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no constante aprendizado de colocar as palavras pra fora, por mais que eu tenha me calado nos versos por anos.
a nuvem negra que deixa os olhos embaçados.
demasiada realidade deixa o coração pesado.
o que eu quero dizer com isso tudo, eu nem sei.
só que agora eu carrego 3 décadas, 3 décadas daquela solidão que é tão sua. que não se faz se reconhecer direito, mas que é o seu lugar próprio. do tipo que ninguém pode tirar.
e veja bem, tenho os que me são queridos. mas tem dias que simplesmente não consigo me conectar.
a nada.
e aí você voltou com uma mensagem inesperada, um texto do passado e o seu jeito ansioso.
mas por conta do seu sorriso e do seu cheiro, eu resolvi ficar.
dessas coisas que não tem lógica mesmo, me recomendaram fazer um lista dos prós e contras. �� bem possível que tenha mais negativos se te desmembrar em linhas, mas o simplesmente gostar não tem outro peso?
ao mesmo tempo que você lê um dos trechos de um livro que eu jamais leria, eu não consigo te ler.
nunca pensei que conheceria alguém que tem a mesma habilidade em se distanciar.
a praticidade entre nós é tanta que o dar as mãos ainda causa uma eletricidade. até certo incômodo.
de novo, do tipo de coisa que não se pode racionalizar. e talvez eu tenha me apegado demais a minha própria linguagem...
mas estou tentando.
estamos, né?
ou a nossa dinâmica é o calor dos corpos seguido do encontro dos nossos vazios?
mas bem. acredito que o tempo é o meu maior aliado.
eu realmente quero acreditar. e tem momentos que acredito, tem outros que não. mas se uma parte de mim confia, ela é forte suficiente pra não desistir.
a vida é isso, né? movimento.
ultimamente tem muita coisa acontecendo até, mas a sensação é de permanecer no mesmo lugar.
por favor, que eu não vire uma adulta chata e cinzenta.
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freud explica
os gatilhos, as farpas sutis
as confidências que viram armas
me fazem cair em estado de ser
insignificante
desqualificado
a mulher que tem papel
de servir
a busca incessante por holofotes
os líquidos que bota para dentro
sufocam um vazio perturbado
que durante muito tempo
preferi ignorar
tenho esse péssimo lado
de querer relativizar tudo
a tal da alteridade
para não querer ver a maldade
hot and cold
me dá um pouco, mas depois me tira
para eu sentir a dor da perda
love hurts
mas nem amor isto chegou a ser
foi mais projeção
acima de tudo
anos de trabalho já deveriam ser lição que
não mereço ser saco de pancada de homem
ter que pegar meias palavras e interpretar o não dito
quando o que mais é verdadeiro em mim é o direto
e de repente me vejo falando por rodeios
rodeios que me prendem
e moldam para querer caber
e ser aceita
é conflitante
é nocivo
mas era desejo que puxava
para se incendiar por dentro
não sou de me fazer de vítima
um dos meus defeitos inclusive
é tomar responsabilidade demais
daquilo que muitas vezes nem é meu
desde o início o terreno estava claro
os limites de não chegar perto demais
mas eu não consigo mais fingir ser máquina
a ansiedade
a familiar sensação
de que as coisas mais belas são perigosas
como você mesmo disse
e de repente cá estou eu na mesma encruzilhada
como uma criança pedindo afeto
e quase se deixando anular por um outro
que só se vê a si
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Ia colocar sua inicial aqui. mas aí já seria seu nome.
…
mas bem, estou rodando como sempre para não chegar no assunto que me pega. acho que tô apaixonada. e aterrorizada. hoje mais aterrorizada do que apaixonada. noutros dias, o inverso. e essas proporções vão se dividindo aqui e ali e me deixam paralizada, inerte, sem saber bem pra onde ir e o quanto devo me dar. sem saber se o quanto é desejo e o quanto é temor.
porque se me ter, total, nua e por completo, sei da tendência em estar nas mãos do outro. e por mais que eu tenha aprendido sobre os limites, o apego é meu ponto fraco.
Ia colocar sua inicial aqui. mas aí já seria seu nome.
“letra”.
you.
confunde os sentimentos e não sei bem interpretar os teus sinais. no começo eu guardava os números, mas já perdi as contas. e quando a contagem acaba, é quando começa a me preocupar. gosto das trocas profundas. diferente do anterior, que eu tentava mergulhar, mas o lago tinha uma liquidez que me deixava rasa.
já "letra" tem águas como se abrissem as ondas naquela cena de nóe. tantos oceanos desconhecidos que receio me afundar. o ritmo único que me deixa intrigada em querer saber mais dessa vibração. que não tenho que fingir sorrisos quando mostra sua arte. a bagagem de quem coloca a paixão, de um jeito exuberante, mas ainda tímido.
generoso, do amigo do garçom ao verificado. e quando eu tô por baixo, com os lábios em volta dEle com E maiúsculo e vejo o seu olhar cerrando de prazer com qualquer bebida cor de sangue na mão, me dá arrepios.
me reconheço, também e porém, no modo que se fecha.
que me tranca as entranhas e deixa em sinal de alerta. intuição ou trauma? … block for block. diante de uma ameaça, fujo, farejo, elaboro, coloco a capa, me distraio e volto ao ponto inicial. respeito a balança dos tempos e me vejo caindo em certos padrões.
até me chamar inesperadamente de novo.
oi! hoje estou cansada.
cansada das dores sem nome que repercutem neste lugar e não conseguem ser leves, sem esperar o pior.
mas gosto da ideia de te ver hoje, como foram nos outros dias.
tô a caminho.
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two dead bodies with flames and roses
pose de indiferença
mas vejo seus sinais
impulsionado pela raiva,
te traz eletricidade
a mais de 100 por hora com o fone no alto
mas em uma distração
ou numa falha de caráter
te faz cair
e se estalar no chão.
eu, por outro lado
não tenho mais raiva.
nunca foi meu forte.
tão no passado que ter ira
não faria ira ira sentido
em cima de uma ideia de nós
já enterrada,
com anos luz de pandemia.
eu rodei muito corpos.
e você tem outra na garupa
pois na sua visão sempre foi preferível
engolir-se na existência do outro.
e não há mais julgamentos:
cada um tem maneiras diferentes de se escolher viver.
na minha, sempre foi se recolher
quando se vê sob ameaça,
ser um WIP, como o pessoal lá diz,
farejar até demais.
e eu ia começar a justificar aqui meu ponto de vista,
entrar em psicanálise e cair na véia chata,
mas não tô a fim.
me conta, como é deixar alguém vir assim em existência, te preenchendo
e entrando com tanta facilidade?
confiando que não irá gentilmente te esfaquear pelas costas
quando você menos espera
fazer você sair mais cedo de um encontro no museu com uma amiga
ou te fazer cobrar mensalmente o dinheiro que deve?
and about you.
você que nunca consegui escrever sobre.
porque quando você vem,
vem esse laço que se fecha na garganta
e é engolido em culpa.
culpa de ter ignorado a intuição
que apontava para o outro lado.
fui engolida pela bondade, pela empatia, o ser compreendida.
alma doce, compaixão, confiança.
o oposto do primeiro.
tamanha liberdade que na primeira cama
já mostrou que havia outras línguas.
e demorei a decifrar esse idioma.
o inefável: tudo está lá, mas aquela parte falta.
e o faltar pesa mais do que posso aguentar.
havia sempre um silêncio no fundo de algo não dito,
não revelado, que escondia a profundeza
e teve que se mostrar com um doce
que só nos deixou mais mudos.
para retirar um pouco da culpa,
acredito que você seja do tipo
que mais ama a ideia do amor
do que ele é.
nas palavras de cartola:
de cada amor, tu herdarás só o cinismo.
nas palavras minhas palavras:
man, love's a bitch and the bitch sometimes is you.
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hi mark
nos dias que acordo bem, entro aqui e tudo é inspirador e belo. as paisagens, as pessoas. os momentos: acho que era essa a intenção inicial. cada uma fazendo seu corre, no seu mundo, cada um com seu olhar. mas dentro ainda da bolha que a gente cria e faz achar que é resumida a isto. mas bem, vou na academia graças a esse seu story. e aprendi esse novo truque de maquiagem! olha essa foto da minha amiga, que linda. like. felicidade é para compartilhar, por isso acho que todos devem ver esse almoço que fiz hoje. enquadramento perfeito pra romantizar a vida de protagonista, os arranhões na mesa não saíram… esse vídeo de gato apareceu para curar meu dia!
nos dias que não acordo tão bem, entro aqui e tudo parece falso. e quanta gente na bahia, o que houve? penso ao evitar olhar a louça acumulada. então vem publicidade atrás de publicidade. estava procurando vestidos exatamente assim ontem, olha esse! é a minha cara, preciso comprar. tem que criar conteúdo, é o que eles dizem. mas já não tem demais por aí? e cuidado pra não expor demais e cair em um lugar de falsa intimidade. pode ser facilmente invadida por aqueles que não tem noção. ou por um cara árabe, se for foto de biquíni. mas não precisa fazer tanto caso nisso também né? o olhar sempre será dos outros, mas o corpo é meu.
aquele caso de anos atrás no fim virou apenas uma bolinha nos visualizados. fucking weird. fui bloqueada. o que isso quer dizer? estamos brigados? devo me redimir?
e como se sentir interessante se tem mil perfis incríveis em um clique ao lado? se eu viajar para bahia também e não postar nada, ainda vale?
máquina de interações, aproximações, egos, inseguranças e dinheiro. portfólio pessoal e essa busca inalcançável por aprovação e mais sei lá o que.
mas registrar ainda compensa e é muito bom pra nós nostálgicos. essa foto aí, por exemplo, foi de um lugar especial. parada há anos na galeria do celular. a gente pode encontrar muitas pessoas legais nisso tudo também. e no fim do dia, a sua foto está realmente muito bonita…
mas não sei se a ponto de merecer meu like. até porque agora são os vídeos estão em evidência e ela talvez não apareça no meu feed. então se esse texto flopar, pelo menos posso culpar o algoritmo.
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embrionário
olhos de maré
como num livro de hemingway
que no primeiro relance
puxa pras profundezas
e promete o encontro de tudo o que é belo
esperançoso
celestial
mas
no segundo mergulho
se mostra
sem direção
sem previsão
inacessível
e te joga inerte na ressaca
implorando por respiro
high and dry
infelizmente, gosto assim.
as noites estão quentes
e quero me refrescar.
cara de quem vai embora e deixar bagunça? minha sala já está um varal.
tem arestas? tenho uma tesoura em mãos
para moldar, fazer caber.
o desejo em deixar impecável
me provoca cortes.
certo, tenho algumas barreiras.
talvez isso seja mais sobre mim.
e por isso deixo a tesoura escondida
em um lugar que nem eu mesma encontro.
tenho a tendência em perder as coisas.
entro no casulo
me recolho
para dentro
puxo a trava
bloqueio o acesso
contemplo a escuridão
do nada
de tudo
que poderá ser a vir
e do que nunca será
sem limites
sem amarras
sem realidade
só o infinito do que é incerto
o nascimento e morte
sem data marcada.
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os 27.
você pediu doce, mas a encomenda veio errada
e deixou aquele gosto sintético nos dentes.
veio falsa confiança.
nem tão falsa, é mais um amplificador .
porque ela tá bem na verdade, muito obrigada.
a mesma velha janela
finalmente mudou.
são seis agora, duas ainda necessitam reparo.
ricardo deve vir ainda esse mês.
voltando,
vê se não exagera, sabe da tendência em cair rápido em vícios .
o mundo rock n'roll, artes, transgressão, que cooool MEU,
que você criou é também muita falácia, idealização.
com certeza jim morrison tinha
seu momentos degradantes.
pelo menos você anda bebendo mais água.
ingerindo mais verdes.
contador de passos tá alto.
saturno é responsável, vou me ater a isso.
a gente nasce velho a la beijamin button
e vai se permitindo mais aos longos dos anos.
espero virar rita lee.
lembra daqueles meses em que o pensamento emaranhado,
o medo do que hoje se aceita como incontrolável
e a força interna seguinte que te
puxava para dentro da cama, estática e te fazia não se reconhecer?
THOSE DAYS ARE OVER.
não volte mais, por favor.
o sol reflete nas minhas paredes e traz aquela sensação
de que algo importante está acontecendo e que mais está por vir.
aquele pin decisivo que contorna a vida em outra direção.
direção desconhecida.
me entrego, disposta.
hoje eu já não quero mais só paz, como antes.
quero experiências.
um brinde a me encarar de frente,
um brinde a dançar sozinha no escuro,
um brinde aos eternos check-lists que no fundo são um guilty pleasure,
um brinde ao que é material, que interfona e sobe três lances de escadas,
um brinde ao que é imaterial e te guia nessa áurea maior não nomeada,
um brinde ao selecionados que entrarem.
tantos brindes, é quase 2022.
bem-vindos, o prazer é todo meu.
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quando os e-mails param, aquela música
de tanto se ouvir, já não tem o mesmo gosto,
é hora de desligar.
está 16 graus e chove lá fora.
daí vem uma enxurrada de obsessões que aprisionam
e te fazem rodar sem rumo,
que nem o louco da carta.
- esses dias ganhei cortesia de tarot
e o recado é que a rigidez é o empecilho pra se tornar estrela.
o que quero dizer,
é que ultimamente tudo parece um grande eco.
e eu quero entender o que ecoa lá fora.
eu acho que fiz as pazes com a solidão.
é só que hoje faz um tempo digno de seattle
e me cansa interpretar carisma...
apesar de eu ser uma pessoa bem legal.
mas é também minha armadilha.
é aquela conexão que sinto falta e que me rende.
de se sentir a vontade, de parecer certo,
por mais que tenha sempre os sinais de que perfeição não existe.
é admiração, quando se fala a mesma língua.
não quero ter que explicar o meu tipo de humor.
ao mesmo tempo, é injusto esperar encontrar sua melhor versão no outro.
o amor realmente pode ser egoísta...
e o convívio é outra coisa.
mas nossa, estou farta de desenrolar sobre fulano ou ciclano,
sinceramente, não quero mais gastar energia nisso.
até porque estou lendo satre
(virei a pessoa que fala que está lendo satre! eu amo uma falsa prepotência)
e ver a vida como uma sucessão de meros acontecimentos
é muito cruel e realista.
mas ao contrário do que ele sente,
é inegável que existe algo aqui dentro,
que antecede e até bagunça a existência.
intuição e foco, acho que esse é o recado final.
mas hoje faz frio e eu só quero me deitar.
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hoje - 10.09.2021
hoje não quero culpas sem fundamentos,
não quero pensar no amanhã.
hoje quero você, amanhã já não sei.
hoje quero sentir as ondas no espelho da sala
no próprio reflexo, o desejo em ser desejável reluzindo na pele
que escapa pela fenda do vestido acetinado.
hoje quero ficar deitada e escutar músicas que me tragam outras vidas,
retomar as partes que maltratei, chutei e cuspi,
e levá-lás pra ver o pôr do sol com uma coca gelada.
hoje não preciso de sua aprovação,
não caio mais no ego de vida perfeita das redes,
porque todo domingo é agradavelmente melancólico
e eu te digo que a melancolia também pode ser uma virtude
- favor não exagerar.
hoje sei das vontades que falam mais alto,
mas não vou me jogar deste precipício.
vou em busca do pacífico com emoção.
hoje não ignoro o que me é latente,
a voz interior da verdade individual;
que ás vezes se esconde anestesiada,
mas sempre volta em um fio crescente de esperança.
senta e escuta ao seu redor…você está aqui.
seja lá onde estiver, com quem, em qual lugar:
tu não te moves de ti.
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inefável
olho em minha volta,
com velas e essenciais.
rio.
de leve, mas rio.
a pessoa que me tornei.
segundos de esperança,
sem autocrítica.
estive muito tempo apagada.
muitas noites em que me afundei
em um lado obscuro demais,
que descrever pareceria autopiedade.
presa nos fantasmas e no amanhã.
nessas a gente esquece de respirar.
descobri que meditação é loucura.
a meditação ensina que não há nenhum lugar pra ir,
nada a se fazer.
e depois eu acho que tudo vai se esclarecendo,
é o que dizem.
sei lá, parece que estou dando voltas
pra falar onde realmente me dói.
ás vezes penso que talvez
eu tenha deixado a minha melhor parte para trás
e eu fico num estado de negação
com a nostalgia que briga com a realidade
a solidão vai me descamando.
e só através dela eu fico menos impessoal.
as relações são muito complexas,
talvez seja tudo propaganda mesmo.
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bleh.
e eu aqui na mesma janela
de tantos encontros, luzes, posições
janela essa que está carregada
de dias que sufocam.
a pandemia, a maldita pandemia!
bota toda a culpa na pandemia, humilha ela!!
sua culpa: as inseguranças, os tédios,
os medos, os bloqueios,
a não ida na academia!
uma nuvem preta escondida
num semblante raso, neutro
não rio, não choro,
quero gritar, mas não sai nada.
eu só queria de volta aquele fluxo que sai
manso, despreocupado, PRESENTE.
o meu cérebro anda a dois passos da ação e eu travo.
sei lá, ando bem não. cansada de Google Meet.
o sol só vem umas 10h da manhã (naquela mesma janela)
e meu braço esquerdo é o único que fica quente.
morri tantas vezes que já nem sei mais,
mas pelo menos hoje consegui escrever esse texto.
em algum lugar aqui ainda habito em mim.
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o último.
é memória
presente só em foto reencontrada
na galeria ou em música que tocam certos acordes
trintou.
virou lenda.
não foi só luz, não foi só sombra.
levo o que restou de nós
o lado claro e obscuro da vida.
levo
os rosnados no sofá com o cobertor,
a intimidade na potência máxima,
nas risadas e declarações mais sinceras
que já me permiti.
mas levo também
a ficha caindo na mesma data
em ver na embriaguez de seu olhar
o nosso fim.
a insegurança era tanta que
durante um tempo passei a reconhecer
o seu perfil de mulheres na rua.
seja lá o cada um for virar.
eu já me virei, me revirei.
foi uma história bonita
com um fim trágico e leves traumas.
hoje eu não sei, só lembrei.
o que não é posse, é só lembrança.
parabéns.
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21
uns três meses atrás
perdi o vôo, mas a sensação era de que
seria bom
bom demais, como premeditamos
para esperar para amanhã,
então fui no mesmo dia.
chegando lá, a jaqueta jeans
aos ventos no carro, os dois se apoiando
meio tortos em velocidade alta
a a eletrecidade se espalhando no ambiente
que cheirava ao desconhecido.
mas quando o toque veio e tudo se revelou,
foi um seguido do outro e me fez revirar os olhos
por horas
e horas.
fevereiro,
na paisagem mais paulista possível:
confesso, estava ansiosa.
muitas pautas dentro de mim
abertas, indefinidas, em formação.
o alerta de que citar a ansiedade o tempo todo era um mal sinal.
mas mesmo assim, também foi bom,
apesar de meu corpo e mente não estarem em sintonia,
os nossos corpos sempre estiveram
e nisso se deita uma explicação surreal.
e por isso, durante um tempo achei que fosse
só aquela música do titãs, mas
na quarta-feira a pizza não chegava e
a fome e a impaciência foram testadas,
só provando o quão doce e gentil a sua alma é.
em março,
a urgência em sentir de novo:
o rio mais uma vez pegando fogo,
mas o pensamento acelerado se ajeitando em seu lugar sob receita
e dando espaço para seus olhares e abraços
me tomarem.
e me tomaram nos seus detalhes
na atenção, nos cuidados, nos beijos.
no macarrão, na liberdade em atar minhas mãos
e estar confortável em não ser julgada.
deixo aqui minhas piadas sem cabimento a la chandler por um momento
e te dedico esse espaço-além de poesia.
não há respostas, não há promessas,
só trago minha honestidade e este carinho dentro de mim.
suspiro.
....tudo era apenas uma brincadeira,
como já dizia caetano.
- que todo mundo sabe, é bahiano,
mas tive a certeza por um momento que era carioca.
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eu ainda tenho muito a elaborar
sobre o amor e suas formas.
mas esse texto não é sobre isso.
deixemos essa complexidade
um pouco de lado, pelo amor de deus.
só de pensar, vem a ansiedade
e mil desdobramentos.
esse é sobre, você sabe.
o que tira a ansiedade.
invasão e do bom,
como já dizia rita lee.
corpos expostos, entregues,
a euforia, a provocação,
o querer ser preenchida,
desejar ser desejada
e que tudo
se respingue.
sentimentos com certos bloqueios,
terapia explica e blá blá blá…
mas por outro lado,
nasceu comigo essa confiança,
a inibição em ser livre e
não ligar pros julgamentos em ser mulher.
ao menos que você não tenha lavado o p**,
quem sou eu para te julgar?
no campo dos sonhos vem
o estar total sem controle, correntes e couro.
a mente limpa as responsabilidades
no puro anestésico
nada importa, sua carreira
sua família, suas antigas ou atuais dores.
o segredo compartilhado que só dois conhecem,
numa conversa sem cúmplices
individuais, em níveis diferentes
não sublime em qualquer um
mas quando encaixa, assim como a música
é o equivalente a morrer parcialmente
e estar o mais próximo ao divino
nada é profano se não há moral,
foi uma das mensagens daquela última leitura.
os franco-argelinos e alemães,
eles sabem das coisas,
disseram que berlin é a minha cara,
preciso conhecer.
feito um filme de nóe:
pra mim é sobre um pouco de destruição, entorpecentes
e luzes que rodam em êxtase.
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40 graus
tá tudo tão a flor da pele que a paz terrena tá é se incendiando.
no aniversário agradeci em meio às árvores
e abri os braços para os novos caminhos
dizendo SIM SIM, eu aceito o que vier!
então já na terça me despedi da primeira casa,
dos ortoboms, offlines, marina, jô.
gibinha.
escolhas.
mudanças.
repeti tanto pra mim mesma sobre novos ciclos
que agora abri tantas portas
que no fim fiquei trancada pra fora.
isso foi hoje.
chamei o chaveiro às nove da noite.
bem, mas o que importa é os domingos agora são meus.
outro nicho, outra temporada.
sair da tal zona de conforto é transgressor, poético.
mas a força inabalável um dia falha.
e o medo vem.
medo de falhar.
muita autocobrança, estimulantes, calmantes, ansiedade.
alguém me faz parar de tomar red bull pelo amor de deus!!
é sério.
mas tal qual o ayahuasca ensinou: são ondas.
e eu peguei a onda do rio ainda em janeiro e…
caraca.
faz muito calor, eu disse né?
os beijos e os dedos em pé no carro...
a confiança, era disso que tava falando.
cara de safado, eu disse.
até aí, tudo na maior tranquilidade.
até ele sacar o violão:
sorri de canto e pensei “fodeu”.
bem, ontem eu comprei um camel por conta de você.
transar que nem loucos e estragar os pulmões juntos depois.
isso que é romance.
tudo o que eu acho que é uma verdade absoluta
em seguida vem na minha cara: "pois então tome esta!"
sei lá, foca no poder da respiração.
como minha mãe disse, quando eu falei que tava sofrendo:
Você sobreviverá.
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vinte.vinte
hoje coloquei aquela playlist de titulo ridículo para ver como me sentia
e percebi que nem sei mais a minha localização.
loucura isso da bebida da flortesta, viu.
fui ao centro da terra e afirmo com toda certeza que existem outros portais!!
lá vi a mim mesma, sem escapatórias,
entendi o conceito de morte,
a expansão da alma, o âmago da natureza humana…
talvez eu esteja virando uma hippie
de quinta categoria que fala de budismo
sem nunca ter ido ao templo
e tente enfiar hermman hesse em toda frase.
mas o alemão realmente me trouxe uma nova filosofia de vida,
conexão verdadeira, raro hoje em dia.
finalmente na fase de comer e rezar, eu acho.
sentindo a presença de deus, mas descobrindo que ele não usa barba e vem em várias formas.
“dê tempo ao tempo”, “a vida vem em ondas”,
paz e amor, galera!!
longe de ser perfeita.
eu ando cometendo excessos.
como a bolsa com as três letras, os vestidos, os livros.
look do dia: escudo estampado com bordados de “me deixa ser eu!”.
livro: o discurso do auto amor sem culpa.
descobri que se expressar não precisa ser gritando.
mas que não deixe de se expressar por julgamentos, por favor.
o controle é total uma ilusão. queria que entendessem, tem um lado bonito da solidão, eu juro.
sei lá, nem faz mais sentido.
só tô cansada.
mas é finalmente um cansaço leve.
ano punk hein, 2020.
dezembro, a gente fica mais emotivo.
obrigada, a essa loucura toda.
vou entrar na tal da idade mística.
boraí, versão 2.7.
to pronta, seja lá o que isso signifique.
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a estreia
perdida em perdizes,
como é que é a vida mesmo?
o vinho, o queijo, o sofá…
tô admirada, tenho que confessar,
e isso não acontece com freqüência.
mas cara, já entendi os teus sinais,
sei que você é do mundo, tudo certo.
vai salvar o pantanal,
boa sorte!
agradeço por ter me falado
no quarto, sem luz:
“pode ter certeza que em algum momento
um filho da puta vai querer te namorar e te prender.
não deixa”.
e como uma boa leitora de Sidarta,
estou levando como um mantra,
depois, virou comédia.
entendi o conceito de rindo de nervoso.
pelo menos virou uma boa história de bar.
então, uma faísca.
do nada, domingo a noite.
olha, você sabe conduzir uma conversa.
tô contando os dias, vou ver o mar!
é o signo, maldito signo; mas amém, signo!
ser ou parecer, eis a questão.
o online tem muitas barreiras, mas foi uma boa visita.
guardo bem seu bom espírito e
guarde bem minhas polaroids, por favor.
aí, agora…
a gente dá corda e de repente se pergunta
“como eu vim parar aqui”?
eu só tenho 26 anos.
não quero que você leia pra mim,
só quero que você me coma
com esses seus olhos azuis!
zZZz
meu deus, será que eu virei homem??
muita exigência ou só bom senso??
eu gosto de humor.
do que é autentico, sincero.
natural, que flui.
daqueles que sabem quem são e
não fogem de si.
veja bem, ninguém tem culpa nessa dança,
é lei antiga, tá escrito na Bíblia.
tem fios que se retorcem para se conectar,
raramente é o choque certo.
e se falta um, aquele vermelho, o importante; não tenho gás.
Estou com tanta luz, que tenho receio de pifar.
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