meus desabafos sobre ódios do cotidiano, de barulho a racismo. visitem também meu outro tumblr https://omniacarmina.tumblr.com/
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ódio 2
um ódio muito grande que tenho na vida é ninguém se importar com o meu aniversário. literalmente, não se importam. eu sempre fui de me atentar, mesmo com uma péssima memória. eu dava parabéns, fazia postagens nas redes sociais, com fotos, com corações e piadas internas. até com poesia! mas o tempo passava, eu continuava com os parabéns e as lembranças (mesmo que na data errada), mas ao contrário de mim, as pessoas iam parando de me parabenizar. com isso, também iam parando me me procurar.
eu estaria sendo injusta se falasse que realmente ninguém se importa, tem uns gatos pingados lindos que se lembram, mas são a exceção da exceção. eu fico brava porque é o jeito de perceber que a pessoa não me ama do jeito que eu a amo. e isso dói. a vida pode ser corrida, pode ser complicada, e nos levar para direções opostas, mas eu continuo amando quem eu amo. a pessoa pode ficar meses, anos sem conversar comigo direito, mas se tiver um problema sério, eu tô aqui pra ajudar. minha porta fica sempre aberta, sabe? e muitas vezes elas aparecem, pedem ajuda e eu ajudo. mas quando eu preciso, elas somem.
quando chega meu aniversário, não tem um "que bom que você existe". elas me ignoram, me evitam. escolhem meu aniversário para sair de balada ou viajar e jamais pensam em me convidar. só sou lembrada para resolver os problemas delas quando precisam. sou útil, mas não sou amada. passei a odiar meu aniversário, detesto que me parabenizem, não conto a data pra ninguém. não recebo declarações públicas dessas pessoas que eu tanto ajudo, que eu tanto amo.
meu aniversário virou sinônimo de tapa na cara. é a prova definitiva de que para quem eu amo, eu não passo de uma ferramenta que não deve ficar fora da caixa atrapalhando o caminho.
tenho que deixar de ser trouxa, impedir que suguem minha vida e ser exigente com meus afetos.
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ódio 1
minha filha tem quase 9 anos. ela tem autismo nível 1 de suporte, não viaja, pois não suporta a quebra de rotina. na rotina dela tem q ter as coisas dela, do jeito dela, pois o cérebro dela tem uma quantidade maior de neurônios, o que torna o processamento de estímulos maior, mais cansativo e mais sensível. ou seja, muita coisa a incomoda e ela fica exaurida, o que altera vitalidade, humor e sono. preciso manejar as coisas de modo a não sobrecarregarem o sistema nervoso central dela, mas ainda ensinando regras básicas de sociabilidade e autonomia, e isso não é algo difícil de entender.
o pai dela e eu não estamos num relacionamento e ele reside em outro estado. ele vem a cada 15 dias e me disse na gravidez que não queria ser pai à distância. ele nunca cogitou se mudar para ficar perto da filha. nunca trocou uma fralda, nunca deu mamadeira mais do que algumas vezes que dá pra contar numa mão. nunca limpou algo que ela sujou, ele apenas aponta pra sujeira, me avisa e fala "tem que limpar ali". se ela precisa vestir uma blusa porque já está azul de frio, ou tirar uma blusa porque o cabelo está colando na cabeça de suor, eu que tenho que verificar, porque ele não verifica. ele não busca saber das vacinas, dos remédios, das vitaminas (afinal, ela tem seletividade alimentar), não lembra de nada, não administra nada quando ele está aqui e não move um dedo para medicá-la nas vezes que ela ficou doente durante a visita/já estava doente quando ele chegou. nun-ca.
até hoje, quem cuida sou eu e minha mãe, porque ele só fica parado olhando e esperando as coisas serem feitas. conforme nosso acordo de alimentos e visitações, ele poderia levá-la para a casa dele depois que ela completasse quatro anos, mas isso nunca aconteceu. ela não tem o quarto dela na casa dele, ela não tem guarda-roupa, brinquedos, nada. ele também nunca fez nada que fizesse a menina sentir confiança nele para cuidar dela, tanto que ela quer distância. ele não respeita a necessidade dela de que as coisas sejam feitas de determinada maneira, ele age de forma mais infantil que ela, mais teimosa que ela. ele nunca se atentou a ela descendo as escadas sozinha, nunca correu pra segurar quando ela caiu. nunca colocou um band-aid nela. nunca fez um prato de comida pra ela, um lanche, um copo d'água. minha filha perde o foco durante as refeições, preciso ficar ao lado lembrando-a de comer, pois ela dá uma colherada e paralisa, fica com o olhar perdido. só eu cuido para que ela coma, ele se senta à mesa para comer, come e ignora a filha.
quase uma década de eu aguentando isso, além de alguns episódios de assédio sexual por parte dele que aconteceram (isso ele sabendo que fui vítima de violência sexual no passado), agressões verbais, de ele vindo me me falar que eu tenho que ir trabalhar... porque ele se recusa a compreender o que exige cuidar de uma criança com as questões da nossa filha. uma década dessa merda, uma década engolindo tudo isso a seco, tendo ataques de pânico em silêncio no quarto antes da visita dele, mas da frente de todos performando elegância, para a minha família e para a dele também.
hoje, o que acontece é a folga, é o não cuidar da própria filha, que acontece desde que ela nasceu (desde antes, na verdade, pois ele não quis saber nem das consultas do pré-natal, nunca quis ver um exame e fez questão de não comparecer no parto e atrasar o exame de dna para 15 dias depois do parto, sendo que era para ter sido feito no 5º mês de gravidez. o que eu ouço em casa é que ele é limitado, coitado ele, não consegue e eu não tenho que ter expectativas. observação interessante: eu também tenho autismo nível 1 de suporte. e a minha sobrecarga? e as minhas limitações, os meus incômodos, e o fato de eu não dormir há 9 anos? não tem coitadinha de mim? devo enfiar minha exaustão no cu e seguir fazendo tudo o que não posso enquanto o bonito vem uma vez a cada 15 dias, faz bilu bilu (e ainda mal feito, porque ele e a menina brigam que nem cão e gato, pois ele provoca ela e ri da cara dela pelas limitações dela, sempre), não faz mais nada, xinga a filha de mal criada e vai embora?
minha dinâmica com ele bem poderia ser um episódio de "why women kill"...
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