monsterfam
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monsterfam · 2 months ago
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Olá, aqui vai mais uma história de Lookism, desta vez com o Jong Gun e uma breve aparição do Park Hyung Suk. Este capítulo ficou um pouco longo e haverá uma luta. Descrição de violência.
Era uma noite de verão no centro de Seul. As pessoas circulavam depois de um dia cheio de trabalho, com as luzes da rua sobre elas. Os negócios noturnos começavam a encher de gente. Os bares eram a escolha mais procurada.
Mas Gun, dentro do seu carro, não ligava para o que acontecia do lado de fora. Ele havia retirado os seus óculos para limpá-los enquanto aguardava a pessoa do outro lado do telefone para atender.
…<Está lá?>
A voz de fumante que respondeu estava abafada, a música do lado de lá do receptor estava alta, bem como as vozes de fundo. O ambiente parecia estar lotado.
— Boa noite, Sr. Soaleseu. Como está?
<…Sr. Park? Ah, como está? Desculpe por demorar a atender, sabe, é que a música não me deixou ouvir o toque à primeira, compreende?>
— Imagino que sim, Sr. Soaleseu… mas estou bem, obrigado. Queria apenas informar-lhe que dentro de minutos passarei pelo seu estabelecimento para discutir uns assuntos consigo. — Gun terminou de limpar os seus óculos escuros e os colocou, escondendo as escleras negras. De seguida verificou se tinha cigarros suficientes no bolso do seu fato de três peças caríssimo. Ao que parece, teria que comprar mais futuramente. — Recebi algumas informações a respeito do bar que me deixaram curioso.
<Ai sim?>
— Sim, qualquer coisa sobre como, o estabelecimento ter vindo a perder reputação devido a um tipo de clientela não desejada a frequentar o espaço.
<O quê? Quem lhe disse isso?>
Agora a atenção do Sr. Soaleseu ficou em alerta. E isto ficou óbvio para Gun quando o barulho de fundo diminuiu consideravelmente. Parece que este entrou em algum espaço que barra o som exterior.
<Sr. Park, acredito que houve algum exagero nesse rumor. O bar tem vindo a bombar de gente. Talvez devido a alguma abertura no tipo de clientes, mas nada que venha a pôr a reputação dele em risco! Os lucros têm sido proprocionais ao investimento feito, não acha?>
— Sim, o lucro tem sido proporcional, mas aquém do expectado. O que eu exijo de um negócio quando invisto nele, não é apenas a quantidade, mas também a qualidade. E eu não lhe estaria a ligar apenas para lhe falar de rumores, Sr. Soaleseu. Fiquei curioso com o que me disseram e gostaria de saber o porquê disso.
<Entendo o que quer dizer, mas—>
— Se me entende tão bem assim, verá que não haverá problemas em verificar a situação. Falaremos quando eu chegar.
<É claro, claro. Até breve, Sr. Park>
Gun desligou o telefone. De seguida, abaixou o vidro que o separava do motorista. Este olhou brevemente para o vidro retrovisor.
— Vá para o bar Hallow Cup.
— Sim senhor.
O motorista deu a volta e seguiu na direção contrária. O carro preto importado era discreto mas qualquer especialista saberia que era um modelo raro. Ele não andava, ele deslizava pelas estradas alcatroadas enquanto recebia a luzes artificiais dos edifícios e as refletia. Os vidros esfumados não davam a mínima noção de quem estivesse lá dentro.
Em meia hora, chegou ao seu destino.
Parou em frente de um edifício semi-moderno que ostentava um letreiro bem caprichado com a inscrição do nome do estabelecimento. Haviam pessoas a fazer fila do lado de fora, bem como haviam outras a conversar e a fumar. Haviam dois brutamontes a servir de seguranças, mas a roupa que vestiam era normal.
Assim que pararam, as portas do bar se abriram e de dentro saiu o Sr. Soaleseu junto de mais dois guarda costas pessoais. Ele mesmo veio abrir a porta do carro do Gun.
—Sr. Park Jong! Seja mais uma vez muito bem vindo! A sua viagem correu bem? — O velho perguntou demasiadamente caloroso. O sorriso falso de simpatia muito bem plastificado no rosto. Ele sabe das coisas. Com um homem como o Gun do seu lado, é sempre bom manter o tom cordial.
Gun colocou os pés para fora tranquilamente, ajeitando o seu fato e recebendo a cordialidade do velho com ligeireza. A diferença de altura entre ambos era avassaladora, bem como a aura, um contraste interessante.
— Ah sim, fico satisfeito! Vamos logo então! Hehe. Entre, por favor, já já lhe acompanho, sim?— Ele gesticulava e Gun, para ser breve, entrou logo de seguida, com um dos guardas a acompanhá-lo a uma área reservada. Assim que ele se afastou, o velho se dirigiu para os brutamontes, a façada caindo — Oiçam bem, não deixem ninguém chegar perto daquele carro. Eu não quero ninguém passando as mãos sujas sobre ele, perceberam?
Os brutamontes apenas acenaram.
— Ótimo.
E rapidamente ele entrou, seguindo para o seu escritório. Ele abriu a porta e recolocou o sorriso. O escritório era pequeno, mas decorado com luxo. Gun estava sentado numa poltrona confortável, fumando o seu cigarro sem pressa. Havia uma mulher lá dentro, provavelmente uma empregada, com um uniforme decotado. Ela havia servido a Gun uma bebida e estava num canto, à espera de qualquer ordem. Um dos guarda costas também lá estava e o outro ficou do lado de fora.
O velho sentou-se e fez um sinal à barista. Ela preparou a sua bebida e colocou na sua mesa, sabendo de antemão que ele gostava.
— Bem, Sr. Park, o que viu aqui verifica os rumores? — ele não perdeu tempo com mais trivialidades.
— Nunca foram rumores, Sr. Soaleseu, isso ficou claro quando lhe telefonei. O espaço está cheio de gente, é facto, mas existe uma diferença entre encher um espaço de gente e outra é fazer com que essa gente consuma aquilo que queremos. A maioria das pessoas estava lá fora, a fumar e a beber produtos que não foram comprados aqui dentro, como observei, a emporcalhar o passeio todo. Outra coisa, os seguranças não estão devidamente equipados, a música ouvia-se do lado fora a uns bons metros de distância, sendo que deveria ter paredes à prova de som, as pessoas que você recebe aqui não têm maneiras nenhumas e isso afasta clientes que têm um gosto mais refinado. O dinheiro pode estar a entrar, mas rapidamente este lugar tornar-se-á num pardieiro. Para não mencionar que o espaço apresenta pouca diversificação de entretenimentos.
O velho não ficou estupefacto com os pontos, pois ele sabe que é verdade, mas a sua única preocupação era garantir que o dinheiro chegasse a horas aos bolsos de quem interessava. E o rendimento que estava a ganhar pode ter servido como uma venda espessa aos detalhes que não pareciam relevantes. Ele nunca deu tanta importância e o que lhe espantava era o interesse de um dos sócios nessas questões. No fundo, ele estava um bocado aborrecido com o facto dele não se contentar em apenas se preocuoar com sua parte da barganha. Mas ele soube esconder isso muito bem, devido aos seus anos a lidar com gente perigosa.
— Entendo. Bem, não se chateie mais, as suas preocupações foram ouvidas e eu garanto-lhe que eu tomarei as medidas necessárias. Eu devo ter me distraído com esses detalhes e não me orgulho disso. Como gerente deste lugar, as mudanças que procura serão feitas a seu temp—
— Dois dias.
— Desculpe?
Gun exalou um bocado de fumo e repetiu novamente — Dois dias.
— Dois dias? Mas isso é muito pouco tempo! Como farei para arranjar o tipo de clientela que você deseja em dois dias? E comprar novos equipamentos, redecorar. Pode parecer pouco, mas isso custa caro e para ter tudo pronto nessa rapidez vai ser mais caro ainda.
Gun sacudiu as cinzas no cigareiro bizarramente esculpido e tragou mais uma vez, com a expressão indecifrável por trás dos óculos escuros.
— Sabe, Sr. Soaleseu, parece-me que você está apenas a aborrecer-me com as suas desculpas. Se você se diz um gerente tão eficiente, fazer aquilo que eu lhe disse deveria ser fácil. A sua resposta a um prazo relativamente aceitável mostra-me que não está tão interessado naquilo que lhe disse. Veja, — ele inclina-se um pouco na poltrona, aproximando-se mais do velho — em qualquer outro caso, um dia seria mais do que suficiente.
O velho agora teve que se reclinar na sua própria poltrona. Parece-lhe que agora não é o momento de tentar empatar.
— Mas, — Gun termina o seu cigarro em mais uma última tragada — devo realçar que são apenas sugestões de um parceiro interessado. Não quero que fique com a impressão de que sou eu mando no negócio. Afinal, você está aqui para isso.
— É claro… o Sr. está… apenas a ser um bom sócio e eu aprecio grandemente a sua franqueza.
— Certo. Então estamos terminados por hoje. — ele se levanta e é copiado pelo velho, que o acompanha até à porta do seu escritório. — Ah, Sr. Soaleseu, sugiro que quando for retirar quantias monetárias das finanças do bar para seu ganho pessoal, que retire apenas a parte que lhe é de direito. Não queremos problemas com o sector administrativo, — ele olha de lado para o velho — compreende?
O sangue do velho gelou por uns instantes, o suór a formar na testa, e a façada quase caiu, mas ele tratou de se recompor.
— C-Com certeza.
— Até daqui a dois dias.
E assim ele se foi, sem ser acompanhado, deixando o Sr. Soaleseu para trás com a noção de que a sua atividade suja já não era tão segura assim.
Park Jong Gun saiu do estabelecimento e aproximou-se do carro. Por essa altura, as pessoas já tinham reparado nele e alguns cochichos foram feitos. Antes mesmo do motorista poder abrir-lhe a porta, um grupo de quatro homens, com ar sinistro, se aproximaram dele. Aquele que parecia ser o líder o abordou.
— Ei, tens aqui uma bela máquina. Parece um daqueles modelos que só se vê nas publicidades.
Gun o olhou de relance e não o respondeu, apenas entrando no carro. De seguida, arrancou devagar.
O homem ficou um pouco embasbacado, pois nunca alguém o ignorou daquela forma, quase em câmera lenta, visto que ele tem a fama de ser um bandido por aquelas bandas, um dos mais perigosos, segundo a sua convicção.
Os seus capangas tentaram disfarçar o riso.
Ele ficou irritado, mas engoliu a ira por enquanto. Muito bem, se aquele Chico Esperto quer armar-se em esnobe, ele vai ter a lição que merece. Que ousadia, a ignorá-lo na frente dos seus amigos! Quem ele pensa que é! Para a sua sorte, ele conhece estas ruas como ninguém.
— Chefe, vais deixá-lo ir-se embora assim? — pergunta o capanga 1
— Ele ofendeu-te, pá! — disse um outro
— É claro que não, seu estúpido! Alguma vez deixei alguém passar por cima de mim e sair vivo? Nunca! Vamos cercá-lo numa destas ruas e dar-lhe umas lições de boas maneiras. — ele observou o carro afastar-se lentamente — E talvez fiquemos com o carro para nos divertirmos.
E assim fizeram, orquestraram o plano dele e como sabian que o carro haveria obrigatoriamente de passar por um zona desabitada, adiantaram-se por um atalho e espalharam pregos na estrada.
A rua estava pouco iluminada e por mais moderno que fosse o carro, não se pôde evitar passar por cima das pontas afiadas. O resultado foi o esperado. Os pneus da frente furaram e o motorista foi obrigado a parar bruscamente.
— Sr. Park, — disse o motorista quando desceu o vidro que os separava — os pneus furaram. Parece que havia objetos perfurantes na estrada, mas eu não reparei. Lamento imenso. Vou resolver o problema, quer que lhe chame outro carro?
Gun, apesar de não parecer, estava um bocado aborrecido, porém, resolveu ser paciente desta vez. Ele não tinha nenhum compromisso agendado para mais logo, por isso, resolveu esperar. Ele não estava minimamente preocupado, pelo que lhe respondeu— Não será preciso, eu espero aqui. Faz o que tens que fazer mas não demores muito.
O motorista foi à parte traseira e retirou o que precisava. Este modelo ao que parece veio com duas rodas suplentes e assim ele pôs-se logo a trabalhar.
Mal se agachou para trocar uma das rodas, um bastão lhe acertou na cabeça, e ele não teve tempo de reagir, soltando um grito de dor e caindo no chão, desacordado.
— Ora, ora, ora! Encontramo-nos mais uma vez! Ainda te sentes valente, meu grande burro? Achavas mesmo que poderias andar por aí depois de me teres ignorado? Hã? Do buraco de onde vens, não te ensinaram que é feio deixar uma pessoa pendurada? — o líder revelou-se e os seus capangas rodearam-no. Os faróis do carro estavam ligados. — Sai cá para fora, meu grande cobarde. Quero dar-te uma palavrinha. E se não saíres, moemos o teu carro na pancada até te extrair a polpa, ouviste?
A porta do carro abriu-se e Park Jong Gun saiu, em toda a sua glória. Ele havia retirado o seu casaco para não criar linhas e olhou o líder de cima a baixo, bem como os seus capachos. Ele não estava nada impressionado. Ele tinha estado a fumar dentro do veículo e assim que ele saiu, o fumo o acompanhou, criando um ar misterioso a sua volta.
— Eu acho que tu devias calar essa boca antes de ficares sem ela.
O líder olhou para os seus amigos e estes desataram a rir em conjunto.
— Ouçam-me este tipo!
— Olha o bacano, a armar-se em valente!
— Tens muita coragem, ou falta de senso, rapaz!
— Atrevidos como tu acham-se os maiores só porque têm boa aparência, mas depressa aprendem a abaixar a cabeça quando alguém forte como eu vos põe no lugar. Vais fazer o seguinte: vais ajoelhar-te e pedir perdão. E se eu me sentir misericordioso, talvez não te quebre todo.
Gun não deu importância ao que o líder disse e simplesmente resolveu terminar tudo de uma vez. Ele ainda tinha que ver se o motorista estava gravemente ferido ou não e resolver o problema dos pneus.
— Sabes, tu falas demais para alguém que se diz capaz de fazer tanto estrago. Vou dizer-te o que vai acontecer: vou despachar os teus amigos e tu serás o único consciente, sabes porquê? Porque preciso de ti para trocares os pneus, já que tu desmaiaste o motorista.
— Ai sim? Muito bem. Vamos a ele, rapazes!
Eles ergueram os seus bastões, paus e ferros e partiram para cima dele. Gun simplesmente desviou-se do primeiro e desferiu-lhe um soco na costela que imediatamente se partiu. Ele soltou um grito e cambaleou para o lado. Os outros dois tentaram sincronizar um ataque, um deles à frente, outro atrás, mas Gun saiu do cerco com graciosidade e agarrou um dos ferros, enquanto desferia um pontapé no estômago do outro, que saiu a voar uns metros e colidindo fortemente com um poste, entortando-o no processo. O líder arremessou uns pregos que ele havia apanhado do chão na cara de Gun, enquanto usava o bastão para lhe atingir as zonas baixas. Mas ele usou o pé para facilmente parar o golpe e com o ferro, deu-lhe uma valente cacetada no joelho que o fez urrar de dor e cair agarrado à sua perna. De seguida, aquele da costela partida tentou acertar-lhe de lado e Gun, com uma agilidade surpreendente, agarrou-lhe o pau com a mão esquerda e com a direita puchou-lhe o cabelo e barbaramente afundou-lhe o rosto no chão, criando um som bizarro de ossos partidos e sangue imediatamente a sair de alguma parte. O outro tentou agarrá-lo, fechando os braços à sua volta, mas Gun deu-lhe uma cabeçada de tal maneira potente que lhe partiu a ponte do nariz e espirrou sangue em ambos. Ele caiu de costas inconsciente.
Ao ver que todos estavam caídos, Gun deixou cair o pedaço de pau e foi em direção ao líder que gemia de dor. Que patético. Ele agachou-se e lhe disse, sem um pingo de emoção na voz:
— Agora que tudo terminou, é melhor fazeres a tua parte. E é bom despachares-te, a não ser que queiras ficar deficiente pro resto da tua vida. Esta situação aborreceu-me e agora quero ir-me embora, percebes? Meche-te.
Gun levantou-se, ajeitou o cabelo e procurou um cigarro no bolso, mas apercebeu-se que já os tinha gasto todos.
— Vou ter que comprar mais uns maços.
Ele segurou o motorista e reparou que ele ainda tinha pulso, talvez alguma contusão e o colocou dentro do carro, enquanto o líder mancava e punha mãos à obra.
Uns quarenta minutos depois, estava terminado. Gun assumiu o lugar do motorista e o levou para um hospital, enquanto o líder se manteve no mesmo lugar, impávido e aleijado, com os seus amigos num estado lastimável.
[…………………………………………………………………]
Algures em Seul, a nossa personagem encontrava-se a tamborilar com os dedos no balcão ao som de uma melodia. A lojinha de conveniência estava vazia, pelo que ela se distraía enquanto esperava que o seu amigo Park Hyung Suk terminasse de usar a casa de banho.
Ela veio visitar o seu amigo depois de ter saído do seu trabalho de meio período, pois não se tinham visto já algum tempo. Ela estava cansada, mas hoje, não lhe apetecia voltar para o seu pequeno apartamento e ver o quanto estava vazio: de companhia e de comida. Por isso, depois de vencer a luta com o seu cérebro, ela dirigiu-se à loja e foi recebida com alegria pelo seu amigo. Ele ficou muito feliz ao vê-la pois ela era uma das únicas pessoas que não o olhou de cima, apesar de no primeiro encontro ter havido um desentendimento que resultou nela com um nódoa negra na barriga e nele um olho rocho. Mas isso é uma história que ficou no passado.
A conversa estava boa, com algumas piadas no meio, mas depois de algum tempo, Park Hyung Suk mostrou-se aflito, pelo que a nossa personagem se voluntariou para guardar o caixa até que ele voltasse. Mas Hyung Suk, sempre sendo um cavalheiro, recusou gentilmente a oferta, dizendo que era o seu trabalho e que ela deveria relaxar. Recusa que foi recusada, pois a nossa personagem não lhe deu ouvidos e o forçou a ir para a casa de banho, afirmando que ele deveria ter cuidado com a sua saúde e não forçar a sua bexiga a reter tanto líquido. Park Jyung Suk ficou comovido com a sua preocupação e agradeceu-lhe vigorosamente, o que a deixou um pouco embaraçada. Ele lhe emprestou uma camisa suplente da loja e rapidamente lhe explicou como funcionava o sistema do caixa, mostrando o quanto confiava nela ao revelar informação secreta.
Ela vestiu a roupa por cima e se posicionou. E foi assim que uma música aleatória lhe passou pela cabeça.
Nisto, poucos segundos depois, a porta abriu-se e um indivíduo entrou e foi diretamente ao caixa.
— Muito boa noi— ela não teve tempo de terminar o cumprimento, porque a figura do indivíduo lhe apanhou de surpresa: ele era alto, tão alto como ela e trazia vestido um facto que lhe ficava muito bem. O cabelo preto como o carvão que estava impecável e reluzia num determinado ângulo. O inusitado óculos escuro que impedia de ver os olhos do dono e outro factor que se destacava era a aura que o envolvia: uma de força e poder e uma sensação desconfortável, como se discretamente avisasse que a pessoa à sua frente era perigosa.
Ela engoliu em seco e não pôde deixar de se sentir intimidada com este homem. Este sentimento não lhe era estranho, visto que no seu trabalho, algumas pessoas apareciam e carregavam essa aura consigo.
— N-No que lhe posso ajudar? — internamente ela se sacudia por ter gaguejado.
O homem a olhou e lhe respondeu:
— Boa noite, quero comprar alguns maços de cigarro da marca (………).
Ela se virou e abriu o armário, e através do vidro, observou o reflexo dele, enquanto este retirava a carteira. Quem é este tipo, questionava ela, e porque é que ele me está a causar esta sensação de ansiedade? Ela sacudiu os devaneios. Bom, o que quer que seja, devo ignorar, pensou ela. Talvez seja um daqueles homens que gosta de sair à rua todo estiloso, concluiu.
— Aqui tem senhor, vai custar-lhe (………). — disse ela, colocando os itens numa bolsa.
Ele pagou-lhe e apanhou a bolsa. Nisto, a porta da casa de banho abriu-se e de dentro saiu o pequeno Hyung Suk. Assim que se virou para o corredor em direção ao caixa, ele parou subitamente no caminho ao ver quem estava a ser atendido.
A nossa personagem olhou para ele e Gun virou-se para ver quem era.
— Ah, afinal estavas aqui. Estranhei quando vi outra pessoa a atender-me.
Hyung Suk ficou surpreso e nervoso ao ver Gun novamente. Os encontros anteriores foram tensos com o seu outro corpo.
Ele se aproximou e sem querer começou a sentir o suor a formar na testa. O que será que ele veio aqui fazer, se perguntava. Será que ele descobriu alguma coisa?
A nossa personagem, mesmo ansiosa, ficou curiosa com a forna que aquele homem falou, como se conhecesse o seu amigo. Talvez ele fosse um cliente habitual. Ou talvez ele fosse um daqueles valentões que se metia com ele.
— Pois… eu apenas ausentei-me por uns minutos. Precisa de alguma coisa? — ele assumiu o seu lugar no caixa e a nossa personagem ficou um pouco para o lado, para o caso de eles começarem uma conversa e ela precisar se afastar para os dar um pouco de privacidade. Hyung Suk manteve os olhos para baixo instintivamente e manteve-se quieto, mas a sua postura não passou despercebida pela sua amiga.
— Não, a tua colega deu-me o que precisava. Passei por cá para ver como estão as coisas mas vou andando agora. — Ele virou-se e saiu sem se despedir.
Hyung Suk respirou aliviado e limpou o suór com um paninho.
— O que raios foi aquilo? Tu conheces aquele tipo?
Hyung Suk gaguejou um bocado, tentando pensar numa maneira de não passar informação de risco para a sua amiga,.
— Mais ou menos. Quero dizer, eu o conheço apenas de longe, sabes? Mas não é nada de especial, não te preocupes. — minimizou o tema e apresentou algumas desculpas convincentes.
— Que sensação esquisita… Aquele tipo pareceu-me muito assustador. Ouve lá, ele tentou fazer alguma coisa contigo?
— Não, não! Podes estar descansada que não é nada disso, ok? É só um tipo que trabalha para uma pessoa que eu conheço. Ele é uma espécie de guarda costas. Por isso que ele passa a vibe sinistra.
— Ok, se tu o dizes. — ela resolveu deixar o tópico de lado e não focar muito nisso, pois pareceu um tópico que o seu amigo não estava disposto a aprofundar e ela não o queria deixar mais nervoso. Talvez noutra altura ele resolva abrir-se com ela.
Mas a memória daquele homem ainda a acompanhou pelo resto da noite, mesmo depois de se ter despedido do amigo e se retirado para casa. Ela não pôde esquecer a sua aura e os traços físicos. Não é preciso inventar formas de a convencer que apesar do nervosimo, ele tinha uma beleza hipnótica.
E o mais irritante de tudo, é que ela sentia o seu coração bater acelerado sempre que a sua imagem lhe vinha à mente.
Fim
E foi isto. Por favor, se gostaram, não copiem ou republiquem sem dar os devidos créditos. Não sou escritora profissional, muito longe disso, porém eu sei que o plágio acontece e é por isso que deixo o aviso. Obrigada.
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monsterfam · 7 months ago
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Olá. Aqui vai mais uma de Lookism. Não sei se devia colocar algum aviso mas se acharem que sim, digam-me alguma coisa.
Era fim de semana à tarde e a nossa personagem passeava num centro comercial de braço dado com Park Ha Neul.
Por (insistência) convite desta, ela resolveu acompanhá-la, na condição de depois irem ao cinema.
Ha Neul estava radiante. Há muito tempo que não saía para dar umas voltas pelo centro e estava a gostar muito. A escola e o canal de Newtube deixavam-na ocupada. Contudo, sempre arranjava um espaço para se divertir.
Ir às compras era um dos seus passatempos. Mesmo que não chegasse a comprar nada, olhar as montras, ver os produtos novos, descobrir promoções e ver outras pessoas (de preferência rapazes giros) constituía uma mudança de cenário positiva, na opinião dela.
O mesmo não pensava a nossa personagem, que apesar de visitar algumas lojas específicas, e no começo até parecer entusiasmada, começava a cansar-se.
— Ouve, ah, Ha Neul, porque é que não nos sentamos um bocado? As minhas pernas estão a ficar fracas.
— Mas já? Ainda não vimos as outras lojas e há umas bolsas lindas que eu preciso ver! Só mais um bocadinho, por favooor? — ela pediu fazendo olhinhos.
A nossa personagem estava em conflito. Ela sabia que estas voltas pelo centro tomariam uma boa parte da tarde e a Ha Neul iria querer ver todas as novidades.
— Eu não sei... — disse ela enquanto pensava numa maneira de dissuadi-la.
Sentiu um ligeiro aperto no seu braço e olhou para baixo. Ha Neul a encarava com uma expressão doce digna de aplausos. A sua amiga balançou a cabeça negativamente, já se arrependendo do que iria dizer.
— Ok, ok, ganhaste desta vez. Mas tenta ser mais rápida, ouviste?
Ela deu um gritinho de vitória e a arrastou para umas quantas lojas de marca.
— Aaam, não achas melhor irmos para outras lojas? Umas mais baratas? — perguntou receosa.
— Não te preocupes, estamos apenas a fazer reconhecimento. — respondeu com um abanar de mão. Se as atendentes metidas à patroa tivessem algum problema, ela teria todo o gosto em pôr-lhes nos seus lugares.
— Bom, tu é que sabes, estou apenas a seguir-te.
E assim ficaram o resto do dia, parando finalmente na última loja de roupas.
— Waw! Aquele vestido é muito giro, não achas? Acho que ele combinaria comigo... Vamos lá ver!
— Talvez, mas que ele é giro, ai isso é.
Entraram lá e a atendente as recebeu com um sorriso e uma ligeira vénia.
— Boa tarde e bem vindas! Fiquem à vontade e qualquer coisa, estou cá para ajudar!
— Bem, eu gostaría de saber se vocês têm aquele vestido ali no tamanho **?
— Nós temos, sim senhora! Esperem um momentinho que eu vou lá buscar, está bem? — ela foi à procura enquanto as duas amigas ficavam à espera.
— Vais comprá-lo?
— Claro que vou! O preço veio mesmo a calhar e eu não pude resisti-lo.
— Graças aos céus!
— Deixa de exagero! Falas como se tivesses feito um grande sacrifício!
Ela a olhou incrédula.
— Olha que eu dou meia volta e te largo aqui sozinha, hã? Queres que faça isso? — ameaçou.
— Pronto, pronto, está bem. Desculpa. Prometo comportar-me daqui em diante.
A atendente voltou com o vestido e Park Ha Neul foi prová-lo. Quando ela saiu, a nossa personagem ficou surpresa por ele ter caído muito bem. Pelo que soltou-lhe um elogio sincero que a deixou corada de prazer.
— A-chas mesmo? Quero dizer, eu sei que fico linda em qualquer coisa, mas a tua opinião reenforça a minha convicção. Obrigada.
A atendente apenas observava a interação e não pôde deixar de sentir um bocadinho de inveja. O vestido era simples, todavia veio a realçar maravilhosamente a sua silhueta.
"Estas jovens de hoje em dia andam a comer ração ou o quê? Onde já se viu uns peitos desse diâmetro?"
— Gostou da sua escolha? — pergunta sorrindo amigavelmente.
— Sim! Vou levá-lo!
— Muito bem, aqui está o valor!
Agradeceram e seguiram caminho em direção ao cinema. Reparando para onde íam, Ha Neul tentou pará-la, chamando-lhe pelo nome.
— O que foi?
— Não lanchamos antes? — aponta para o corredor de alimentação.
— Não vai ser preciso. Trouxe petiscos e sumos escondidos na minha mochila para que não nos preocupássemos. Eu tinha um pressentimento que dizia que irias levar o teu tempo, por isso, precavi-me. Anda, vamos assistir o filme. — e sem mais delongas puseram-se em fila.
Sem se aperceberem, três jovens rapazes as observavam.
Eles se colocaram imediatamente atrás delas.
A nossa personagem olhou para eles sem nenhuma suspeita, como geralmente acontece em muitas filas de cinema.
Contudo, um deles levemente tocou no ombro da Ha Neul e esta virou-se.
— 'Ca-Caham' Desculpa estar a incomodar-te, mas eu e os meus amigos vos vimos de longe e estávamos a pensar se gostariam de assistir ao filme conosco? — perguntou ele de forma tímida.
Ha Neul discreta e rapidamente analisou os jovens e viu que ambos eram até que bem giros, mas não tinham comparação com o seu Hyung Suk.
— Oh! Obrigada por perguntarem, mas eu e a minha amiga viemos apenas com a intenção de ficarmos sozinhas hoje. Desculpas! Fiquem bem!
— De certeza? É que nós poderíamos ser ótima companhia. — Disse outro, aproximando-se um bocadinho demais para o lado da nossa personagem, que até então esteve fora da conversa.
Ele a olhou de cima a baixo, apesar de ela ter fisionamia de estrangeira, até que dava para o gasto. Talvez um bocado alta para os seus padrões.
— Ei, porque é que a tua amiga é que decide? Não tens voz para falar? — pergunta o rapaz que se aproximou.
—Tenho voz, sim, e tu, tens cera a entupir-te os canais auditivos. — respondeu olhando-o de soslaio.
— Wow, não precisas te estressar! Já entendemos! — disse o terceiro levantando os braços em rendição na tentativa de reverter as coisas. — Começámos muito mal. É que este meu amigo é um tanto apatetado. — voltando-se para o ouvidos de cera —Pede desculpas para a menina, sim? Foste um bocado rude, mano.
Meio a gozar, meio a sério, ele pediu desculpas.
A contra-gosto aceitou o seu pedido e depois de algum tempo entraram na sala. Ha Neul percebeu que ela estava tensa, por isso teve o cuidado de escolher cadeiras afastadas daquele trio.
De seguida, o filme começou e lentamente emaranharam-se na trama.
No fim, ambas saíram de boca aberta.
— Não vou mentir, achei que o filme não era grande coisa, mas as reviravoltas mudaram totalmente a minha opinião!
— Pois é! E a boazinha na realidade era uma desgraçada sem piedade! E quando ela decapitou o bonzinho da história?
— Sim! E eu fiquei tipo 'hããã'!, quando ela fez aquilo!
Elas comentavam cenas do filme que lhes tinham empactado enquanto se dirigiam para a saída, quando o trio de jovens as avistaram.
— Ei, não são aquelas as meninas que vimos mais cedo? Parece que elas já se vão embora. — apontou um deles. Os outros imediatamente seguiram o seu olhar e em simultâneo trocaram sorrisos cúmplices. Sorrisos que se alguém tivesse reparado, achariam muito esquisitos.
— Bem, eu acho que nós não expressámos devidamente as nossas desculpas, certo rapazes?
— Tens razão, devíamos ser mais correctos e fazer o que é certo.
— Concordo plenamente. — disse aquele que parecia ser o mais tímido de todos. — Afinal, nós somos ou não somos uns cavalheiros? — e riram-se. Que piada.
As nossas amigas foram despreocupadamente até à paragem de autocarro. A noite havia chegado algumas horas atrás. Apesar dos grandes edifícios empresariais, do céu conseguia-se ver algumas estrelas a brilhar.
— Ha Neul?
— Hum?
— Gostei de ter saído contigo.
A afirmação apanhou-a de surpresa, ignorando o telemóvel no processo.
— A sério?
— Aham. — meio constrangida pelo que ía confessar, desviou o rosto para o lado. — Achei que este passeio fosse ser uma chatice, mas vim a reparar que eu me basiei numa idéia pré-concebida que eu fiz de ti. — sentiu uma mão envolvendo a sua e um calor confortável ser criado.
— Não imaginas o quanto isso me deixa feliz. No início, admito que me aproximei de ti para poder ficar mais perto do Hyung Suk e não gostava nada quando vocês ficavam juntos. Mas agora entendo que era um ciúmes estúpido e que tu não eras tão horrível. — Nisto a nossa personagem teve que gargalhar. É facto que no início ela não simpatizou nada com ela porque ela lhe parecia apenas mais uma adolescente fútil que não parava de importunar o Hyung Suk. A maneira como ela se apresentava a ele fazia com que ela torcesse o nariz involuntariamente. Porém, ela errou por tê-la julgado e pensado tão baixo dela, esquecendo que ela própria tinha os seus defeitos e conseguia ser irritante.
— Digo o mesmo. Até que não és tão chata. — com o ombro deu-lhe um leve empurrão.
Do nada, surgindo como que uma (assombração) aparição, os malucos do cinema saem de uma esquina.
Elas os viram a vir na sua direção e os seus corações não puderam evitar de aumentar a velocidade das batidas.
A paragem de autocarros estava deserta e de repente, a atmosfera sossegada da área perdeu o seu efeito tranquilizante.
— Olá meninas!
Antes que eles pudessem chegar nelas, a nossa personagem sussurrou para a sua companheira: 'Quando eu disser, nós corremos, ok?'
'Ok.'
— Viemos reformular as nossas desculpas.
— Pois é, e já agora, podiamos compensar-vos. Ficamos aqui até que o vosso autocarro chegue, o que acham? — disse um deles com um sorriso muito suspeito.
— É muito amável da vossa parte, mas ficamos bem por nossa conta, obrigada.
— Hum, não precisas ficar na defensiva. Como eu disse antes, só queremos ajudar.
— Ela disse que não, és surdo ou o quê?
— Afinal sempre tens voz. É uma pena que não a uses como deve ser.
Quando eles se posicionaran para as cercarem, a nossa personagem agarrou com força a mão de Ha Neul e mandou-lhe correr.
Com a adrenalina a bombar no sangue, as duas saíram do cerco por uma unha negra e desabalaram a correr pelo mesmo caminho em que voltaram.
Os rapazes ficaram espantados por uns segundos mas logo foram atrás delas.
A sua sorte foi que o autocarro apareceu numa esquina e desesperadamente fizeram-lhe sinais para que parasse. O motorista reparou que algo estranho estava a acontecer e generosamente parou logo ao pé delas com as portas já abertas. Imediatamente subiram e os rapazes quando perceberam desistiram bruscamente e enfiaram-sem numa esquina escura.
As duas respiravam com dificuldade, suadas e desacostumadas com este tipo de atividades físicas.
— Acalmem-se, acalmem-se. Vocês estão seguras agora. Aqueles pulhas não vos apanham aqui dentro.
O autocarro estava vazio e o motorista era um senhor de meia idade.
Elas sentaram-se e agradeceram-no profundamente.
— Está tudo bem, minhas filhas, não é preciso me agradecerem. — disse retomando viagem. — Estes rapazes de hoje em dia são uns sem vergonha! Onde já se viu, perseguirem jovens daquela maneira?! Malditos! Malandros! AAAAH se eu fosse mais jovem, descia daqui e arrebentava com eles todos! Não se preocupem, vou fazer o possível para vos deixar o mais perto de casa! — dizia furioso. — Ou querem que eu as deixe na Polícia? — perguntou olhando pelo retrovisor.
Elas dispensaram a Polícia alegando que apenas queriam ir para casa.
— Claro, claro! Avisem aos vossos pais o que aconteceu, ok? Assim, eles podem vir buscar-vos para garantirem a vossa segurança.
Ainda um pouco abaladas, elas confortaram-se umas às outras.
Foi uma experiência alarmante que não gostariam de mencionar por um bom tempo.
— Vão com Deus, minhas filhas e depressa!
Mais uma vez, fizeram vénias àquele senhor que as despachou com acenos de mão para irem logo de uma vez.
— Ha Neul, acho melhor dormires lá em casa.
— Tens a certeza? Eu não quero que te sintas obrigada a acolher-me.
— Não é por isso! — pegou-lhe nas mãos. — Eu ficaria muito mais tranquila se ficasses comigo esta noite. Por favor.
— Confesso que não me estava a apetecer voltar sozinha, obrigada.
Abraçando-se, elas foram para a casa da nossa personagem.
O fim daquele dia não estava previsto daquela maneira por nenhuma delas. O que era para ser um fim de semana tranquilo poderia ter acabado de forma muito mais trágica.
Uma coisa boa que se veio a retirar de tudo aquilo, é que os laços de amizade se reforçaram...
Ha Neul em particular, veio a apreciar mais ainda a nossa personagem. Ela tinha amigas, contudo sabia que nem todas estariam dispostas a permanecer do seu lado em situações de perigo, ou sequer eram mesmo suas amigas quando falavam mal dela pelas suas costas.
E deitada na cama, ao lado da sua amiga, não pôde deixar de se sentir feliz por a ter conhecido. — Até que tu não és tão horrível.
— Sim, sim, agora fecha os olhos e tenta dormir. — respondeu deitada de lado.
— Eu não estava a falar contigo!
— Shiu!
Fim.
Se gostaram, dêm-me um sinal e não copiem ou republiquem sem dar os créditos. Não sou escritora profissional, muito longe disso, mas o plágio acontece e é por isso que deixo o aviso. Obrigada.
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monsterfam · 7 months ago
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Olá, esta é a primeira vez que eu publico uma fic, na verdade, uma pequena história no Tumblr. Não tenho experiência com a escrita, por isso erros vão aparecer. Resolvi começar isto porque houve um manhwa que eu li anos atrás que me deixou um pouco obcecada: Lookism e porque não há muitas fics dele em português.
Park Hyung Suk estava no balcão da loja, pensando nos problemas da vida, na escola, na mãe que trabalhava muito para que ele pudesse estudar, e no corpo misterioso que ele controlova durante o dia. Ainda não conseguia acreditar no que tinha acontecido.
— Com este corpo, as coisas ficaram mais fáceis para mim. As pessoas olham-me, mas não é um olhar de nojo. É... diferente. A maneira como me tratam também é diferente. Mas não posso esconder que ainda sinto medo, especialmente com os rapazes lá da escola. Aquele com o topete... é realmente assustador! E aquele senhor do departamento de arquitetura... que sinistro! Espero sinceramente não arranjar problemas com eles.
Nisto, alguém entrou na loja. Nervosamente, Hyung Suk recompôs-se e viu uma jovem a entrar. Ele ficou surpreso porque ela parecia estrangeira. Pelo menos ele supôs que ela fosse.
Com um aceno leve de cabeça, ela foi ao corredor das massas e comprou alguns noodles para estocar. Segundos depois, um grupo de 5 adolescentes a conversar chegaram e foram em direção às máquinas automáticas de bebidas. Park Hyung Suk não cabia em si de ansioso. Seis meninas no seu local de trabalho? A loja nunca recebeu tantos clientes de uma só sentada, pelo menos até agora. Como raios haveria ele de se comportar?
Do grupo de amigas, duas vieram ao caixa e logo que o notaram, fizeram expressões no rosto que ele notou claramente. Eram as mesmas de sempre que recebia quando estava no seu corpo original. Escárnio, nojo, desprezo. A sensação de humilhação que o acompanhava há já muitos anos resolveu usar as suas garras para novamente lhe ferir a confiança que aquele novo corpo lhe concedeu nos últimos dias. Ele estava acostumado com o tratamento mas o seu coração torcia horrorosamente sempre que isso acontecia.
Uma delas pediu-lhe umas pastilhas e isqueiro e a outra mexia no telemóvel. De seguida, o restante grupo aproximou-se com bebidas e lanches, e logo depois, a jovem estrangeira também se colocou na fila.
Hyung Suk fez a conta e disse-lhes o total.
— Ei, ouve lá, arranja-nos dois maços de cigarros da marca YY.
— L-Lamento, mas para isso vou precisar dos vossos Ci's (cartão de identif.).
— Ei, tens noção com quem tu estás a falar, minorca? — Disse uma, com cara azeda.
— De verdade, eu não posso vender cigarros a menores senão posso perder o meu emprego!
— Ora seu....! Eu vou chamar o meu namorado, ouviste? Ele é o Dragão do Leste, já agora.
— ...Quem? — pergunta ele confuso. Esse nome deveria significar alguma coisa? Ele nunca ouviu falar nessa pessoa.
As restantes amigas não esconderam o riso, para embaraço dela.
— E-Ele é o 2º no comando da gangue Ponta de Faca e muito perigoso! Portanto, se não quiseres receber uma carga de porrada, vais dar-nos os cigarros!
— E-Eu não posso, desculpa. — ele não queria que ela chamasse o tal Dragão de Budapeste, mas ele tinha conseguido este emprego à rasca e seria muito difícil encontrar outro para o seu corpo original. Mesmo com medo, ele tomaria a porrada que fosse.
—Olha, desculpa a minha amiga, — disse a que parecia ser a mais bonita de todas, saindo do meio e aproximando-se dele — ela tende a ser um pouco agressiva quando as coisas não lhe saem da sua maneira. Eu sei que não queres perder o teu trabalho e entendo-te, a sério. Mas quanto à parte do namorado, é verdade. Ele é um tipo bruto e os amigos dele da gangue também.
"Mas o que é que ela está a fazer?" Pensava uma.
"Ohhh, já reparei qual é o esquema." Pensava outra.
— Não estou querer assustar-te mas se não o fizeres, eu temo que algo de terrível te aconteça. E eu não quero que leves uma tareia. — Disse ela olhando meigamente para ele.
Ela parecia interessada na sua segurança, apesar das suas amigas não mostrarem o mesmo. E ela até sorriu para ele! Hyung Suk ficou ligeiramente avermelhado. Contudo, ele teria que se manter focado!
A jovem estrangeira estava a ficar impaciente. Sem querer querendo, ouviu tudo e não estava a gostar nada deste grupinho.
— Eu... não posso. Se não precisarem de mais nada, peço que paguem e me deixem atender a cliente que está na fila, por favor.
O olhar meigo mudou para um de desinteresse. Cruzando os braços, ela o olhou de cima.
— Sabes, eu estou a tentar ser simpática contigo porque tipos como tu estão na categoria de perdedores. Deverias reconhecer o meu esforço por estar a pensar em ajudar-te. Mas realmente, foi perda de tempo.
Os risos cínicos escondidos com as mãos fizeram-se ouvir por todo o estabelecimento.
Ele ficou cabisbaixo com o comentário, as mãos por trás do balcão apertadas em punho. Foi um golpe desnecessário.
— Ei, está uma barata a subir no teu cabelo!
A pessoa que disse isso foi precisamente a estrangeira. Todas se viraram para ela e assim começou a confusão.
— O quê?!
— Onde? No meu?!
— Tira, tira, tira!
— AAAAAH!
Todas aos berros, sem saber quem é que estava com o bicho, a sacudir os cabelos e o Hyung Suk desorientado. Num momento, estava a ser humilhado, no outro, estava perplexo.
— Olhem, está outra a tentar subir no teu pé!— Disse ela novamente, apontando para o chão ao pé delas.
— AAAAAAH! MATA, MATA, MATA!
— Faz alguma coisa, seu palerma!
— Eu não as vejo! Onde se meteram?
Ainda atordoado, Hyung Suk foi buscar uma vassoura e tentar espantar os insectos.
— Vamos embora desta pocilga! Este sitio está infetado de pestilências.
Todas juntas, feito lapas de botes de navio, foram-se embora a correr, esquecendo as compras, mas não o dinheiro (infelizmente).
Hyung Suk parou o que estava a fazer para ir entregar as suas coisas, mas já não valia a pena. Elas desapareceram na noite.
— Bem... isto foi... inusitado? — dizia ele em voz alta, espreitando pela porta afora.
— 'Caha-caham'
Ele assustou-se ao ouvir que alguém ainda estava lá dentro. Era a estrangeira que se tinha afastado um bocado devido à comoção e tinha observado tudo de camarote, rindo internamente de forma descontrolada.
Ele voltou ao caixa e desculpou-se profusamente, fazendo uma vénia exagerada.
— Por favor, aceite as minhas mais sinceras desculpas! Isto nunca aconteceu antes! Eu dou-lhe a minha palavra que a loja é desinfestada regularmente! Como compens-
— Calma, eu acredito que assim seja. Mas não precisas de pedir desculpas. Eu acredito que a culpa tenha sido minha.
— O quê? — o que ela queria dizer com isso?
Ela mostrou-lhe as duas baratas, que na verdade, eram de brinquedo, largadas no chão.
— ...
— ... Então, fizeste isto tudo de propósito?
Meio embaraçada, porque ela não pensou a fundo a brincadeira, ela disse que sim.
— Mas, porquê?
— Elas estavam a ser desagradáveis, ok? Eu estava com pressa para ir para casa jantar e preguei esta partida estúpida. Peço perdão pelo constrangimento que te causei, foi imaturo da minha parte.
— Eu, ah... isso foi... nunca alguém se deu a tanto trabalho por minha causa. —excepto a sua mãe, claro.
Ele estava surpreso e meio que... menos triste. Nenhuma menina lhe prestou atenção e ela fez tudo aquilo para o ajudar. O seu coração começou a bater um bocado mais rápido do que antes.
— Escuta, eu não te queria causar problemas. Olha, eu posso pagar de volta o que perdeste se quise-
— N-Não! — respondeu imediatamente — Quero dizer... Eu... está tudo bem. Apenas... obrigado.
Agora era a vez dela de ficar embaraçada.
— Poiiiis. Aaaah, acho que é melhor eu repôr o que elas tiraram. Para aliviar a minha consciência, entendes? — ela colocou os produtos no lugar e agora evitava encará-lo. Porque é que eu fiz aquele disparate? Ele deve estar a pensar que eu sou alguma maluca.
Pediu-lhe que ele fizesse a conta e foi-se embora, despedindo-se de forma bem breve.
Assim que ela se foi, Hyung Suk limpou o suor da testa e suspirou.
— Que noite foi esta? E quem era ela?
De repente, deu um estalo na testa.
— Ah! Eu não lhe perguntei como ela se chamava!
E indo à porta, ela já havia sumido.
Voltou outra vez ao balcão sentindo-se derrotado.
— Provavelmente ela recusaria, achando que eu me queria aproveitar dela. Talvez ela tenha agido por pena. —suspirou desanimado. — Mas eu gostaria de vê-la novamente. — Pegou nas duas baratinhas e um sorriso ameaçou aparecer-lhe nos lábios. — Baratas, ha ha, vocês salvaram a noite!
E foi isto. Por favor, se gostaram, não copiem ou republiquem sem dar os devidos créditos. Não sou escritora profissional, muito longe disso, porém eu sei que o plágio acontece e é por isso que deixo o aviso. Obrigada.
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