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oliverkim-md:
Eu te chamo de Bartolomé se você me chamar de Oliver. Eu não ligo muito pro título de doutor e você frequenta o café dos meus pais com frequência o suficiente para deixarmos de lado as formalidades.
Ele tem essas crises com que frequência? Charlie, vou escutar seus pulmões agora, certo? Respire o mais fundo que você conseguir, ok?
Se você diz, Oliver, sei que alguns dos seus colegas não compartilham desse pensamento.
Infelizmente sim. Ele tem problemas respiratório desde bebe e com alguns tratamentos conseguimos controlar a maior parte deles, mas a asma sem faz suas aparições e os ataques tem ficado mais frequentes nos último dois meses. O antigo pediatra disse que é porque ele está na idade de ser agitado, mas... eu não sei.
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oliverkim-md:
Sr. Estrada, olá! Eu sou o pediatra de plantão essa noite, então vou cuidar todas as crianças em apuros.
Hey, little man. What’s going on? Pode colocá-lo na maca, por favor.
Por favor, me chame de Bartolomé, apenas meus alunos novos me chamar de senhor.
Charlie aqui teve uma crise de asma bastante série mais cedo, a bombinha ajudou, mas ele ainda está sentindo aperto no peito e dificuldade para respirar.
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@oliverkim-md
Esta todo bien, cariño, o médico já vai nos atender.
Dr. Kim? Estava esperando que você a atender hoje.
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Aesthetic Moodboard: Bartolomé Estrada & Oliver Kim // fatherhood
“What makes you a man is not the ability to make a child, it’s the courage to raise one”.
― Barack Obama
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Moodboard: Bartomolé Estrada // being a dad
“If you think my hands are full, you should see my heart ”
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— It’s a very good hospital, but I hope we don’t have to meet there. — Ollie sorriu gentilmente, enquanto observava Charlie e Riley entusiasmados numa conversa sobre suas cores favoritas. A rede de hospitais em que trabalhava e fazia residência era de fato uma das melhores e mais modernas de Nova Iorque, mas Oliver esperava não ter que atender os filhos de Bartolomé tão cedo. Apesar de adorar sua profissão, hospitais não eram um bom lugar para crianças. — Yes, it’s a really nice neighbourhood! Here, that’s my number. Text me if you need something. It’s hard to be the newbie and I would be happy to help you guys to settle. — Ollie pegou um dos seus cartões de visita na carteira e estendeu para Bartolomé. Usava eles muito raramente, visto que não tinha um consultório particular, mas os mantinha guardados para os pais e mães de pacientes que preferiam manter contato direto com ele. Não passou despercebido ao médico como o homem falava com carinho dos seus filhos e Oliver se sentiu bem em finalmente encontrar alguém que talvez lhe entendesse. Riley era e sempre seria a maior prioridade da sua vida, mas seus amigos e colegas não pareciam compreender isso de fato. Os convites para saídas e noitadas deixaram de existir, visto que Oliver sempre precisava estar em casa para cuidar da filha. Amava a vida que levava sendo pai, mas estaria mentindo se dissesse que não era solitário.
Ollie ouviu atentamente a história de vida de Bartolomé, mantendo os olhos fixos no mais velho enquanto ele falava. De repente, tudo fazia muito mais sentido; o fato dos filhos serem parecidos entre si, mas não lembrarem o pai em nada fisicamente. Não pôde deixar de sentir admiração pelo músico, um homem gay e solteiro que criara duas crianças adotivas sozinho. Um homem como ele definitivamente era uma boa pessoa e alguém para se ter por perto. O sentimento fez Oliver sorrir sem perceber e antes que se desse conta, já desejava ter uma amizade com Bartolomé. — This is… Incredible. I mean, I imagine it was a difficult time, but I’m glad you didn’t give up. Your kids are so polite and smart… I guess you’re doing a very good job raising them. It’s a really impressive story, Bartolomé. Thanks for sharing it with me. — Seus anos de terapia após a morte de Jessica, sua esposa, tinham lhe ensinado a reconhecer quando outras pessoas se abriam e falavam sobre dificuldades que passaram. Por mais polida que fosse a história do músico, Oliver estava feliz por ele ter se sentido à vontade para compartilhá-la. — Well, my grandparents are immigrants from North Korea. I don’t know how much you know about the political scene there, but they came to the United States in search of better life opportunities. My mom and dad are Americans and they met within the Korean community that exists here. They opened this cafe years ago, even before I was born, and with the help of friends and the community, the business ended up paying off and growing. — A história da sua família não era exatamente impressionante, mas Oliver tinha orgulho do quanto eles tinham trabalhado duro para se estabelecer ali e garantir um futuro para ele. — I am an only child and I ended up taking my father’s advice to pursue a career that would give me stability. I had a lot of support and even a little luck during high school and college. I had to work hard to get a scholarship, but in the end everything worked out. I got married early, with my high school sweetheart, as soon we finished college. A year later Riley was born and shortly afterwards, my wife died in a fatal accident. — Ollie já não tinha problemas para contar essa história, mas sempre seria incômodo relembrar os meses de luto que se sucederam ao acidente de carro em que Jessica tinha morrido. — It was also a very bumpy ride, ‘cause I was starting internship at the hospital and Riley was too little, but I had a lot of help from my family to get through all the problems. I had a lot o therapy sessions too. — O médico riu consigo mesmo ao assumir para Bartolomé o quanto ele precisou de ajuda profissional para seguir em frente. — Now it’s just me and this little munchikin against the world. She is all that matters to me. — Ollie deixou sua mente vagar ao observar a filha terminar de beber seu chocolate quente e limpar a boca num guardanapo em vez de usar as mangas. Ele amava ela mais que do tudo na vida.
Bartolomé esperava mesmo que não precisasse levar ninguém ao hospital, primeiro que qualquer motivo para alguém ir parar lá era negativo, segundo que, por menor que fosse a convalescença, o valor a ser pago pelo tratamento era altíssimo; porém, sabia que era inevitável, pois, para além dos check ups anuais das crianças, Charlie tinha alguns problemas respiratórios e as crises de asma dele podia levá-lo ao hospital; o novo emprego garantia um seguro bastante razoável para a família, mas não era como se o latino tivesse interesse em acionar a cobertura. - Thanks, man. I’ll reach out next time we ended up not knowing what to eat. - seu tom era bem humorado, embora o mais velho estivesse surpreso com a solicitude de Oliver. Bartolomé não conhecia muitos médicos, aliás, conhecia poucas pessoas fora do ramo da música e da educação, mas a maioria dos que com quem tivera contato anteriormente tinham se demonstrado um tanto fora de alcance; alguns eram tão focados nos trabalho que não conseguiam ver muito além de seus consultórios enquanto outros queria se desvencilhar por completo de sua profissão quando fora deles; Oliver parecia ter encontrado um bom equilíbrio neste aspecto e o latino suspeitava que Riley tinha tudo a ver com isso. O latino teve que conter a risada nasal quando Oliver comentou sobre seus filhos serem bem educados, pois questionou-se mentalmente se ele continuaria a pensar assim se visse a quantidade de palavrões que Eleanor usava dentro de casa. Bartolomé não se importava com isso, orientando a menina para que evitasse os usar em público, era como uma troca e até então estavam indo bem - Charlie ainda demoraria a adquirir esta ‘vantagem’, mas o médico estava certo, eles eram boas crianças, educadas e inteligentes e o coração de Bart se enchia de orgulho quando ouvia tais elogios às suas crianças. - I really hope I’m doing a decent job, they deserve it, y’know? - a pergunta era retórica e o latino não sabia dizer se, de fato, estava oferecendo o melhor para seus filhos, pois suas referências de família tinham sido todas muito padronizadas socialmente. Ele também não sabia dizer se sua história de impressionante, como Oliver dissera, talvez apenas diferente, mas o ouvindo, percebeu que ele tinha capacidade de comparação. Bartolomé sabia pouco sobre a Coreia do Norte, mas tinha a noção que o governo do país podia ser definido como uma ditadura stalinista totalitária e que há gerações era um lugar difícil de se desenvolver, apenas isso já fazia a história de Oliver ser interessante. No mais, as origens do descendente coreano era muito diferente da de Bartolomé, o que era claramente percebida em como ele fazia questão de falar de seu pais e avós enquanto o latino evitava; porém, eles tinham uma coisa em comum, eles sabiam fazer uso das oportunidades que lhes surgiam e trabalhavam duro por elas. A menção de uma esposa não surpreendeu o mais velho, mas a de sua morte, sim. - I’m sorry for your loss. - por mais clichê que fosse sua fala, era sincera em um sentido universal; Bartolomé podia não ter conhecido a esposa de Oliver, mas simpatizava com o homem que perdeu alguém que amava e com a criança que perdeu a mãe, a memória dela os acompanharia para sempre. - You seem to be doing great, with your daughter and yourself. - e era verdade, pois o homem tinha conseguido continuar seus estudos, estava formando sua carreira e claramente era presente na vida de Riley; eram poucos aqueles desejavam e conseguiam fazer tanto.
Alguns segundos de silêncio se abateram na mesa enquanto os dois observavam suas crianças interagindo; logo o latino precisaria ir embora, mas não queria deixar que a conversa terminasse com aquele tom de nostalgia. - I do so admire those who are alone, you know. Alone to raise a part of their future. From the care of a baby, to the age of teen, to keeping an eye on the adolescent. It’s a great task to be the only constant adult in the child’s life and what you do is twice as rewarding. Twice is the love you give and you also are the one to receive twice as much from your child. - talvez ele estivesse deixando sua mente vagar um pouco demais, mas isso era inerente à sua profissão e pareceu que o momento lhe permitia essa passagem. De qualquer forma, suas palavras para Oliver eram verdadeiras, pois Bartolomé sabia onde estava se enfiando quando decidiu adotar Eleanor e Charlie, tinha consciência das dificuldades que era criar uma criança e tinha se preparado para poder fazê-lo da melhor forma que podia; porém, Oliver não tinha assinado para ser um pai solteiro e isso certamente adicionava um peso em sua vida.
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— Harlem? No way! I live there too, right in front St. Nicholas Park. Actually, I work at NYC Health + Hospitals, the branch in Harlem. — Já era uma feliz coincidência que Bartolomé frequentasse Koreatown com frequência, mas se mudar para a mesma vizinhança em que o médico morava era ainda melhor. Sua vida inteira estava concentrada no Harlem e Oliver adorava o clima alternativo da região. Riley, depois de dar muito trabalho para as cuidadoras da creche do hospital, agora frequentava uma pré-escola perto de casa e Ollie conseguia deixá-la e buscá-la todos os dias. O médico riu consigo mesmo com o comentário da filha mais velha de Bart, desejando que fosse fácil impressionar outras pessoas daquela forma. — It’s not easy at all, but I have my parents to help me out when I need. I’m a pediatrician. So I have Riley and a lot of other kids to take care of. Seems crazy, I know. — Oliver adorava crianças e um dos seus sonhos de vida era ser pai. Tinha escolhido sua especialização porque lidar com crianças, apesar de complicado, ainda era mais fácil do que lidar com adultos. Modéstia à parte, ele achava que tinha muito jeito com os pacientes e por isso era o favorito da ala pediátrica. Seu jaleco era estampado com bichinhos e ele sempre carregava pirulitos no bolso; era uma concorrência desleal para os outros residentes. Mas para além disso, Oliver tinha um carinho imenso pelas crianças que cuidava - seja atendendo elas na emergência ou na internação - e gostava de pensar que isso era o que fazia a diferença.
— Sorry Bartolomé, but you’re too cool to be a teacher and a father. It should be illegal, you know? But jokes aside, that’s really nice. I would love to have a teacher like you in my NYU days, but they were all lame. — Bartolomé não aparentava realmente ser um professor. Não que ele tivesse que usar tweed e mocassins o tempo todo, mas Oliver achava que ele estava mais para os palcos do que para as salas de aula. Porém, olhando mais de perto, o médico conseguia imaginá-lo ensinando jovens universitários, com sua caneca de café preto pintada pelos filhos. Ao vê-lo falar com a filha, Ollie ficou curioso sobre as origens do mais velho e mais ainda sobre as crianças saberem falar outra língua. Riley tinha começado a aprender coreano desde muito cedo, mas isso tinha dificultado sua aprendizagem de inglês. Pedagogos e psicólogos diziam ser normal que crianças bilíngues demorassem um pouco mais para desenvolver completamente a fala. — It’s okay. It’s nice how you trust her to be on her own and she seems like a good kid. I’m not eager at all for a teenage Riley. — A ideia da sua pequena crescer e entrar na puberdade era algo que assustava Oliver, mas ele preferia curtir o presente em vez de se preocupar demais com o futuro. — In fact, that’s one of my worst nightmares. — Sussurrou, se aproximando de Bartolomé o suficiente para que Riley não ouvisse sua reclamação. — Sorry if I’m being rude, but… What’s your story? Where are you from? — Ollie estava curioso para saber mais sobre Bartolomé, suas origens e a história de como ele se tornara pai daquelas duas crianças.
- That’s nice! I never had to take anyone to this hospital, but it is good to know that I will find a friendly face there if I need to. Great area to live too, even if I don’t know Harlem very much, I’ll want some tips. I used to live in East Harlem, but between college and work I didn't know much beyond El Bairro, now I'm back there with the kids, in an apartment close to Thomas Jefferson Park. - se estivesse se localizando corretamente, Oliver morava mais próximo da sua universidade do que o próprio latino, mas ele não tinha do que reclamar, pois a região leste era mais em conta e infinitamente mais perto do emprego do sua antiga casa em Murray Hill - sem contar que a cultura latina era algo que Bartolomé tinha um imenso apreço. Então eram seus pais que o ajudavam com a pequena Riley, hum? Não era de se admirar que ele precisasse de mãos extras atendendo ao estudo de medicina enquanto cuidava de uma criança de tenra idade, mas tinha ficado claro a ausência de uma esposa ou mãe nessa história; mais uma vez, o latino voltou a refrear-se que não era seu lugar perguntar.
Sentiu a face aquecer com o comentário de Oliver e focou que ele apenas estava sendo gentil, como em todas as outras vezes que conversaram. - I would love for my students to find me as cool as you are saying, but competition is tough when it comes to art alumnus. But you think I'm cool, aren't you, little man? - perguntou a Charlie, tirando a atenção dele dos desenhos por um segundo para um fist bump. Olhando para a porta que Eleanor recém saiu, Bart teve que concordar com o novo amigo; ele confiava na filha em mais do que um aspecto. - She is, she had to manage alone since she was very young. - sabia que seu comentário soava vago, mas não era como se tentasse esconder como sua família havia se unido. - I imagine you anticipate a lot of headaches with this little one, but, trust me, you will love it. - a menina era ativa, isso era perceptível, também muito educada e desenvolta, certamente Oliver ia ter alguns cabelos brancos com Riley no futuro, o que não era algo ruim, necessariamente. - My story? - aquela era uma pergunta que o latino não respondia há anos, mas que foi repetida para ele dezenas de vezes quando estava no processo de adoção, então era fácil pôr em palavras algo que tinha aprimorado a cada entrevista. -I'm from Guatemala, I came to the USA dreaming of a career as an artist, but my college years and the different jobs I ended up doing showed me something else. In the middle of the course I included the teacher preparation program to my bachelor's degree in music and soon started to teach classes for primary and secondary education. Thereby, I understood that I wanted to be a father and started the adoption process.- até esse ponto era o que importava aos entrevistadores. - It took a few years before I could get in line, many agencies did not welcome a single gay man looking to take care of a child. I had no demands like most other parents and this made it a little easier, even more so that I could receive an older kid. They introduced me to Eleanor when she was 8 and I knew she would be my daughter, but then they said she had a "problem". - cortou sua fala para apontar para Charlie discretamente, ainda enervado com o termo que usaram para dizer que Eleanor tinha uma irmão. - He was only a few months old and it took almost a year before I could receive not just one, but the two of them.- a história a partir daí não ficava fácil, mas não era momento de aprofundar com Oliver. - Adoption was a bumpy ride, very bumpy, but God, was it worth the fight. - não podia deixar de sorrir pensando nos momentos de conquista dividido entre os três. - In the meantime I got a master's degree, I started teaching at universities and the last five years have been just the three of us and we still kicking. What about you? If you don’t mind asking me.- o questionamento de Oliver havia lhe dado brecha para sanar sua própria curiosidade.
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— Thanks! I’ll pass the compliments to my mom, she developed the recipe. If you promise to not tell her, I can write down how to make these bad boys so you can try make it at home. — Sua mãe não ficaria realmente chateada por estar passando uma receita da família para um cliente, mas era melhor prevenir do que remediar. Por ter crescido ajudando seus pais a cuidar da cafeteria, tinha aprendido a preparar todos os pratos e bebidas. Agradecia aos céus por isso, pois não sabia como se viraria na cozinha sozinho se não fosse a insistência da sua mãe para que ele lhe ajudasse. Oliver estava especialmente contente pelo destino ter colocado Bartolomé e seus filhos em seu caminho naquela manhã. Era uma benção ter Riley tão entretida ao ponto dele conseguir tomar um café sem se preocupar. A menina era agitada e, apesar dele conseguir se comunicar com ela com muita franqueza, Ollie precisava de muito jogo de cintura para mantê-la ocupada e longe de problemas. O típico dia nublado nova iorquino - provavelmente o culpado pela clientela escassa naquele dia - tornava o clima dentro do café aconchegante e calmo, além de dar ao médico bastante tempo para engajar numa conversa. — Well, on weekends I’m a barista, just to help my old fellas. On weekdays I’m actually a doctor. I’m finishing my residency this year. And I’m a full time dad for this little one, of course. — Disse, bagunçando o cabelo liso da filha e recebendo um olhar furioso da pequena.
Era difícil coordenar as necessidades da filha com sua rotina agitada. Oliver levara um bom tempo para descobrir como fazer tudo dar certo depois da morte da sua esposa. Por sorte, seus pais e seus sogros estavam por perto para ajudá-lo com Riley no início do seu internato. O hospital em que trabalhava tinha uma creche para as crianças dos funcionários e esse tinha sido um dos principais motivos para que Ollie escolhesse entrar no programa de pediatria do lugar. Não tinha tempo para muita coisa além de trabalhar, estar com sua família e cuidar de Riley, por isso os amigos acabaram se afastando com o passar do tempo. Nem todo mundo entendia o quão difícil era para ele equilibrar todos os pratinhos. — And you? I’ve seen you playing here once, so I’m right to assume that your a musician? A pretty good one, if I’m allowed to say. — A memória vaga de Bartolomé se apresentando numa das noites de microfone aberto da cafeteria veio à tona e Ollie se lembrou de como tinha ficado impressionado com o talento do mais velho.
- I will accept the recipe, but we are likely to use banana bread as an excuse to visit the neighborhood. We recently moved to Harlem because of my job and Elle's school, but we like Murray Hill a lot. - era bom estar fora de casa com as crianças; havia meses que eles estavam de casa nova, mas entre Elle lhe ajudando a pôr o espaço em ordem e Charlie se adaptando a nova escola, Bartolomé estava fazendo o reconhecimento da área sozinho; o café havia sido um dos primeiros lugares que tinha lhe agradado logo de cara quando viera morar na região ainda antes de ter as crianças e os donos tinham sido bastante agradáveis nas noites que ele tinha tocado ali, sendo a presença de Oliver um bônus bem vindo, ainda que estivesse a ponto de não frequentar mais tanto o lugar. Aquela era uma nova fase da vida do latino e ele estava investindo energia em ser mais aberto a novas experiências, afinal, tinha que ser exemplo se quisesse que os filhos fizessem o mesmo. “You are a doctor and know how to make coffee? That's impressive”, Bart sabia o que Eleanor estava tentando fazer, mas não era momento de repreendê-la, de qualquer forma, era obrigado a concordar com ela. - Well, she’s right, you seem to have a lot on your plate, it is not easy to maintain a job and a home while still helping your parents. What is your specialization? - o mais velho era sincero seu comentário, afinal, ele sabia como era complicado manter as coisas em ordem com alguém dependendo de si.
Por mais curioso que o latino estivesse sobre a mãe de Riley e o motivo de Oliver não a ter mencionado ainda, manteve para si seu questionamento; desde sempre teve que rebater suposições sobre sua pessoa e família, o que o fazia evitar ao máximo fazer o mesmo com outros. - Very kind of you to say that, thanks. In fact, I'm a professor, I teach some introductory subjects in the Manhattan School of Music. I was still in my early twenties when I discovered that the music industry was not for me, but I still like to perform every now and then. - o novo emprego tinha revivido a vontade de Bartolomé de fazer seu doutorado e se tudo ocorresse bem, esse plano talvez pudeaae se concretizar futuramente. “Okay, while you guys interact as responsible adults, can I go to the record store before we go, dad?”, Eleanor ainda estava se adaptando à nova realidade e o mais velho não queria tirar o ânimo dela em matar a saudade da antiga área. - Yeah, you have an hour before we go to the museum. Y, Elle, no salgas de la tienda, ¿de acuerdo? - depois de um sí, papá, ela se despediu do todos na mesa e saiu do café. - Sorry about that, she's in a phase of trying to be a cool and rebel teenager or some crap, but at least she's not doing actual crap. - comentou com uma pontada de divertimento enquanto via Charlie e Riley entretidos com os desenhos novamente.
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oliverkim-md:
— Nice to meet you guys! Since it’s your first visit to our coffee shop, how about some banana bread on the house, huh? — Oliver sabia como era difícil cuidar de uma criança e o fato de Bartolomé ter duas fazia o médico admirá-lo. Uma rápida olhada nas crianças fez com que ele constatasse que não pareciam muito com o pai e se perguntou se eram adotados, ou talvez muito parecidos com a mãe. — This is… — “I’m Riley Kim. Nice to meet you Mr. Bartolomé”. Oliver mal teve tempo de apresentar a filha, que já descia do banquinho e dava a volta no balcão para conhecer Charlie. “And nice to meet you Charlie”. — This is my kid. She’s usually with her grandparents on sundays, but she insisted on helping me today, right munchkin? How about you show Charlie our coloring books? Maybe you two can draw something nice to display on our mural? — Com a filha ocupada em fazer um novo amigo, Oliver anotou os pedidos e recebeu o pagamento antes de deixar o balcão para preparar tudo. Ele realmente gostava de trabalhar ali, longe da loucura que normalmente era passar seus dias no hospital. Fez questão de escolher xícaras ornamentadas e até desenhou uma flor de cerejeira do capuccino de Eleanor. Cortou fatias generosas do bolo de banana recém assado e arrumou tudo com cuidado.
Como o movimento estava fraco, Oliver pôde servir a comida na mesa em que a família estava sentada. Riley e Charlie pareciam se divertir com os lápis de cor e os jogos americanos com desenhos para colorir que tinham encomendado especialmente para crianças. A menina podia ser um pouco agressiva quando se tratava de fazer amizades, principalmente com crianças mais tímidas, mas ela parecia estar se contendo - pelo menos uma vez na vida. — Here it is. A nice capuccino for you, a hot coco for you and the usual black coffee for you. Enjoy the banana bread while is warm. — Ollie costumava ser uma pessoa sorridente por si só, mas diante da visão da pequena família e da sua filha entretida com o novo amigo, sorriu ainda mais. A mãozinha de Riley puxou se avental, tentando chamar sua atenção. Oliver se abaixou até chegar a altura da filha para que ela pudesse pedir por um chocolate quente para ela também. — You already had your breakfast, but fine… Riley, please be nice to Bartolomé, Eleanor and Charlie, please. I’ll be right back. — Voltou para o balcão apenas por alguns minutos e retornou para a mesa com uma xícara de chocolate quente para a filha uma xícara de café para si. A falta de clientes lhe dava a oportunidade de descansar um pouco e vigiar sua cria perto da família. — Do you mind if I join you guys? — Perguntou, arrastando uma cadeira e sentando-se ao lado de Riley.
Ao ouvir sobre o doce de graça, tanto Eleanor quanto Charlie miraram o pai com expectativa, eles sabiam que o educado era agradecer, mas o olhar de desejo de ambos venceu o mais velho antes que ele pudesse pensar em dizer que não. - Just this once. - respondeu, tentando esconder que ele também tinha se empolgado com o doce, enquanto Elle oferecia uma high-five ao irmão, que sorria abertamente com ela. - Nice to meet you too, Miss Riley. - a desenvoltura da pequena Kim era uma graça e muito diferente da de Charlie, ainda que ambos tivessem aparentemente a mesma idade; não pode deixar de observar a reação do filho com a aproximação repentina de outra criança e deu um sinal encorajador para que ele a acompanhasse e seguissem a indicação de Oliver. Seria bom Charlie fazer alguns novos amigos, ainda mais agora que estavam em processo de mudança. Quando o barista se afastou, Eleanor não pode deixar de provocar Bartolomé perguntando se aquele era the cute barista you talked about these days; ele apenas a ignorou pedindo que ela se comportasse, mas não negou a afirmação. Por vezes Bartolomé se questionava se a relação tão aberta com a filha era algo que poderia tirar sua autoridade de pai, pois sabia que ela lhe via também como amigo, mas não era como se tivesse outra opção, pois a tinha recebido quando Eleanor tinha oito anos e foi um longo processo até que ela o tomasse como família.
A conversa entre eles foi interrompida pela aproximação de Oliver e a menina voltou sua atenção ao bolo, sem largar o celular, o que não incomodava Bart a princípio - ele já havia trabalhado com adolescentes e sabia que eles podiam ser bem piores do que Elle estava sendo, além do mais, ela estava investindo em conhecer a vizinhança, algo que pouparia trabalho para o latino. Após agradecimentos pelos cafés, Bartolomé se viu envolto de três crianças e não pôde deixar de sorrir vendo Charlie e Riley interagindo. - Please, feel free. I have to say, this banana bread is delicious. The last time we tried to make one at home was a disaster. - o comentário surtiu uma risada dos filhos; cozinhar era um dos passatempos preferidos de Bart, mas quando Elle e Charlie se envolviam, a bagunça era certa. - So, what do you do when you're not giving customers free food? - perguntou saboreando o café, parou para pensar que aquela era a primeira vez que tinha parado para conversar com Oliver para além dos poucos minutos de passagem, o latino sequer sabia que ele tinha uma filha e tudo mais que isso implicava.
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Se tivessem perguntado a um jovem Bartolomé onde ele se via aos quase quarenta anos, nunca que ele responderia com uma visão da vida que tinha agora - e ele era mais do que grato pelo rumo que tomou. Com duas crianças em casa, era necessário ter uma rotina tanto para elas terem um organização quanto para ele conseguir manter o controle das coisas e um dos pontos fixos da semana do latino era o café da Golden Hibiscus todas as manhãs de domingos, pois era quando dava folga a Eleonor e Charlie e os deixavam dormir até a hora que quisessem - o que normalmente era próximo do meio dia. Bart nunca se demorava nessas vezes, pois não gostava da ideia de deixá-los sozinhos, mas nas últimas semanas tinha sua passagem pelo lugar agraciada pela presença de Oliver; não sabia muito dele além de que ele era filhos dos donos do café e os ajudava nos finais de semana, ele era simpático e sempre lhe fazia propaganda de bebidas diferentes e cheias de ingredientes que o mais velho evitava mistura no líquido que lhe dava energia. - Hey, little one, are you the one who is going to place our orders today? - perguntou a menina que os havia recepcionado, recebendo um balançar de cabeça entusiasmado.
- Hi, Oliver, how are you, man? - voltou sua atenção para o homem, oferecendo-lhe um sorriso. - Well, yeah, it's hard to get those two up early on Sunday morning. - não era incomum eles fazerem passeios juntos, mas normalmente eles aconteciam durante o sábado ou mais tarde no dia; aquele domingo estava sendo diferente apenas porque eles tinham marcado de visitar um museu dali umas horas. - The one lost in her phone is Eleanor- Hey, Elle, eyes up! - a garota parecia entretida na conversa virtual que estava tendo, mas ofereceu um sorriso e passou a prestar mais atenção ao seu redor depois de um “Ah, sorry. Hello, mister Kim.��� - And this little chumpkin here is Charlie, what do we say when we find a friend, Charlie? - o mais novo era muito mais quieto do que a irmã e ofereceu um cumprimento baixinho com um sorriso tímido. Bartolomé sabia que eles eram boas crianças, cada um do seu jeito, e ele gostava de dar liberdade para que eles explorassem suas relações independentemente. - What about you, little one? Are you a new employee at the cafe? - voltou sua atenção a menina mais vez e logo pediu um café preto para si, um cappuccino para Elanor e um chocolate quente para Charlie - ambos pareciam contentes com consumir algo diferente do café com leite com torradas de todo dia.
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@mr-maestro Os fins de semana costumavam ser agitados no Golden Hibiscus, mas a manhã de domingo trazia alguns poucos clientes à cafeteria. Oliver costumava ajudar no negócio dos seus pais desde muito jovem e o lugar era repleto de lembranças - principalmente sobre o quanto tinha dado duro para chegar onde estava. Fora ali que conhecera sua ex-esposa, onde a pedira em casamento, onde tinha recebido a notícia que iria ser pai… Depois da morte de Samantha, Oliver passara um bom tempo evitando o lugar, mas agora - quase cinco anos depois - suas feridas já pareciam bem cicatrizadas. Ter feito acompanhamento psicológico tinha sido a melhor escolha, mesmo que tivesse relutado bastante no início. Mantinha seus encontros semanais com a psicóloga e tudo parecia estar dando certo. É bem verdade que entre ser residente num dos melhores programas de pediatria de Manhattam e pai solteiro não lhe restava ter muito tempo para pensar no caminho que o levara até ali, mas de vez em quando era necessário. Oliver foi tirado dos seus devaneios e lembranças pelo sino da porta da frente que anunciava a chegada de novos clientes. Riley, que normalmente ficava com seus sogros quando ele ajudava no café, tinha feito birra para acompanhá-lo naquela manhã e agora parecia feliz em brincar de anotar os pedidos.
O pequeno avental tinha sido feito especialmente para ela, num gesto carinhoso da avó - que adorava ter a pequena por perto. Oliver estava atrás da caixa registradora, com a filha ao lado, deixando que ela participasse do processo de atendimento. “Good morning, welcome to the Golden Hibiscus. How can I help you today?”, a menina de quase seis anos era esperta e desinibida demais para o próprio bem, mas Ollie tinha orgulho de tudo que ela fazia. Ao notar quem eram os clientes, o médico sorriu. — Bartolomé, hey! I see you brought the whole crew today. I didn’t know you had kids. What can we get you today? — O homem mais velho já era um cliente da casa e costumava tocar uma vez ou outra quando tinham uma noite de microfone aberto. Oliver estava sempre tentando fazê-lo experimentar outros tipos de café que não preto ou espresso.
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Il materiale di origine: @elvira_lind_ (Instagram) / “Mood 2020 #mornings #35mm #leicam6”
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