Estudante de Jornalismo na UFMG. Aqui, algumas produções jornalísticas que já fiz.
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Historia que tú hiciste
"Senhoras e senhores, estamos diante de um dos maiores títulos da história do Real Madrid. E, cá entre nós, isso são palavras maiores"
Por Paulo Madrid
Diga monumental. Diga sobre-humano, soberano, inapelável. Ou diga, simplesmente, Real Madrid.
Um doblete (UCL + LaLiga) que não vinha desde 1958. O primeiro bicampeonato consecutivo da era moderna (formato atual) do torneio. Considerando a história geral, o primeiro bicampeão em 27 anos. Quatro gols marcados na final diante de um adversário que, até então, tinha sofrido apenas três gols em doze jogos na competição. Senhoras e senhores, estamos diante de um dos maiores títulos da história do Real Madrid. E, cá entre nós, isso são palavras maiores.
A Juve entrou melhor, mais forte, criando mais chances e ganhando as divididas. Via-se um Madrid bastante desconfortável em campo. Kroos, Modrić, Casemiro, Isco, Marcelo, nenhum deles conseguiu jogar, e o time, inevitavelmente, ficou sem articulação. A marcação alta dos italianos encaixou e isso dificultou bastante as coisas. A ação no campo ofensivo merengue limitou-se ao gol e pouco mais. Além da efetividade de CR e Carvajal, o outro ponto positivo foi que Casemiro anulou Dybala. O argentino não produziu nada e acabou substituído aos 78 minutos.
Falando em segunda etapa, foi quando os madridistas mudaram da água para o vinho. Uma exibição inesquecível. Zidane não trocou peças. Bastou mudar o desenho. O meio campo em losango deu lugar a uma linha de quatro. Isco caiu mais pela esquerda e "ativou" Marcelo. Kroos, sem ter o espanhol à sua frente, ficou de "cara para o vento", com espaço para ditar o ritmo da equipe. Modrić, à direita, ajudou Carvajal a conter o lado esquerdo da Juventus, onde Alex Sandro e Mandzukić incomodavam. Ofensivamente, Luka conseguiu boas infiltrações e confundiu o sistema defensivo juventino. O domínio foi completo. Os merengues abusaram das inversões de jogo, buscando abrir o campo ao máximo. A compactação e o posicionamento melhoraram e, com isso, finalmente os blancos conseguiram adiantar as linhas, retomando o padrão que lhes caracteriza. A Juventus ficou completamente sem saída.
Ao contrário do adversário, o Madrid aproveitou seu melhor momento na partida. Casemiro teve fé, arriscou do meio da rua, e o desvio de Khedira matou Buffon. Não lhe bastou com colocar no bolso o principal jogador adversário. Ele ainda quis virar — e virou — o jogo. Casemito (não, eu não escrevi errado). O terceiro gol foi um retrato perfeito daquele Real Madrid avassalador. Modrić roubou a bola quase na entrada da área da Velha Senhora, tabelou com Carvajal e cruzou para Cristiano, indomável, tocar para o gol. Asensio fez o quarto e desencadeou de vez a festa que já se desenhava.
"Real" é tudo aquilo que tem existência objetiva. O vocábulo também designa o que se refere à realeza. La Duodécima é mais um sonho que vira realidade em Chamartín. O rei de Europa e de España faz jus ao nome que carrega.
Este é meu último texto nesta coluna. A ideia inicial era escrever mais um texto para me despedir, mas não faz sentido. Não há desfecho melhor do que este. Agradeço aos editores do portal, a vocês leitores e ao Madrid. Tive a inestimável oportunidade de expressar em palavras a alegria que é vivenciar glórias tão bonitas. Saio com o dever cumprido e transbordando de felicidade. Em um ano e oito meses, foram duas Champions e uma Liga. Vou colocar no meu currículo (rs). E que venham mais títulos, infinitamente. É como diz o verso: "Historia que tú hiciste, historia por hacer". Eu te amo, Madrid.
*Texto para coluna Hala Madrid, no portal Goal.com. Publicado em 06/06/2017.
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ENTREVISTA COM JAIRO MARQUES
Entrevista que produzi e realizei, com o jornalista da Folha de S. Paulo, Jairo Marques, pela TV UFMG. Ambos somos pessoas com deficiência física. Na conversa foram abordados, a partir dessa realidade, assuntos como acessibilidade, mercado de trabalho e desafios pessoais. Publicada em 26/08/2016.
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Vídeo que produzi para a TV UFMG. Publicado em 04/02/2016.
10º FESTIVAL DE VERÃO UFMG - OFICINA 'DÍA DE MUERTOS''
“Naturalizar a morte, sem medo, mas como riso, cor e sabor. A celebração do ‘Día de Muertos’ no México é considerada obra mestre do patrimônio cultural imaterial da humanidade pela UNESCO, desde 2003. No último dia do Festival de Verão UFMG, os participantes da oficina puderam conhecer um pouco sobre a tradição - herança de antigas civilizações, como a asteca e a maia, mesclada com a herança católica e com costumes pré-hispânicos - por meio da construção de um altar típico, além de outras atividades relacionadas ao ritual.”
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Entrevista que produzi e realizei pela Rádio UFMG Educativa. Feita ao vivo em 23/11/2016.
15 anos do lançamento do primeiro filme da saga Harry Potter
Vinte e três de novembro de dois mil e um. Nessa data, chegava aos cinemas o filme Harry Potter e a Pedra Filosofal. Naquele momento, materializava-se o mundo de Harry Potter, que até então só existia na imaginação dos milhões de fãs dos livros de J.K. Rowling. A Pedra Filosofal foi a primeira adaptação cinematogr��fica da saga, que foi contada em sete livros e em oito filmes. No primeiro longa, Harry Potter, um órfão de onze anos, descobre que é um bruxo e embarca para seu primeiro ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde suas aventuras começam.
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Entrevista que produzi e realizei pela Rádio UFMG Educativa. O material foi ao ar em 28/07/2016.
Espetáculo “Divina Saudade”
A cantora Zezé Motta é protagonista do espetáculo “Divina Saudade”. O projeto é uma homenagem à sambista Elizeth Cardoso, conhecida como “A Divina”, a primeira dama da Música Popular Brasileira! Cenário e figurino recriam a atmosfera dos anos cinquenta e sessenta, e Zezé Motta interpreta sucessos de Elizeth.
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Entrevista que produzi e realizei pela Rádio UFMG Educativa. O material foi ao ar em 21/07/2016.
Show Nivaldo Ornelas e Banda
O 48° Festival de Inverno da UFMG, realizado em julho de 2016, trouxe uma apresentação do saxofonista e compositor Nivaldo Ornelas. No repertório, músicas autorais e parcerias com outros artistas mineiros.
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Entrevista que produzi e realizei pela Rádio UFMG Educativa. O material foi ao ar em 17/05/2016.
"Tango... Viaje al Sentimiento"
O espetáculo "Tango... Viaje al Sentimiento" conta com reconhecidos músicos, intérpretes e bailarinos argentinos. A intenção é contar a história desse importante patrimônio cultural da Argentina. O cantor Guillermo Galvé, considerado uma das referências do tango portenho atualmente, também participa.
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Cibeles e seu indubitável reinado na capital do futebol*
"Desde que o mundo é mundo, a deusa Cibeles é rainha incontestável em Madrid. Vivenciou inúmeras glórias, muitas mais do que o rival Neptuno, repetidamente subjugado, direta ou indiretamente"
Por Paulo Madrid
É inegável que a cidade de Madrid é a capital do futebol mundial nos últimos anos. Nas últimas quatro edições de UEFA Champions League, a dupla Real Madrid e Atlético de Madrid alcançou pelo menos as semifinais em três ocasiões. Em duas, protagonizou o confronto final. Quanta supremacia.
O que nos leva ao inevitável embate sobre quem manda na belíssima capital espanhola. Os quatro confrontos de UCL entre ambos nos últimos quatro anos — duas finais, uma semi e uma quartas — não são a única constante da história. Porque foi uma quadra de enfrentamentos que teve um só vencedor: ¡Hala Madrid y nadie más!
É certo que, com Simeone, o Atlético incomoda como nunca antes na história. A estatística global dos madridistas contra o Cholo aponta equilíbrio, com 10 vitórias para os blancos, 6 empates e 8 triunfos colchoneros. Mas o ponto fundamental é que, nos duelos mais importantes, é ampla a vantagem dos merengues. As coisas são como sempre foram. Desde que o mundo é mundo, a deusa Cibeles, cuja estátua se ergue imponente no meio da praça que leva seu nome, é rainha incontestável em Madrid. É testemunha e personagem de todas as grandes celebrações do madridismo. Vivenciou inúmeras glórias, muitas mais do que o rival Neptuno, repetidamente subjugado, direta ou indiretamente.
Ratificar a ampla vantagem obtida no Bernabéu, no entanto, não foi fácil. Conforme era esperado, sofremos. Os donos da casa saíram a matar ou morrer. Apoiados pela torcida e lançando mão de toda a intensidade que lhes é peculiar, sufocaram os merengues. Não creio que exista um erro dos madridistas na abordagem da partida. São circunstâncias de jogo. No Calderón, o cenário que se viu é algo absolutamente plausível. Cabia ao Madrid resistir como fosse à essa pressão inicial. Nisso, pode se dizer de uma falha da equipe. Aos 11, Saúl subiu sozinho no escanteio e abriu o placar. Aos 15, Varane cometeu um pênalti absolutamente infantil. Griezmann, com muito custo, converteu.
Foi então que entrou em cena a maturidade e personalidade dos comandados de Zidane. É impressionante como esse time responde bem em situações enroscadas. A partir dos 20 minutos, os jogadores conseguiram retomar o padrão. Puxaram para si o controle da bola e do jogo. Passaram a circundar a área adversária, trocando passes pacientemente até encontrar espaços. A correria colchonera arrefeceu, talvez porque eles pensaram ter muito tempo para fazer um gol, e que, portanto, poderiam trabalhar com mais calma a partir dali. Mas, quando tentaram voltar ao nível dos primeiros minutos, não conseguiram, porque o adversário já tomava conta do jogo. Nervosos com o domínio merengue, os pupilos do Cholo começaram a distribuir entradas duras e reclamar abusivamente da arbitragem, à imagem e semelhança do que seu treinador fazia quando era atleta. É claro que o Madrid não apanhou sem revidar, ninguém tem sangue de barata. Apesar disso, de um modo geral, os merengues mantiveram o equilíbrio emocional. Aos 42, Isco fez o gol que já era merecido e sentenciou a eliminatória, depois de uma jogada monumental de Benzema.
O segundo tempo nem de longe foi tão apreensivo quanto o primeiro. O Real Madrid controlou a maior parte dos derradeiros 45 minutos e conseguiu impor um ritmo mais cadenciado. Isco não brilhou, mas fez o gol e foi importante por sua espantosa capacidade de reter a bola em seus pés. O Atlético até teve algumas chances, mas elas só serviram para confirmar a melhor atuação de Keylor Navas na temporada até agora. Com direito a duas defesas em um mesmo lance, proporcionado pelo eternamente estabanado Danilo.
Para a final, por ora, destaco apenas dois aspectos. Carvajal é infinitamente superior ao seu reserva imediato. Oremos para que retorne de lesão em tempo. Se não, Nacho é quem deveria atuar na lateral direita. Danilo é uma temeridade defensiva e, ofensivamente, não faz o suficiente para o risco valer a pena. Outro ponto é que Isco merece ser titular mesmo se Bale voltar. Não apenas pela fase de ambos, o que por si só já colocaria Isco em ampla vantagem. Mas também porque, no intento de furar a melhor defesa do mundo, muito mais vale ter um jogador criativo e habilidoso do que um velocista que quase não terá espaços para correr.
*Texto para coluna Hala Madrid, no portal Goal.com. Publicado em 13/05/2017.
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Vivendo o sonho*
“Quando o último pênalti estufou a rede, em meio a tanta emoção, o primeiro pensamento que me ocorreu foi a minha sorte em ter a chance de escrever o texto mais feliz que eu poderia nessa coluna”
Por Paulo Madrid
Olá para você que, tal como eu, acordou hoje - e assim desde domingo passado - com um sorriso fácil, daqueles que deixa à mostra todos os dentes. Olá para você que, tal como eu, saiu de casa hoje - e assim desde domingo passado - com uma camisa do Real Madrid, se sentindo pesado e leve a um só tempo. Leve pela sublime alegria que vem com a maior vitória que se pode conquistar em nível de clubes. Pesado porque a nossa amada camisa agora "carrega" incríveis onze taças europeias. ONZE. Pois é. Guarde esse número.
Quando o último pênalti estufou a rede, em meio a tanta emoção, o primeiro pensamento que me ocorreu foi a minha sorte em ter a chance de escrever o texto mais feliz que eu poderia nessa coluna. Meu primeiro ato, portanto, foi, com o rosto ainda manchado por lágrimas que eu não fiz a menor questão de segurar ou esconder, mandar uma mensagem ao editor-chefe deste portal, agradecendo por essa inestimável oportunidade.
A isso procedemos então. O primeiro tempo madridista foi realmente bom. Com as linhas adiantadas e muita intensidade, o time matou a saída de bola do Atlético, que praticamente não incomodou. Nas chegadas ao ataque, a equipe demonstrava organização e tranquilidade, com boas trocas de passes e paciência para furar a ótima defesa colchonera. Mas o mapa da mina eram as bolas paradas. Na cobrança de uma falta pela direita, Benzema chutou em cima do goleiro e perdeu chance incrível. Na cobrança de uma falta pela esquerda, Sergio Ramos se antecipou à Oblak e, com o biquinho da chuteira, empurrou a redonda para o gol. E, no fim das contas, o verdadeiro carrasco seria mesmo – de novo! – o nosso grande capitão.
A segunda etapa foi... estranha, por assim dizer. Começou já com um tremendo susto, o pênalti para o adversário. Mas as penalidades máximas são batidas a onze metros da linha do gol. ONZE. Pois é. A cobrança de Griezmann estourou no travessão. Nos últimos 45 minutos do tempo normal, o Madrid foi Atlético e o Atlético foi Madrid. O que não deixa de ser uma estratégia interessante, porque os merengues se sentem igualmente confortáveis ao atuar no contra-ataque, enquanto os colchoneros se mostram bastante incomodados quando é deles a missão de propor o jogo. Mas o problema é que, com a entrada de Carrasco no lugar de Fernández, Simeone conseguiu exatamente o que Zidane havia conseguido no primeiro tempo. Adiantou o time, isolou os atacantes do adversário, e os madridistas não conseguiram ligar muitos contra-ataques. De um modo geral, o Atlético foi bem mais incisivo e criou muito mais que o Real Madrid. Apesar disso, o time blanco ainda conseguiu um par de estocadas e teve grandes chances de matar o jogo, mas falhou.
Enquanto isso, Zidane não foi feliz nas mexidas. Primeiro, o técnico foi obrigado a colocar Danilo no lugar de Carvajal. Para variar, o brasileiro levou um baile na defesa. Exceto em um lance, que foi fundamental. Ele conseguiu desarmar Griezmann e, não fosse por isso, o francês ficaria frente a frente com Keylor Navas. Ou seja, parabéns, Danilo. Por ter salvado a pátria, as críticas a você hoje se limitam a uma frase. Depois, Zizou trocou Kroos por Isco e Benzema por Lucas Vázquez. Com isso, o time perdeu ainda mais força no meio-campo e deu mais um passo para trás, muito embora Vázquez tenha tido boa atuação. Mas o pior momento foi depois do empate. O Atlético se encheu de moral, veio com tudo pra cima, pressionou mais do que nunca. O Real Madrid, claramente, sentiu o golpe e teve muitas dificuldades para se sustentar. Não nos restou outra senão rezar pelo fim do jogo. Mas o detalhe é que o gol de Carrasco saiu quando faltavam onze minutos para o relógio chegar aos noventa. ONZE. Pois é.
Prorrogação. Os colchoneros chegaram mais inteiros fisicamente e moralmente. De quebra, Simeone ainda podia fazer duas trocas. Em Milão, o cenário de Lisboa se inverteu. Mas acontece que, exceto por situações esporádicas de jogo, no fim das contas, o Real Madrid não é o Atlético de Madrid, e o Atlético de Madrid não é o Real Madrid.
Ao contrário do que fez o seu rival em Lisboa, o time blanco, mesmo exaurido, se manteve em pé na prorrogação. Inclusive, conseguiu ser até mais organizado e mais perigoso do que seu oponente durante os trinta minutos extras. Diferentemente do seu adversário em Lisboa, o Atlético não percebeu que sua melhor chance era resolver com a bola rolando. Foi cauteloso, parecia gostar da ideia de bater pênaltis. Mas as cobranças, como nós tão bem sabemos, são feitas a uma distância de onze metros em relação à linha do gol. ONZE. Pois é.
La Undécima. Eis que agora, se quisermos esfregar na cara da sociedade a nossa indecente quantidade de títulos de Champions, já não basta apenas mostrarmos os dez dedos das mãos. Além disso, também é preciso tirar um dos sapatos e levantar o dedão do pé. Ah, sim, dá trabalho. Mas vale a pena. Afinal, ¿Cómo no te voy a querer si fuiste campéon de Europa por Undécima vez?
*Texto para coluna Hala Madrid, no portal Goal.com. Publicado em 05/06/2016.
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Sorte de campeão?*
"O ponto fundamental: 'A sorte favorece a mente bem preparada' (Louis Pasteur)"
Por Paulo Madrid
Ao comentar sobre a classificação madridista, Pellegrini afirmou que tivemos sorte. Bale, que, pelo visto, também está em grande fase quando o assunto é dar entrevistas, prontamente rebateu admitindo que houve sorte no lance do gol, sim, mas lembrando que os merengues foram muito mais incisivos em buscar a vitória. E esse é o ponto fundamental: "A sorte favorece a mente bem preparada".
Nessa eliminatória, só um time acreditou realmente na vitória e teve coragem suficiente de buscá-la. Essa equipe foi o Real Madrid. O Manchester City, clube pequeno/médio/tradicional repentinamente agigantado pela fonte dos petrodólares, jogou a semifinal de acordo com o seu real tamanho, seu tamanho histórico. Na primeira vez em que alcançou a penúltima fase da Champions League, o fato é que o time inglês pareceu não entender a magnitude do momento. Não esteve à altura, apesar de ter jogadores caros, consagrados e acostumados à grandes decisões. Jamais teve iniciativa e em nenhum momento se mostrou realmente ameaçador. Existem coisas que o dinheiro não compra. Tanto melhor. De ter acreditado em suas possibilidades, o City teria dado muito trabalho.
A ausência de Casemiro era um fator de preocupação, inegavelmente. Não existe no elenco merengue outro jogador com suas características. A sustentação defensiva que ele dá ao setor de meio-campo é fundamental. Mas o funcionamento coletivo da equipe foi capaz de se sobrepor ao desfalque. Os jogadores foram um pouco mais agressivos na marcação e o Madrid se mostrou bastante sólido. Kroos foi bem como primeiro volante. Modrić foi o melhor em campo. Tal e como reza o manual do meio-campista moderno, ele atacou e defendeu com a mesma eficiência. Isco não brilhou ofensivamente, mas foi muito importante ao ajudar Marcelo a fechar o lado esquerdo. Até mesmo Bale e Cristiano Ronaldo voltaram algumas vezes para dar uma força.
O único defeito dos Blancos foi a falta de efetividade. O time desperdiçou ocasiões, e o 1x0 trouxe certa tensão ao torcedor a partir da metade do segundo tempo. Mas o adversário, nem mesmo nos minutos finais, pareceu estar realmente tentando e querendo se classificar. Enfim, nada temos com isso. Rumo a Milão!
*Texto para coluna Hala Madrid, no portal Goal.com. Publicado em 07/05/2016.
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90 minuten im Bernabéu sind sehr lang*
Ou, em bom português, 90 minutos no Bernabéu são muito longos.
Por Paulo Madrid
Não são 12 anos de ausência (desde a última virada europeia do Real Madrid) que decretam o fim de uma lenda construída ao longo de mais de um século de história. Disso não resta a menor dúvida. Tanto é que o que se viu quarta-feira no Bernabéu foi a expressão do madridismo em toda a sua grandeza. O estádio rugiu como há muito não se via. A determinação era visível no rosto de cada jogador. Não havia ali quem não acreditasse na remontada. O Wolfsburg, longe de ser gigante e de estar acostumado com grandes momentos, se assustou. 90 minuten im Bernabeu sind sehr lang.
A marcação alta desde o primeiro minuto funcionou, e o time alemão se limitou a dar chutões a esmo. Quando finalmente se acalmou, sua vantagem já não existia mais. O relógio marcava 17 minutos, e o placar, 2x0. Não é que o Real Madrid tenha feito uma partida excelente, memorável. Fez um bom jogo, com muita raça. O início foi ótimo, mas depois a intensidade diminuiu (o que é natural, até certo ponto). Foi então que o adversário resolveu tentar jogar e começou a tocar bem a bola. O jogo ficou perigoso. Se os lobos fizessem um gol, os blancos teriam de chegar a quatro.
A destacar algumas atuações individuais. Modrić voltou a ser Modrić, e todos sabemos o que isso significa. Casemiro fez grande partida. Foi muito bem nas coberturas, tanto dos laterais quanto dos zagueiros. Carvajal provou, pela enésima vez, que deveria ser titular absoluto.
E Cristiano Ronaldo? Bom, esse merece um parágrafo à parte. Ou até dois. Foi bem em todos os aspectos que envolveram a virada. Antes do jogo, profetizou: "Vai ser uma noite mágica". Exerceu uma liderança muito positiva, técnica e motivacional. Não cogitou a eliminação em nenhum momento. Correu muito. Incentivou e cobrou os companheiros. Fez dois gols em 17 minutos. Faltava um. Moisés, profeta, abriu o mar. Cristiano, profeta, abriu a barreira. Assim, fez o terceiro, e selou a classificação, aos 28 minutos do segundo tempo.
ALELUIA, CRISTIANO! Finalmente está aparecendo e sendo decisivo nos jogos importantes com uma frequência digna de um jogador que ganha o que você ganha. Desequilibrou em Roma e em Barcelona. Foi muito mal na Alemanha, e mereceu a crítica, mas se redimiu e voltou a tempo de salvar o Madrid no Bernabéu. Porém, muita calma nessa hora. Ainda não ganhamos nada. Por justiça, o gajo será elogiado quando merecer. Mas, em geral, ainda sou cético em relação ao português, por razões já expostas anteriormente nessa coluna. Vejamos como ele irá se portar daqui até o final da temporada.
Em tempo, o sorteio determinou que o Real Madrid enfrentará o Manchester City nas semifinais. O time inglês é excelente. Tem Yaya Touré, David Silva, Agüero e, principalmente, De Bruyne. Existe até uma certa dependência em relação ao belga nos citizens (Casemiro nele!). Os ingleses têm mais conjunto, me parece. Mas os merengues têm mais camisa, e isso pode pesar nessas horas. Além disso, a decisão será no Bernabéu. 90 minutes at Bernabéu are so long.
*Texto para coluna Hala Madrid, no portal Goal.com. Publicado em 17/04/2016.
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Em eterno agradecimento*
Raúl González Blanco, possivelmente símbolo e ídolo maior do Real Madrid no presente século, anunciou na semana passada que irá se aposentar em novembro próximo
Por Paulo Madrid
Sou plenamente consciente de que nenhum texto ou livro jamais será capaz de contar de forma justa a irrepetível história de Don Raúl González. Não é o que pretendo aqui. Mas Raúl é meu ídolo de infância, eu não poderia faltar ao intento de fazer o meu melhor para render-lhe homenagem, em gratidão às incontáveis alegrias que ele proporcionou a todos nós madridistas. Final da Champions League 1999/00. O atacante espanhol recebeu lançamento ainda dentro de seu próprio campo e ao olhar à frente, não viu outra oposição senão o goleiro adversário, ao longe. Investido de uma força vinda não sei de onde, ele arrancou, alcançou a área adversária, driblou o goleiro e sacramentou o oitavo título europeu do Real Madrid. Alguns meses antes, bastaram-lhe um toque por cobertura – marca registrada – e um atrevido gesto pedindo silêncio para calar o Camp Nou. Em 1998, na final do Mundial Interclubes (que me perdoem os vascaínos), ele dominou um lançamento longo com classe, entortou dois defensores – entre eles o "zagueiro-zagueiro" Odvan – e marcou um gol antológico para dar o título ao Madrid. Vou parar por aqui. De seguir enumerando feitos, melhor escrever logo um livro. Raúl era frio, matador, decisivo. Sempre aparecia nos momentos mais importantes. Foi um ótimo jogador, mas não um craque. Compensou tal fato demonstrando caráter, liderança, humildade, perseverança, lealdade, raça, profissionalismo, amor à camisa e espírito esportivo – buscava incessantemente as vitórias, do primeiro ao último minuto, mas também sabia perder com elegância. O apelido "Raúl Madrid" lhe cai como uma luva porque ele foi capaz de se tornar um espelho dos valores difundidos pelo clube. Alguns dos recordes estabelecidos por ele foram recentemente batidos, mas isso não diminui em nada a importância e a grandeza de seu legado. Raúl entende o futebol tal como ele é, um esporte coletivo, e se concentrou em ajudar a incrementar o número de taças do clube merengue – o fez muito bem, por sinal: foram 16 troféus em 16 anos. Marcas individuais nunca foram seu principal objetivo, vieram como consequência natural de tantos anos de enorme dedicação e esforço em prol de engrandecer ainda mais a instituição Real Madrid. Também por isso, mesmo sem ser um gênio, ele é mais ídolo madridista do que qualquer um dos grandes craques que Florentino Pérez presumiu de mundos e fundos para contratar. Existem coisas que o dinheiro não compra. Alguns dizem que jogador de futebol morre duas vezes. Contudo, para toda regra existem exceções, e certamente estamos tratando de uma delas. Poucos são aqueles que merecem e conquistam a eternidade, mas Raúl González Blanco, por méritos próprios, é um deles.
*Texto para coluna Hala Madrid, no portal Goal.com. Publicado em 23/10/2015.
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