Tumgik
meunomecompostoblog · 8 months
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Tu vens chegando pra brincar no meu quintal
Dia 21.01.24
A anunciação de que o amor gera vida. O lembrete de que o tempo ta passando, e que o amor multiplica. A continuidade das memórias de uma família. A eternidade de laços antigos. Brindo a sua vida, filho(a) da minha irmã.
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meunomecompostoblog · 11 months
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Lata de leite condensado
Hoje eu comprei uma lata de leite condensado, porque eu senti falta de ser criança. Eu senti falta da sensação que eu tinha quando minha mãe furava a parte de cima do leite condensado pra eu poder sugar. Era um jeito único de saborear aquela lata, que nem puxador para facilitar a abertura tinha.
A minha mãe furava a lata e falava "não exagera". Mas pouco tempo depois a lata já estava fazendo um som que denunciava a minha total desobediência.
Hoje me vi no reflexo de uma lata de leite condensado na prateleira do mercado. Não era Moça e ainda por cima tinha um puxador. Não era a mesma da minha infância, mas ainda tinha algo familiar. E quando tem um oceano que te separa da tua família, tudo que é familiar toca em um canto sensível demais.
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Nathália
Talvez a Nathália seja a minha amiga mais antiga. Quando nos conhecemos, éramos duas adolescentes com muita vontade de ir para o mundo. Lembra, Nathy? Nós fazíamos muitos planos sentadas na calçada, que nem asfaltada era na época.
Eu tinha acabado de mudar de bairro, porque a minha mãe havia se casado e eu fui junto com os móveis. A Nathália diz que me odiou quando me viu, mas o ódio durou pouco. Bastou uma conversa para a nossa amizade nascer. E isso já faz uns 13 anos.
Muita coisa aconteceu de lá pra cá. Realizamos alguns dos planos e vivemos muitas coisas inimagináveis. Fomos imensamente felizes, mas também profundamente tristes naquele bairro. Nós burlávamos as regras das nossas famílias tradicionais, porque a liberdade sempre nos chamou. Foi o nosso elo desde o começo.
E lembrando daquelas meninas, eu vejo quantos km a gente andou pra chegar no dia de hoje. E no dia de hoje, meu desejo era voltar para aquela calçada sem asfalto pra filosofar, contar histórias da vida e rir daquele povo feio do bairro junto com ela. Mas por questões logísticas será impossível reviver isso, até porque nem eu e nem a Nathália moramos mais naquelas casas.
O casamento dos pais dela acabou, e não demorou muito tempo para o casamento da minha mãe ir por água abaixo. Os nossos namoros de 6 anos acabaram. Nossa fase de adolescente acabou. Hoje brindamos os 25 anos. Apesar de tantos términos, nós duas sobrevivemos. Somos sobreviventes natas, né, Nathy?
E que sorte ter alguém que me conhece há tempo caminhando comigo. E que é alegria é ver a sua caminhada! Obrigada por me lembrar de quem eu sou, quando eu me perco tentando manter a minha postura de sobrevivente. Você ainda é a minha pessoa favorita e talvez uma das poucas que eu tenha paciência e vontade de conversar horas a fio sentada numa calçada duvidosa.
Coitada, eu achava que a minha maior história de amor tinha um prazo de 6 anos. Que burra. Minha maior história de amor tem no mínimo 13 anos, porque eu sei que o mundo vai girar e você estará aqui me lembrando do que tem por dentro. E eu vou tá aqui te lembrando do que tem ai dentro.
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Cauan,
Com frequência eu repasso a nossa história em minha cabeça, como se eu estivesse escrevendo um livro e não pudesse esquecer nenhum detalhe. Eu sou minuciosa quando o assunto é escrever sobre a pessoa que eu amo - não posso negar. Eu lembro da roupa que você usava quando eu realmente te vi, não me refiro as festas. Eu estou descrevendo aquela vez que você estava voltando ou indo (confesso que esse pormenor escapou) para o futebol, vestido de Inter e passou rapidinho para cumprimentar a sua mãe - minha professora de teatro.
Eu entrei no teatro de forma totalmente despretensiosa e aquela era a minha primeira ou segunda aula, quando te vi pela primeira vez. Depois daquele dia, eu te vi novamente em outra aula que você foi fotografar. E dali pra frente, meus olhos não pararam mais de te procurar.
Até que a gente começou a ficar e se conhecer. Minha intuição certeira insistiu tanto em você - eu te vi, mas foi a minha intuição que insistiu para eu te conhecer. E a medida que eu vou te conhecendo, eu agradeço cada vez mais a minha intuição pela insistência. Tua beleza exterior me atraiu aquele dia, mas a beleza da sua alma faz com que eu me apaixone por você sempre mais.
E quando eu repasso a nossa história em minha mente, seu jeito bondoso, atencioso e gentil são as qualidades que chegam primeiro e que ficam a cada pequena coisa que você faz por mim e por nós.
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Cruzar o oceano por causa de meia dúzia de pessoas, que valem a travessia.
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Ventilador
Eu percebi que realmente o tempo voa quando olhei para o meu ventilador. É estranho, eu sei. Mas eu lembrei do Verão passado - aqui no velho continente eu criei o hábito de encaixar minhas memórias em pastas de acordo com a estação do ano - e de quando eu tomei a decisão de comprá-lo.
Estava um calor infernal e tão abafado quanto Volta Redonda. Eu não estava aguentando e decidi comprar um ventilador após passar uma noite inteira sem conseguir dormir. Na época, a Jéssica me acompanhou e rodou a cidade comigo em busca de um ventilador digno que não custasse o olho da cara. Passamos um dia inteiro andando pelos shoppings de Braga e não encontramos nada. Só não foi um dia perdido porque depois nos acabamos de rir da nossa busca e do estresse que foi aquele dia. Mas a busca não rendeu nada, depois eu precisei entrar em um site e comprei o ventilador online mesmo.
O Verão passou e eu o guardei na caixa bem bonitinho. O tempo correu, mas hoje eu precisei dele novamente e na hora que eu o vi, eu percebi que o tempo realmente passa. E foi aí que eu lembrei da Jéssica, que já está do outro lado do oceano agora. É verdade que eu senti a passagem do tempo, mas eu também vi as pegadas dele no meu ventilador.
Como se não bastasse esse devaneio, outra memória veio me visitar.
Quando o ventilador chegou na minha casa, eu enviei uma foto dele para o meu namorado contando sobre a minha nova aquisição. Na época, não havia hipótese de relacionamento, éramos unicamente ficantes livres e sem pretensões. Eu decidi abrir a galeria para rever a foto, que estava acompanhada pela seguinte legenda "olha quem chegou". Dei um sorriso para a vida e reafirmei o que eu sempre digo: o Cauan é a minha surpresa boa.
Voltei a realidade e ao agora. Neste momento, eu estou aqui sentada escrevendo esse texto no quarto dele, ele está ao meu lado trabalhando e o ventilador segue aqui como prova fiel da passagem e das mudanças do tempo.
Meu testemunho fiel de que tudo passa, inclusive o Verão.
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Mãe,
Eu lembro de quando você comprou a passagem pra vir me visitar e parecia tão distante. O tempo passou. Você mal chegou e já foi. Como quem desperta de um sonho bom, eu acordei e já não te vejo mais aqui deste lado do oceano.
Os vídeos, as fotos, o seu pijama dobrado e a minha casa organizada dizem que não foi um sonho. Você realmente esteve aqui e enchemos a nossa história de memórias especiais além-mar. Das maravilhas do Porto até as simples idas ao mercado, eu amei te ter aqui em todos os momentos.
-"Fica forte!" foi a última coisa que você me disse antes de atravessar aquela porta de embarque. Nós sabemos que eu sei me cuidar, mas não como você. Me acostumei rápido com os seus cuidados de volta e com você por perto.
É tão difícil ter o coração em dois lugares. Quero morar nesse sonho!
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Eu fiquei quase dois anos sem ver a minha mãe. Durante os últimos meses, pensei que passaríamos por um momento de reconhecimento quando estivéssemos juntas. Enganei-me. Mãe não desconhece a cria e a cria nunca se esquece do cheiro da mãe, embora pense que sim, não. É tão bom olhar pra minha mãe e ver que os meses longe não criaram um abismo entre nós. Embora, o tempo arraste e mude a vida de lugar, há relações que sobrevivem de forma quase que intacta.
Bem-vinda a esse lado do Atlântico, mãe.
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Eu fui ficando mais velha e com o tempo eu passei a me apegar aos santos dos meus avós. Me emociono com Romaria, uso pingente de São Jorge, rogo a Nossa Senhora de Aparecida e tenho infinitas velas para o meu anjo da guarda. Há muita coisa entre o céu e a terra.
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meunomecompostoblog · 2 years
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Crônica inspirada em um shot, que se transformou em uma viagem para as Ilhas Cíes.
Um tempo atrás, eu estava conversando com uma amiga minha e comentei que havia escrito uma crônica sobre a nossa amizade quando ela encerrou a trajetória dela aqui desse lado do Atlântico. Eu procurei no meu bloco de notas, mas parece que o destino quer que eu atualize as minhas impressões sobre ela - que já sabe que esse texto é dela!
Um shot de tequila, que se transformou em uma amizade, uma viagem pras Ilhas Cíes e agora um textinho singelo, mas honesto. Com certeza uma das amigas que eu mais diverti nessa vida - inclusive, a música que estou ouvindo agora é Duda Beat (Dar uma deitchada). E eu estou há 3 minutos com um sorriso estampado no rosto e uma dorzinha no coração com saudade daquele tempo e de você.
Tanta coisa mudou, né? Mas eu ainda vejo você em cada cantinho, do chinelo que você deixou até o Barhaus, que nunca mais foi o mesmo. Até uma panela de arroz e o meu ventilador me lembram que você passou por aqui.
Embora o meu vizinho não sinta sua falta, eu morro de saudade das nossas madrugadas conversando e rindo sem fim. Você sempre teve cheiro de casa, Jessy.
Eu não sei quando e nem onde vamos nos encontrar novamente, mas eu sinto que vamos. E se na pior das hipóteses, isso nunca acontecer, eu ainda assim vou ser muito feliz e grata por ter te conhecido e vivido tudo o que vivemos juntas. Se eu soubesse que eu iria te encontrar aqui em Braga, eu teria contado nos dedos para que esse dia chegasse.
A vida não me avisou, mas ela te colocou naquele bar comigo pra tomar um shot de graça (rs). E a gente se encontrou ali, né? E quando eu penso naquela fase, eu sei que foi incrível. Como fomos felizes juntas! Mas também como choramos...
Ah sua geminiana 8 ou 80, que sacode a minha balança!
Obrigada por ter passado por aqui, por ter me enxergado e por todos os momentos felizes que vivemos. Aquele abraço ta aqui guardado junto com o vestido preto que você me deu e o brinco de cereja que você esqueceu aqui.
Essa plataforma que é vida tem esses encontros e despedidas, como diria Maria Rita:
"São só dois lados da mesma viagem O trem que chega é o mesmo trem da partida A hora do encontro é também despedida A plataforma dessa estação É a vida desse meu lugar"
Te amo, Jessy! - quando ler me envia mensagm
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meunomecompostoblog · 2 years
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Eu ensinei a minha avó a usar o Facebook e depois de um tempo ela pediu para que eu a ensinasse a enviar mensagens via WhatsApp. Eu a ensinei, e acho que nunca fiquei tão orgulhosa de um trabalho meu quanto esse.
Apesar das dificuldades com a escrita e a linguagem das redes, minha avó se saiu muito bem durante o período de aprendizagem. Ela foi tão boa aluna, que depois de um tempo ensinou o meu avô a utilizar o WhatsApp. Ela me contou recentemente que tentou ensinar o meu avô a utilizar o Facebook, mas não surgiu efeito. Meu avô é low profile demais para isso.
O engraçado é que quando eu ensinei a minha vó a utilizar as redes e a inseri na vida digital, eu não imaginava que poucos anos depois o digital seria a nossa única forma de comunicação. Eu não fazia ideia, que os áudios, as mensagens e as ligações de vídeo intermediariam nossa relação de um jeito tão cotidiano como é hoje.
Aquelas tardes explicando os conceitos de curtir, compartilhar, digitar e enviar fotos alicerçam o que hoje é a minha relação com a minha avó e com meu avô. Ontem mesmo ele me enviou mensagem falando que o meu time Flamengo havia perdido para o time dele, Vasco. E esse foi o único momento que eu me arrependi levemente daquelas tardes.
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meunomecompostoblog · 2 years
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Larissa,
Não são raras as vezes que eu me interrogo com o intuito de entender o porquê de eu ter escolhido viver um tempo longe das pessoas que de fato importam. Eu deixei de viver ou melhor eu vivi de um jeito diferente tantas coisas desde que eu peguei aquele avião, que com frequência eu me questiono o porquê.
Quanto mais o tempo passa, mais acontecimentos importantes e mais tempo eu perco também. Consequentemente, eu crio menos memórias com as pessoas que eu de fato amo. Aniversários, casamentos, formaturas e festas em família que eu jamais vou poder reviver com eles. Por que eu tenho feito isso?
De começo, eu precisava aprender a me virar sozinha. E eu fiquei muito boa nisso. Fiquei tão boa que nem sequer eu voltei. Durante os primeiros meses longe eu fiz amizades utilitárias - é verdade. Pra que destinar o melhor de mim para pessoas que não importam?
A minha prima se forma na sexta-feira. Merda, Larissa. Só você pra me fazer escrever às 3:00 da manhã. Eu não sei descrever o quanto eu te amo e por isso eu nem vou tentar, mas eu jamais esqueci daquele nosso último abraço. Minha alma esta com você de uma forma que ela nunca estará com ninguém que não seja os nossos. Você sabe. Nós todos sabemos.
Daqui do outro lado do Atlântico, cada Natal tem sido mais difícil sem vocês e eu não sei se as minhas descobertas estão valendo o preço da saudade mais. No entanto, não posso ser hipócrita e dizer que vai tudo mal, afinal minha vida tem andado bem e até as previsões para o futuro estão otimistas.
No fundo, eu só preciso dizer que embora eu esteja triste por perder tantos momentos importantes, eu sinto que ainda não é hora de ir embora. Eu não sei exatamente o porquê, mas eu ainda preciso descobrir algumas coisas por aqui.
Do outro lado do Atlântico, sua foto está em quarto perto de umas velas e um incenso de São Jorge, Larissa. Eu rezo para que a vida seja tão OU MAIS incrível com você quanto ela tem sido comigo. Estou orgulhosa demais de você, minha irmã.
Não vejo a hora de rever todos vocês. É engraçado que ninguém me pergunta mais quando eu volto - todos sabemos que eu tenho caminhos por aqui. E quando perguntam só falam sobre visita, como se minha casa fosse aqui. E de fato é, né? Não é atoa que a minha mãe vai trazer quase tudo de importante que eu não trouxe quando eu vim.
Os meus caminhos me levaram para outra direção, e eu estou longe de reclamar do roteiro que eu mesma venho construindo com tanta dedicação, amor e cansaço. Eu sou feliz em qualquer canto, mas com vocês eu sou feliz de um jeito seguro, inocente e único. Eu tiro a minha força da trajetória do nossos avós, da rede de apoio das mulheres da nossa casa e do seu abraço, Larissa.
Te amo, Larissa!
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meunomecompostoblog · 2 years
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"as coisas boas da vida são repentinas"
Quanto mais o tempo passa, mais eu vejo que alguns clichês realmente são cunhados como tal por mérito, como é o caso daquele velho conhecido de que "as coisas boas da vida são repentinas".
Eu não sei se você é parecido comigo, mas eu cheguei a conclusão que eu aceito melhor e até espero as coisas ruins do que as boas. Eu tenho uma vocação de arquitetar saídas e planos de forma impecável. Quem tem espírito de sobrevivente sabe que se a gente demora muito tempo para resolver algo que deu errado, a chance de morrer na praia é imensa e quase certa.
A vida, as circunstâncias, a minha profissão e até a minha personalidade me levam a ter um plano de crises no bolso para qualquer situação de emergência da minha vida. E não me veja como a pessoa mais pessimista da história, e sim como uma pessoa preparada (ou apenas uma sobrevivente).
Quando eu conheci o meu namorado, eu não imaginava que a nossa história seria como é e nem nos meus sonhos mais otimistas eu imaginava viver tudo que estou vivendo com ele. Embora minha intuição apitasse, eu não entendia o porquê dela insistir tanto nele.
Mas eu aprendi a confiar na minha intuição ao longo do tempo, quando eu sei que é ela e não meu medo me sabotando. Aprendi a separar as coisas, mesmo que às vezes não seja tão claro, mas o tom de voz da intuição é muito diferente do medo. E eu decidi seguir minha intuição, mas com muitos planos de emergência no bolso, afinal eu ainda sou eu.
Não precisei usar nenhum plano, porque desde o dia que começamos a ficar eu nunca precisei assinar o terrível contrato do "adeus" e pelo contrário eu assinei um grande e feliz "sim" para o pedido de namoro.
E é por conta do pedido de namoro que esse texto aqui existe, porque foi o momento que eu percebi que "as coisas boas da vida são repentinas" e que isso é tão verdade, que se eternizou num clichê de boteco de esquina mais verídico do mundo.
Eu cheguei naquele quarto e sem acreditar vi flores, um macaquinho de pelúcia, balões de coração, chocolates, velas e um homem que tinha passado semanas planejando cada detalhe desse dia. Naquele dia eu levei uma grande lição de que as coisas boas chegam até nós, e que elas são surpreendentemente lindas. Talvez esse tenha sido um dos momentos mais especiais da minha vida, porque foram poucas as vezes que eu me senti tão amada, respeitada e cuidado como naquele dia.
Eu escrevo esse texto após poucas semanas do pedido, e desde então as coisas boas viraram rotina. Eu sempre vou dizer pra ele que ele é a certeza de dias melhores e minha surpresa favorita da vida. Mas no fundo eu penso, será que eu mereço ser tão feliz quanto tenho sido? Ah, essa voz triste, dolorosa e tremula não é a da minha intuição. Percebeu a diferença?
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meunomecompostoblog · 2 years
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Protege-me, Santo guerreiro.
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meunomecompostoblog · 2 years
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deixar ir e deixar vir
Os últimos acontecimentos da minha vida vieram para me ensinar a "deixar ir". Passei um ano inteiro finalizando ciclos que precisavam ser finalizados e acredito que aprendi com cada ponto final que tive que colocar. Durante o intercâmbio eu precisei me despedir de todos os amigos que eu cultivei em poucos meses, e que partiram cada um para um canto diferente do mundo. Aprendi a dizer tchau, sem sofrer. Decidi ficar sozinha em terras estrangeiras e olhar de longe minha família, mas ainda sim ser feliz com as minhas escolhas. Eu realmente aprendi a deixar ir.
Mas só agora eu estou aprendendo a "deixar vir" e boa parte desse aprendizado tem a ver com meu novo relacionamento amoroso. Depois de tornar todas as minhas relações líquidas, confesso que tenho tido alguma dificuldade em "deixar vir", mas com o Cauan tem alguma facilidade que realmente é incrível. O gatilho para essa crônica rápida foi quando enviei uma mensagem pra ele, pedindo para que ele me ajudasse a fazer algo que eu com toda certeza conseguiria fazer sozinha. E eu me dei conta, que ele derrubou muitas barreiras.
Eu me apaixonei pelo Cauan de uma maneira muito peculiar, mas muito calma também. Eu não imaginava que eu poderia ter tanta paz com alguém quanto a paz que eu tenho sozinha, mas com ele há uma paz que eu não sei explicar. Se eu pudesse escolher alguém pra aprender a "deixar vir" certamente eu escolheria o Cauan, assim como escolhi.
Quando eu me livrei de carregar pessoas na minha bagagem, e partir em busca da minha história, eu não imaginava incluir alguém nos meus planos. por agora. Tem algo muito libertador em sonhar sozinha, mas tem algo de muito especial em ter companhia. E agora vejo que isso está a acontecer.
Encontrei alguém que acompanha o meu ritmo, que vibra comigo e temos paz juntos. Afinal, eu agradeço por cada ponto final porque eu sei que essa história vale cada linha do livro que estou a escrever sobre "deixar vir".
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meunomecompostoblog · 2 years
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mais uma
Amanhã minha mãe faz aniversário e esse é o segundo aniversário que eu passo longe dela. No auge da minha adolescência, sem dúvidas, isso seria um grande sonho realizado. Mas é bem verdade que uma das coisas que a vida adulta nos traz é compreender nossos pais.
Como uma boa adolescente rebelde e egoísta, eu achava que não precisava de uma mãe. Afinal, a minha mãe me educou exatamente pra não precisar dela. Com 15 eu já sabia de tudo.. ou achava que sabia.
Uns anos depois me mudei de país por força do destino e sabe lá Deus o real motivo de eu ter me ausentado de praticamente todos os momentos recentes mais importantes da minha família. Mas eu me mudei e não voltei ainda. Como é evidente!
No meu primeiro ano aqui, eu conclui que realmente eu não precisava de uma mãe para cozinhar, lavar e limpar pra mim. Afinal, eu me tornei uma puta mulher independente, trabalhadora, dona de mim e todo aquele blá bla que a gente vê no Instagram e que a gente não quer ver aqui.
Eu achava que eu não precisava de uma mãe até olhar pra uma menina de 7 aninhos comendo chocolate andando de mãos dados com a mãe dela. A mãe dela se parecia muito com a minha fisicamente e tinha alguma coisa muito familiar na forma como ela segurava a mochila da menina. Nem preciso dizer que foi um puta de um gatilho.
Comecei a pensar, ou melhor, sentir. Caralho, eu chorei como uma criança de 7 anos esperando pela mãe. É, meus caros, eu não preciso de uma mãe pra lavar as minhas roupas, cozinhar meu almoço e arrumar minha bagunça. Eu preciso de uma mãe pra aninhar meu cabelo e pra segurar um pouquinho a minha mochila na volta pra casa.
Todo mundo carrega o peso da vida nas costas, e eu to longe de querer romantizar a maternidade, mas as mães desde cedo nos dizem que podem carregar as nossas mochilas. Não o tempo inteiro, mas na volta pra casa, elas podem e elas carregam. E se você tiver sorte, você ainda é capaz de ganhar um chocolate.
É por isso que eu preciso da minha mãe, porque atualmente ela é a única pessoa no mundo que eu aceitaria um chocolate sem questionar se ele está envenenado. E não, eu não estou falando sobre chocolates.
Eu só espero que chegue Maio, porque, enfim, eu sinto que vou poder deixar alguém cuidar de mim. Vem logo, mãe, tem tanta coisa legal na minha mochila, mas ela anda tão pesada ultimamente.
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meunomecompostoblog · 2 years
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Se encaixamos de cara, foda-se o "cara, crachá" Conexão desse tipo a gente demora pra achar Era pra frente, por isso ficou pra trás nosso lance Te fiz sentir a diferença de um pente e um romance
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