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ouvir MPB e jazz no silêncio da noite (quando o cachorro não tá infernizando latindo para o cachorro que mora a três ruas daqui) é uma coisa que traz uma paz, mas que, ao mesmo tempo, parece escancarar o vazio de qualquer propósito diante do mistério insolucionável da existência. evidencia o cansaço do dia, dos dias, das semanas, dos meses.
é interessante também a marca a ferro e fogo que algumas músicas deixam na gente, da memória de algum momento. eu já conhecia Promessas e Previsões da Ana Frango Elétrico antes daquela noite na barca. mas essa música, naquele momento, com o corpo descansando no banco, o vento da baía refrescando o rosto onde a máscara não cobria... isso tudo, essa memória, mesmo que ela nunca mais apareça, fazendo algum pensamento qualquer do dia-a-dia tropeçar, sempre que eu ouvir Promessas e Previsões, essa memória vai ser invocada novamente. não é preciso mais que as primeiras palavras com a primeira nota do baixo, e eu sou atirado de volta para aquele 8 de outubro. para aquela barca, para aquele vento, com você.
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o Molchat tá até me dando vontade de tentar me embrenhar pelo russo outra vez. o que me segura são os casos, mas talvez não seja assim tão complicado
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hoje eu senti um pouco do que eu senti no começo do ano passado e não foi legal kkkk ainda mais porque minha cabeça deveria estar inteiramente no trabalho que eu tô fazendo. mas também, acho que já tava meio cansado, depois de ler o dia todo. de qualquer forma, ciclos ansiosos na minha cabeça. resolvi aproveitar o tema das leituras e realizar um ritual mágico improvisado. um desenho de fluxo de consciência, usando Pantera para canalizar o estresse, a raiva e o nojo de algumas coisas e criar um transe. desenho pronto, dobrei e golpeei agressivamente com um estilete. depois juntei os fragmentos num bolo amassado e pisei ao ritmo da guitarra rouca de Dimebag Darrell. depois mandei tudo para o lixo do banheiro e joguei um papelzinho gotejado com xixi em cima. enfim em paz...
mas fiquei aqui pensando agora sobre toda a questão de ter me sentido meio solitário e isolado ultimamente. opa, o Molchat Doma começou a tocar o cover de Heaven and Hell, do Sabbath, no fone, e que cover! Небеса и Ад.
enfim, concluí, na brisa da madrugada, ao som de Molchat, à meia luz da luminária e da tela do computador, que agora é a hora de realmente tentar aproveitar o estar-sozinho. talvez, na verdade, faltem apenas duas coisas: um emprego bem pago e o fim dessa maldita pandemia. ah, e a queda desse presidente das trevas, direto para a lixeira da história!
agora eu vou terminar de esquematizar o trabalho em rascunho, ler umas páginas de quadrinho e dormir, que a Máquina não para.
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que ironia. eu queria me isolar e ficar sozinho, e agora eu tô me sentindo sozinho, mas no mal sentido.
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21 de setembro de 2021
Cá estou eu de novo. O que não é bom sintoma. Mas não pretendo ficar muito.
Muita coisa passou, muito tempo, mas eu não queria escrever muita recapitulação, queria ir logo ao ponto, já que isso aqui é mais uma catarse do que qualquer outra coisa. O que é que faz um "noógrafo" senão writing his mind out?
Bom, acho que o grande ponto aqui, depois de meses estando bastante bem (ou não?), tendo agora visto aqueles três ou mais corações dela na foto daquele pagodeiro (kkkkkkkkk), que convidou ela para ir àquele muquifo musical dele, é lembrar que faz todo sentido, não deveria ser nada inesperado ou surpreendente. Ela é essa pessoa das saídas, das aparências, da cerveja, da noite. A face com a qual eu convivi por mais tempo, em casa, dos filmes, da pipoca, das pinturinhas, da cantoria maluca, dos amores caseiros, não passava disso: uma face. Uma face desse ser poliprosópico ou polimórfico que é.
Ok, talvez eu não tenha realmente aceitado isso ainda. Mas esse texto também tinha essa intenção. Gravar essa reflexão na fisiologia do meu sistema motor. Não é a psicoterapia uma cura por meio da fala?
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Robôs?
às vezes eu tenho a sensação de que estou cercado por robôs aqui no Tumblr. é como se todas as postagens, fotos, legendas, tudo fosse feito sob demanda, por máquinas, para uma adolescência melancólica, mas também amorosa e positiva.
talvez eu só seja meio bocó por mandar mensagens para esses estranhos no meio da solidão. mas talvez eles não respondam por serem todos robôs.
talvez sejam só tímidos...
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Vim à casa dela ajudar com uma coisa. Teve um momento em que eu fiquei mal, a gente conversou e foi ótimo. Me senti revigorado. Eventualmente, fiquei mal de novo, mas nada perto da primeira vez. Conversamos e foi péssimo. Ela foi dormir estressada. Eu estou aqui.
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Para Eucosmos
Anteontem eu comprei o livro do Matisse para você. Cancelei porque tinha muito texto e pouca página. E era caro. Mas ontem comprei um mais caro: o Florilegium, que você amou à primeira vista. O engraçado é que você nem faz ideia que ia ganhar qualquer um desses dois. Já tinha até pensado no bilhete que ia pôr dentro do livro. Mas você tá em outra, eu esqueço disso. A sua forma de tentar me esquecer é buscando se alcoolizar de outros corpos. Você mesma disse, indiretamente...
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no ghosts in the shell
eu preciso aprender a mexer no photoshop, mas simplesmente odeio o processo de aprendizagem de softwares. eu poderia aprender do zero o básico do desenho e gostar. mas isso... isso não. eu sinto já tem um tempo que a criança que explorava com gosto as ferramentas esquisitas do paint morreu aqui dentro e só notaram anos depois que o cadáver já tinha parado de feder. não consigo ver gosto no aprendizado porque, se na mídia física me acomete uma resistência e um medo que me impedem te experimentar, na mídia virtual é uma falta de desejo causada pelas limitações técnicas e irritantes da máquina. um objeto inteligente, mas, ainda assim, um objeto.
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The Matrix 1999
Music: Cozy Coffee Shop Ambience with Relaxing Jazz Music, Rain Sounds and Crackling Fireplace - 8 Hours
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se ela me pergunta como eu estou, a verdade é que eu, em uma semana, fiquei deprimido como no ensino médio. estou sem apetite, não como, hoje acordei fraco.
não me sinto bem de jeito nenhum em dizer isso para ela, porque pode interferir na chance que ela tem de ficar bem, voltar a conversar com os amigos, conhecer gente nova.
mas também não posso negar o meu estado. acabo só dizendo que estou igual.
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por muito tempo, em momentos de desespero, eu pensei que o término seria a chave para o tempo infinito que eu investiria no trabalho pessoal. mas agora eu simplesmente não consigo pensar em outra coisa além do término. era a farinha de que a minha ansiedade precisava para ganhar corpo.
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a vontade de fazer zines, livros-jogos e rpg tá querendo ser ouvida, mesmo depois de uma semana inteira triste. de repente eu me pego nela para tentar me reerguer.
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