nataliaifrj

[nataliaifrj]

Centro Cultural: Centro Cultural Banco do Brasil

O prédio do Centro Cultural Banco do Brasil, que ocupa a Rua Primeiro de Março no Centro do Rio de Janeiro, de frente a Candelária foi projetado por Francisco Joaquim Béthencourt da Silva, saindo do papel no ano de 1880. Onde se situa é fácil de chegar, já que no centro do Rio de Janeiro tem estações de trem, ônibus e VLT, sem falar dos ônibus e patinetes. Foi inaugurado, na verdade, como sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro em 1906 e abrigava o pregão da Bolsa de Fundos Públicos.. Posteriormente, o Banco do Brasil, já dono do prédio, continuou com a função que ele tinha: ser palco de negócios. Em 1960, o Banco do Brasil cede o espaço à Agência Centro do Rio de Janeiro e depois À agência Primeiro de Março. Apenas em 1989 o edifício foi transformado em Centro Cultural Banco do Brasil, sendo adaptado mas conservando elementos importantes da arquitetura original. Considerado o 21º museu de arte mais visitado do mundo pela revista The Art Newspaper em abril de 2014.

Agora dedicado a cultura, o CCBB conta com exposições únicas e impressionantes. Como destaque, já estiveram lá Picasso e a modernidade espanhola (considerada a mostra pós-impressionista e moderna mais visitada do mundo em 2015), Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE), Ex Africa, Erwin Wurm – O Corpo é a Casa, Jean-Michel Basquiat, O Triunfo da Cor: O pós Impressionismo, ComCiência – Patricia Picininni, Mondrian e o Movimento de Stijl, Amazônia, Ciclos de Modernidade. Algumas exposições foram muito visitadas, entrando em rankings da revista The Art Newspaper. Cada exposição atrai um tipo de público diferente, falando de futebol, tecnologia, indo de animações até Basquiat, tornando o público diverso. Importante ressaltar que as exposições que acontecem lá são gratuitas. No site do CCBB tem todas as informações sobre a arquitetura e equipamentos das salas em que as exposições acontecem (http://culturabancodobrasil.com.br/portal/rio-de-janeiro/galeria/).

O Acervo Histórico com artigos e documentos tem o objetivo de contar a história do Banco do Brasil. Contando com 38.000 peças como moedas, cédulas e valores impressos (todas ligadas ao dinheiro), mostram não apenas a evolução da moeda mas sim uma história contada por uma invenção do homem. Lá tinham maquetes dos prédios do Banco do Brasil, posters de exposições, estátuas e quadros de governantes brasileiros. Representações da sala de reuniões e sala do secretário. As primeiras salas onde expõem as moedas e cédulas são bem escuras, com paredes pretas dando todo e total destaque para as frases de impacto (nas paredes e até no chão) e aos objetos. Quando o assunto é sobre os governantes do Brasil, salas de trabalho, maquetes e explicações administrativas e econômicas, as salas se iluminam.

O CCBB também abriga uma biblioteca tendo três salas para coleção geral, sala de referências com enciclopédias e dicionários, sala de livros infanto-juvenis, sala trancada (aberta por solicitação) com livros raros, sala de multimídia ( também aberta por solicitação), sala de peri��dicos e sala de estudo coletivo, onde o silêncio não é necessário. Os computadores de consulta eram mais baixos, para que os cadeirantes conseguissem digitar suas pesquisas. Não havia livros em braile ou CDs que narram as histórias dos livros. Precisa guardar a bolsa no guarda-volumes para o acesso. A biblioteca funciona de quarta a segunda, das 9h às 21h. Por toda a biblioteca tem extintores, hidrantes e as saídas de emergência sinalizadas.

O cinema do CCBB tem duas salas, a primeira com capacidade de 102 lugares e 4 box para cadeirantes e a segunda com 52 lugares e 2 box para cadeirantes. No site tem informações sobre todos os equipamentos do cinema (http://culturabancodobrasil.com.br/portal/rio-de-janeiro/cinema/)O cinema as vezes exibe filmes gratuitos onde o ingresso é adquirido na bilheteria uma hora antes de começar. Atualmente acontece lá a 18ª Mostra do Filme Livre sendo a maior mostra de cinema brasileiro com o objetivo de mostrar os atuais filmes independentes. Alguns dos filmes disponíveis são Alguns dos filmes disponíveis são: A Palavra de Deus, Amábile, Polis e Miragem. Os curadores da mostra são Gabriel Sanna, Scheilla Franca, Diego Franco, Chico Serra, Gustavo Jahn e Christian Caselli. Mais informações sobre a mostra no site http://mostradofilmelivre.com/19/ Extintores de incêndio e placas de saídas iluminadas garantem a segurança do local.

O CCBB também tem três salas de teatro. Todas contam com Box para cadeirante, mas a sala dois trás adaptações que mostram um cuidado especial com os deficientes, tendo 3 box para cadeirantes, 1 box para cão guia, 1 lugar para obeso e 1 lugar para mobilidade reduzida. O teatro 1 tem 175 lugares, o tearto 2 153 e o teatro 3 tem 96 lugares. No site fala sobre os equipamentos e arquitetura do local (http://culturabancodobrasil.com.br/portal/rio-de-janeiro/teatro/). Extintores de incêndio, hidrantes e saídas de emergência bem sinalizados. As peças geralmente são pagas.

O prédio em si tem diversas sinalizações sobre as saídas de emergência, extintores e hidrantes. Nas exposições vemos pelo menos um extintor de incêndio em cada sala. No térreo encontramos a bilheteria (que disponibiliza cadeira de rodas), livraria e café (porém os preços são caros), elevadores, balcão de informações e banheiros. Os banheiros do prédio contém cabines para deficientes. No segundo andar temos o Arte Educação (www.ccbbeducativo.com) onde as escolas podem agendar passeios com guia por todo o prédio e o Lugar de Criação também dedicado as crianças (funciona de11h-13h e 15h-17h nos sábados, domingos e feriados). O funcionamento é de quarta a segunda de 9h às 21h. Tanto os seguranças, as moças da bilheteria e guarda volumes, as bibliotecárias, todos os funcionários estão dispostos a ajudar e mostrar o Centro Cultural. É um espaço que promove diferentes tipo de conhecimento, para todas atividades, com a maioria dos programas gratuitos.

Mais fotos e alguns videos (principalmente sobre o acervo e biblioteca) estao neste link https://photos.app.goo.gl/KjPFX14aVcVDa2449

OBS: Não foi permitida a visita às salas de teatro e cinema então usei as informações que recebi pelas conversas com os funcionários e as que encontrei no site (http://culturabancodobrasil.com.br/portal/rio-de-janeiro/) pois eram indispensáveis.

[nataliaifrj]

Exposição: Dreamworks Animation: a Exposição – Uma Jornada do Esboço à Tela

O Ministério da Cidadania apresenta e o Banco do Brasil apresenta e patrocina Dreamworks Animation: a Exposição – Uma Jornada do Esboço à Tela. A exposição gratuita aconteceu no CCBB, Centro Cultural Banco do Brasil, que se situa ao lado da Candelária no Centro do Rio de Janeiro, assim se tornando de fácil acesso pelo trem, VLT, metro e ônibus. Assim que cheguei, vi o museu lotado, com seu público em maior parte famílias com suas crianças, já que se tratava de uma exposição sobre o processo de realização de algumas das mais assistidas animações do mundo inteiro.

A exposição era organizada em três etapas: Personagens, onde era mostrada a evolução de cada personagem para que chegassem no formato que os conhecemos nas telas. História, que diz sobre o processo de criação das cenas, roteiros e narrativa do filme. Por ultimo, Mundo, que foca no trabalho colaborativo de diretores, diretores de arte e artistas para criar um universo novo, fantástico, único e característico de cada filme.

Na primeira parte, Personagens, encontrava-se esculturas, quadros com diversos desenhos dos personagens em posições distintas. Interessante ressaltar como eles eram diferentes dos que conhecemos nos filmes. Assim vemos a construção da personalidade refletida na estrutura física de cada personagem, como os desenhos vão mudando para representar fielmente a personalidade de cada um. As belíssimas esculturas falam sobre como o personagem é visto de diferentes ângulos e ajudam a trabalhar com luz e sombra quando o personagem é digitalizado. Tinha também uma experiência no computador para mudar as expressões faciais os personagem, exprimindo sentimentos diferentes e entrevistas por vídeo com os animadores e ilustradores.

Em História víamos o processo criativo das cenas. O destaque foi um storyboard digital e enorme em que o cineasta apresenta o passo a passo de como foi feita uma cena de Shrek, onde o Homem Biscoito é interrogado. Também mostrava a diferença da quantidade de storyboards que eram feitos a mão e os que são feitos agora, digitalmente. Mostra os desenhos e o processo em que cada cena é feita.

Mundo é a última e maior alegoria da exposição, encantando cada pessoa que entrava nas salas. Lá eram mostradas mapas e maquetes espetaculares dos reinos e cidades em que os filmes se passavam e quando estas entravam em contraste, vemos a aura de cada filme, a autenticidade de cada animação.  Um computador permitia que fizéssemos alterações nas luzes dos fogos de artifícios e outro nas ondas do mar, mostrando que as diferentes velocidades e intensidades traziam diferentes sensações. Tinham cartazes falando sobre cada mundo de diferentes filmes, como a cidade orgânica de cera em Bee Movie e a cidade de corais em O Espanta Tubarões, entre muitos outros filmes. As cidades, os ambientes em que se passam o filme são a identidade da animação. Os cartazes falavam também sobre como os mundos individuais dos personagens eram retratados no filme, como em A Origem dos Guardiões, onde seis guardiões tem lugares, pensamentos e culturas diferentes e em Kung Fu Panda, quando Pô se imerge em seus pensamentos. Também mostrava a pesquisa que era feita sobre o lugar, espécies de plantas e animais para a montagem de um filme, como por exemplo em Madagascar. E parte de toda magia é a sensação que a música nos provoca. Um lugar para falar sobre as músicas tinha também fone de ouvidos para que víssemos cenas emocionantes pela sua energia passada através do som. O ponto alto de Mundo com certeza foi o cinema 180 graus que dava a sensação aos expectadores de que estavam voando a Ilha de Berk nas costas do dragão Banguela do filme Como Treinar Seu Dragão. Sem deixar de lado que as pessoas podiam desenhar e criar sua própria animação.

A exposição deixou de apresentar alguns filmes como Megamente e Capitão Cueca. Outros filmes foram muito destacados como Shrek, Kung Fu Panda, Como Treinar Seu Dragão e Madagascar, acredito que devido a suas continuações, assim podendo exemplificar melhor os pontos que queriam ser mostrados., pois filmes tão famosos quanto (Bee Movie e A Origem Dos Guardiões, por exemplo) não tinha tanto destaque. Os filmes que tiveram elementos expostos foram: Madagascar, Como Treinar Seu Dragão, Bee Moovie, Sherk, Kung Fu Panda, Wallace & Gromit: a Batalha dos Vegetais, O Espanta Tubarões, Trolls, Spirit: O Corcel Indomável, A Origem dos Guardiões, Os Croods, O Príncipe do Egito, FormiguinaZ, Os Sem Floresta, Caminho para El Dourado e A Fuga das Galinhas. Alguns desses têm continuações e estas também foram citadas e reconhecidas.

Todas as salas ou eram coloridas com imagens dos desenhos nas paredes ou escuras para que assistíssemos melhor os data-shows e tinham nas paredes cartazes explicando sobre os filmes, processo criativo e o motivo daquele personagem ou daquela cena estar sendo mostrado ali. Essas também tinham seguranças, extintores de incêndio e hidrantes e em todos os andares a sinalização da saída de emergência. Alguns espaços mostravam como era a mesa de trabalho dos produtores do filme.

O elevador do prédio, por mais que pequeno, podia transportar cadeirantes e também tinham cadeiras de roda disponíveis no local. As salas tinham mesas com as esculturas e maquetes, mas pude observar que não eram obstáculos para um menino cadeirante que aproveitava a exposição sem tirar o sorriso do rosto.

Por fim, a exposição foi completa, interativa, cativante, mágica, didática, apaixonante. Agradava a todas as idades. Todas as pessoas saiam com um certo encanto de ver como suas animações favoritas eram produzidas desde o papel até as telas.

Mais fotos (e alguns vídeos) da exposição são encontrados nesse link: https://photos.app.goo.gl/BjwqmkdCmqw81ya97

[nataliaifrj]

Literatura: Biblioteca Parque

A Biblioteca Parque é uma biblioteca gratuita, aberta ao público. Encontrei lá uma diversidade imensa de livros e filmes, que atraem todo tipo de pessoa. O prédio é grande e branco, chamando atenção a quem passa pelo Centro do Rio de janeiro, se localizando em frente a estação de trem e metrô Central do Brasil, vizinha do VLT e do Campo do Santana. Logo ao entrar, os seguranças pediram que eu fizesse o cadastro e guardasse a bolsa no guarda volumes. Quando fiz o cadastro, me disponibilizaram o Passaporte de Museus.

Ao lado do guarda volumes tinha uma exposição infantil sobre Monteiro Lobato. Nas paredes tinham cartazes sobre a biografia do escritor, sobre o Sítio do Picapau Amarelo tanto na televisão quanto nos livros e gibis. Interessante a forma que eram escritos pois alguns tinham narrativas da Emília, outros eram escritos como se estivessem conversando com o leitor, tornando a exposição leve, fluida e divertida. Porém os cartazes estavam no alto, impossibilitando a leitura de algumas crianças, pois está fora do seu campo de visão. No chão tinham placas com os personagens do desenho mais recente e uma pequena apresentação escrita de cada um, também divertidas e cativantes. Também cadeirinhas e mesa com livros infantis, em sua maioria do Monteiro Lobato e uns “puffs” com almofadas. Já biblioteca infantil, infelizmente estava fechada. Não só nessa visita, mas tendo em vista minhas visitas anteriores, concluí que poucas crianças visitam a biblioteca, mesmo quando a biblioteca infantil estava aberta.

Moradores próximos a biblioteca fazem visitas frequentes, em sua maioria homens adultos ou idosos. Os trabalhadores da biblioteca tem boa relação com eles, já os conhecendo e até sabendo o que buscam na biblioteca. Muitos deles estavam vendo filme na área de Multimídia, onde podem escolher entre diversos filmes, que assim como as outras áreas da biblioteca tem um cartaz com regras a serem seguidas, escritas de forma amigável. Mas eles também podem acessar os computadores, consultar nas máquinas seus livros favoritos, podendo ler em bancos, cadeiras, sofás, mesas com lanternas, enfim, muitas opções de atividades. Podem também fazer a carteirinha da biblioteca e reuniões em salas fechadas. A biblioteca conta também com  um auditório e com um café, mas este estava fechado.

Alguns dos visitantes são deficientes, por isso a biblioteca se preocupa com a acessibilidade. Uma cadeira de rodas está disponível logo na entrada da biblioteca, piso tátil, elevador e muitos aparelhos que possibilitam as pessoas a ler seus livros. Uma biblioteca com livros em braile, letra aumentada, cd’s que têm o áudio da história sendo contada, e ainda as maquinas. Cada maquina tem sua função e a bibliotecária está disposta a explicar todas elas e ainda digitalizar o áudio dos livros e mandar por e-mail aos visitantes. As máquinas têm as seguintes funções: Virar a página quando o usuário pisa no pedal, imprimir desenhos em alto relevo, mostrar na tela a pagina do livro com zoom, também podendo mudar a cor da letra ou fundo de acordo com cada deficiência visual, transformar as palavras dos livros em áudio, também um computadores com teclado aumentado e impressora em braile. Também uma sala com mesa e cadeira para ler o livro desejado. É importante lembrar que também são encontradas obras infantis. Alguns livros têm as imagens em alto relevo e superfícies ásperas ou macias para que a criança sinta a imagem e o objeto desenhado como é.

O cuidado também é perceptível na segurança. Todos os ambientes tinham extintores de incêndio, também tinha mangueira de incêndio. As saídas de incêndio também eram bem sinalizadas. Os seguranças estavam dispostos assim como todos os funcionários a informar sobre qualquer coisa, responder qualquer pergunta feita. Todos que trabalham lá têm paciência e simpatia na hora de falar, prestar ajuda, estão sempre dando informações, transformando o ambiente em um lugar acolhedor, que prende todos os visitantes.

Mais fotos da Biblioteca Parque podem ser vistas através deste link https://photos.app.goo.gl/NNmMcGPFJ7r4rrzK7 . Lá você encontra fotos dos equipamentos e exposição que melhor ilustram o texto.

[nataliaifrj]

Teatro: Valsa n° 6

A peça retrata a cabeça de Sônia, após ser assassinada, apunhalada pelas costas, aos quinze anos de idade. O monólogo mostra as tentativas falhas de identificar suas próprias memórias além de ordená-las para que façam sentido. Os delírios da jovem expõem seus questionamentos. Como morri? Quem me matou? Quem era eu, Sônia (se esta existiu mesmo)? Mas o meu questionamento, como expectadora, foi: Qual peso de ser mulher?

A peça escrita em 1951 por Nelson Rodrigues vem com críticas a como as pessoas, principalmente a vizinhança, julgavam Sônia por sair de sua meninice e virar mulher, pois completou seus quinze anos. Em vários momentos vemos a ingenuidade da moça, que mesmo assim recebia frases de mau gosto, transformando a figura da mulher que sente desejo em uma pessoa desqualificada, uma ameaça aos maridos, uma aberração. Sônia sente o peso quando repete varias vezes se não pode uma menina ter quinze anos.

Pude deleitar da obra artística no teatro Miguel Falabella, no Norte Shopping, que se situa em uma das mais conhecidas avenidas do Rio de Janeiro, a Dom Hélder Câmara. Mesmo em um lugar de fácil acesso e em um teatro tão visitado, a peça não teve tanta visibilidade assim. Não havia nenhum cartaz no teatro sobre a peça, nem publicações no site do teatro ou fotos convidando o público pelas redes sociais. Encontrei a peça por um simples tweet de uma das atrizes e consegui informações com a mesma. Desta forma, o público lá presente, eram os amigos e família dos atores, o que é uma pena, porque a peça foi bem feita e interpretada por todos eles. Seria bom que trabalhassem na divulgação, trazendo público e prestígio para o trabalho.

O teatro tem capacidade para 456 pessoas, com ótima iluminação e equipamentos que fizeram a peça agradável de assistir. Os jogos de luzes foram indispensáveis para causar a tensão no publico, assim como o som alto do piano e os vídeos que passavam de fundo a apresentação. Mas as vozes eram muito baixas para que fossem ouvidas perfeitamente por quem estava sentado ao fundo do teatro. Outro ponto negativo pode ser identificado quando falamos sobre acessibilidade. Não tem rampas, disponibilização de cadeira de rodas e nem lugares reservados para cadeirantes. As duas saídas de emergência (uma na parte de cima, perto da entrada e uma no andar abaixo, perto do palco) eram sinalizadas por placas e haviam no mínimo cinco extintores de incêndio no local, mas quando as luzes se apagaram, não eram identificados. Antes de começar, não houveram avisos sobre os extintores e saídas de emergência.

Mesmo com alguns contras, a peça foi boa. Causou confusão, questionamentos e principalmente tensão que fez com que o público saísse pensando sobre a vida e morte da jovem. Também parabenizo o trabalho dos atores, a maioria jovens, que se dedicaram e fizeram um ótimo espetáculo.

[nataliaifrj]

Show: The 1975 no Circo Voador.

The 1975 é uma banda de pop rock formada em Manchester. A banda têm quatro integrantes, estes são Matthew Healy (vocal e guitarra), Adam Hann (guitarra), George Daniel (bateria) e Ross McDonald (baixo) e essa formação não mudou desde 2004, quando a banda teve início. Eles se conheceram na escola e foram “uma banda de garagem” por muito tempo. Crescendo aos poucos, em 2012 seus sucessos estouraram nas rádios nacionais e seu primeiro álbum foi lançado posteriormente em 2013. Em 2014 os meninos já participavam de grandes festivais como o Coachella e iniciaram suas turnês internacionais.

O Circo Voador acolheu o público e a banda tornando o show intimista e particular. Com capacidade para apenas 2.800 pessoas, distribuídas em arquibancada e pista, o lugar vibrou alegria de todas as pessoas que o lotavam. Em sua maioria, jovens com média de 16 a 25 anos estavam famintos para gravar os momentos com seus celulares, o que lembra o motivo do show, uma turnê para divulgação do seu mais novo álbum “A Brief Inquiry into Online Relationships”, que se traduz “um breve inquérito sobre as relações online”.

A empolgação da banda e da platéia eram notórias, porém informações segurança não foram anteriormente avisadas. No início do show, um pequeno vídeo sobre a Queremos!, que produz shows de acordo com os pedidos dos fãs pelas redes sociais. O vídeo poderia ser aproveitado para alertar sobre a saída de emergência e sobre a capacidade da arquibancada, mas foi necessário que a banda parasse o show pedir que os fãs não pulassem na arquibancada. 

O Circo Voador é de fácil acesso, fica situado nos Arcos da Lapa, cartão postal do Rio de Janeiro, bem próximo a estação de metrô Cinelândia. Já quando falamos de acessibilidade a situação reverte. A subida da arquibancada, lugar mais sossegado, se dá por escadas, dificultando o caminho de pessoas com deficiência. Também não tem piso tátil. Não há nada que preste ajuda para pessoas com deficiência. 

Inaugurado em 1982, fechado em 1996 por César Maia e reerguido novamente em 2004 com seus próprios recursos (pela organização não governamental “Associação Circo Voador”), o Circo Voador conta com muita história. Foi criado para que artistas que não tinham espaço pudessem encantar o público. Originado no Arpoador, migrou pelo Rio, levando alegria a cidade até pousar na Lapa. Foi palco de grandes nomes da música brasileira e internacional. Agora saberemos mais sobre o que aconteceu lá em quatro de abril de 2019.

A banda chega pontualmente ao palco. O vocalista animado se apresentando ao público e logo começa uma das músicas mais agitadas do novo álbum, já levantando a galera. Vendo a animação dos fãs, ao passar do show, os meninos estampavam no rosto uma mistura de vergonha e felicidade, era perceptível que estavam gostando da primeira visita ao Rio. Logo as coisas fluíram como uma conversa, o vocalista pedindo água para os fãs, a multidão ansiosa pedindo suas músicas favoritas e recebendo respostas engraçadas. E quando as músicas tocavam, como vibravam! Uma apresentação agradável, cheia de conversas e interações, ainda presenteou a cidade maravilhosa com uma música não tocada anteriormente e com a maior setlist de toda a turnê, contendo vinte músicas. As mensagens sobre masculinidade frágil, modos de relações atuais, críticas a forma da nova sociedade eram cantadas de todas as bocas presentes, sem deixar de lado as músicas românticas e melancólicas que desaceleraram a galera, montando um ciclo perfeito. Após o show houve um after party com o DJ Felipe Malfoy, convidado pela Heineken que patrocinou o show, junto com a entrega de posters.