eu estava vazia e finalmente livre das amarras cruéis que me enroscaram. Agora eu vivo a minha vida construindo minha caixa sozinha, colocando as coisas que me convém nela e isso é felicidade. A minha vida antes, a Giovanna de 7 anos que queria morrer e matar é uma personagem de livro de muito tempo atrás. Tudo que era dor antes do suicídio parece que se foi, parece encoberto por névoa no fundo da minha consciência. Memórias distantes demais para reencontrar. Hoje em dia eu tenho me construído pedra por pedra.Então eu parei com isso de romantizar o passado, uma vida que leva uma criança de 7 anos a querer suicídio não pode ter aspecto positivo para ser romantizado. A minha vida agora é difícil, mas bem melhor. A dor não é definitiva, nem a tristeza e nem a felicidade. Mas agora eu tô cercada de possibilidades. Depois de cometer suicídio eu encontrei a oportunidade de viver, então de uma forma ou de outra eu consegui matar alguém.

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Espero que sua memória seja boa e que se lembre

Se lembre de mim

Se lembre de estar aqui comigo e de sentir tudo isso

Qual era a sensação?

Se lembre do que somos, fomos e o que poderíamos ter sido

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Meus textos estão cada vez piores e cada vez mais sobre qualquer merda

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Re nova

Acordo por voltas das 11hrs da manhã. Arrasto meu corpo semi nu até a beira da cama e deixo o lençol deslizar sobre minha costas e até meus pés enquanto me levanto. Abro a janela e sinto o sol de inverno nas bochechas, mãos e peito.

Todos os dias acordo uma mulher nova, renovada e renovada e renovada. Mas quando chega perto da hora de dormir, você ainda está online e tenho que resistir ao impulso de te puxar mais uma vez para minha vida.

Fez parte do meu amadurecer separar as coisas que são boas de verdade e as que são boas de momento. Você em especial é extraordinariamente bom no momento e trás consequências ainda mais extraordinárias. Essas consequências vão doer, vão rasgar minha alma e eu vou desejar não ter cedido.

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A minha bicicleta com rodinhas

Eu tô passando por um momento difícil. Diferente dos outros momentos difíceis que passei, estou sozinha dessa vez. Sozinha por que perdi você. De todos os momentos difíceis que já passei esse é o mais doloroso, pois estou sem a pessoa que me sustentava. É como começar a andar de bicicleta sem rodinhas, vou cair uma ou duas vezes antes de aprender a me equilibrar. Mesmo equilibrada em alguns momentos vou vacilar, nesses momentos vou sentir saudade das rodinhas. Mas quando eu me erguer, depois de um tempo que não posso contar, vou finalmente me acostumar. Nesse dia, vou olhar e sentir orgulho de mim mesma por ter superado esse obstáculo.

Como a boa saudosista que sou, vou sentir saudade as vezes, lembrar como era confortável e feliz. Porém, logo vou esquecer, vou lembrar do orgulho de andar sozinha e a saudade dá e passa.

Por agora, quero sofrer de amor e saudade. Sentir a perda em meu âmago, isso é novo para mim e quero curtir a nova sensação. Meu peito apertar, o estômago revirar, os músculos tensos e os olhos marejados. Por agora, não quero deixar de chorar e ainda quero andar de rodinhas. Estou tentando me agarrar as rodinhas, me agarrar a você. Mas as rodinhas estão se afastando, você está me deixando. Eu estou sofrendo e tá doendo demais Lucas, por favor não vai.

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Espere um momento, estou passando por outra crise agora.

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Se você quiser

Hoje eu pensei muito em você. 

Eu rego a sua lembrança como uma flor. Rego para nunca esquecer das coisas que floresceram aqui. Todas as coisas, cores e sensações que a sua presença trouxe à minha vida. Lembrei do seu sorriso e sorri, lembrei da sua gargalhada e ela me cortou o coração como uma faca. Doeu. Imagino que tenha doído assim quando eu inconscientemente te cortei o coração. Fui cruel.

Já escrevi esse texto uma vez, não sei se sou capaz de reproduzir todos os sentimentos que coloquei no primeiro, mas esse, como o anterior, ainda tem seu endereço no destinatário. 

Tudo que eu toco ainda tem você. Os gatos da minha janela dizem o seu nome na madrugada. Os raios de sol esquentam minha pele como um dia os seus abraços já fizeram. A água gelada cai nos meus ombro lembrando o seu toque fresco.

Fico procurando relapsos da minha memória nos seus versos e entrelinhas. Preciso disso para viver, eu preciso de você...Te consumir já é vital e por isso sou cruel. Quando eu era pequena achei que me tornaria uma adulta melhor que isso. 

Me pergunto se você é o destinatário ou se é quem precisava ser e não foi.

Em seguida no domingo atarde

Te feri ainda não te reconheço

ainda não me reconheço

A vida não acabou, isso sim eu reconheço. O ponto final que você colocou nessa história, como o ponto final de uma crônica do jornal de domingo. Um ponto gráfico no final de uma crônica de amor que você termina e vira a pagina para ler as noticias de esporte.

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Em cada linha que você escreve tento encontrar um resquício de mim, um breve passar da minha Imagem pela sua idéia. Mas eu não encontro nada. Eu não sou nem mesmo uma lembrança que se traduz nas suas frases.

Acho que nem sei mais que eu sou sem estar um pouquinho em você.

Em cada passo que você dá e em cada curva que faz no corredor, tento encontrar um resquício de mim, um breve passar das minhas mãos fantasmagóricas pelo seu corpo. Mas não encontro nada.

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Essas coisas todas sem explicação

Penso em você> penso em nós> penso em tudo que poderíamos ter sido

Com todos os poréns e contras. Com todos os meus defeitos e os seus. O que seria de mim ou até de nós sem meus surtos súbitos e meus gatilhos de 20 segundos de coragem. Devo reconhecer que a minha capacidade de ignorar todos os poréns e consequências dos meus atos nos momentos de decoração NUNCA me trouxeram retorno, mas sempre me deixaram dormir em paz sabendo que fui sincera comigo e com a outra pessoa. Você finalmente se encaixou em todos os aspectos do check-list sentimental do amor.

Pode ser a minha inexperiência ou imaturidade, são bons argumentos. Meu corpo e minha falta de liberdade, complexos mas justificáveis. Todavia, o que deveria vir acima disso tudo não é o amor? Se o amor é tão maior e mais forte porque você simplesmente não se arrisca comigo? Dê uma chance.

Quais são as justificativas que meu subconsciente pode me dar para me deixar assim refém de outro alguém e de suas vontades? Essa é a tal da paixão que cega e nos enlouquece? Quando eu vi já estava assim apaixonada e só Deus sabe como me sinto ingênua ao dizer uma coisas assim. Essa coisa, essas sensação e delírio nem a química, física ou biologia ME explicam. No sentido de nenhuma das explicações que as ciências me forneceram até hoje foram satisfatórias. Logo, não consigo compreender de onde vem ou para onde vai esse calor que rodeia o meu peito quando você ocupa minha mente e meu campo de visão. Quais são as explicações para a ansiedade, suor nas mãos, sorriso profundo e o instinto de querer estar ao seu lado, escrever para e sobre você ou falar de você?

Todos os meus amigos estão convencidos, apartir de meu relato rico em detalhes e tendenciado por anos de leitura árdua de fanfics, que você está tão apaixonado quanto eu, porém algo te impede, algo que nenhum de nós entende ou suspeita.

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Eu vejos os Gifs e os olhares dos namorados. Fico imaginando se um dia você me olharia assim e se olhasse como eu estaria vestida ou como meu cabelo estaria arrumado. Estaríamos na sua casa, na minha, na escola ou na casa do seu pai?

Sei bem que você não me olharia exatamente daquela forma, mas eu imagino qual seria o seu jeitinho de me olhar, por que eu lembro do jeito que você me olha e me deseja e me admira.

Eu esperaria por você se soubesse que realmente existia um cara por aí, um cara que valeria apena esperar, um cara que não jazia em um conto, mas no mundo. Toda a baboseira cristã sobre a virgindade, nem era tão boba depois de te conhecer e entender que realmente existia o tal do cara. O você é o tal cara que eu devia esperar, que me ama e me respeita, que faz do meu corpo um templo.

Me fez assumir um sentimento que eu sempre rejeitei. Quebrou tantas barreiras até chegar aqui e não quer o prêmio final, então o que você quer?

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"Pra mim você não é só sexo. Você é minha amiga"

"então, Deus me livre estar com alguém que não foi meu amigo antes de namorar"

"para de me olhar assim"

"assim como?"

"com esse olhar de tesão"

"eu sou a serpente do jardim do Éden adolescente"

"não tão místico"

"quando eu vi já tinha misturado as coisas. Eu tentei dizer a mim mesma que era só sexo, mas eu conheci você e agora é isso que eu quero."

"o que você tá fazendo?"

"só te olhando"

"o que você tá pensando?"

"em um baseadao"

"kkkk fala sério"

"tô sim pô e você tá pensando em que?"

"nada, só tô curtindo o momento"

"deita aqui e me abraça/ desliga a luz"

"me empresta uma blusa?"

"pega na gaveta"

"qual?"

"qualquer uma. Pra que blusa?"

"pra tirar essa calça e ficar mais confortável"

"n gosto de me arrumar acho q fico bem mais bonita com roupa normal"

" tá certa, fica mesmo"

" vc fez uma lista de coisas que tinha que cortar pra dar o próximo passo na sua vida

-maconha

-pegar geral

-eu"

" se agr vc desvendou tudo, descobriu o meu segredo"

"e não é?"

"é pô"

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Então é isso

Então é isso, não é? Tudo que me resta é ficar aqui no Tumblr lendo e relendo os textos que escrevi pra você.

Escrevendo e transformando as lembranças em palavras.

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Quadro

Eu queria pintar um quadro dessa cena. Nesse quadro eu queria transmitir a energia que se canalizava no meu corpo até os meus olhos.

O quadro perfeito conseguiria mostrar ao espectador todas as coisas que o meu olhar tentava te dizer. Você achou que aquele olhar tinha tesão e não errou, porém naquele olhar tinha muito mais que só tesão. Aquele olhar era de Paixão pura, eram os olhos de um corpo que fervia de paixão por você. Sentia que o meu corpo poderia desaparecer a qualquer momento feito fumaça por que eu estava fumegante. Desejo e paixão. A mordida nos lábios era sede do seu beijo. Meu cabelo sobre os ombros. A respiração ofegante. O brilho era um querer você inexplicável.

Nem o quadro mais perfeito do mundo, feito pelas mãos do artista mais talentoso e inspirado poderia transmitir todas as coisas que aquele olhar significou.

A minha lembrança de personagem e espectadora da paisagem mais linda que o seu retrato foi é a única coisa capaz de transmitir o mínimo do que aquele olhar significou.