marcosdsousa

[marcosdsousa]

Entre o desejo e a proibição.

É estranho como a mente e o coração podem desejar o que não podem ter. Às vezes, me pego pensando em você de uma forma que sei que não deveria. Cada olhar, cada palavra, me deixam com um anseio silencioso, algo que tento afastar, mas que insiste em me encontrar. Sei que é errado, mas o que sinto por você vai além do que a razão permite entender. É um desejo oculto, que carrego comigo, mas que nunca poderá ser expresso de verdade, porque às vezes a maior dor é querer algo que jamais será. E, mesmo assim, não consigo deixar de pensar, nem de querer estar perto, nem que seja em pensamentos.

[marcosdsousa]

A melodia da solidão

Na solidão, a música é abrigo,

Canta suave, envolve o ser,

Entre notas, encontro abrigo,

Onde a alma se deixa compreender.

O silêncio é denso, mas doce o som,

Que vem de dentro, como um farol,

Guia os passos perdidos ao tom,

De uma melodia que acende o farol.

Na solidão, a música é poesia,

Que dança no vento, sem se mostrar,

É refúgio e sonho em sintonia,

A cura para quem sabe escutar.

[marcosdsousa]

Futuro em Branco

Eu me sento à beira da cama, encarando o teto como se fosse um mapa vazio. O som do relógio na parede preenche o silêncio, mas não me traz nenhuma sensação de urgência. Os ponteiros se movem, mas, para mim, o tempo é só algo que passa, sem propósito, sem direção.

O futuro... Não sei. Parece uma tela em branco, mas não dessas que inspiram ou trazem possibilidades. É só um espaço vazio, onde nada se forma, nada cresce. Não é que eu tenha medo do que vem pela frente; é que eu simplesmente não sinto nada. Quando alguém me pergunta o que quero ser, ou onde me vejo daqui a dez anos, só ouço um eco distante. Não consigo responder.

Penso na escola, nos trabalhos que preciso entregar, nas conversas banais com os colegas. Tudo parece funcionar no automático, como se eu estivesse assistindo à minha vida de fora, sem realmente fazer parte dela. Não espero nada de mim, e nem os outros parecem esperar. As expectativas se dissolveram há muito tempo, deixando só essa rotina vazia.

Às vezes, eu me pergunto se deveria sentir algo mais. Se deveria querer alguma coisa, qualquer coisa. Mas esse pensamento desaparece rápido, como fumaça. O futuro é só uma palavra estranha, distante, algo que não consigo tocar e, talvez, nem queira. Por enquanto, eu só existo, esperando que algo — ou talvez nada — mude.

[marcosdsousa]

Apaixone-se por alguém que sinta

sua falta e precise de você

sorrindo.

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Odeio puxar assunto, é como se eu estivesse forçando a pessoa a falar comigo...

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As vezes meu silêncio

É uma forma de fugir

do meu presente

Mas não vou deixar

Esse sentimento me

dominar!

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Pra hoje, apenas paz.

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Às vezes, o que mais precisamos não é de um abrigo físico, que nos proteja do sol, do vento ou da chuva, mas de um refúgio que transcenda o corpo. Um abrigo feito de paz, que nos envolva de tal forma que nos sinta seguros, livres das inquietações e angústias do mundo. Um verdadeiro acolhimento para a alma.

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Fugindo do Amor

Ele vivia sozinho, envolto pela sombra de uma solidão que, com o tempo, se tornara seu refúgio. A vida, sempre pacata, parecia lhe oferecer segurança nos seus próprios limites. Mas havia algo em seu peito, uma chama que insistia em não se apagar. Era o amor — o amor que, em sua essência, ele sabia ser grande demais para ser contido por um homem tão pequeno em suas próprias certezas.

Ele fugia desse amor com uma habilidade quase inumana. Cada vez que ele se aproximava de alguém que poderia despertar nele aquilo que temia, ele se afastava, silenciava, se escondia atrás de suas próprias palavras, como se elas pudessem construir um muro impenetrável entre ele e o que ele mais desejava. A cada passo em direção ao coração de outra pessoa, ele recuava dois, aterrorizado pela profundidade do que sentia.

Era um homem que se via como um eterno forasteiro nas próprias emoções, perdido entre o desejo e o medo de se entregar. Ele olhava para o amor como quem observa um abismo, com a beleza de sua queda e a angústia do desconhecido. Ele sabia que poderia ser feliz, que poderia ser amado, mas o preço dessa felicidade o assustava. Era mais fácil viver na superfície do que se lançar nas águas profundas de um sentimento que, ao tocar sua alma, poderia transformá-lo para sempre.

No silêncio de suas noites solitárias, ele pensava no que poderia ter sido, nas chances perdidas, nas palavras não ditas. O amor o chamava, mas ele estava sempre um passo atrás, uma mentira contada a si mesmo após cada despedida. Ele sabia que, no fundo, havia uma parte de si que nunca se perdoaria por essa fuga constante. Mas, talvez, a fuga fosse sua única maneira de não sucumbir à dor de um amor que já existia, mas que ele não ousava viver.

[marcosdsousa]

A sombra da Saudade

Ele caminhava pela cidade, as ruas vazias refletindo sua solidão, como um espelho que não sabia mais mostrar seu rosto. O vento frio parecia morder sua pele, mas era o vazio dentro de si que realmente doía. Seus olhos, cansados de tanto procurar, buscavam em cada esquina, em cada movimento das pessoas, o reflexo dela. Sua amada. O som de seus passos ecoava no silêncio da noite, como se o universo inteiro o estivesse empurrando para um destino que ele não queria mais enfrentar sozinho.

A saudade se tornava cada vez mais insuportável, como um peso que ele carregava sem saber como aliviar. Ele não entendia onde ela estava, nem o que a havia levado a sumir. Mas, no fundo, sabia que o que ele realmente procurava não era apenas encontrá-la fisicamente. O que ele queria, o que ele mais desejava, era reencontrar a paz que ela trazia para seu peito. Ela, que fazia com que as estrelas no céu perdessem o brilho diante da luz do seu sorriso, e que tinha o poder de fazer o tempo parar com um simples toque de suas mãos.

Mas ali, na escuridão daquela cidade que parecia se engolir, ele se via perdido, incapaz de encontrar o caminho de volta ao seu coração. Ele queria gritar, pedir para que ela voltasse, para que fosse mais uma vez o abrigo seguro onde ele se sentia inteiro. Mas, por ora, tudo o que restava era a tristeza silenciosa, que tomava conta de sua alma enquanto ele caminhava, em busca de algo que ele sabia que só poderia encontrar quando ela decidisse voltar.

E mesmo sem saber se algum dia a veria novamente, ele continuava, pois a esperança de reencontrá-la era a única luz que ainda queimava dentro de si.