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Epílogo.
Eu sabia que um dia o fim chegaria, E que o fogo em nós nunca extinguiria. Mas, ardeu tanto que precisou recuar. Tua voz, antes chama que me consumia, Agora ecoa num adeus calmo, a me devastar.
Compreendo cada passo que tens de dar, E, mesmo que o vazio dentro de mim se alastre, Te deixo partir, sem amarras, sem pesar, Pois sei que teu coração já te chama de volta.
Não foi falta de sentimento, eu sei, Mas o excesso que te fez fugir. Era impossível manter oculta, E agora, precisas caminhar.
Vai, percorre os sonhos que ainda tens, Constrói o mundo que tanto desejas. Serei a memória que te acompanha em silêncio, Guardada em páginas que o tempo não apaga.
E, mesmo que o enredo agora se desfaça, Desejo que vivas cada aventura que almejar. Que encontres o que teu coração tanto busca, E escrevas histórias que te façam fluir.
Nossa história será sempre lembrada, Como uma chama que arde, mas não pesa. Fomos fogo que nunca se apagará, Mesmo quando as mãos já não se entrelaçam.
Então vai, sem olhar para trás, Compreendo que assim deve ser. Teu futuro é vasto e te espera com pressa, E aqui, em silêncio, te deixo seguir.
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Fúria.
Mesmo sem te ver já ardi em teu sopro, Nossas almas se encontraram no silêncio
Tu és um fogo que nunca me tocou, Mas arde em cada palavra não dita. Nos deixamos levar em mares desconhecidos, Onde os corpos não se cruzam, Mas se entrelaçam em brisa De uma ausência que não limita a vida.
E ausência impede a lenta combustão. E assim estamos dispostos a nos lançar no abismo, Mesmo sem saber no fim o que vamos ser.
Tu és o eco que sussurra em minha sombra, É como se o destino nos puxasse em segredo, E ao redor, o mundo pouco ou nada fala.
Seguimos sem destino, sem rota traçada, Só o caos de uma paixão que tudo permeia. Pois mesmo sem tocar tua pele, já sou chama, E em ti, sem toque, já sou inteira.
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Abismo.
Eu gosto tanto de você Que até tento te entender. Sei que o vazio te envolve em silêncio, E a solidão te faz ao mundo desaparecer.
Eu também conheço o abismo que te consome, Essa apatia que parece nunca ter fim. Sei que às vezes é preciso se afastar, Mas ainda sinto a ausência quando não está por perto.
Nossos dias, antes repletos de conversas sutis. Agora fluem num tempo sem pressa ou caminho. Eu compreendo teu silêncio que se alonga, Mas aguardo pelos instantes que rompem esse vazio.
A saudade se arrasta, leve mas constante, Sem cobrança, apenas compreensão. Entendo que, em tua solidão, Ainda existe espaço para minha afeição.
Mesmo distante, tua presença é sentida, Como algo que persiste, sem grande imponência. Sei que teu carinho é sutil, quase imperceptível, Mas nunca ausente, um vínculo que permanece intocável.
Então sigo, sem pressa, aceitando teu ritmo, Compreendendo o que não precisa ser dito. Nos dias silenciosos, continuo a sentir Que, mesmo distantes, ainda estamos aqui.
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Profano.
Nossas vidas já estavam escritas, Seladas por promessas que não ousamos quebrar. Você surgiu como sombra entre noites malditas, Trazendo um desejo impossível de calar.
Sinto por ti o que a noite murmura, No pecado latente de um toque nunca dado. Admiração envolta em trevas puras, Como um segredo em mármore gravado.
Não é só o desejo que me faz ceder, Mas o respeito por tua alma, envolta em mistério. Por teus passos que ao abismo ousam descer, Mesmo sabendo que é isso o máximo que podemos ter.
Teu carinho é um veneno que lentamente me invade, E a admiração, uma oração que já nasce herética. Nos encontramos onde as promessas perdem a validade, Entre a luxúria contida de uma forma quase poética.
Não é só o prazer que me faz te querer, É o vazio que em ti enxergo, tão profundo. Um gosto proibido que insiste em doer, Como quem beija os lábios do submundo.
E assim seguimos, almas presas na escuridão Gostando de ti, sem redenção, Perdidos nas chamas de um desejo profano. Não buscamos perdão, nem tampouco absolvição.
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Eu gosto.
Eu gosto de como gosto tanto de você. Gosto das palavras que em ti encontram lugar, Gosto das nuances que em silêncio se revelam, Como o tempo que, em calma, escolhe ceder.
Este não é um poema de amor, Mas até bem poderia ser, Pois, afinal, o que é o amor? Não pode ser um desejo que nunca pode florescer?
Gosto do jeito que os dias se moldam, Quando estou onde os pensamentos se soltam. É apenas sobre o prazer de te ter, Na simplicidade de contigo me perder.
Do jeito mais simples que pode ser, Eu só gosto de gostar de você. Linha por linha, como sombras a tecer, E no fim, não é sobre ter você, Mas sobre o que poderia ser, sem jamais acontecer.
Posso criar versos que correm livres, tão fáceis, Rimas que trazem à luz o oculto sentir, Mas que, no silêncio, se recusam a existir.
E assim sigo, sem rumo ou razão, Gostando de ti, sem explicação. Na fronteira entre o querer e o ceder, Apenas gosto de te descobrir. E gosto do gosto de gostar de você.
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