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16 posts
por ludmila masih, aluna de jornalismo na UFC. esse blog foi criado para a disciplina de cibercultura e é utilizado, atualmente, para o módulo web da disciplina de introduções às técnicas jornalistícas.
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medi-aneras-blog · 7 years ago
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Atividade V: Marcador social - Instapaper
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Marcadores são um dos maiores aliados de jornalistas e estudantes. Eles permitem a captação de conteúdos, assim como a organização e categorização dos mesmos.
Dentre as múltiplas opções de marcados disponíveis online, o Instapaper se destaca por sua simplicidade e fácil utilização. A estética minimalista facilita o seu uso, além de torná-la bastante atraente. 
O marcador, que esta disponível para web e também como aplicativo  para iOS, Android e até mesmo Kindle, permite que páginas da web sejam salvos e armazenados e, posteriormente, editados. 
O Instapaper tem ferramentas que auxiliam no processo de leitura e de edição. É possível, por exemplo, mudar a cor de fundo dos textos, aumentar o tamanho da fonte, grifar as partes mais interessantes e ainda fazer anotações ao longo do texto. 
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Exemplo de anotações possíveis 
Na aba “browse”, também é possível vermos os textos compartilhados por outros usuários. Os textos são geralmente artigos ou notícias de vários temas diferentes, e podemos salvá-los para nossa própria coleção.
O Instapaper é simples, prático e bastante útil. Apesar de não ter as ferramentas mais complexas disponíveis em outros marcadores, ele permite organizarmos e editarmos links do nosso interesse de forma fácil e rápida. 
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medi-aneras-blog · 7 years ago
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Atividade IV: Ache seu som - FindSounds
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O FindSounds é uma ferramenta online de busca que disponibiliza gratuitamente arquivos de áudio para download. Ele está disponível em oito línguas, incluindo inglês, português e espanhol. 
Com uma interface descomplicada e funcional, o FindSounds torna a busca por sons muito simples. Na página inicial, uma barra de espaço possibilita a pesquisa por meio de uma palavra chave. Os resultados, em geral, são abundantes: por exemplo, ao procurar a palavra “rain” (chuva), 62 arquivos são encontrados. 
Outra forma de encontrar áudios do seu interesse é procurar no índice de sons, que são classificados por categorias como animais, esportes e natureza. É uma maneira menos objetiva porém mais dinâmica de achar o que se procura. 
O FindSounds pode ser usado de diversas formas e propósitos: academicamente, na confecção de trabalhos, por exemplo, profissionalmente, na produção de conteúdo sonoro ou visual, e também como lazer para crianças ou jovens. 
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medi-aneras-blog · 7 years ago
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Atividade III: Pirâmide Invertida. Mother! - o filme mais controverso do ano?
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Desde seu lançamento, em setembro deste ano, Mother! tem sido alvo de críticas mistas, sendo classificado por alguns como uma obra prima e por outros como o pior filme de 2017. O controverso longa é o mais recente trabalho do diretor americano Darren Aronofsky, e tem como atores principais Jennifer Lawrence e Javier Bardem.
Assim como os outros trabalhos de Aronofsky, por exemplo, os aclamados Réquiem para um Sonho (2000) e Cisne Negro (2010), Mother! é um filme de suspense ousado e transgressor. É repleto de metáforas e alegorias que fazem a experiência de assistir o longa intensa, visceral e surpreendente.
Mother! conta a história de um casal solitário, Bardem e Lawrence, que vive numa casa isolada, mantendo uma rotina tranquila e metódica. Com a chegada de visitantes inesperados, a vida pacata do casal é perturbada e uma série de acontecimentos desencadeia resultados inesperados.
Apesar de ter sido um fracasso de bilheteria, o filme está muito presente nas redes sociais e nos jornais, dividindo opiniões. Enquanto parte do público usa plataformas como o IMDB e o Twitter para aclamar o trabalho de Aronofsky, outra se mostra extremamente descontente com o longa, principalmente por causa da subjetividade e das muitas metáforas utilizadas.
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A vencedora do Oscar Jennifer Lawrence é a personagem principal do longa: durante 66 minutos das duas horas de filme, o rosto da atriz aparece em close-up na tela. Sua atuação tem recebido merecidos elogios da crítica e do públicoe seu nome vem sendo cotado para premiações do próximo ano. Lawrence foi à público para falar sobre o filme, afirmando que “Foi o máximo que um filme já demandou de mim. Eu estava exausta.”
O resto do elenco também brilha, mesmo que em segundo plano. O espanhol Javier Bardem, por exemplo, está muito bem na figura de um criador em crise e a veterana Michelle Pfeiffer rouba a cena ao aparecer na primeira metade do filme. O longa conta ainda com a participação de Ed Harris, Domhnall Gleeson e Kristen Wiig.
À medida que o público assistiu o filme, artigos e resenhas que buscavam explicar as alegorias presentes em Mother! surgiram pela web. Jornais, blogs de cinema e as próprias redes sociais viraram espaço para discussão e divulgação de teorias e explicações. O Filmow, por exemplo, é, até hoje, um lugar onde usuários trocam idéia sobre o filme.
Mais tarde, Darren Aronofsky deu uma entrevista (alerta de spoilers!) esclarecendo alguns dos simbolismos do longa, mas reiterou seu conselho da importância de ver o filme às cegas. O site brasileiro Cinema com Rapadura também publicou um vídeo no youtube fazendo uma análise do longa de forma simples e descontraída:
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Apesar da controvérsia das alegorias usadas e de ter dividido opiniões, nomes de peso, como o premiado diretor Martin Scorsese, defenderam o longa, afirmando que o mesmo merece ser visto por todos os amantes do cinema.
Por mais que possa não agradar a todos os públicos, Mother! é uma obra impactante que promove uma experiência visceral e intensa, que merece ser vista e revista, e que pode, no futuro, se tornar um clássico do mesmo renome de filmes como O Iluminado (1980) e Psicose (1960).
Não é possível saber como o filme vai envelhecer, embora exista a expectativa de que receba indicações em premiações como o Oscar e o Golden Globes, mas, por enquanto, pode-se perceber o impacto do filme na web e, inclusive, em sites que estão vendendo produtos relacionados ao filme. É o caso da loja virtual Sound & Vision, que estampou um dos momentos mais icônicos de Mother! numa t-shirt:
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Ludmila Masih
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medi-aneras-blog · 7 years ago
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Atividade II: Ferramentas digitais
Visual CV:
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Visual CV é uma ferramenta virtual que permite a criação de currículos de acordo com a necessidade do usuário. A aplicação é gratuita, apesar de ter conteúdo pago, e oferece templates editáveis. Após a criação dos CV, eles podem ser compartilhados por redes sociais, impressos ou ainda divulgados por meio de link. É útil. versátil e de fácil utilização. 
https://www.visualcv.com/ludmilasma 
Zamzar: 
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O Zamzar é um site que permite a conversão de arquivos de documentos, aúdios ou vídeos. Ele suporta mais de 1200 extensões e pode ser utilizado online, de forma rápida e prática. A ferramenta é grátis.
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medi-aneras-blog · 7 years ago
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Atividade I: o Controverso ‘Mother!’ de Aronofsky
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Mother! é o mais recente filme do americano Darren Aronofsky, que também dirigiu os aclamados Requiém para um Sonho (2000), O Cisne Negro (2010) e Jackie (2016). Assim como os outros longas do diretor, Mother! é ousado e controverso, sendo alvo de críticas mistas.
Lançado em 15 de setembro deste ano, o longa é um thriller metafórico, que narra a vida de um casal a partir de uma série de eventos que culmina num desfecho perturbador. Ele (Javier Bardem) e a sua não-nomeada mulher (Jennifer Lawrence) moram numa casa isolada e vivem uma rotina metódica e tranquila, até a chegada de visitantes inesperados.
Repleto de alegorias religiosas, artísticas e ambientais, Mother! é rico em metáforas e referências subjetivas, o que tem dividido a opinião do público e da crítica. O longa, inclusive, recebeu de vaias a aplausos em sua estréia no Festival de Cinema de Veneza.
Apesar de contar com grandes nomes de Hollywood como os do casal principal e de Michelle Pfeiffer, Ed Harris e Domhnall Gleeson, o filme foi um fracasso de bilheteria, e recebeu, inclusive, um ‘F’, a nota mais baixa possível no CinemaScore, site que classifica as produções de acordo com a recepção do público diretamente dos cinemas.
Além da crítica especializada, o público também foi bastante duro com o longa, principalmente aqueles não familiarizados com os trabalhos prévios do diretor. Mother! foi acusado de ser pretensioso e confuso e muitos usuários utilizaram a página do filme no IMDB para criticá-lo duramente, sobretudo em relação ao roteiro “nonsense”.  
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Jennifer Lawrence nas gravações do filme, 2016. 
Por outro lado, críticos, cinéfilos e os próprios cineastas foram à defesa do longa, defendendo seu caráter subjetivo e transgressor. Aronofsky foi a público com o objetivo de explicar algumas das alegorias utilizadas e justificá-las, afirmando que “A coisa mais importante, antes de tudo, é levar as pessoas ao cinema. Se, além disso, eu conseguir trazer algumas ideias legais que afetem os outros profundamente, claro, é ótimo.”
Martin Scorsese também foi à mídia para defender Mother!. Ele, escreveu um artigo publicado no Hollywood Reporter elogiando a obra de Aronofsky e reprovando sites como o CineScore e o IMDB, que geram os ‘ratings’ de forma quase que instantânea. 
O diretor premiado pela Academia justificou as reações negativas ao filme, afirmando que “Bons filmes de cineastas de verdade não são feitos para serem decodificados, consumidos ou compreendidos instantaneamente. Eles não feitos nem para serem instantaneamente gostados.”
Em entrevista ao The New York Times, os atores protagonistas, Bardem e Lawrence, falaram sobre a experiência de trabalhar com Aronofsky e da decisão de participar de uma obra tão controversa e polêmica. 
“O que eu sempre amei em Darren [Aronofsky] é que ele não tem remorsos e é corajoso. Eu concordo com a mensagem do filme de todo o coração. É agressiva, mas precisa ser”, defendeu Jennifer Lawrence, que começou um relacionamento amoroso com  o diretor durante as filmagens. 
O longa é uma das apostas para o Oscar do próximo ano, mesmo com as críticas mistas. Apesar de não agradar a todos os públicos, Mother! é uma obra impactante que promove uma experiência visceral e intensa, que merece ser vista e revista, e que pode, no futuro, se tornar um clássico do mesmo renome de filmes como O Iluminado (1980) e Psicose (1960). O trailer legendado do filme pode ser conferido abaixo: 
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Ludmila Masih
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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Exercício - Redes Sociais
O site orangotag é uma rede social voltada para o catalogamento e a organização de seriados. Para utiliza-lo, é necessário se cadastrar para criar um perfil. Cada usuário, em seu perfil, adiciona as séries de tv que já assistiu, que quer assistir ou que assiste no momento. É possível visitar as páginas dos seriados, onde se encontram informações sobre ele, assim como a lista com seus episódios e as pessoas que a assistiram. Podemos comentar na página dos seriados, o que é interessante por ser uma forma de iniciar contato com outros usuários. Um ponto alto do site é a existência de uma ferramenta chamada "Chame a polícia do spoiler", que busca evitar que spoilers sejam dados. É parte do site interagir com outros usuários: é possível adicionar amigos e enviar mensagens.Enquadra-se, portanto, na definição de redes sociais de Recuero.
De fato, o site é bastante eficiente. Ter uma plataforma para armazenar todos os episódios que se assiste de uma série favorita é bastante prático. Entretanto, é perceptível a falta de atualização do site, assim como o quão rústico ele é. O layout não é atraente, seu uso não é tão intuitivo, e, portanto, não é funciona eficazmente como seria o ideal.
Um moderador do site anunciou seu fim em mensagem exibida nos comentários das séries. De acordo com ele, a falta de atualizações por excassez de tempo dos envolvidos no projeto (para que sejam adicionados novos episódios ou seriados no site, é preciso que sejam feitas atualizações), o dono do site resolveu desativá-lo. Embora seja uma perda incômoda para seus usuários mais ativos, acredito que abra mais espaço para a existência de um novo site cujo funcionamento e a aparencia sejam melhores.
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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Softwares Livres: O posicionamento dos veículos de divulgação tecnológica - Paradello
    O artigo “Softwares Livres: O posicionamento dos veículos de divulgação tecnológica” foi escrito pelo estudante de Jornalismo da Universidade Adventista de São Paulo, UNASP, Jefferson Sérgio Paradello, e submetido ao XVI Prêmio Expocom 2009 na modalidade de Jornalismo Digital. O trabalho busca analisar alguns veículos de comunicação  e identificar a relação entre o mídia e o tópico de Softwares livres. Com esse propósito, o autor analisou três revistas e um caderno de jornal impresso nas edições do dia 26 de novembro e 3 de dezembro do ano de 2008.   Inicialmente, Paradello frisa a constante presença dos sistemas computacionais e da tecnologia no cotidiano da sociedade. "Hoje, pela sua ampla difusão, os sistemas informatizados podem ser facilmente encontrados em segmentos comerciais, industriais e não obstante, nos lares, que cada vez mais fazem uso desses recursos mesmo sem o saber." (p.1) Esses sistemas são diversos, entretanto, é bastante perceptível o domínio de um deles no mercado em geral: "O sistema operacional mais utilizado é o Microsoft Windows, desenvolvido pela Microsoft. Ele está presente em 89,6%6 dos computadores do planeta." (p.2)
    De fato, existem opções de sistema além do Windows, como é o caso do Linux, que se enquadra dentro do conceito de Software Livre por ter seu conteúdo produzido de forma participativa, além de ser gratuito e possuir código aberto, ou seja, que pode ser modificado por qualquer pessoa de acordo com suas preferências e interesses. "O Software Livre, embora possa ser comercializado em alguns casos, reduze os gastos que usuários, empresas e corporações costumam ter com softwares ou sistemas proprietários." (p. 2) Além disso, o autor acrescenta que  "O Software Livre tem se mostrado uma alternativa para o problema da pirataria, que pode em grande parte dos casos, solucionar tarefas do dia-a-dia com a utilização de softwares gratuitos e licenciados que possuem os mesmos recursos que os proprietários." (p. 4)    O primeiro capítulo do artigo, intitulado de O Software Livre e as suas vertentes, discorre sobre a trajetória desses sistemas, como o  UNIX, na década de 80.  "Não irei me aprofundar no assunto deste sistema, mas o ponto chave é que ele é um sistema proprietário e os primeiros computadores citados anteriormente usavam suas soluções." (p. 6). Vários sistemas atuais, como é o caso do Machintosh e do Linux, são derivados do UNIX. "Naquela época o código do UNIX foi disponibilizado e outros desenvolvedores aproveitaram para adequá-lo aos seus interesses [...] Na década de 1980 ele praticamente dominou o mercado, seja diretamente ou com suas ramificações que começaram a surgir posteriormente." (p.6)    Em seguida, Paradello menciona o programador Richard Stallman e seus feitos dentro da área do Softwares Livres. "Stallman cria também a General Public License (GPL), uma licença que garantia que programas fossem criados e distribuídos livremente, desde que, se modificados, fossem redistribuídos pela mesma licença. Essa iniciativa foi um reflexo contrário ao que algumas empresas de softwares faziam na época." (p. 7). Foi nesse cenário que, alguns anos depos, em 1991, o finlandes Linus Torvalds  começou a desenvolver o que hoje é o Linux.     Nos primeiros anos, o Linux deixou de ser um projeto pessoal e passou a ser um projeto profissional. "Ao longo dos anos o sistema foi se consolidando e se tornando popular nos meios acadêmicos. Conhecido também como o sistema operacional do Pinguim, que o tem como logotipo, o Linux adotou sistema GNU, criado por Stallman. Hoje alguns o tratam simplesmente como Linux."  (p. 7) Cada vez mais, o Linux tornou-se uma alternativa viável aos softwares mais tradicionais, como o Windows. "Atualmente existem mais de 300 distribuições do Linux [...] Como apontam Della Valle e Ulbrich (2003), [...] é um conjunto de centenas de distribuições diferentes desse sistema operacional de código aberto, cada uma com suas próprias idiossincrasias." (p. 7)      Antes de seguir para o segundo capítulo, Paradello faz uma rápida e superficial diferenciação entre os conceitos de Software Livre e gratuito. É importante esclarecer que nem sempre um programa que é grátis, é livre. O autor utiliza uma citação de Valente (2003), para explicar o que classifica um software de livre. "O termo free de Free Software refere-se à liberdade dos usuários executarem, copiarem, distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem o software." (p. 7)     O capítulo seguinte, que recebe o título de "as pedras no caminho do usuário e a pirataria", aborda as dificuldades sofridas pelos Softwares Livres, sobretudo o Linux. Uma das principais questões que dificulta a adesão de usuários à sistemas livres é a ignorância destes diante da existência dessas "soluções livres" (p. 8). "Além disso, têm se na chamada memória coletiva das pessoas que Software Livre é ruim, é inferior. O que acaba chateando usuários [...] é a falta de programas semelhantes encontrados no Windows e escritos para a plataforma livre. " (p. 8) Outro desafio do Linux é ser mais acessível ao usuário comum pois, em geral, é utilizado por aqueles mais experientes e curiosos sobre programação. Entretanto, isso está mudando. "Nos últimos anos, políticas de expansão do Linux, principalmente para usuários domésticos, tem sido adotada pela comunidade" (p. 9)               Em seguida, o autor fala sobre o aspecto da pirataria, e como os Softwares Livres são alternativas viáveis. Paradello cita como  exemplo o caso do projeto "PC Para Todos", criado na época do Governo Lula. "O programa previa uma expansão da informática para as classes menos favorecidas no País, ficando conhecido como meio de inclusão digital." (p. 9) O problema, porém, é que utilizar o Windows como software iria encarecer o computador oferecido, além do próprio sistema oferecer restrições. O Linux poderia ser a solução, entretanto, Paradello discute que "[...] o grande problema disso tudo é que, mesmo não possuindo um computador em casa, ou antes de possuir, a grande maioria das pessoas já tem o Windows como referência e tudo o que não refletir esse sistema é ruim" (p.10) Nesse cenário, a pirataria de sistemas e programas como o Windows são um problema a ser resolvido, que é o que tem sido feito em orgãos governamentais. Caso o Linux estivesse sido utilizado, hoje o Brasil seria o maior usuário de Softwares Livres do mundo.      A terceira e última parte do trabalho é na qual a análise dos veículos midiáticos relacionados à tecnologia é feita. Paradello se propôs a analisar jornais e revistas como forma de perceber a atenção dada para os Softwares Livres dentro desses mídias. O primeiro a ser analisado foi a revista de tecnologia Info. "A revista Info trouxe 178 páginas de informações tecnológicas. No entanto, o Software Livre foi lembrado subjetivamente em apenas seis elas, de maneira indireta." (p. 11) Além disso, é importante ressaltar que uma dessas menções é numa peça publicitária de conteúdo questionável, como discorre o autor: "Nessa peça publicitária, eles apontam que na verdade não é tão difícil usar esse sistema. “Nunca foi tão fácil usar Linux no desktop ou no notebook.” Mas a impressão é meramente capitalista. Ou seja, se não fosse por meio desse curso, ainda sim seria uma bicho de sete cabeças." (p. 11)        Em seguida, Paradello analisou outra revista nacional, desta vez, a W, que tem foco nas tendências da web e publicidade. Ela teve resultado ainda mais desapontante do que a primeira: "Em suas 98 páginas da edição nº 101, apenas uma referência, perdida em meio ao texto, considerou que o Software Livre existe." (p. 12) A consideração foi feita apenas com a uso da palavra "open source" (p. 12) ou seja, código aberto. A terceira revista analisada foi a revista PC World, com duas menções à Softwares Livres, mas estas foram extremamente superficiais e até mesmo negativas. A primeira, "“Máquinas mais baratas costumam vir com Linux. Se você prefere o Windows, fique atento a esse detalhe.” Não foi preciso dizer, mas ele associou máquinas baratas com um sistema operacional inferior." (p. 13) diminui o Linux como software e, na segunda, "O redator do artigo não dá a mínima importância em explicar ao leitor [...] o G1 possui um sistema totalmente aberto e que pode ser utilizado por desenvolvedores para gerar novas funcionalidades, algo restrito nos demais sistemas proprietários." (p. 13)        Por último, o autor selecionou o caderno de  informática do jornal paulistano Folha de São Paulo. "Na edição do dia 26 de novembro não havia nenhuma referência a Software Livre no caderno. Já no dia 3, apenas uma notícia fez referência o sistema aberto." (p. 13) A referência foi feita dentro de uma notícia de um clone do Google Chrome que utilizou da ferramente do código aberto para fazer uma versão do programa que enviasse dados para as empresas. "A sorte foi a de que não falaram de uma possível má funcionalidade do navegador por usar código aberto, e sim pelo quesito privacidade. Fora isso, nem uma palavra a mais foi dita sobre o assunto." (p. 13)            Após as análises de cada um dos mídias selecionados para o trabalho, Paradello conclui que "[...] os veículos de comunicação estudados não tem oferecido em suas páginas espaços suficientes para a divulgação do Software Livre. Em alguns casos, eles aparecem mais como um elemento comum no universo tecnologico e que não ganha destaque." (p. 14) O autor menciona a existência de um nicho midiático dedicado para o assunto, mas lamenta a falta de espaço dentro da mídia menos específica. "Ao longo do tempo tem se reinventado para melhor atender os usuários, porém, acaba não ganhando voz diante da mídia, que abafa seus discursos seja na não divulgação de seus eventos ou pelo não retorno financeiro que o tema lhe daria." (p. 14) Paradello espera que o mercado se abra mais para os Softwares Livres "[...] os sistemas livres precisam ser mais difundidos no País e, com exemplos como dos órgãos governamentais, necessitam ser oferecidos aos usuários e utilizados por eles para que estes enxerguem que existem alternativas gratuitas no mercado e, a partir disso, tenham opinião própria para tecer seus comentários baseados naquilo que conhecem e não naquilo que leram, ou não. (p. 14)
Fontes: PARADELLO, J. S.  Software Livre: O posicionamento dos veículos de divulgação tecnológica.
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano - Lúcia Santaella
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   A professora universitária e pesquisadora Lúcia Santaella é a autora do artigo "Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano", publicado em 2007 na revista gaúcha Famecos. Santaella, nascida no interior de São Paulo, possui mais de 40 livros publicados, sobretudo na área de semiótica. O artigo referido, entretanto, faz parte de outro ramo de pesquisa da autora; a cultura midiática e a cibercultura são tópicos também estudados por ela, que já publicou pelo menos três livros sobre o assunto. Em "Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano", a autora discorre sobre o desenvolvimento da tecnologia de informação e, sobretudo, comunicação e suas consequências.   Santaella inicia o texto partindo de uma afirmação que já é considerada um lugar comum dentro dos estudos da cibercultura, a de que "novas tecnologias da informação e comunicação estão mudando não apenas as formas do entretenimento e do lazer, mas potencialmente todas as esferas da sociedade." (p.1)  De fato, o desenvolvimento da tecnologia transformou profundamente a vida cotidiana de várias formas e dentro dos mais variados nichos. A educação, a comunicação e o trabalho são exemplos de esferas que sofreram mudanças, positivas e não, com o avanço tecnológico.
   Colocando-se na posição de intelectual e de pesquisadora, Santaella traça como objetivo para si mesmo e para seus colegas a tarefa de compreender e conceituar as mudanças que ainda estão por vir decorrentes desse avanço da tecnologia. "[...] nós, intelectuais, pesquisadores e mestres, devemos nos dedicar à tarefa de gerar conceitos que sejam capazes de nos levar a compreender de modo mais efetivo as complexidades com que a realidade em mutação nos desafia." (p.1). O artigo em questão é um exemplo do esforço da autora para começar a compreender e expor este processo, como já o fez em outros de seus trabalhos, inclusive alguns livros.
     Após a breve introdução, a autora discorre sobre como se deu o avanço tecnológico em sua perspectiva. Tendo escrito o livro Cultura das Mídias em 1992, ela admite que foi apenas anos depois que ela de fato compreendeu o que o termo significava. "Foi a leitura, em 1997, do livro Culturas híbridas, de Néstor Garcia Canclini (publicado em 1990, com tradução brasileira de 1997) que trouxe uma primeira luz para precisar minhas idéias." (p.2). Mais de duas décadas depois, Santaella define o que seria a tal cultura das mídias com a clareza que não tinha quando a citou pela primeira vez. "Ela não se confunde nem com a cultura de massas, de um lado, nem com a cultura virtual ou cibercultura de outro. É, isto sim, uma cultura intermediária, situada entre ambas." (p. 2).       O primeiro tópico do artigo é intitulado de "As formações socioculturais". Ele tem início com um esclarecimento sobre as divisões das eras culturais feita pela autora. Elas são seis:  a cultura oral, a cultura escrita, a cultura impressa, a cultura de massas, a cultura das mídias e a cultura digital. Apesar desta divisão ser feita, Santaella frisa que "[...]não devemos cair no equívoco de julgar que as transformações culturais são devidas apenas ao advento de novas tecnologias e novos meios de comunicação e cultura" (p. 2) O ponto que a autora busca esclarecer é o de que, apesar das profundas mudanças causadas pelos avanços tecnológicos já mencionados, a chave das tranformações culturais são os signos transmitidos dentro dessas divisões. Esses signos são, segundo a autora, "[...] os verdadeiros responsáveis não só por moldar o pensamento e a sensibilidade dos seres humanos, mas também por propiciar o surgimento de novos ambientes socioculturais." (p. 2)      Lúcia Santaella leva à discussão o teórico de comunicação Marshall McLuhan, com quem diverge em alguns pontos, como ao criticar a exaltação da importância e da influência do meio em detrimento da linguagem. "Nem mesmo McLuhan, com sua célebre provocação O meio é a mensagem (1964), tão criticada há algumas décadas e hoje transformada em axioma para todos os “plugados”, chegou ao nível de obliteração da linguagem que o fetiche das mídias tem alcançado." (p. 2).     Para Santaella, o meio acaba por se sobressair em relação à linguagem de forma injusta. "Ora, mídias são meios, e meios, como o próprio nome diz, são simplesmente meios, isto é, suportes materiais, canais físicos, nos quais as linguagens se corporii cam e através dos quais transitam." (p.3) A autora defende a supremacia do signo dentro dessas mudanças no âmbito cultural. "Considerando-se que as mídias são conformadoras de novos ambientes sociais, pode-se estudar sociedades cuja cultura se molda pela oralidade, então pela escrita, mais tarde pela explosão das imagens na revolução industrial-eletrônica etc." (p. 3)    O segundo tópico do artigo é chamado de "Da cultura das mídias à cibercultura" e, nele, a autora inicia uma discussão acerca dos "[...]fenômenos que tenho designado com a expressão “culturadas mídias”." (p. 4). "Por volta do início dos anos 80, começaram a se intensii car cada vez mais os casamentos e misturas en tre linguagens e meios, misturas essas que funcionam como um multiplicador de mídias." (P.4) É dentro deste contexto que são produzidas as mensagens híbridas. Nessa mesma época, Santaella comenta sobre o aparecimento "[...] de uma cultura do disponível e do transitório, fotocopiadoras, videocassetes e apa re lhos para gravação de vídeos, equi pa men tos do tipo walkman e walktalk [...]" (p. 4)   De acordo com a autora, essas tecnologicas, equipamentos e linguagens criadas para circularem dentro deles tem como objetivo propiciar o consumo individualizado, opondo-se ao consumo massivo. Esses processos e mecanismos comunicativos que são, segundo Santaella, o que constitui uma cultura das mídias. "Foram eles que nos arrancaram da inér cia da recepção de mensagens impostas de fora e nos treinaram para a busca da in for ma ção e do entretenimento que desejamos encontrar." (p. 5) Ademais, a autora utiliza uma citação sobre o perfil desa formação cultural de um artigo publicado em 1985 por F. Sabbah: "Em resumo, a nova mídia determina uma audiência segmentada, diferenciada que, embora maciça em termos de números, já não é uma audiência de massa em termos de simultaneidade uniformidade da mensagem re ce bi da." (p. 5).      Em "A cultura digital e a moeda corrente da informação", Santaella comenta sobre convergência midiática, principalmente dentro da cultura digital. "Se, de um lado, é preciso perceber distinções, de outro lado essas distinções não podem nos levar a negligenciar o fato de que hoje vivemos uma verdadeira confraternização geral de todas as formas de comunicação e de cultura, em um caldeamento denso e híbrido." (p. 6). Esse processo de convergência é o responsável pelo aumento que a produção e a circulação de informação sofreu e que é uma das marcas da cultura digital.  Dentro desse cenário, Santaella defende que a informação virou a palavra de ordem, a chave, e sobretudo, a nova moeda corrente. "Uma diferença significante entre informação e bens duráveis está na replicabilidade. Informação não é uma quantidade conservada. Se eu lhe dou informação, você a tem e eu tam bém. Passa-se aí da posse para o aces so. Este difere da posse porque o acesso vas cu lha padrões em lugar de presenças." (p. 6)    Em seguida, no capítulo intitulado "Reações à ciberealidade", a autora discorre sobre o impacto do computador na cultura e economia e sobre as reações causadas por essas mudanças. Santaella divide-os em três, realistas ingênuos, idealistas e céticos, e contesta  a posição de cada um. Nos dois primeiros, critica a percepção em comum de que "Estes consideram o mundo das redes o melhor dos mundos e apontam para os ganhos evolutivos da espécie." (p. 7). Os céticos, que seriam o outro lado da moeda, veem o processo de desenvolvimento e amplicação do ciberespaço como algo confuso e problemático. Além disso, ainda nesta parte do artigo, Santaella dialoga com os críticos da cultura cibernética. "Querem, portanto, chamar atenção para a evidência de que, mesmo que o ciberespaço possa ser significantemente diferente outras mídias culturais [...]" (p. 7).  O tópico é concluindo com Santaella ocupando a posição de mediadora ao, após expor as visões dos críticos e dos idealistas, afirmar que "Não obstante a relevância dessas críticas, não obstante também as constatações inspiradas e iluminadoras de muitos daqueles que, no dizer de Heim, não passam de idealistas, o que deve ser evitado, a meu ver, é a adesão aos extremos." (p. 8)     Na última parte do livro, a autora reitera sua posição acerca da cultura cibernética e seu desenvolvimento. Com bastante convicção, Santaella comenta que "No livro que publiquei recentemente [...] busquei evitar os extremos. Nem esposar cegamente o “consumerismo” ou o apelo esnobe do high tech, de um lado, nem cair nos lamentos nostálgicos, chorando a perda do paraíso, de outro." (p.9) Além disso, ela esclarece aspectos relacionados à cibercultura. "A cibercultura, tanto quanto quaisquer outros tipos de cultura, são criaturas humanas. Não há uma separação entre uma forma de cultura e o ser humano. Nós somos essas culturas." (p. 9). Santaella conclui reforçando o questionamento feito por sua pesquisa: "O que está acontecendo à interface ser humanomáquina e o que isso está significando para as comunicações e a cultura do início do século 21? As respostas que encontro para essas perguntas, res pos tas são sempre tentativas em tempos de incerteza, pretendem repensar o humano neste alvorecer do vir-a-ser tecnológico do mundo. É justamente da necessidade desse repensamento que advém a expressão pós-humano." (p.9)
Referências
SANTAELLA, L. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do póshumano. Revista FAMECOS. Porto Alegre, nº 22, dezembro de 2003.
http://www4.pucsp.br/~lbraga/
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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Crítica da cultura da convergência: participação ou cooptação?
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    "Crítica da cultura da convergência:  participação ou cooptação?" é um artigo escrito pelo professor de Comunicação Alex Primo, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O texto é, de forma geral, um diálogo com a teoria de Henry Jenkins da cultura da participação e da convergência.      O autor dá início à discussão abordando as diferentes concepções de convergência nos diversos meios midiáticos, como TV e smartphones. Ele discorre sobre a posição destes meios dentro de uma escala hierárquica imaginária, concluindo que "[...] experiências diferentes são mediadas por tecnologias distintas." (p.2) e que "[...] mesmo que os meios digitais estejam aglutinando recursos de outros dispositivos, cada um destes ainda mantém superioridade nas especialidades para os quais foram desenvolvidos." (p. 2).
     Em seguida, Primo discorre sobre o aspecto tecnicista do debate sobre convergência, utilizando-se de autores como Marshall McLuhan e Bolter. Seu foco, entretanto, está no víes não-tecnicista da cultura da convergência, no qual o americano Henry Jenkins é o referencial. Para ele, "Mais do que a combinação de diversas funções midiáticas [...] a convergência deve ser pensada em termos culturais." (p. 3) e "O autor compreende a convergência como o fluxo de conteúdos através de  diferentes plataformas." (p.3).    Primo dá início à discussão com Jenkins a partir do subcapítulo intitulado "Convergência como fenômeno da Cibercultura." Logo no ínicio, o autor expõe uma de suas principais críticas ao tema, "A cultura de fãs e suas intervenções na indústria de entretenimento, que      converte-se em uma relação simbiótica —tema central em Jenkins—, é um fenômeno típico da cibercultura. Mas por que defender tal vinculação se o processo de convergência não ocorre apenas na internet?" (p.4) Para ele, a cultura da convergência não teve inicio e nem limitou-se ao meio virtual, apenas tornou-se mais notável dentro desse cenário. "A rigor, a organização da ação em rede e a produção cooperada não é invenção da internet. Contudo, é no contexto da cibercultura que tamanha movimentação ganha fôlego e força." (p. 4)    A cultura da participação torna-se um conceito importante dentro deste cenário da convergência na cibercultura."Antes vistos simplesmente como público fiel e ávidos consumidores de subprodutos da indústria de entretenimento, os fãs hoje são reconhecidos como virtuais parceiros dos grandes produtores culturais." (p.5). Essa característica é bastante forte dentro da Internet, o que fez com que os outros meios midiáticos tivessem que passar por um processo de readaptação. "Em outras palavras, a internet criou tanto a cultura participativa quanto foi criada por ela." (p. 5).     O subcapítulo seguinte, chamado de "Convergência ou Cooptação?", é onde as ideias de Jenkins são mais contestados por Primo, apontando pontos relevantes dentro da cultura da convergência que não foram abordados pelo autor. "Ao ocupar-se da inserção lucrativa dos fãs no processo midiático industrial, Jenkins deixa de empreender um aprofundamento crítico em como estas novas estratégias sofisticam o poder do grande capital no contexto midiático." (p. 6) Além disso, Primo critica o otimismo do autor, "enquanto o tom de Jenkins soa como uma celebração, deve-se também avaliar como grupos de fãs são utilizados na reinvenção da produção lucrativa daquelas indústrias."      A relação entre a grande mídia e os grupos de fãs participativos é o foco desta parte do artigo. Primo tenta achar um meio termo entre a posição otimista de Jenkins sobre a participação amadora e uma posição de completa negação, esclarecendo que "[...] as audiências e consumidores sentem prazer em serem “incluídos” no processo [...]" (p. 7), entretanto, ressaçtando que "O grande capital midiático não está minguando, a mídia de massa não se tornou mero coadjuvante [...] É verdade que houve uma distensão da produção midiática, com o ingresso de criadores independentes de blogs, podcasts, vídeos e músicas alternativas, etc. Por outro lado, esta nova produção que ocorre longe da mídia de referência não pode ser entendida como mídia radical [...] em sua totalidade." (p. 7)    A dualidade deste relacionamento grande mídia x fãs participativos é analisada. "A participação das audiências na disseminação de spoilers, fan fiction4, fanzines, fan art5, fansubbing6 e traduções colaborativas de livros7 é vista por muitos como uma forma contemporânea de resistência [...] Para outros, não se pode falar em resistência quando os fãs estão trabalhando de graça para a ampliação do alcance dos produtos midiáticos da grande indústria." (p. 8) Primo questiona questionamento: "Mesmo que tardiamente, a indústria aprendeu a aproveitar-se da força de trabalho dos fãs e do mercado ávido por produtos transmidiáticos. Logo, trata-se de resistência ou cooptação?" (p. 8)   A resposta para o questionamento não é facilmente encontrada, como diz Primo. "Se antes conclusões dicotômicas podiam fazer sentido, a atual estrutura midiática complexificou-se de tal forma que não é possível apontar mocinhos e bandidos." (p. 9) Além disso, ele ressalta: "Na cibercultura, não apenas os meios de consumo de produtos culturais multiplicaram-se, mas também os sistemas de troca entre indústria e audiências transformaram-se." (p. 9)   Primo conclui o artigo chegando no ponto de que, embora tendo sido importante para a transformação da dinâmica da cultura de convergência, a participação dos fãs não seria considerada uma forma de resistência à influência e à hegemonia da grande mídia. "De fato, os mercados de nicho desenvolveram-se de forma surpreendente, mas a grande mídia ainda mostra-se hegemônica. [...] O que se vê, portanto, é uma maior interdependência mas não um jogo de soma zero, onde apenas um lado pode ganhar." (p. 10) Finalmente, o autor ressalta a importância do fenômeno, com ressalvas, entretanto, quanto a sua real proporção. "Esse relacionamento — relevante e inovador, não há dúvida — deve ser visto como apenas um entre tantos fenômenos da cibercultura e não como aquele que descreve e resume nosso tempo." (p. 11)
Fontes: PRIMO, Alex . Crítica da cultura da convergência: participação ou cooptação. In: Elizabeth Bastos Duarte, Maria Lília Dias de Castro. (Org.). Convergências Midiáticas: produção ficcional - RBS TV. Convergências Midiáticas: produção ficcional - RBS TV. Porto Alegre: Sulina, 2010, p. 21-32.
http://alexprimo.com/
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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O Culto do Amador - Andrew Keen
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Andrew Keen é um autor britânico conhecido por ser abertamento crítico à Web 2.0 e ao fenômeno de democratização da produção. Em seu livro "O Culto do Amador" (2007), ele discorre sobre as mudanças ocorridas na rede na última década e suas consequências, as quais, para Keen, são inevitavelmente negativas.    Na introdução da obra, o autor retoma a ideia do biólogo T.H Huxley, que será usada durante todo o livro: "Segundo a teoria de Huxley, se fornecermos a um número ininito de macacos um número ininito de máquinas de escrever, em algum lugar alguns macacos acabarão criando uma obra-prima — uma peça de Shakespeare, um diálogo de Platão ou um tratado econômico de Adam Smith." (p.1). A teoria dos macacos produtores é utilizada por Keen como uma metáfora para iniciar a explicação do que está acontecendo na Internet de acordo com seu ponto de vista. Para ele, a maior parte dos amadores que estão produzindo conteúdo para a rede não são mais que macacos que receberam uma máquina de escrever.
 A ideia de pessoas não necessariamente capacitadas produzindo informação que é facilmente espalhada na rede é, para o autor, ultrajante. É o que ele fala, por exemplo, sobre a Wikipedia. "É o cego guiando o cego — ininitos macacos fornecendo informação ininita para ininitos leitores, perpetuando o ciclo de desinformação e ignorância." (p.1).   Vários sites e redes sociais são criticados por Keen, como o Myspace, a Wikipedia, o Youtube e os blogs.  Sobre o Youtube, o autor fala "O site é uma galeria ininita de filmes amadores mostrando pobres idiotas dançando, cantando, comendo, lavando-se, comprando, dirigindo, limpando, dormindo ou simplesmente olhando para seus computadores." (p.2)     Suas críticas, que são bastante categoricas e, em certo ponto, crueis, perpassam vários aspectos da Web 2.0. Não apenas a questão da legitimidade do conteúdo produzido é analisado, mas também a sua qualidade e as razões de sua produção. Keen critica, inclusive, aqueles que produzem conteúdos por pura vaidade. "E transmitir a nós mesmos é o que fazemos, com toda a autoadmiração desavergonhada do Narciso mítico. À medida que a mídia convencional tradicional é substituída por uma imprensa personalizada, a Internet torna-se um espelho de nós mesmos. Em vez de usá-la para buscar notí-cias, informação ou cultura, nós a usamos para sermos de fato a notícia, a informação, a cultura." (p. 2).     No fim da introdução, Keen resume bem seu pensamento sobre a Web 2.0 ao dizer que "Os macacos assumem o comando. Diga adeus aos especialistas e guardiões da cultura de hoje – nossos repórteres, âncoras, editores, gravadoras e estúdios de Hollywood. No atual culto do amador, os macacos é que dirigem o espetáculo. Com suas ininitas máquinas de escrever, estão escrevendo o futuro. E talvez não gostemos do que ele nos reserva." (p. 3).    O primeiro capítulo do livro, intitulado "A Grande Sedução”, narra o momento em que Keen tomou percepção do processo de democratização da produção na Internet. Desde o primeiro início, ele conta, sua posição foi de oposição e alerta. "Desde então não parei mais de observar. Passei os dois últimos anos observando a revolução da Web 2.0 e estou consternado pelo que vi. Vi os ininitos macacos, é claro, digitando à vontade." (p. 4). O nome do capítulo tem relação com a ideia da democratização, a qual, para o autor, não passa de uma cortina de fumaça. "O que a revolução da Web 2.0 está realmente proporcionando são observações supericiais do mundo, em vez de uma análise profunda, opinião estridente, ou um julgamento ponderado." (p. 5).   "Nós — aqueles que querem saber mais sobre o mundo, os que são os consumidores da cultura convencional — estamos sendo seduzidos pela promessa vazia da mídia “democratizada”. Pois a consequência real da revolução da Web 2.0 é menos cultura, menos notícias coniáveis e um caos de informação inútil." (p.5) É fácil perceber que Keen não considera que os produtores amadores como produtores de conteúdo válido. Sobre os blogs, ele também é bastante crítico ao reduzi-los à ferramentas publicitárias e corporativas. "Os blogs também podem ser veículos para propaganda corporativa velada e decepção." (p.5).  Além disso, Andrew Keen também comenta a mudança na percepção de autoria que veio junto das outras transformações da Web 2.0. Para ele, a linha está ficando cada vez mais tênue entre o que é sua produção e a do outro. "Esta definição nebulosa de propriedade, agravada pela facilidade como podemos copiar e colar o trabalho de outras pessoas para fazê-lo parecer como se fosse nosso, resultou em uma nova permis sividade preocupante sobre a propriedade intelectual." (p. 7)   Finalmente, o autor chega na questão financeira da democratização da produção de conteúdo. Fazendo oposição direta à teoria da Cauda Longa de Chris Anderson, ele fala "A economia da Cauda Longa é absolutamente errada. Utopistas da tecnologia como Anderson sugerem que o conteúdo autocriado resultará de algum modo numa aldeia interminável decompradores e vendedores, cada um comprando pouco e escolhendo de um número extraordinário de coisas. Mas quanto mais conteúdo autocriado é despejado na Internet, mais difícil ica distinguir o bom do ruim – e fazer dinheiro com dele." (p. 9). Keen cita exemplos de blogs que, embora tenham grande número de acesso e sucesso relativamente grande, tem lucro quase zero com sua produção.     Pessimista, Keen  acredita que, cada vez mais, mais conteúdo vai ocupar a web, e será cada vez mais difícil distinguir o que é bom do que é ruim, e o que é relevante pra você e o que não é. "Nós seres humanos monopolizamos o centro das atenções nesta nova fase da mídia democratizada. Somos ao mesmo tempo os escritores amadores, os produtores amadores, os técnicos amadores e, sim, os espectadores amadores. A hora do amador chegou, e o público já está dirigindo o show." (p. 10) The Cult of the Amateur, Andrew Keen, 2007.
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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Guia: Hacktivismo.
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     "Hacktivismo" é o nome dado para a utilização subversiva da rede de computadores com o objetivo de promover uma agenda política ou ideológica. Pode-se dizer que hacktivismo é um ativismo sócio-político virtual que encontrou espaço dentro da cultura hacker.     O termo, que é uma fusão entre as palavras "hacker" e "ativismo", nasceu em meados da década de 1990, durante uma troca de emails entre membros do  The Cult of the Dead Cow (www.cultofthedeadcow.com), um grupo hacker com base nos Estados Unidos. Tornou-se mais popular, entretanto, somente a partir dos anos 2000, com o surgimento do grupo Anonymous. As atividades de hacktivismo são bastante diversas mas, em geral, tem como propósito a defesa e a propagação de ideias políticos, sobretudo o ideal de liberdade, o qual funciona como um norte dentro da cultura hacker em geral.
   O funcionamento desses grupos não é padrão, suas ações são diversas e seus alcances, globais. Alguns exemplos de suas ações são a interceptação de dados, o desfiguramento de websites e a criação de mecanismo pra burlar a censura. É importante salientar o aspecto revolucionário destas atividades: enquanto alguns movimentos agem de forma aleatória e desorganizada, os hackitivistas possuem engajamento por trás de suas ações. Seus alvos são, geralmente, organizações, instituições e empresas com posições contrárias às defendidas por eles.      Alguns esclarecimentos são necessários para uma melhor compreensão do movimento hacktivista. Primeiramente, o esclarecimento de que o termo "hacker" não diz respeito aos indivíduos que praticam de forma ilegal e pouco ética  a quebra de sistema de seguranças. Estes seriam os crackers (http://www.techrepublic.com/blog/it-security/hacker-vs-cracker/). Portanto, quando se fala em cultura hacker, estamos falando dos usuários experts, extremamente habilidosos, e bastante ativos na rede, que utilizam suas habilidades de várias formas diferentes.       Além disso, é interessante diferenciar o hacktivismo do movimento ciberativista (http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/conteudo_281598.shtm.). Enquanto o primeiro é um ativismo voltado para ações mais técnicamente subversivas, como a alteração de softwares, o segundo tem aspecto mais social, sendo, basicamente, o conjunto de práticas feitas por grupos apoiadores de causas específicas através de mídias online. Além disso, existe uma confusão relacionada à diferenciação dos grupos hackitivistas e os ciberterroristas (https://www.stive.com.br/4398-o-que-e-ciberterrorismo.html). Estes últimos buscam atacar sobretudo governos, mas também organizações em geral, causando danos em sistemas e equipamentos. Em geral, estas ações afetam diretamente a população e são considerados ataques terroristas. Foi o caso do ataque realizado ao governo da Estonia em 2009.     Existem vertentes diversas dentro do hacktivismo, eprincipalmente porque, assim como a cultura hacker, este fenômeno não é unificado nem padronizado. Em geral, os hackitivistas atuam de múltiplas formas, algumas delas sendo o website mirroring, geobombing e anonymous blogging.  Alguns grupos, entretanto, tem interesses e objetivos em comum, como é o caso do já citado Cult of the Dead Cow. Além dele, o grupo de talvez mais popularidade em escala mundial seja o Anonymous. Completamente descentralizado, ou seja, sem uma liderança específica, seus membros estão ao redor do globo, e participaram de grandes operações que receberam atenção da mídia, como foi o caso da Primavera Árabe e o Projeto Chanology. A história do coletivo Anonymous foi transformada em filme pelo diretor Brian Knappenberger, no longa "We Are Legion" (2012).     Na mídia, o movimento hackitivista não possui grande destaque, a não ser em casos de ações que causaram impacto significativo. Ademais, pode-se dizer que a forma como os hackitivistas são retratados não é condizente com a realidade. Em geral, eles são mostrados como criminosos virtuais sem objetivos e motivações concretas, o que não é verdade. O aspecto central desse grupo é justamente o seu caráter engajado e ideológico. Como resultado, a sociedade acredita tratar-se de indivíduos marginalizados e mal-intencionados, dando a eles uma má reputação não merecida.      O impacto do hacktivismo vai além do mundo virtual. É possível perceber sua influência em diversas áreas, até mesmo no Jornalismo. Isso tende a crescer: cada vez mais, o movimento irá se ampliar e agir de forma mais intensa. Tal situação pode trazer consequências positivas  e negativas. É necessário que haja uma maior compreensão dos coletivos hacktivistas e seus objetivos.      O assunto é bastante denso, e há muita leitura a respeito. Uma análise da cultura hacker é feita por Manuel Castells no livro "La Galaxia da Internet" (2001.) Nele, o autor discorre sobre a cultura da internet, passando dentro do universo hacker e demistificando-o. Além dele, a obra "Hacktivismo", do autor Santiago Siri é bastante completa e acessível.       
Fontes:
http://www.com.ufv.br/cibercultura/hacktivismo/
http://journal.georgetown.edu/the-rise-of-hacktivism/http://journal.georgetown.edu/the-rise-of-hacktivism/
http://www.computerweekly.com/opinion/Hacktivism-Good-or-Evil
http://blog.trendmicro.com/whats-the-difference-between-a-hacker-and-a-cybercriminal/
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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Wikinomics  - Williams e Tapscott
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            "Wikinomics: How Mass Colaboration Changes Everything." é um livro escrito pelos pesquisadores e consultores canadenses Anthony D. Williams e Don Tapscott acerda do processo de "wikinomics", que está espalhando-se globalmente nos últimos anos. O primeiro capítulo da obra foca no conceito de "peering", um dos aspectos fundamentais na compreensão do motivo pelo qual a colaboração em massa está mudando o cenário econômico e de produção ao redor do mundo.
    Com o título de "Wikinomics", o primeiro capítulo busca explicar sobre as características e particularidades da wikinomics, sobretudo, sobre "peering". Utilizando-se de exemplos concretos, como o caso da Goldport, no Canadá, os autores iniciam uma explicação sobre o processo: "Devido às profundas mudanças em tecnologia, demografia, negócios, na economia e no mundo, estamos entrando em uma nova era, na qual as pessoas participam da economia como nunca antes. Essa nova participação atingiu um ápice no qual novas formas de colaboração em massa estão mudando a maneira como bens e serviços são inventados, produzidos, comercializados e distribuídos globalmente." (p. 18)
      Foi justamente o avanço tecnológico que propiciou o cenário atual de transformação econômica. No passado, seja por falta de acesso, impedimentos geográficos ou econômicos, muitas pessoas estavam à margem do círculo criativo e produtivo mundial. "Em suma, uma quantidade excessiva de pessoas era excluída da circulação de conhecimento, poder e capital e, portanto, participava das margens da economia." (p. 18) Essa realidade, entretanto, está em mudança: "O acesso crescente à tecnologia da informação coloca nas pontas dos dedos de todos as ferramentas necessárias para colaborar, criar valor e competir. Isso libera as pessoas para participarem da inovação e da criação de riqueza em cada setor da economia" (p. 18).
         Dentro desse novo cenário, o "peering" ou "peer production" ganha destaque. "Esse novo modelo de inovação e criação de valor é chamado de peer production, ou peering — uma descrição do que acontece quando grupos de pessoas e empresas colaboram de forma aberta para impulsionar a inovação e o crescimento em seus ramos." (p. 18). É a partir desse conceito que surge, também, a colaboração em massa. "[...] a colaboração em massa está virando a economia de cabeça para baixo. Produtores credenciados de conhecimento, antigamente um baluarte do "profissionalismo", dividem o palco com criadores "amadores" que estão rompendo todas as atividades em que põem as mãos." (p.19).
        A colaboração em massa vem junto de uma democratização do acesso. "De fato, o peering é uma atividade bastante social. Tudo o que uma pessoa precisa é um computador, uma conexão de rede e uma faísca de iniciativa e criatividade para se juntar à economia." (p. 19) "Essas mudanças, entre outras, estão abrindo caminho em direção a um mundo no qual conhecimento, poder e capacidade produtiva estarão mais dispersos do que em qualquer outro período da nossa história " (p. 20.) E enquanto essa "dispersão" é benéfica para uns, para outros nem tanto, especialmente aqueles que resistem em realizar uma abertura de suas fronteiras. "Muitos titãs enfraquecidos da economia industrial se sentem ameaçados. Apesar de esforços heróicos para mudar, eles continuam algemados pelo legado do modelo de comando e controle." (p. 21).
        Além dessas empresas, alguns nomes de peso da tecnologia também demonstram-se críticos desse processo de colaboração coletiva. "Jaron Lanier se preocupa com o fato de que comunidades colaborativas como flickr, MySpace e Wikipédia possam representar uma nova forma de "coletivismo online" que sufoca as vozes autênticas em um mar confuso e anônimo de mediocridade em massa. (p. 23). Bill Gates, da Microsoft, também manifestou descontentamento. De acordo com ele, "[...] os incentivos para os produtores de conhecimento estão desaparecendo em um mundo onde indivíduos unem seus talentos para criar bens gratuitos que competem com ofertas de proprietários privados." (p.23.) Ademais, acusações de que essa mudança seria relacionada ao "comunistas", também são comuns. "Muitos altos executivos estão apoiando Gates para atacar o que eles vêem como novos "comunistas" de vários tipos." (p.23)
      Os autores discordam das opiniões de Lanier e Gates, argumentando que "[...] a colaboração em massa e o peering são o oposto do comunismo que Gates e Lanier desprezam [...] Enquanto o comunismo sufocou o individualismo, a colaboração em massa se baseia em indivíduos e empresas utilizando computação e tecnologias de comunicação amplamente distribuídas para alcançar resultados compartilhados, através de associações voluntárias livres" (p. 24) Além disso, "Os benefícios sociais são profundos e incluem a oportunidade de atribuir maior responsabilidade aos governos e tirar milhões de pessoas da pobreza." (p. 24).
    Williams e Tapscot são, claramente, grandes apoiadores da wikinomics, acreditando que o peering pode vir a transformar profundamente a organização econômica global. "diferente. A nova promessa da colaboração é que, com o peering, exploraremos a capacidade, a engenhosidade e a inteligência humana com mais eficiência e eficácia do que qualquer outra coisa que já presenciamos." (p. 25.) "E, nos próximos anos, esse novo modo de peering substituirá as hierarquias empresariais tradicionais como o mecanismo essencial para a criação de riqueza na economia." (p. 25).
     O texto também fala sobre o conceito de "Web 2.0": "Estamos todos participando do surgimento de uma plataforma global e onipresente para computação e colaboração que está remodelando quase todos os aspectos das relações humanas. Enquanto a velha web era constituída por sites, cliques e chats, a nova web é composta de comunidades, participação e peering." (p. 25) É esse universo que será palco das transformações. "Daqui a vinte anos, veremos esse período do início do século XXI como uma guinada na história econômica e social. Entenderemos que entramos em uma nova era baseada em novos princípios, visões de mundo e modelos de negócios, nos quais a natureza do jogo foi modificada." (p. 26).
    Em seguida, os autores discorrem sobre os príncipios da wikinomics, que são quatro: abertura, peering, compartilhamento e ação global. Essas seriam as bases para essa nova ciência. Sobre abertura, eles falam "[...] para ter certeza de que continuam na vanguarda de seus ramos, as empresas precisam cada vez mais abrir as próprias portas para o parque global de talentos que prospera fora dos seus muros." (p. 28); sobre peering "[...] está surgindo uma nova forma de organização horizontal, que rivaliza com a empresa hierárquica no que diz respeito à sua capacidade de criar produtos e serviços baseados em informações e, em alguns casos, bens físicos. Como já foi mencionado, essa nova forma de organização é conhecida como peering." (p. 30); acerca de compartilhamento "Empresas inteligentes estão tratando a propriedade intelectual como um fundo mútuo — elas administram uma carteira equilibrada de ativos de propriedade intelectual, sendo alguns protegidos, outros compartilhados." (p. 32) e, finalmente, sobre ação global: "Permanecer globalmente competitivo significa monitorar internacionalmente as mudanças nos negócios e utilizar um parque de talentos globais muito mais vasto. Alianças globais, mercados de capital humano e comunidades de peering possibilitarão o acesso a novos mercados, idéias e tecnologias." (p. 34).
     O primeiro capítulo termina com tom bastante esperançoso sobre a wikinomics, sobretudo porque, como já foi comentado, os autores acreditam no poder revolucionário desse novo fenômeno. "Mudanças dessa magnitude já aconteceram antes. De fato, as sociedades humanas sempre foram pontuadas por períodos de grande mudança, que não apenas faziam com que as pessoas pensassem e se comportassem de outra maneira, mas também acarretavam novas ordens e instituições sociais [...] A nova web — que, no fundo, é uma constelação interligada por redes de tecnologias que causam rupturas — é a plataforma mais robusta até o momento para facilitar e acelerar novas rupturas criativas." (p. 37)
Fontes:
Wikinomics: How Mass Colaboration Changes Everything. (2006)
http://www.wikinomics.com/book/
http://dontapscott.com/books/wikinomics/
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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The Filter Bubble (Chapter 1)  - Eli Pariser.
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          Eli Pariser é um ativista norte-americano da Internet. Forte crítico do chamado “mercado de dados”, ele é autor do livro “The Filter Bubble - What The Internet Is Hiding From You.” de 2011, que foi traduzido em português como “O Filtro Ínvisivel - O Que A Internet Está Escondendo de Você.” O primeiro capítulo do livro, intitulado “A Corrida Pelo Reconhecimento”, trata sobre o início do que hoje é conhecido como “redirecionamento comportamental”, desmistificando o que é esse fenômeno, assim como de que forma ele surgiu e como é utilizado por algumas das maiores empresas virtuais.
     No início do capítulo, o autor começa a narrar os primórdios do processo de redirecionamento comportamental. À princípio, Nicholas Negroponte, visionário da tecnologia, concebeu a ideia de que os aparelhos eletrônicos usados cotidianamente ao redor do mundo poderiam desenvolver-se a ponto de tornarem-se aparelhos de inteligência artificial. Esses aparelhos seriam capazes de trabalhar como editores, selecionando e disponibilizando para nós material de nosso interesse, de acordo com nossos gostos e nossas preferências. “Imagine um futuro”, escreveu Negroponte, “no qual tenhamos um agente de interface capaz de ler todos os jornais e revistas, acompanhar todas as transmissões de TV e rádio do planeta, e então construir um resumo personalizado." (p. 1)
    Tal ideia surgiu em meados dos anos 1990, quando a Internet ainda não conquistara muita popularidade. Embora Negroponte estivesse certo de que eventualmente os "agentes inteligentes" seriam o futuro da Internet, houve controvérsia. Por exemplo, Jaron Lanier, filósofo e escritor da área da ciência da computação, foi um dos maiores opositores da proposta de Negroponte, dizendo que "[...] por não serem pessoas de verdade, os agentes forçariam os seres humanos a interagir com eles de formas inadequadas e pixeladas. " (p.2)
   O pensamento de Lanier, entretanto, foi ignorado. As grandes empresas virtuais começaram uma verdadeira corrida em busca de formas de conseguir prender a atenção dos usuários. Com a abundância de informações e estímulos, essa corrida provou-se um verdadeiro desafio. "E num mundo em que a atenção é um recurso escasso, a melhor maneira de fazê-lo seria oferecer conteúdo que realmente atendesse aos interesses, desejos e necessidades particulares de cada pessoa. Nos corredores e centros de informática do Vale do Silício, havia uma nova palavra de ordem: relevância." (p.2)
     Essa corrida, porém, não foi bem sucedida como esperado na época, mas Negroponte acertou sim, pelo menos parcialmente, em sua previsão. "Sob a superfície de todos os sites que visitamos, existem agentes inteligentes pessoais. Eles se tornam mais inteligentes e potentes a cada dia que passa, acumulando informações sobre quem somos e sobre os nossos interesses." (p.3.) 
    Lanier também estava certo sobre a forma como iriamos nos relacionar com esses agentes e com a forma como eles funcionariam. "Seguindo a previsão de Lanier, os agentes não trabalham só para nós: também trabalham para gigantes do software como o Google, apresentando-nos propaganda além de conteúdo." (p.3)
     Em seguida, Pariser foca no caso da Amazon. "Para [Jeff] Bezos, a Amazon precisava ser “uma espécie de pequena empresa de inteligência artificial” movida por algoritmos capazes de estabelecer instantaneamente uma correspondência entre consumidores e livros." (p.3) Jeff Bezos, presidente da Amazon, utilizou o Tapestry para compreender o comportamento e as preferências dos usuários. "Desde o início, a Amazon foi uma livraria que já vinha personalizada. Examinando os livros que as pessoas compravam e usando métodos de filtragem colaborativa desenvolvidos no Parc, a Amazon fazia recomendações instantâneas" (p. 4) A Amazon foi uma das primeiras empresas a conseguir conquistar um público por mostrar recomendações e informações de relevância para os usuários. Isso, entretanto, seria só o início do processo que hoje domina a rede.
     Pariser também foca no caso do Google. Larry Page e Sergey Brin, fundadores do site, acompanharam o sucesso da Amazon. "Mas eles também estavam interessados num problema diferente. Em vez de usar algoritmos para descobrir como vender produtos de forma mais eficiente, o que aconteceria se fossem usados para pesquisar sites na internet?" (p. 5) A partir daí, Page bolou um método de busca online listando seus resultados em quesito relevância, levando em consideração o indicador de clique. "A posição de um link na página, seu tamanho, a idade da página – todos esses fatores eram importantes. Depois de alguns anos, o Google passou a chamar essas pistas incluídas nos dados de indicadores [signals]." (p.6)
      "O Google era voraz com relação aos dados. Brin e Page estavam decididos a guardar tudo: cada página que o mecanismo de busca já apresentara, cada clique já feito pelo usuário." A partir do armazenamento desses dados, foi possível que Brin e Page evoluíssem o Google para um mecanismo de busca bastante certeiro, por saber cada vez mais o que seria de interesse de cada usuário. "O Google não estava interessado em oferecer milhares de páginas de links – queria oferecer apenas um, o link que o usuário buscava." (p.7)
    Foi por causa dessa busca de informações sobre os usuários que levou o Google a disponibilizar aplicativos e serviços, como é o caso do Gmail, pois é por meio desses apps que eles coletam dados. "Todos esses dados permitiram que o Google acelerasse o processo de construção de uma teoria sobre a identidade de cada usuário – os temas em que estava interessado, os links em que clicava."  Pariser deixa claro o quão extensa e preocupante é essa dominação. "Hoje em dia, o Google monitora todo e qualquer sinal que consiga obter sobre nós. Não devemos subestimar a força desses dados: se o Google souber que eu me conectei de Nova York, depois de São Francisco e depois de Nova York outra vez, saberá que sou um viajante frequente e irá ajustar seus resultados a partir daí." (p.7)
     O Facebook também é uma das empresas virtuais de grande porte que trabalham com o armazenamento de dados e informações de seus usuários. "Em 2006, os usuários do Facebook postavam literalmente bilhões de atualizações – frases filos��ficas, comentários sobre quem estavam namorando, o que tinham comido no café da manhã. Zuckerberg e sua equipe encorajavam os usuários: quanto mais dados fornecessem à empresa, melhor seria sua experiência on-line e mais eles voltariam ao site." (p. 8) O criador da rede, Mark Zuckerberg foi além. "O objetivo do Facebook Everywhere era simples: fazer com que toda a rede se tornasse  “social”, levando a personalização no estilo Facebook a milhões de sites não personalizados. Quer saber que músicas seus amigos do Facebook estão ouvindo? Agora o Pandora vai lhe dizer. Quer saber de que restaurantes seus amigos gostam? O Yelp tem a resposta. Sites de notícias, do Huffington Post ao Washington Post, agora são personalizados." (p. 10)
     A rivalidade entre as duas impresas é também comentada por Eli Pariser: "As massas de dados acumuladas pelo Facebook e pelo Google têm dois propósitos: para os usuários, os dados são a chave para a oferta de notícias e resultados pessoalmente relevantes; para os anunciantes, os dados são a chave para encontrar possíveis compradores. A empresa que tiver a maior quantidade de informações e souber usá-las melhor ganhará os dólares da publicidade." (p. 10) A consequência disso é o que o autor chama de aprisionamento tecnológico. "Quanto mais aprisionados estiverem os usuários, mais fácil será convencê-los a se conectar às suas contas – e quando estamos constantemente conectados, essas empresas continuam a rastrear dados a nosso respeito mesmo quando não visitamos seus sites." (p. 11)
     Na última parte do capítulo, o autor comenta sobre o chamado "mercado de dados".  Pariser cita a Axciom, empresa americana que armazena e gerencia os dados dos usuários, que funciona da seguinte forma: "Quando buscamos um voo, o Kayak instala um cookie em nosso computador – um pequeno arquivo que funciona basicamente como colocar um adesivo em nossa testa com a frase “Fale-me de viagens baratas de Nova York a São Francisco”. O Kayak pode então vender essa informação a uma empresa como a Acxiom ou a BlueKai, sua rival, que o leiloa à empresa que fizer a melhor oferta – nesse caso, uma grande companhia aérea como a United Airlines. Quando souber o tipo de viagem em que estamos interessados, a United poderá nos mostrar anúncios de voos relevantes – não só no site do Kayak, mas literalmente em quase qualquer site que visitemos em toda a internet. Todo esse processo – da coleta dos nossos dados à venda para a United Airlines – leva menos de um segundo." (p. 12).
     Essa prática, que consiste basicamente numa vigilância constante e da qual poucas pessoas tem conhecimento, é defendida pela maioria das empresas virtuais. "Os defensores dessa prática a chamam de “redirecionamento comportamental”. Os comerciantes observaram que 98% dos visitantes de sites de compras on-line deixam o site sem comprar nada. O redirecionamento faz com que as empresas já não tenham que aceitar um “não” como resposta." (p. 12)
    A principal crítica a todo esse sistema é o fato de que a maior parte dos usuários da rede desconhecem desse processo. Parece bastante injusto que essas pessoas tenham seus dados trocados, leiloados e vendidos pela Internet sem que saibam ao menos que ao fazerem uma busca no Google ou ao acessarem o Facebook para se conectarem com os amigos, suas informações estão sendo armazenadas.
     Atualmente, essas informações são usadas para selecionar e editar anúncios e conteúdos que nos interessem, mas não é absurdo pensar que tal funcionamento poderia mudar em breve. "Tudo isso significa que nosso comportamento se transformou numa mercadoria, um pedaço pequenino de um mercado que serve como plataforma para a personalização de toda a internet." (p. 13)
Fontes:
https://www.ted.com/speakers/nicholas_negroponte
https://www.ted.com/talks/eli_pariser_beware_online_filter_bubbles?language=en
The Filter Bubble - What The Internet Doesn’t Want You To Know. (2011)
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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Búsqueda: ocupação do espaço urbano em Fortaleza.
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(Foto de Rennó Silva)
Desde o ano passado, é possível notar que a relação entre os fortalezenses e a cidade está mudando. A ocupação do espaço urbano, por exemplo, é uma tendência crescente na capital que vem sendo incentivada, principalmente, por coletivos, grupos virtuais e promoters, que veem nas praças e ruas que antes eram abandonadas palcos para eventos como encontros, rodas de conversa, amostras de arte e, sobretudo, festas. O público, composto em maioria de jovens adultos entre 20 e 25 anos, aderiu em peso à ideia.
  É o que vem acontecendo com a Praça da Gentilândia, a Praça dos Leões, a Praça Verde e a Rua dos Tabajaras, por exemplo. Estes costumavam ser locais pouco ocupados e que hoje tornaram-se points. A Praça dos Leões, no Centro, tem sido palco de festas com frequência desde o ano passado e, mais recentemente,  o lugar recebe um grande público em quase todos os fins de semana. No Facebook, por exemplo, há cerca de 3.000 pessoas confirmadas nos eventos de festa na praça, e pelo menos um terço desse número costuma, de fato, marcar presença.
  Embora essa ocupação seja uma tendência bastante perceptível, ela não está presente na mídia tradicional cearense. Com o objetivo de encontrar matérias na Internet sobre o assunto, foram feitas as buscas "ocupação do espaço urbano fortaleza" e "praça dos leões fortaleza" em um site de pesquisa.
   A primeira busca obteu apenas um resultado relevante. O Portal Vermelho fez, em agosto desse ano, uma matéria sobre o projeto "Viva O Centro Fortaleza", que busca incentivar a valorização do centro da cidade (http://www.vermelho.org.br/noticia/285217-1). Entretanto, não existe uma menção específica à ocupação do espaço urbano, e muito menos dados sobre o assunto. O portal limita-se a divulgar o projeto e não aprofunda-se sobre seus motivos ou objetivos.
     A segunda busca, sobre a Praça dos Leões, trouxe mais resultados. O primeiro deles era um artigo de opinião sobre a ocupação das praças, mas não trazia dados ou informações concretas acerca dos eventos ou festas que acontecem no lugar (www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2016/09/05/noticiasjornalopiniao,3656574/a-praca-e-do-povo-como-o-ceu-e-do-aviao.shtml).
  Em seguida, uma matéria do jornal O Povo que é, na verdade, apenas uma galeria de fotos com imagens da recente reinauguração da praça após sua reforma. Similar a essa, é possível encontrar outras notícias da mesma publicação sobre atos de vandalismo no local mas, novamente, não é sequer mencionado o processo de ocupação do lugar. (http://www.opovo.com.br/app/galeria/2016/06/29/interna_galeria_fotos,2571/praca-dos-leoes-passou-por-reforma-e-foi-inaugurada.shtml).
  O único resultado que de fato possui informações verossímeis e relevantes foi a cobertura feita pela revista Vós da festa acontecida na praça no dia 03.09.2016. A matéria não só fala da ocupação do espaço público na praça do Centro, mas também cita o Estoril, na rua dos Tabajaras, mencionada acima, como outro local onde ocorre a ocupação do espaço público. Além disso, levanta-se um questionamento sobre os lugares que são ocupados, o motivo e a rapidez com que essa ocupação acontece. (http://www.somosvos.com.br/cobertura-a-noite-em-que-a-praca-dos-leoes-vira-lions-a-festa-onde-glitter-e-pedagio/)
  A busca teve apenas um resultado satisfatório, e este veio de uma publicação de pequeno porte. A revista Vós foi capaz de preencher a lacuna deixada pelos grandes veículos midiáticos da cidade de forma competente e interessante. É, entretanto, bastante claro que uma cobertura mais completa e abrangente sobre o fenômeno de ocupação do espaço urbano da cidade seja feita, para que seja possível compreender melhor essa tendência e, possivelmente, expandí-la.
Ludmila Masih
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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La Cultura de Internet - Manuel Castells
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Escrito pelo sociólogo espanhol Manuel Castells, o texto "Cultura da Internet" é um capítulo do livro La Galaxia Internet (2001). O autor, que já publicou outras obras sobre o mesmo assunto, busca, nesse capítulo,  expôr e discorrer sobre os quatro estratos que formam a internet, esclarecendo a linha do tempo de como eles se formaram e suas extensões e influências nos dias atuais.
     O texto tem início com a definição do que é compreendido como a "Cultura da Internet" pelo autor e de onde ela é proveniente. "[...] la cultura es una construcción colectiva que trasciende a las preferencias individuales e influye en las actividades de las personas pertenecientes a dicha cultura, en este caso, los usuarios/productores de Internet." (p.1)
     Em seguida, Castells inicia o processo de explicação sobre a estrutura da rede, que seria, de acordo com ele, dividida em quatro camadas. "La cultura de Internet se caracteriza por tener una estructura en cuatro estratos superpuestos: la cultura tecnomeritocrática, la cultura hacker, la cultura comunitaria virtual y la cultura emprendedora. Juntos contribuyen a una ideología de la libertad muy generalizada en el mundo de Internet." (p.1) Além disso, essas camadas teriam uma organização específica "Estos estratos culturales están dispuestos jerárquicamente [...].” (p.2)
       O autor discorre sobre esses estratos iniciando com o conceito de tecnomeritocracia. "[...]la apertura tecnológica viene determinada por una cultura meritocrática arraigada en el mundo académico y científico. " (p.3) As características principais dessa camada, seriam as seguintes: " El descobrimento tecnológico [...] constituye el valor supremo", "La relevancia y el ranking relativo del descubrimiento depende de la contribución al campo de conocimiento en su conjunto [...]", "La relevancia del descubrimiento se establece por evaluación entre los colegas de la comunidad científica.", "La coordinación de las tareas y los proyectos que deben realizarse depende de las figuras de más autoridad [...]" (p. 4), "[...] los tecnólogos deben seguir las reglas formales e informales de la comunidad[...]" e, finalmente, "La piedra angular del proceso es la comunicación abierta del software y de todos los avances obtenidos gracias a la colaboración en red." (p. 5)
     Percebe-se, então, que dentro da camada tecnomeritocratica, existe um guideline que deve ser respeitado e seguido, além de uma hierarquia entre seus componentes que é bastante clara. Em resumo, "Así pues, la cultura de Internet radica en la tradición académica de la investigación científica compartida, la reputación obtenida gracias al prestigio académico, la evaluación por parte de los colegas y la apertura y publicidad de las investigaciones, otorgando la consideración merecida a los autores de cada descubrimiento." (p. 5)
     Castells, em seguida, parte para a segunda camada da rede, os hackers. De início, ele busca esclarecer e desmistificar o conceito, corrigindo a imagem negativa e esteriotipada que é disseminada pela mídia. "Los hackers no son lo que los medios de comunicación dicen que son: no son una banda de inforrnéticos locos sin escrúpulos que se dedican a vulnerar los códigos, a penetrar ilegalmente en los sistemas o a desbaratar el tráfico informático." (p. 6) O autor traz uma nova definição dos hackers, salientando que eles constituem uma comunidade e os classificando como "[...] una cuitura compartida de programadores expertos y magos de las redes que se remonta algunas décadas." (p.6)
    A colaboração desse grupo dentro da rede é bastante discutida pelo autor, que discute que "[...] Internet fue, en principio, una creación de la cultura tecnomeritocrática y que, posteriormente, se convirtió en la base de su propio perfeccionamiento tecnológico gracias al input proporcionado por la cultura hacker que interactúa en Internet." (p.7) Assim, a cultura hacker teria grande importância para a internet, maior do que poderia se pensar de início.
    O autor também discorre sobre a  forma como essa comunidade funciona. Diferentemente da cultura tecnomeritocratia, os hackers costumam trabalhar isoladamente e não costumam ter um retorno financeiro ou reconhecimento pelo que produzem. "El reconocimiento proviene no sólo de dar, sino del hecho de producir un objeto valioso (un software innovador)." (p. 13). Além disso, outro contraste entre as duas comunidades que chama atenção é que enquanto na primeira os membros seguem um guideline rígido do que é ou não aceitável, a segunda, embora também possua regras e condutas, é mais informal e mais livre. Pode-se dizer, por exemplo, que dentro da cultura hacker existe um grande conceito que os une e os move: a liberdade. "Un valor fundamental en este contexto es la libertad. Libertad para crear, libertad para absorber los conocimientos disponibles y libertad para redistribuir dichos conocimientos en la fonna y en el canal elegidos por el hacker." (p. 12.)
     A próxima cultura estudada por Castells, é a cultura das comunidades virtuais. Sobre sua origem, ele afirma: "Los orígenes de las comunidades on line son muy cercanos a los movimientos contraculturales y los modos dc vida alternativos que surgieron tras la década de los sesenta." (p.19)  Essas comunidades online seriam mais amplas e mais conhecidas do que, por exemplo, a comunidade hacker. "Así, mientras la cultura hacker proporcionó los fundamentos tecnológicos de Internet, la cultura comunitaria configuró sus formas, procesos y usos sociales." (p. 19)
       É possível dizer que é dentro dessas comunidades virtuais que há uma grande difusão das formas e dos usos da internet, que são cotidianamente transformados e atualizados. "Los usuarios tienden generalmente a transformar las nuevas tecnologías para satisfacer sus intereses o desejos." (p. 20) O alcance dessas comunidades também é grande, e muitos são os grupos que fazem parte dela. Sobre isso, Castells comenta que "El ámbito social de lntcmct es tan diverso y contradictorio como la propia sociedad." (p.20) Diferentemente das outras culturas já comentadas, essa é bastante heterogênea e pouco coerente em regras e valores.
      Entretanto, embora seja impossível traçar um perfil dos usuários que pertencem às comunidades virtuais,  pode-se afirmar que dois príncipios os norteiam: a capacidade de qualquer um poder traçar um caminho para si dentro da rede, produzindo e criando conteúdo,  e a liberdade de expressão. "Así, aunque la fuente comunitaria de la cultura Internet es muy diversa en su contenido, esta permite que Internet sea un medio tecnológico para la comunicación horizontal y una nueva manifestación de la libertad de expresión." (p. 21)
    Por último, o autor discorre sobre a quarta camada que compõe a cultura da internet, a dos empreendedores. "No sería exagerado decir que Internet ha transformado el mundo de la empresa, tanto como este ha transformado a Internet." (p. 21) Com esta declaração, é possível compreender que a relação entre empreendedorismo e a rede é simbiótica.
    Segundo Castells,  "[Los empreendedores] se basan en su know-how tecnológico para crear productos y procesos que les permitan conquistar el mercado. [...] La estrategia consiste en cambiar el mundo mediante la tecnologia y recibir a cambio una recompensa de dinero y poder, a través de los mercados financieros." (p. 22) É justo afirmar que na hipermodernidade. a internet virou um negócio bastante lucrativo para aqueles que possuem o know-how do empreendedorismo virtual. Como o autor resume: "Esta cultura emprendedora es, por encima de todo, una cultura del dinero." (p. 24)
    É interessante pensar sobre todos esses estratos compondo a cultura da internet pois, sob olhar raso, ela não parece ser tão complexa como Castells demonstra ser. É importante ressaltar que essas camadas não funcionam isoladamente. Elas se interligam, se sobrepõem e, em alguns momentos, pode-se dizer, se confundem. "La cultura de Internet es una cultura construida sobre la creencia tecnocrática en el progreso humano a través de la tecnología, practicada por comunidades de hackers que prosperan en un entorno de creatividad tecnológica libre y abierto, asentada en redes virtuales dedicadas a reinventar la sociedad y materializada por emprendedores capitalistas en el quehacer de la nueva economía." (p. 27)
Fontes:
https://www.youtube.com/watch?v=QXdE6hJ1iUc
http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/141/entrevistados/manuel_castells_1999.htm
A Galáxia da Internet (2001)
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medi-aneras-blog · 8 years ago
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“A Cauda Longa” - Chris Anderson.
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     Na hipermodernidade, as mudanças são constantes. E essas mudanças são, não raramente, imperceptíveis. Em “Cauda Longa”, o americano Chris Anderson destrincha a atual conjuntura do mercado, trazendo à tona uma nova perspectiva que abrange diversas áreas, das artes até a ciência.
  Inicialmente, Anderson reafirma o que já é claro para a maioria dos consumidores ao redor do globo: a Internet revolucionou o mercado. Essa revolução, entretanto, ocorreu de forma mais profunda do que pode-se crer à primeira vista. Embora possamos listar inúmeras consequências e benefícios provenientes da expansão do mercado de compras online, um dos pontos mais interessantes poderia ter passado despercebido se não visto com atenção, e este é, exatamente, um dos focos da pesquisa do autor: a segmentação do mercado em um mercado de nichos. “Se a indústria do entretenimento no século XX baseava-se em hits, a do século XXI se concentrará com a mesma intensidade em nichos.” (p. 1)
    É a partir do que o autor intitula de “mercado de nichos” que surge o nome “Cauda Longa”. O título vem da recente tendência, percebida por Anderson, do número das vendas das mercadorias menos procuradas estarem aproximando-se e até mesmo igualando-se ao mercado de “hits”. Ele discorre, de maneira clara, sobre como o processo funciona: “[...] um número muitíssimo grande (os produtos que se situam na Cauda Longa) multiplicado por um número relativamente pequeno (os volumes de vendas de cada um) ainda é igual a um número muito grande.” (p. 5)
    Basicamente, descobriu-se que seria possível fazer dinheiro com aquilo que se acreditava ser  sem valor. Esses nichos, embora geralmente reduzidos em tamanho se comparado aos hits, ainda assim são bem procurados. Anderson comenta, por exemplo, em relação ao aplicativo Rhapsody: “Individualmente, nenhuma dessas músicas é popular, mas elas são tantas que, no conjunto, compõem um mercado significativo.” (p. 4)
    A razão pela qual essa mudança está acontecendo é analisada no texto, e diversos fatores são comentados, como a questão da ampliação do espaço físico disponível e também uma renovação na forma de divulgação dos produtos, assim como o acesso a eles. Se antes mercadorias pouco procuradas não eram vendidas em lojas de varejo pois não tinham força para competir o que estava nos topos, atualmente elas podem ser facilmente achadas em lojas virtuais de grande alcance, como as citadas no texto: Amazon, Rhapsody e  Netflix.
      Esse processo de ampliação, entretanto, vai além do mercado. Anderson cita, por exemplo, a forma como os campos em gerais estão se expandindo. Se no mercado, essa nova visão começa a abranger mercadorias que antes eram vistas como de pouco valor e procura, no campo das artes e da ciência, ela começa a contemplar mais pessoas. Por exemplo, ao mesmo tempo que um álbum estrangeiro alternativo e raro não tinha espaço numa loja de varejo, amadores não tinham amplo lugar dentro do campo das ciências e das artes. Esses que eram vistos apenas como consumidores amadores e passivos são denominadas de“Pro-Am”. Segundo o autor, “os Pro-Ams são uma criação da primeira força da Cauda Longa, a democratização das ferramentas de produção.” (p. 9)
  Sobre essa democratização da capacidade de produção, o autor explica que houve uma mudança na posição dos consumidores. “A consequência de tudo isso é que estamos deixando de ser apenas consumidores passivos para passar a atuar como produtores ativos. E o estamos fazendo por puro amor pela coisa (a palavra "amador" vem do latim amator, "amante", de amare).” (p.9)
   Em seguida, Anderson discorre sobre a Wikipedia, cuja manutenção é quase que por completa feita por usuários amadores que contribuem com informações periodicamente. “[...] explorando a sabedoria coletiva de milhões de especialistas e semi-especialistas amadores, apenas pessoas comuns que se julgam conhecedoras de alguma coisa.” (p. 10) O autor comenta, também, sobre o alcance que o site tem justamente por tratar-se de um espaço online e colaborativo. “Cada indivíduo é especialista em alguma coisa e a beleza da Wikipedia é que praticamente não existe assunto tão estreito que não mereça um verbete.” (p. 11)
   O texto é concluído com uma análise sobre a produção colaborativa, fenômeno que é destacado em casos, por exemplo, como o da Wikipedia e o de blogs. “Esse é o mundo da "peer production" [...], caracterizado pelo voluntarismo ou amadorismo de massa. Estamos na aurora de uma era em que a maioria dos produtores, em qualquer área, não será remunerada.”  (p. 14).  Essa circunstância, amadores se dispondo a trabalhar gratuitamente em algo com que tem um grau de  envolvimento, também é avaliada por Anderson de forma bastante interessante, sendo associada à crescente facilidade de acesso às ferramentas de produção. Se agora é mais simples produzir, criar ou colaborar com conteúdos, mais pessoas vão ter interesse de fazer parte desse processo.
“[...] o assunto é relevante porque representa mais um exemplo de até que ponto nossos pressupostos sobre os mercados devem ser repensados. A motivação para a criação não são os mesmos na cabeça e na cauda da curva. [...] Pode-se refletir sobre a Cauda Longa como algo que começa como economia monetária tradicional na cabeça e que termina como economia não-monetária na cauda. Entre os dois extremos, predomina uma mistura de ambos os modelos.
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Fontes:
A Cauda Longa (2004)
http://www.longtail.com/the_long_tail/
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