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Ele recebe uma mensagem de B "oi, tá disponível?". Victor ficou encarando a tela, uma decisão que afetaria todo seu dia. Pensou, mas nada até aquela mensagem tinha aflorado um desejo agudo com o sentia agora. Deixou-se levar, mandou "não, mas estarei mais tarde". Esperou. "Blza", não responde muita coisa, Victor pensou. Odeio pessoas ambivalentes, respondeu "cê consegue? de tarde?". "Sim". "Que horas cê tá pensando?" "umas 16h30, tudo bem?" "okay". Estava marcado.
Agora, ele reflete suas escolhas. Olhando para trás, tentando identificar as faltas. O que o levou a dizer sim. E, também, o que o impediu de dizer pare, enquanto levava alguns socos e puxões de cabelo. Em sua defesa, em meio ao êxtase coital, ele foi pego de surpresa (novamente) o que lhe rendeu uma despercebida inanição. Aberto, recebeu os golpes, o bater ritmado de pele contra pele. Um gemido que misturado ao prazer, mascarou a dor. O que mais o intriga, no entanto, é a sua ambivalência aos socos. Em seu âmago, sente que há algo errado escondido por debaixo. Assim como um medo de ter gostado. A expressão de violencia é familiar para ele, e o ato foi um tanto prazeroso, se não contarmos com o pequeno incidente. Victor não entende o vazio que o encara agora, quando, afinal, acabara de ser preenchido. Mesmo após o serviço completo, ele só queria alguém para segurá-lo, delicadamente.
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A place to come back to
Esse site aqui tem sido um lugar de retorno. Por oras bem vindo, por outras incômodo mas, sobretudo, meu. Eu penso sempre em voltar. Depois de ter, acidentalmente mudado o template do meu site eu fiquei um pouco triste mas deixei para lá. Tentei recomeçar.
Eu li em Um defeito de cor que quando você está perdido, é importante saber de onde veio. Acredito que esse canto digital seja isso. Um mapa de mim. Pegadas da minha vida. Rastro de pensamento. Sempre que retorno aqui, penso nas coisas que quero, quero colocar em display, quero para mim. Penso nas coisas que não quero e desejo mudar ou simplesmente descartar. Sempre que volto, penso nas coisas que perdi. Penso que nas coisas que se foram mas permanecem. Penso nas coisas que se foram e eu sou grato pela despedida.
Sempre que volto aqui, eu penso: quero escrever alguma coisa.
É desse lugar que vieram essas palavras. Sem intenções de comunicar nada, mas todo desejo de permanecer.
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eu sonhei com ele hoje. aquela ideia não sai da minha cabeça. eu quero desenhar mas não sei, ainda, o que me impede. eu comprei um caderno para por aquele ideia em prática. comprei um cartão sd para tentar desenhar mais. eu escuto música para tentar fazer as coisas e ainda assim nada completo. me distraio na tentativa de esquecer, não esqueço. penso em ler, não leio. agora a pouco, tomei um cafe na esperança de ter energia, me sentir vivo, no entanto nada mudou. escrevo, aqui, como quem tenta expurgar um mau. mal estar, mal viver, mal hábito, má energia, espírito... o que for: vá embora.
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muito frequentemente, eu percebo que o entendimento da minha vida é atravessado por narrativas literárias. Eu enxergo meu mundo através de uma lente caleidoscópica. Cada faceta revela uma verdade oculta, dá outro ângulo à um mesmo ponto. O mais difícil para mim, hoje, é me acomodar no fato que eu só entenderei minha vida, com a distância. É entender o que levou me levou até C, foi graças a A. E o B? Bom, o B talvez eu o entenda melhor lá na frente...
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Lembre-se: não morra.
Com o desenrolar dos meses 2023 está tomando rumos não tão diferente com os que imaginei. O que me pegou de surpresa, no entanto, foi a degradação do meu otimismo inicial- eu culpo aqui o ano novo... é sempre um período de renovaçao. Minha solidão se solidifica na minha rotina, agora agitada, e no minha mediação do conflito e condução de minha irmã. Trabalho, malho, estudo (tento) e vivo (como posso) além de gerenciar danos domésticos e manter um olho em minha irmã.
Estava ciente dos sacrifícios que precisaria fazer ao comprar essa briga, e sigo pelo mesmo caminho. Independente dos obstáculos. Acredito que o que mais me pegou desprevenido foi a esperança de uma vida fácil. Achei que esse ano seria a minha vez. Talvez ano que vem, quem sabe.
Esse texto é tanto lembrete quanto relato. Hoje, é importante lembrar de resistir, não deixe que as circunstâncias te matem. Não mate seus sonhos e esperanças. Cê consegue.
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Happy birthday! and also, your cat is dying.
Somewhere between the 16th and 18th something gone wrong. The vet said it could've been poisoning or a strong hit he took in the chest area. Now, he is hanging by a painful thread. He is in pain. The vet said cats are full of surprises, he could magically get better and he could also die. We don't have the money for a proper treatment. I don't have the courage to kill him either. A quote from A little life comes to my mind: "be brave. be brave for once." jude tells himself. I can't. I wish i could but I can't.
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I don't think any one is ever ready for that conversation. The conversation which they discover, suddenly, they know nothing about you. Your own mother doesn't know anything about you. Just as much it isn't her fault, it's just as so. The same goes for you father. Your friends, except with them it was never their fault. You were broken even before you realize what it is to be whole. The true danger lies in knowing. Once you know broken isn't all there is, there's no coming back from that. If you break a cup; the shartted pieces constitute a whole picture. If possible, it can be assembled back together. The thing with being broken before being whole is: there's no picture of what once was. To piece it back together is , without a view of what it was suppose to look like, is nearly (I don't dare say absolutely) impossible.
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i shut myself in, just so i can't see, by contrast, how pathetic my life is.
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Não me furtava a dizer o que faria muitos correrem, temendo a virulência da língua. Eram palavras repetidas por minha voz deformada, estranha, carregada de rancor por muitas coisas, e que só fez crescer ao longo dos anos. Agora, com os maus-tratos de Tobias, elas se tornaram mais vis, eram gritadas por minhas ancestrais, por Donana, por minha mãe, pelas avós que não conheci, e que chegavam a mim para que as repetisse com o horror de meus sons, e assim ganhassem os contornos tristes e inesquecíveis que me manteriam viva.
torto arado, pg. 128.
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Quando adolescente, me perguntavam por que eu me desenhar bastante, a princípio eu não sabia exatamente o porquê, até que me deparei com uma frase da Frida: pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor. Essa verdade esteve comigo por muito tempo no meu processo de criação, até que - não sei ao certo como essa nova realização me ocorreu - a noção de que desenhar era, também, uma tentativa de entender. Essa dualidade do que se conhece e não é conhecido são duas partes de um inteiro. Assim, me desenho porque me conheço e porque sou estranho a mim. Sou o começo e o fim, a doença e a cura, o céu e o inferno. A cada ideia eu sangro, a criação é, essencialmente, um processo de cura. O objeto criado é um corpo meu, e ao dar-lhe vida, eu o mato. A casca despida fertiliza o meu solo no movimento pendular da vida e morte, glória e decadência, altos e baixos.
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