ofanim

[ofanim]

Funciona em dois níveis. o corpo está nadando. Dentro de um liquidificador. Primeiro não sabe como entrou ali. E, as vezes, esquece que aquilo é um liquidificador. E tudo gira. É tudo uma festa... um jogo no qual esquecer te faz ficar na superfície. Rodando feliz... orgasmo deixando a água te levar. Quando se lembra da hélice. O instinto é mais forte. 0 corpo nada para o fundo. (....)

[ofanim]

- Você está pior.

- Foda-se.

- Mas seus textos estão melhores do que nunca.

- Foda-se.

- Você não está bem e precisa reconhecer.

- Eu estou como sou.

E sempre fui assim, meu estado natural maximiza a tristeza em relação a vida.

Porque a vida a vida é dor.

(...)

- A porta está aberta.

- eu sei.

- quer que eu vá?

- ...

- Você quer que eu vá embora?

- ...

- você quer?

- ... Você nunca esteve. você não sangra. Eu sangro, eu sinto. Coração bombeia, aos pulos. Meu coração vive, mas anseia a morte.

[ofanim]

Meu bloco de notas está cheio de mim

São tantas versões que já nem sei mais. Veracidade e imaginação se confundem. Eu vivo no limite. E não me vejo vivendo de outra forma. Eu subi a montanha e não vi nada. Nada. Se preferiria continuar escalando sem chegar ao topo? Talvez... Talvez o entretenimento da escalada me distraísse o suficiente para não pensar nas dores. Só que o topo. O topo é só dor E descer é muito pior porque já conheço o caminho E eu sei muitíssimo bem o que há lá embaixo porque vim de lá. Então sei como tudo vai terminar. Então decidi pela mudança de sintonia. Não entendo mais sua língua. Não entendo sequer a minha Talvez decifrar tais hieróglifos facilite a queda. ANESTESIA GERAL. Uma vez provada não desejará outra coisa. Eu escolho a anestesia. Em minha vida, em meus passos, em meus pensamentos. No meu doce mar de pecados, reside um sorriso sarcástico. Em meu sorriso sarcástico guardo todo um mar de pecados. Na minha mente amaldiçoada reservo um sem fim de pragas. Entre minhas pragas cultivadas, um sem fim de maldições. É pegar ou largar. Porque a vida imita a carne... sangra, seca e arde.

[ofanim]

As vezes penso que meu coração vai explodir, Mas isso talvez seja uma coisa boa, quem sabe o que ele representa acabe. Pode ser bom. Pode ser. Coração é alma? E isso Fausto não tinha, maldito sortudo. 24 anos com tudo em troca de uma vida no inferno. Que se foda. Que se foda fausto, Mefistófeles e Margarida. Pro inferno todos eles e que levem o maldito do Dorian Gray e seu quadro. E eu? Eu sigo pedalando essa bicicleta laranja, costurando os carros, atravessando faróis vermelhos motos passam, carros passam, a adrenalina passa. E tudo volta ao normal, vazio, estático. Feito quadro, feito Dorian, feito Fausto.

[ofanim]

Me sinto um estrangeiro Gritando por socorro Num país distante. Os braços ensanguentados e as pessoas sorrindo oferecendo pastéis e Coca cola. Batendo de porta em porta e ganhando xingos ou dinheiro ao invés de ajuda. Enquanto o sangue escorre e escorre e encharca as roupas e me sinto cada vez mais sem forças para continuar gritando e batendo. Sozinho e cercado de dedos fedidos que me levam até o último centavo. Entre bocas, dentes e sorrisos que me dão náuseas Sou o artista da fome de Kafka. Me sinto um intocável hindu Ratejando frente a um templo, Um leproso apaixonado querendo abraços e tomando chutes, Um sem teto mijado na bolsa de valores. Então me digam como isso pode ser poesia? Como podem não me escutar bater? E parem de aplaudir, por favor.

[ofanim]

Estou de volta a minha casa. A mesma. Corredor da morte, o iluminado, caminho perdido. Toda essa merda. E está tudo muito confuso. Olho para o ventilador e imagino que está girando como uma roleta, e onde parar define o que faço, o que quero ou quem serei hoje. Venci a grande batalha. mas os ferimentos me comem a alma. Sem casa, sem saber onde vou dormir, o dinheiro acabando e eu gastando cada vez mais em arrependimentos cotidianos. mas preciso continuar. Descabelado, fugindo há anos, com o relógio da vida já preto e em decomposição. Preciso seguir e sempre mudar de lugar, pois eles estão por todas as partes. Malditos. Me olhando. Acenando. Oferecendo bebidas e querendo me puxas de volta. Desgraçados. Mas eu grudo nas paredes,  me escondo atrás dos postes. sigo pelas sombras e nunca fico parado. Aproveito as últimas horas do dia para tomar um bom banho, lavar o cabelo, limpar os dentes, pois não sei se essa noite vai ser boa. Na rua, em torno da fogueira de costas pra parede e tomando geral da policia ou outra noite vagando pela sé e pela liberdade entre hotéis cheirando a enchente com baratas estáticas por todos os cantos. aguardando o final de semana e dizendo que está tudo bem para os amigos. mas não está,  e eu preciso fugir daqui. fugir dessa vida dupla, tripla, memento, em que não sei quem sou ou onde estou, buscando todos os dias em locais diferentes e com muita, mas muita sede de tocar fogo em tudo e desaparecer. memento... paro e sinto um aperto no peito por não conseguir me lembrar direito das coisas. termino o banho, jogo a cueca velha no lixo, arranco a etiqueta da nova e coloco a mesma roupa. deito para aproveitar os últimos minutos. minha jaqueta está muito suada, muito surrada e já viu dias melhores. Ligo para ela, telefone toca, toca, toca, caixa postal. Também não me atenderia. Sento para pensar no que fazer da vida, pois é, não pensei nisso. A revolução tomou o poder mas agora não sabe o que fazer com ele, sem ele ou como administrar o país. E o dinheiro acaba. Não tenho fome, mas SEI que preciso comer. Não me lembro o que comi ontem ou se comi ontem. Não sei o que há.

[ofanim]

Me desculpem que não tenho passado muito por aqui, mas ando bem ausente de minha vida. Não parei de escrever, Na verdade, fora os poemas que publico aqui ou ali, tenho enviado dezenas de mensagens para mim mesmo, pra guardar e ler sozinho aqui. Me sentir mais próximo de mim, E esconder bem do mundo Porque são "eu" demais pra estar aqui. E são bombas. E britadeiras que me dariam muita dor de cabeça e furariam o casco, Pois vivo em uma embarcação sem rumo. E as tempestades sempre vem. A verdade é que essa minha embarcação está perdida há tempos em meu triângulo das bermudas pessoal, onde os vértices são a sede que sinto, essa angústia que me devora e a certeza de que sou clandestino à esse anoitecer. Parece poético e bonito mas só é triste. Estou perdido entre escombros de aeronaves e barcos destruídos, bem aqui, onde a repetição me fatia um pouco dia após dia, nesse suicídio coletivo covarde que consome aos poucos. É esquisito, Bem esquisito, Como se o relógio tivesse parado Mas as células continuassem a morrer E a pele a enrugar. Estou aqui, em coma, sem morrer nem viver. Olhando para o chão, não suportando mais viver sem querer saber do dia seguinte, esperando Hades pedir as contas e me tirar logo daqui. Porque leio sobre a guerra, e quando estou perto quero que pensem que estou longe E quando estiver já bem longe daqui, Lá no radiante céu, Onde se formam as tempestades de meteoros, Quero que pensem que estou perto. E quando procurarem por mim, Não estarei mais aqui. Assim espero.

[ofanim]

Entre frases e entrelinhas me escondo. e tento não tremer e me delatar quando ouço os gritos da cidade me dizendo para correr. É difícil enganar o coração. O coração não pensa! É difícil esconder o que está por trás de meu olhar. meu coração me entrega Mas é difícil enganar o coração. coração não pensa! É difícil esconder o fogo que arde os meus ossos, meu coração me entrega! Que quando este corpo é pouco pra mim e me faz espernear por dentro é amor o que sinto. Que quando os sonhos rasgam minhas veias é amor o que sinto. Entre frases e entrelinhas tudo passa num piscar de olhos e vejo minha vida passar no escuro e pensando em toda essa sede.

[ofanim]

Hoje acordei gripado, na verdade estou assim desde ontem. Nesse momento minha cabeça dói e me sinto como um psyduck pronto para liberar poderes mentais desconhecidos, na teoria. Na prática só queria deitar e tomar um chazinho ouvindo uma música super tranquila, talvez um pouco de jaymay ou john Frusciante, acho o som o John tão suave, pena que ninguém escuta quando indico. Lí uma matéria sobre os absurdos da guerra moderna, não sei se entendi. Acho que todos nós vivemos uma centena de guerras internas, conflitos bélicos entre nossa personalidade e o mundo. Assumimos papéis de agentes secretos e alteramos nossa postura para alcançar as outras pessoas, para nos mostrar fortes, para vencer no mundo. Acho que quebrei meu computador mais uma vez “a impressionante capacidade de destruir tudo ao redor” There is no good reason for a heartbreak.

[ofanim]

O Que Eu Estou Procurando?

Não sei o que eu estou procurando Porém sei que ainda não encontrei Porque é invisível para os olhos O meu coração deve estar procurando cego. E se por acaso eu achar Saberei se a minha missão foi atingida? Ninguém pode chegar a uma conclusão Antes que a pergunta seja concebida. Como ninguém sabe O que acontece por trás Nunca encontrei a resposta para O que eu estou procurando.

[ofanim]

Você vai se afastar no momento em que meu mundo começar a cair. No momento em que a vida mudar e a existência me sufocar, eu vou me ver sozinho. Porque o amor é uma corrente que não suporta a tração da vida. Porque a estrada é longa e pouco iluminada. Porque o meu coração é um grande deserto. Não quero morrer sozinho e só ser encontrado quando meus ossos estiverem limpos e o aluguel vencido. Mas não quero que a culpa amarre a alguém. Por que quando a luz apaga, só me restam pensamentos e o mundo que retumba sobre o céu da cidade. Se eu pudesse me livrar de mim mesmo sem me perder. Eu iria. Eu fui. Beijos bruxos que me matam. Abraços demoníacos que me afagam.

(via livrovelho)

[ofanim]

A GERAÇÃO QUE LARGOU TUDO SE FERROU

 Vocês já leram frases assim? “Largue tudo e abra seu negócio próprio” “Viaje o mundo e ganhe dinheiro pela internet” Altas taxas de desemprego, escassez de oportunidades, descrédito com a economia. Somada à característica individual da geração de 20 a 35 anos em ñ querer ter um horário fixo de trabalho e trabalhar por um ideal, fez com que muitos jovens embarcassem em uma viagem que está mais pra uma furada. Esses jovens se depararam com uma realidade hostil composta pelo mercado brasileiro e ñ aguentaram o baque. Economia ruim, poucos financiamentos, corrupção em todas as atividades do dia a dia, dentre outras coisas que fazem empreender no Brasil uma atividade ingrata. Aqueles “gênios” que largaram tudo pra “viver do sonho”, seduzindo seus prospects com vídeos nas redes sociais, carros, viagens, cursos, e-mail marketing, palestras épicas, e tudo isso trabalhando pela internet, na verdade possuiam outro business, vender cursos on-line de "como fazer sucesso".  Pois é. Hoje reclamam nas filas de emprego que embarcaram nessa furada e em outras, que prometiam driblar o desemprego com pouco trabalho. Muitos desses caras apenas vendem sonhos, só esquecem de dizer que o sonho que está a venda ñ é o deles, é o seu.

[ofanim]

Parou e não disse nada. Não leio mente. Não mente. (…) Fica olhando pra mim feito um vaso. Flor morta. Não faz Fotossíntese. (…) Você respira. Porque não levanta e me beija? Me dá um tapa. Me joga na sarjeta. Me corta de vidro. Só não me olha como se estivesse olhando o nada. (…) Eu quero o veneno do sangue. A sujeira da alma. O prego nos dedos. (…) Vida. Ódio. Paixão. (…) Amor só é vida se não for pintura. Pintura fica ali. Quem quer compra. Mas só olha. (…) Eu quero língua. Quero mão. Abraço. Gemido. (…) Não me olha feito vaso.. Sei que é flor. (…) Flor é vida. Vaso só serve pra jogar na TV.

[ofanim]

Sobre relacionamento, sentimento e a vida neuroatipica

Estou deitado em minha cama, mas estou sem sono. Nessa hora que a maioria dos pensamentos me tomam de assalto. A maior parte das vezes eles são ruins, mas as vezes... como hoje, acaba surgindo um lampejo de lucidez. Viver em uma condição neuroatipica é difícil, sim, muito difícil... Agora, viver em uma condição neuroatipica e se relacionar com alguém é mais dificil ainda.

 Existe um desejo muito forte para que a outra pessoa fique ao nosso lado, mas também temos a consciência de que não é justo prender alguém quando sabemos que não é sempre que faremos bem para a outra pessoa. É óbvio, relacionamentos são assim. Nem tudo são flores, mas ninguém é obrigado a aceitar um looping emocional gratuito.

O problema é que é impossível se abrir 100% no início, mostrar para a outra pessoa seus problemas logo de cara é como pedir para que ela se afaste. Uma tarde tudo está bem, então, vem uma madrugada sem sono, vem uma dose de racionalidade e tudo muda. Você pensa “Será que sou uma pessoa tóxica?”

E essa pergunta passa a ser cada dia mais frequente, só que infelizmente não cabe a nós responder.

Eu só fico quieto e tento dar espaço para que a outra pessoa fique ou vá embora se assim quiser.

[ofanim]

Tu gosta de DoD *----* melhor pessoa

é a banda da minha vida kkkk’ tava escutando quase agora inclusive 

[ofanim]

[ofanim]

qual sua música favorita?

Eita...

Nesse momento é essa:https://www.youtube.com/watch?v=dqZbP_PfDgU