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Já faz 6 meses que eu comecei o ballet adulto e cada semana tem sido desafiadora. Já sinto o meu corpo bem diferente, cada região dele sendo estimulada, estou ganhando cada vez mais força, resistência e flexibilidade. Mas ainda não consigo executar alguns movimentos com boa estética. A minha "turma" quando tem 5 pessoas está superlotada, já teve dias que só eu fui. Quando cheguei tinha uma ou outra mulher da mesma faixa etária que eu, muitas chegavam e sumiam logo porque não se adaptavam. Essa galera foi indo e agora só tem ficado mesmo umas meninas muito novas.
A turma do Jazz tá bem mais diversa pelo que eu vi e tem homem tb. As meninas novas que ficaram no ballet já estudavam na infância e tem muita flexibilidade. As vezes eu me pego me cobrando muito e até um pouco frustada por começar tão tarde a levar a dança à sério. Conforme eu falei eu comecei a fazer aulas na escola com 13 anos e quis muito continuar, mas as prioridades da minha mãe eram outras.
E conforme a herança "maldita", as minhas também teriam/tem que ser outras , mas como eu já "joguei a toalha" (não vou ser rica, não vou ter um casamento de instagram e talvez nem vá ser mãe), só restou focar em tudo que eu quis fazer e não pude.
Mas como eu já disse, estou começando a me sentir um pouco competitiva demais, estou me sentindo um pouco inferiorizada, e eu não queria que o meu processo fosse assim. Queria que fosse bem prazerosa, mas está sendo um pouco difÃcil não me comparar. O ego está se elevando cada vez mais e a vontade se afirmar também. Parece que os tempos da adolescência voltaram a se manifestar na minha memória. Estou com bastante vergonha do meu corpo, já reduzi muito carboidrato, reduzi fontes de açucar desnecessarias (que não seja pra satisfazer a fome emocional) mas vejo que vou ter que eliminar mais. Às vezes o caminho da consciencia corporal não é só de prazer o tempo todo e sim de dor.
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Quando começou
As primeiras experiências com dança, começaram na escola. Com 12 anos tivemos uma atividade de criar uma coreografia com movimentos de jazz para a festa da primavera. Eu gostei muito da experiência de compor uma coreografia de uma música dos Backstreet Boys, que dancei no Fundamental 1. Eu odiei muito o fundamental 1, aquelas garotas chatas, eu detestava qualquer atividade de movimento, pois só queria passar despercebida no meu canto. Mas nesse evento da festa de primavera foi muito prazeroso fazer essa coreografia. Já com 13 anos na 7° série eu comecei a fazer oficina de dança. Eu curtia bastante a aula, a escola era horrÃvel mas as aulas da oficina me dava uma sensação de liberdade. Fiquei por mais um ano nessa atividade até sair desse colégio. Eu quis muito continuar dançando mas a falta de dinheiro/ tempo/ investimento de minha mãe me fez aterrar o assunto. Só voltei a ter outras experiências com dança na faculdade de Artes. Nós tivemos aulas de Expressão Corporal e eu descobri o que era Corporeidade e já não resumia mais a dança como apenas uma apresentação de coreografias. Em 2017 participei de um intercâmbio com uma Cia de teatro de uma comunidade e fui me apaixonando cada vez mais pela preparação corporal. Em 2023 depois da pandemia, das dificuldades materiais e de outras tentativas eu consegui entrar na pós graduação em Educação Psicomotora. Após concluir o curso (e não o meu desejo de estudar sobre movimento e corpo), passou a ser uma NECESSIDADE minha me aprofundar em dança. Comecei a fazer Dança Contemporânea na Maré, algumas aulas de dança afro, e no dia 25 de agosto consegui entrar no ballet adulto. Está sendo uma grande dificuldade conciliar esse percurso com as dificuldades da vida adulta. E de uma mulher preta periférica, que já não é tão jovem. Tudo conspira pra que vc esqueça do seu corpo e busque só pensar em dinheiro, trabalho e cobrança até morrer de stress.
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Movimento Reflexo, Voluntário e Automático..
Ao nascer nós ainda vivemos em simbiose com a figura materna, e reagimos a estÃmulos de forma reflexa. Sentimos fome, aprendemos a sugar, fechamos as mãos quando alguém toca a nossa palma..
À partir dos 2 anos de idade, conforme exploramos o mundo, nos descobrimos como pessoas autonomas. O espaço, que antes era pequeno, se amplia conforme nos movemos. Mas para isso acontecer devemos tonificar os musculos e desenvolver o equilibrio. Tudo isso acontece com a influencia da nossa estrutura psico afetiva, pois precisamos de um bom ambiente de confiança para nos desenvolver.
A criança é uma grande pesquisadora do seu corpo pois ela está sempre experimentando movimentos, testando seus limites e vivenciando o espaço. Porém ela ainda não possui seu esquema corporal totalmente formado e nem consegue se representar graficamente seu corpo.
Ela é formada por regiões isoladas, fontes de prazer e desprazer. Aos poucos ela realiza seus experimentos cinestesicos.
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