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mahamish · 5 months
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em momentos como aquele, mishti percebia o quanto amava a voz de kenneth. limpa, jovial, capaz de fazer seu coração flutuar mesmo quando suas palavras não queriam dizer alguma coisa realmente. não exatamente pelo timbre, ou pelo tom, ou pela entonação; o sawyer sofrera diversas mudanças conforme o tempo passara, e claramente com sua voz não seria diferente. mas ela amava. era apaixonada. porque era a voz que podia ouvir por horas – mesmo que geralmente fosse ela a falar muito mais naquele relacionamento – e ainda assim a faria esperar por mais, como uma criança que espera por uma nova história na hora de dormir. porque era uma voz que lhe trouxera tanto conforto em dias de tristeza, e uma voz que, mesmo que em momentos específicos, a impactara com conselhos e verdades cirúrgicas as quais muitas vezes não estava nem pronta para ouvir. mas as aceitava, e o escutava. e era exatamente isso que diferenciava a voz de kenny entre todas as outras: ela dava valor a absolutamente todas as palavras que aqueles lábios soltavam. entretanto, estas mesmas palavras proferidas pela voz que amava tanto tinham o poder e a capacidade de levá-la tanto para o céu quanto para o inferno – lugar para o qual recebera passagem só de ida ao que o loiro trouxera à tona uma condição imposta pela noiva.
apesar de tentar manter os pés no chão sobre o motivo insano de estar ali –e compreender sua atual posição na vida de kenneth –, não pode evitar o sentimento incômodo da rejeição. era errado sentir-se assim? sem dúvida alguma. mas isso nada queria dizer para a mulher passional e apaixonada em frente ao melhor amigo e o objeto alvo de todos os seus esforços. de fato, seu sorriso esmoreceu por segundos, vítima de suas expectativas descabidas, mas tão logo o mais alto iniciou sua busca por alternativas, a mahajan fez esforço para recompor-se, recuperando o sorriso que tinha só pra ele. "vamos dar um jeito. nós dois sempre conseguimos, não é? temos tempo e, agora que eu voltei definitivamente, você não vai conseguir se livrar de mim. se depender da sua morena favorita, vai ser como nos velhos tempos." comentou divertida– e, claramente, ignorando completamente a existência de cassandra. mish referia-se a quase todos os momentos em que foram obrigados a encontrar tempo na agenda um para o outro, mesmo em grandes adversidades, mas também ao fato de que, depois de tudo, nada mudara totalmente. e ela estava lá agora, nada mais iria tirá-la do caminho dele. além da facilidade de convencer kenny a fazer muitas coisas, tinha capacidade de encontrar brechas nas agendas de ambos para passarem tempo juntos. ah, e ela iria. nem que ela precisasse abruptamente estabelecer sua presença na vida de kenneth novamente, e deixar claro para cassandra quem era e o que poderia representar para o loiro.
"ah, sim, a mala!-" e como uma brincadeira do universo que insistia em minar sua confiança, mais uma vez foram interrompidos pela castillo. mishti inspirou devagar, acompanhando a conversa unilateral. perguntava-se se cassandra também o chamava de "amor". se ela era carinhosa o suficiente para alguém como o sawyer, tão sincero e sensível, e se ela o valorizava direito – mesmo embora soubesse, pelas pinceladas delicadas de kenneth sobre a personalidade da noiva, que ela não era a pessoa ideal. não fazia ideia do que o amigo especificamente via nela, mas também sabia que talvez sua visão fechada e individualista devido aos próprios sentimentos devesse bloquear qualquer qualidade positiva que pudesse ser identificada em cassandra. o convite, por fim, lhe surpreendeu. mas não muito. algo lhe dizia que a intenção do jantar não era apenas receber amigavelmente a melhor amiga do noivo. convivera com mulheres semelhantes à cassandra a vida toda, não era sua primeira vez no parque – muito embora desejasse que fosse a última. tinha certeza que a castillo usaria o jantar para determinar papéis entre as duas, típico comportamento de alguém sem segurança no próprio relacionamento. e isso só queria dizer uma coisa.
cassandra tinha aqueles olhos verdes bem abertos.
"estou. ainda mais se for algo que você quer que aconteça." respondeu e, assim que ele deslizou a mala com uma mão para perto, a mahajan instantaneamente segurou com a própria a mão que ele usara para atender o celular, acarinhando-a levemente com os dedos. enquanto caminhavam para fora do salão de desembarque, e mesmo com toda a análise que acabara de fazer sobre a mulher com quem deveria lutar pelo enorme coração do sawyer, ela o olhava com o sentimento mais genuíno que tinha dentro de si naquele momento. "eu não quero mais perder nenhum momento que envolva você e o que é importante na sua vida, kenny. afinal, eu ainda faço parte dela, e pretendo fazer por quanto tempo a minha permitir."
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o que era amor? tantas vezes kenneth se pegou questionando. era uma cumplicidade duradoura e formal, como a de seus pais? confiança e carinho incondicionais, como o que havia entre ele e suas irmãs? momentos leves e alegres, como os que a irmã mais velha partilhava com seu marido? ou quem sabe a ansiedade confusa que sua irmã mais nova sentia toda vez que sentava do lado do garoto ruivo no recreio? seria a gentileza das palavras mais bonitas de sua mãe, ou a preocupação rígida de seu pai? como ele poderia reconhecer? em várias ocasiões pensou ter se apaixonado. houvera lauren, no emprego de verão antes da faculdade. kirsten, na aula de história da arte. joanne, a assistente do professor. algumas que duraram meses, algumas que só trocara olhares por segundos, sem nunca saber o nome. como um bom romântico que era, encarava os pequenos acontecimentos como sinais do universo. uma vez, havia convencido a si mesmo que uma garota era sua alma gêmea porque estava usando exatamente a mesma camiseta que a sua, enquanto lia exatamente o mesmo livro. pudera ser apenas coincidência? perguntara mentalmente. a resposta veio em pouco tempo, no momento em que a namorada da jovem se juntou à conversa. dentre inúmeras batalhas que tivera de lutar em seus anos de vida, a procura pelo amor parecia a mais complexa. existia alguém para ele, não? tinha que existir!
o que seria, então, indicativo de que tinha encontrado o amor? o amor certo, final, que tanto almejava? correspondido. como saberia que seu coração estava batendo na velocidade adequada, do jeito que os maiores escritores haviam explicado? como ter certeza que os pêlos dos braços estavam arrepiando no momento certo, diante do toque alheio? para alguém tão ansioso por experimentar cada detalhe do amor, todas as vezes que se encontrava em uma situação do tipo, nenhuma experiência parecia bem certa. o alívio após o tempo afastado nunca era tão forte. o coração não acelerava como se fosse explodir. a proximidade não lhe causava cócegas nos lábios como quem antecipava desesperado por um beijo. lauren, kirsten, joanne, e todas as outras. simplesmente nunca tivera certeza. uma vez, após se envolver por pouco mais de duas semanas com uma moça, ela resolveu colocar um fim entre eles. “você oferece muito, kenny, mas mesmo sendo na minha direção, não é pra mim” nunca esquecera aquela frase.
encarou a foto no papel de parede do celular, no táxi. cassandra era linda. os olhos claros pareciam sempre brilhantes, mesmo quando se esperava que estivessem opacos e escuros durante alguma briga. os fios escuros se encontravam lisos na maior parte do tempo, como se lutassem contra qualquer esforço da jovem de fazer cachos artificiais — tão teimosos quanto ela própria. a boca era bonita, grande, dona de um sorriso de tirar o fôlego. nunca fora do tipo exigente na questão física, mas não era cego: cassie tinha um corpo escultural, extremamente atraente. muito embora na foto ela estivesse com sua camisa, larga demais para sua figura esguia, ainda era possível notar as curvas escondidas atrás do alvo e fino pano. tinha ganhado na loteria! ouvia aquilo com frequência, tamanha que seria loucura sua duvidar. ele a amava. era isso. agora tinha certeza! agora o coração acelerava, os pêlos arrepiavam, a boca tremia. agora ele estava convencido de que tinha encontrado alguém. não somente alguém, tinha encontrado ela. a pessoa que todos os filmes de romance o haviam convencido de que estava por aí no mundo o esperando. estava certo daquilo. então por que encarava a foto de cassandra como se tivesse medo de esquecer aquilo tudo? como se precisasse a todo custo evitar por um descuido seu duvidar outra vez? “eu amo minha noiva” a fala em voz alta o pegou de surpresa, logo antes das buzinas que o avisavam que o semáforo já estava aberto há alguns segundos.
desbloqueou o aparelho assim que as portas automáticas do aeroporto se abriram, buscando alguma mensagem que denunciasse a chegada da amiga. nada. pelo horário, deveria ja ter saído do avião, mas provavelmente ainda estava buscando as malas. caminhou tranquilo até a saída de seu desembarque, o ritmo das longas pernas trazendo uma imagem despreocupada que não combinava nem um pouco com o interior turbulento. três anos. até um segundo atrás, parecia ter durado uma eternidade. naquele momento, percebeu lembrar com tanta clareza cada detalhe do último encontro que não parecia ter sido há mais de três dias. depois de londres, ainda havia ido para o reino unido mais outras duas vezes naquele meio tempo, mas as agendas desencontradas não permitiram que os amigos se vissem. ao chegar, juntou as mãos em frente ao corpo, aguardando conforme algumas pessoas saíam. os olhos azuis buscavam mishti em cada pessoa que saia do portão, o coração batendo irregular a cada frustração. devia fazer uns dez minutos que estava ali parado quando notou que as mãos suavam excessivamente, e limpá-las no tecido grosso do jeans não vinha funcionando bem. em algum momento, olhou em volta buscando o barulho estranho que atingia seus ouvidos, até perceber que eram as batidas aceleradas do coração que parecia ressoar com força no interior do loiro. respirou fundo, na tentativa de acalmar a euforia e antecipação. quando os pesados cachos escuros apareceram, ele sorriu. foi o primeiro instinto, tão natural quanto o abrir dos olhos ao acordar. o canto dos lábios, no entanto, caiu aos poucos, conforme ela se aproximava. não por qualquer motivo negativo; mas simplesmente por estar embasbacado. três anos. só faziam três anos que não a via pessoalmente (e se contasse fotos e vídeos, algumas horas). como era possível que ela estivesse tão… “linda” murmurou para si. achou por sólidos dois segundos que o órgão cardíaco sucumbiria.
mal teve tempo de falar o nome da amiga, tão logo a jovem largou a mala enorme de qualquer jeito e correu a seu encontro. com reflexos rápidos, os braços fortes logo a envolveram para garantir sua segurança, um passando em sua cintura, e o outro inevitavelmente precisando apoiar a perna alheia, visto que ambos os membros inferiores da jovem se encontravam em torno de seu quadril. a breve noção de que cassandra o mataria se visse a cena não passou despercebida pelo rapaz, embora tenha espantado o pensamento tão logo quanto este viera. “e tinha dúvidas?” devolveu, sobre ele ter vindo a seu encontro. não somente kenneth era do tipo que estava sempre presente por um amigo — era do tipo que fazia tudo o que mishti pedia. sempre. se tivesse pedido que ele estivesse ali três horas antes, sabia bem que cederia. quando o rosto da jovem encontrou um lugar confortável demais entre seu ombro e pescoço, o corpo inteiro do mais alto arrepiou. e pareceu arrepiar novamente, apenas um segundo depois, quando o perfume doce da garota o atingiu. segura-la não era nenhuma tarefa difícil, não com seus músculos, mas se viu desejando devolver a jovem ao chão com um repentino medo de que ela pudesse ouvir o quão alto seu coração denunciava o alívio de finalmente vê-la de novo. “também senti sua falta” falou baixo. não que tivesse a intenção de controlar a voz, só estava em poucas condições de controlar qualquer coisa. as mãos da jovem então encontraram o rosto do rapaz, e tão logo toda a tensão e ansiedade deixaram o corpo. como se aquele fosse o mais confortável que já estivera em toda sua vida. buscou os olhos enormes da mulher, escuros, intensos. tão alegres, enquanto olhava o velho amigo. nem prestou muita atenção no que ela havia falado sobre seu rosto, estava ocupado demais absorvendo os detalhes do dela. foi o repuxar de algum músculo inconveniente do lábio inferior, em um anseio por maior proximidade, que o fez acordar. endureceu outra vez, bem a tempo de dar o apoio necessário para a jovem descer de seu colo. pigarreou instintivamente, coçando a nuca, sem graça diante das respostas físicas à presença alheia. sabia que era impossível, mas parecia que a qualquer momento alguém enxergaria o que ele sentia perto dela. o que sentia toda vez que a via, desde a primeira vez. por deus, o que estava pensando? que tomasse logo as rédeas dos próprios pensamentos. “discreta, para variar” brincou, olhando em volta e percebendo os olhares curiosos em torno dos dois, dolorosamente consciente de que o cumprimento dos dois ultrapassava alguns limites do bom senso. “estou sempr…” franziu a testa, a lembrança o atingindo de repente, antes que pudesse repetir a frase que tantas vezes dissera. ‘estou sempre livre pra você’ ia dizer. acontece que… dessa vez, não estava. “na verdade, cassie tem um coquetel sábado à tarde e sou seu acompanhante. mas estou livre à noite. só não até muito tarde, porque domingo de manhã temos um brunch. mas também não deve demorar tanto, acho que podemos nos ver depois” afirmou, sorrindo como se não fosse completamente esquisito não dizer sim a ela logo de cara pela primeira vez. sabia, porém, que cassandra não era do tipo que aceitava que desmarcassem compromissos. seu noivo, ainda por cima? impossível. “sua mala!” apontou por cima do ombro alheio, ele mesmo caminhando a passos largos para buscar o objeto antes de retornar para perto dela. assim que o fez, o som característico do celular tocou, e a palavra na tela foi dita em voz alta. “oi, amor. sim, estou aqui no aeroporto. acabei de encontrar com ela… pergunto sim. ok, vou falar com ela e te aviso. beijo” assim que finalizou a ligação, buscou a amiga. “cassie perguntou se está livre para jantar hoje, se não estiver cansada da viagem. ela está ansiosa para te conhecer”
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mahamish · 6 months
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"é claro que é um clássico, mas se eu assistir mais uma história de amor que não deu certo eu vou me matar na sua frente." brincou, ainda meio nervosa. não entendia o próprio comportamento e a dificuldade de olhá-lo nos olhos. não era como se mish nunca houvesse escutado nenhum elogio sobre ela saindo da boca do sawyer. apesar da amizade de anos e das fases pelas quais passaram individualmente, tinham um nível de intimidade em que a comunicação era, geralmente, clara e sincera. entretanto, naquele momento, era como se qualquer palavra que saísse dentre os lábios de kenneth destinada a unicamente fazê-la sentir-se bem soasse perigosamente atraente, assim como ele andava nos últimos tempos. como se ele fosse outra pessoa, mesmo que ainda fosse aquele mesmo garotinho desengonçado de alguns anos atrás, e que a fazia responsável por proteger quando mais jovem e impertinente. mesmo que ainda fosse seu melhor amigo e que, agora crescido, também se parecesse mais com um homem a ponto de fazê-la notá-lo dessa forma. e para mishti, era aí que morava o perigo.
ela nunca erguera fronteiras em suas interações com o loiro, afinal, era seu melhor amigo e isso era tudo o que entendia que poderiam ser. nem cogitava qualquer outro tipo de relacionamento se não o platônico. foi subindo as escadas da própria casa segurando a mão dele que percebeu o fato de que, pela primeira vez, e em questão de segundos, imaginara um cenário onde estavam fazendo exatamente a mesma coisa, só que como um casal. alimentada por todo o carinho que ele tivera com ela até ali, voltar aos sentidos requiriu o constrangimento agitando as borboletas em seu estômago e um aperto impensado na mão de kenny, a qual só soltou quando realmente entraram no quarto. vez ou outra, irritava-se com o fato de ser tão iludida, mas agora havia passado do próprio limite do faz de conta. kenneth nunca nem mesmo a veria dessa forma, por mais que no fundo quisesse que fosse possível. e pegar a si mesma pensando desse jeito era simplesmente vergonhoso. era quase como traí-lo, de certa forma.
ela agradeceu mentalmente ao breve momento de silêncio que foi instaurado antes de se acomodarem, imaginando que poderia calar os próprios pensamentos. um sorriso genuíno brotou dos lábios carnudos na hora em que reconheceu a escolha de kenny, porque aquele era um favorito dos dois. "sem críticas da minha parte. você é o cara que melhor me conhece." riu, relaxando as costas na beira da cama em que estavam encostados enquanto tomava a lata de cerveja em mãos. um peso pareceu cair de seus ombros e de repente, a mahajan não era mais a garota rejeitada e abandonada por um garoto cruel em pleno baile de formatura. ela era apenas uma garota normal ao lado da pessoa que mais gostava no mundo, assistindo a um romance bobo, como quase toda sexta-feira. apenas mais uma garota, e que felizmente era aceita e reconhecida ali, dentro daquelas quatro paredes. ela não precisava ficar pensando numa forma de impressioná-lo o tempo todo, não precisava tentar tanto. ela só precisava ser ela ali e, talvez, até mesmo tivesse liberdade de ser um pouco do que secretamente queria ser.
e ela sempre se entretia com aquele filme. mas surpreendentemente, por vezes, prestar atenção nas expressões e reações e comentários de kenneth parecia muito mais interessante e bonito. ela sorria, entre uma cena e outra, para a forma como o maior parecia se contentar apenas com aquela história boba de amor e de descobrimento adolescente, e simplesmente aproveitar sua companhia quando poderia estar finalmente vivendo sua era de ouro no final do colegial. ele era uma figura ímpar, no final das contas, e mishti tinha certeza de que, apesar de não enxergar em si mesmo tal característica, ninguém nunca seria melhor do que ele. e, entre uma cerveja e outra também, percebia que talvez nunca realmente poderia se encaixar dessa forma.
para completar seu momento de autopiedade, a famosa e típica cena de beijo de final de filme simplesmente resolveu passar em seu pior momento. ela sempre quisera ter o final feliz de mia – independente da existência de um michael, pra ser sincera – mas, daquela vez, tudo o que ela queria era que alguém pudesse vê-la da mesma forma que o moreno a vira ali. vê-la como desejável, como indispensável e, com sorte, como se fosse a garota mais bonita do universo, muito além do que todos os outros pudessem enxergar externamente. mas não teria aquilo agora e, muito embora tivesse o costume de maximizar tudo o que sentia, parecia muito certo de que não teria jamais. "eu acho que o meu pé nunca vai levantar assim." comentou, pensando alto. era inevitável parecer cabisbaixa, mas talvez a cerveja, pra quem não estava acostumada, houvesse agravado um pouco mais a situação. sentia-se magoada, e tudo o que queria agora era falar. "acho que nunca ninguém um dia vai me beijar, pra ser sincera. ainda mais desse jeito."
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"às vezes eu tenho medo disso. você sabe, eu sou eu. eu confio em mim, e eu sei que não preciso de ninguém pra... pra me certificar de mim mesma." ela encarara kenny mais uma vez na noite, buscando silenciosamente o apoio que geralmente encontrava naqueles olhos claros com uma coragem forjada pelo álcool. sim, apoio, pois ela nunca buscara essa confirmação da própria sentença, até porque sabia que ele sabia que não era verdade. mishti era afoita por aprovação. ambos só fingiam não perceber, na maior parte do tempo. e era por isso que ele parecia tão bem naquela camisa, mas ela parecia tão pequena dentro de seu próprio corpo. "mas às vezes eu também só quero que alguém olhe pra mim e me mostre que não é tão difícil assim gostar do que eu sou ou pareço ser. não devia ser tão difícil." os olhos estudaram novamente as feições atentas do sawyer. os olhos de avelã pareceram se demorar um pouco mais nos lábios finos, provavelmente despreparados para responder algo. ele podia ter tudo. ele podia ter tudo com aquele rosto bonito, e aquelas palavras doces, e aqueles sorrisos aconchegantes. ele podia ter ela. ele podia... "não parece mais tão difícil pra você, não é?"
kimberly channing era uma garota muito bonita, e beirava até o suportável, considerando que outras de seu grupo sabiam ser terríveis. a loira não chegava a ser maldosa, só era chata. e que não o entendessem mal: nada tinha contra vaidade, ou assuntos femininos, ou qualquer comum motivo para um garoto da sua idade julgar o sexo alheio. ele afinal tinha irmãs o suficiente para não somente estar acostumado, como imerso naquele mundo (até demais, dizia seu pai). e mishti, ha, era uma das garotas mais vaidosas, fofoqueiras, e qualquer outro estereótipo feminino que conhecia. o ponto era que kimberly era sem graça. sem sal. mishti podia gastar o mesmo tempo que a moça em frente ao espelho, se importar com fofocas de celebridades tanto quanto ela e ter se arrumado para o baile por longas horas tal qual a jovem popular. mas sua amiga era algo além. mahajan era uma força da natureza. sempre curiosa, sempre agitada, sempre esperta. faminta. faminta por atenção, faminta por conhecimento, faminto por sucesso. faminta por conquistar o mundo. e kenneth não tinha dúvidas de que o faria. havia começado muito bem, conquistando o loiro por completo. então sim, kimberly channing era uma garota muito bonita, e alguns de seus colegas se perguntariam como ele tinha coragem de abandonar a mais cobiçada jovem da escola. mas ele sequer precisou pensar muito para estar ali. era simplesmente óbvio. queria estar junto dela. a risada de mishti, contrastando com as lágrimas que caiam dos grandes olhos brilhantes e úmidos, deixavam claro que havia escolhido o certo. "é, eu sou mesmo um cara incrível" concordou, em tom brincalhão. era o único tom capaz de sair em palavras tão positivas dedicadas a si mesmo. kenny era um rapaz maravilhoso e um ótimo amigo, mas deixava a desejar no quesito confiança. tanto que se retraiu imediatamente ao ouvir a aposta alheia sobre quem seria o rei do baile. ha! até parecia que ele poderia ocupar tal cargo (por mais irrelevante que fosse na vida real, longe do reino do ensino médio). era engraçado. kenneth nunca havia desejado ser bonito. havia sim desejado caber em suficientes padrões para que aqueles que atormentavam seus dias o deixassem em paz, mas nunca havia almejando tanto mais que isso. ser popular, então? menos ainda. se via, porém, desejando ser o mais bonito para alguém.
alguém que estava chorando por não ter ido ao baile com logan marshall.
espantou o pensamento o mais breve que pôde, enciumado. até desejou que naquela noite, seu nome fosse anunciado como primeiro colocado pela coroa. apenas para roubar algo daquele que parecia ter roubado algo seu. sorriu sozinho, em resposta aos pensamentos. seu? ela não havia se arrumado para ele. que bobagem.
"bem, o básico funcionou muito bem." concordou por fim, receoso em perder a linha de suas palavras. queria dizer que ela estava sensacional. não, que ela era sensacional. apertou os lábios um contra o outro, como se houvesse real perigo das palavras lhe escaparem, rebeldes. é, precisaria se distrair com as cervejas logo. "titanic é um clássico!" argumentou, falsamente ofendido, e deixou-se ser puxado casa a dentro. já conhecia bem a casa para andar sozinho, mas não fez menção de soltar a mão macia da sua. no quarto, não tardou a focar na procura por um filme e acabou encontrando o que julgou uma ótima opção. e nada, nadinha intencional. após colocar o DVD no aparelho, tirou o paletó e jogou na cama da garota, sentando-se ao lado dela em seguida ali no chão mesmo, enquanto os créditos iniciais de Diário da Princesa começavam. abriu duas latinhas de cerveja, entregando uma a ela, com um sorriso de quem havia acabado de chegar em uma festa, e não saído de uma. “pronto. algo mais alegre, para a princesa”
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mahamish · 1 year
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  —  ✿   JANHVI KAPOOR. click the source to get access to #115 gifs of janhvi kapoor in the movie Dhadak. janhvi is indian, and born in 1997, so please cast her accordingly. all gifs were made by me from scratch, please do not edit, repost or claim them as your own. please like or reblog if you found this helpful ! content/trigger warning: guns.
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mahamish · 1 year
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"i've still got something left to prove, prove that there's nothing i won't do, do what it takes so i can bring you back again. all my life, you're the one thing that's always been real. i’m gonna follow my heart right back to you. you’re the one thing i can’t stand to lose."
ela tinha uma passagem de avião e um objetivo.
no passado, mishti costumava ser uma pessoa que constantemente pensava muito mais com o coração e a imaginação do que com a razão, dada a urgência pela vida emocionante que sempre achou que deveria viver. frequentemente sonhara com grandes histórias de amor e os dramas dignos de tramas envolventes reservadas para sua vida adulta, pois não podia acreditar que o resto de sua existência seria condenado ao desenrolar de um caminho medíocre onde não haveria ninguém para amar quem ela era incondicionalmente. era triste pensar que poderia ser assim, então prometera a si mesma que seu futuro seria totalmente diferente da época da escola.
com o tempo, as promessas foram deixadas no sótão da casa na california. a maturidade e a realidade bateram como um caminhão na jovem cheia de sonhos e obstinação, e o objetivo de viver uma vida e um amor extraordinário foi sendo reconfigurado à medida em que suas metas iam sendo alcançadas. não arranjou um namorado no primeiro ano da faculdade? sem problema, fora a aluna destaque dos dois subsequentes. ninguém fizera nenhuma loucura de amor por ela quando ela precisara mudar-se para londres aos vinte e cinco? besteira! havia acabado de conquistar um cargo importante num portal midiático. a maior parte de seus contatos e affairs estavam entrando em relacionamentos sérios, enquanto não se encaixava com ninguém nem se tentasse? ora, ela também estava comemorando os milhares de seguidores nas redes sociais — algo que certamente inflou o ego e alimentou a alma da jovem mishti mahajan de dezesseis anos que lutava para ser aceita entre as pessoas. as emoções pelas quais sempre definhara chegaram em forma de realizações profissionais e pessoais, jogando para escanteio muito do que seu eu romântico havia criado anos atrás. ela era bonita, era competente, era bem quista e era incrível. logo, um de seus planos mais importantes poderiam ser postos em prática. o que mais poderia querer?
nada estava dando errado em sua opinião, até que deu. a notícia do noivado de kenneth abalou profundamente o que sobrara da menina que secretamente acreditava em contos de fadas em seu interior, porque o sawyer era provavelmente a lembrança mais bonita que existia dentro de sua memória. não porque o amara na adolescência; independente de namoros e casos e paixões da atualidade, kenneth sempre seria seu primeiro amor e isso sempre seria importante. o fato era, ainda o amava, e isso havia sido a coisa mais constante em sua vida desde então. era, de fato, um amor reprimido e um amor secreto, brando, violento, latente e enérgico, como a variação das estações durante um ano inteiro, mas sempre presente. às vezes lembrado com carinho, às vezes lembrado com saudade e, na maior parte das vezes, lembrado com arrependimento por não ter coragem de fazer nada sobre. e agora, mais do que tudo, havia se tornado um amor ameaçado pelo futuro que o loiro escolhera para si.
e foi esse amor, explodindo pelo pavor da perda, que foi responsável por abrir a jaula da jovem mishti passional dos anos dois mil, obrigando-a a não raciocinar direito, forçar uma transferência para os EUA em seu trabalho e comprar uma passagem só de ida para casa. tudo porque perder kenny, depois de tantos anos quieta, era algo inaceitável. veja bem, ele nunca ficava muito tempo junto a alguém; se não ele, elas cansavam-se rapidamente da relação. mishti sempre contara muito com a habilidade do sawyer de mostrar-se romântico o suficiente para espantar as mais "independentes", mas evasivo e leal à amizade deles o bastante para decepcionar as mais apaixonadas. e convenhamos, mesmo que considerada egoísta e cruel, ela tinha orgulho de ser uma pedra no sapato na maior parte do tempo. mesmo de longe, era como se certificasse de que elas soubessem que eram menos importantes do que era para kenny, mesmo que simplesmente apenas ocupasse o posto da melhor amiga.
mas kenny noivara. e isso não era nada normal. nunca chegara a esse ponto, não o seu kenny. não o kenny que atendia chamadas de áudio às duas da manhã se ela ligasse em uma emergência-não-tão-urgente-assim sobre não saber o que fazer em um evento no dia seguinte e estar surtando. não o kenny que sempre reservava um momento do dia do próprio aniversário para que comemorassem sozinhos por chamada de vídeo, cada um com um singelo bolinho e chapeuzinhos de festa. não o kenny que enchia de comentários suas postagens mais mal planejadas e programadas, apenas pra que ela não sentisse que fracassara no engajamento. por isso, estava chocada com a audácia de cassandra, a tal namorada de um ano do sawyer, e com a coragem de provavelmente ter feito uma amarração das boas com ele. se ela tivesse usado a simpatia do cuspe... não responderia por si. arrancaria a língua gigante da boca daquela piranha magricela.
mas mishti era mishti e, por mais que cassandra fosse um demônio de primeira classe mimado pelos pais, a própria mahajan era o próprio diabo quando decidia que queria algo. podia estar atrasada por ter esperado tanto o momento perfeito pra dizer algo, mas ainda tinha chance de reaver a oportunidade. era por isso que se encontrava informando toda a sua situação atual para um senhor de cabelos grisalhos e terno marrom que sentara ao seu lado no avião — sobre o qual qualquer um afirmaria com certeza que não deveria estar entendendo muito bem o motivo de uma mulher contar pelos últimos quarenta minutos toda a vida amorosa pra ele — e que bem, a acompanhava e escutava com certo pavor pela exposição desnecessária (mas também trazendo na expressão uma estranha curiosidade sobre os tais kenneth e cassandra enquanto bebia uma xícara de chá). podia ser irritante e também podia não saber quem eram esses seres humanos, mas ainda assim, a fofoca estava mostrando-se um pouco mais interessante que truque de mestre 2 passando na programação do avião.
"e é por tudo isso que eu estou aqui hoje. eu larguei tudo pra vir atrás desse homem! e eu vou trazer ele de volta pra mim. juro por deus, ou meu nome não é mishti. é a minha única oportunidade de ser feliz de verdade, você não acha?" ela perguntou, claramente emocionada com o próprio plano nesse episódio decisivo de sua vida ao encará-lo com as orbes chocolate tão brilhantes que talvez o pobre homem nem conseguisse encontrar a tempo uma forma de expressar sua opinião de uma forma respeitosa — sobre, talvez, ela precisar de alguma ajuda psicológica. bem, a morena não realmente parecia estar esperando uma resposta sensata e cabível de toda forma então, mesmo que confuso, achou que o certo (e seguro, caso ela fosse doida) fosse entrar na conversa.
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"eu ach-..."
"eu vou parar esse casamento! é muito óbvio que essa mulher não é a certa pra ele, eu já sei só pelo o que ele me conta dela." ela gesticulava, indignada.
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"é kenneth não seja assim pra lá, kenneth não faça isso pra cá, ela critica ele, limita toda a personalidade e a autenticidade dele, sendo que ele é um homem incrível! ela por acaso tem vergonha dele? se você ama alguém, você não precisa se esforçar tanto pra mudá-lo, não concorda? isso me irrita muito. você não se irrita também?"
"eu acho que eu me irr-..."
"tá vendo? o senhor se irritaria também! ninguém quer ver a pessoa que gosta tendo as asas podadas por uma megera que não merece todo o amor que recebe!"
"sim, isso eu concordo, mas você tem cert-..."
"é isso aí. o senhor tem razão. estou decidida. eu vou acabar com esse casamento e fazer ele enxergar que eu sou a pessoa certa. eu sempre fui. eu só demorei um pouco pra perceber que preciso fazer isso rápido."
"eu-... eu tenho razão. eu tenho razão? eu–..." para a infelicidade do pobre homem que não pudera nem mesmo concluir os próprios pensamentos, o pouso havia acabado de finalizar, liberando o desembarque para que os passageiros começassem a sair. a morena, às pressas, apertou feliz a mão de seu ouvido de penico e a balançou em despedida, contente por estar certa todo esse tempo.
"sim! é isso mesmo! você não acha que isso é o destino? claro que é. obrigada por me ajudar a enxergar isso! agora me deseje boa sorte, eu tenho um homem pra recuperar! adeus, senhor poltrona 34!"
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ela saíra da sala de desembarque com o coração na mão. em todas as eventuais voltas para os EUA, nunca estivera tão ansiosa e nervosa para encontrá-lo quanto naquele momento. mal podia esperar para ver seu rosto, e tinha certeza que logo iria pois não importava se avisava um dia ou um mês antes, ele sempre chegava para buscá-la, toda santa vez. puxava a mala enorme o mais rápido que podia pelo chão liso do aeroporto mas, quando o sawyer finalmente entrou em seu campo de visão, todo o esforço foi jogado ao léu e mishti não fez menos do que largá-la no meio do caminho para correr na direção do loiro. por alguns minutos, apenas a felicidade em reencontrá-lo superou toda a motivação por trás de sua viagem, e tudo o que ela pode pensar era o fato de que estava abraçando novamente uma das pessoas mais importantes de sua vida, fosse um amor ou não. eram nesses momentos, em que ela se jogava contra o corpo quente e enorme de kenneth num abraço apertado, que a mahajan percebia o quanto fazia falta no seu dia a dia em londres. sentia tanta saudade dele quanto sentia do sol da california. ou mais.
"você veio!" o tom fino e surpreso invadira a voz doce de mishti, muito embora não devesse ser uma surpresa. ela simplesmente havia pulado em cima de kenny no meio do aeroporto, pendurando-se pelo pescoço e firmando-se com as pernas em volta de seu quadril sem se importar com os olhares, ou com o fato de que claramente não era um comportamento tão comum para dois amigos. "meu deus, eu senti muito a sua falta!" comentou, num choramingo sincero quanto o perfume dele invadiu até mesmo sua memória olfativa. não o abraçava há três anos, quando fora ele a visitar londres, mas da forma como falara, até mesmo parecia que não haviam feito uma chamada de vídeo há uma semana atrás. "olha pra você! olha pra você. você não sabe o quanto senti saudade desse rosto." assim que afastou-se um pouco do grude para olhá-lo, as mãos pararam na face do loiro, enquanto ela parecia estudá-lo com um sorriso genuíno antes de encarar as orbes claras. pareceu dar-se conta do exagero quando percebeu que o contato visual e a intimidade exacerbada pareciam estar passando um pouco dos limites por parte dela. apesar de gostar dele e claramente ter chegado lá com segundas intenções, kenny ainda era seu amigo e um homem formalmente compromissado. isso lhe arrebatava como um empurrão da escada. aos poucos praticamente desceu de seu colo, contentando-se, por agora, apenas em segurar sua mão. "você tá com esse fim de semana livre? eu sei que eu tenho que deixar as coisas no novo apartamento, mas-... mas eu queria... eu tenho que ver minha família também! mas eu queria passar um tempo com você. parece que a gente não se vê de verdade há mais de um milhão de anos."
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mahamish · 1 year
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mahamish · 1 year
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LA LA LAND (2016) dir. Damien Chazelle
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mahamish · 1 year
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gabsverse​:
kenneth não atribuía todo seu conhecimento sobre mishti apenas aos tempo de amizade. o fato era que a indiana não era bem discreta ou misteriosa, muito pelo contrário. era necessário quase que um tremendo esforço para não saber exatamente o que ela pensava, queria ou fazia. qualquer um que quisesse conhecê-la poderia muito bem o fazer — e oh, ninguém queria tanto quanto ele. tanto tempo de fato observando a moça o permitia reconhecer de imediato o olhar aliviado, triste e agradecido que os enormes olhos escuros lhe direcionavam conforme a mais baixa se levantava da pequena escadaria. quando deixara o baile, kenny não esperava uma reação específica. não esperava que ela se sentisse agradecida por sua presença, ou lisonjeada, ou sequer animada, de modo geral. só sabia que precisava conferir se mishti estava bem, e garantir que ficasse, caso a resposta fosse negativa. um sorriso imediatamente despontou nos lábios finos do rapaz, enquanto a outra andava em sua direção, surpreendentemente não tropeçando já que parecia correr quase que necessitada. e sinceramente, receber aquele abraço preencherá seu coração de uma maneira que nem mil kimberlys poderiam proporcionar. ele tendia, claro, a ser mais emotivo que a amiga de modo geral. ainda sim, considerando que ela era quem estava ali em uma situação vulnerável, ponderou melhor as próprias palavras. não queria deixá-la envergonhada diante de toda aquela situação com algum discurso exagerado sobre aquela noite. “infelizmente, não venho com tão boas notícias” brincou de volta. claro que não desejava o mal a kimberly channing momento algum, quem dirá em forma de balde com sangue de porco. logan, por outro lado… a pergunta seguinte, no entanto, rendera um erguer curioso das sobrancelhas do loiro. que mishti era um ser que necessitava de atenção, sabia bem; mas suas palavras pareciam de algum modo esconder uma carência pouco vista por ele até então. não era que ela estivesse precisando ser importante pra alguém… parecia que precisava ser importante para ele. nah! ela só estava chateada por ser desprezada pelo jogador de futebol idiota. era isso. “e você acha por um segundo que o baile seria minimamente divertido sem você? sinceramente, parecia um enterro” e a frase podia ser uma inverdade, mas não uma mentira. isto é; claro que o baile seguia tão divertido quanto o proposto a maioria dos alunos, mas a colocação era tão verdadeira para kenneth quanto a claridade do dia. “seu cabelo está diferente” comentou, sem fazer o menor esforço para se afastar dos braços pequenos que o rodeavam naquele abraço. podiam ser muito próximos, mas toques duradouros e intensos como aquele não eram exatamente a coisa mais comum na dinâmica dos dois. “está lindo. quer dizer, você esta sempre bonita, mas… hoje está realmente linda. parece uma princesa” e ah, talvez algum valentão idiota dissesse o contrário, e quem sabe alguma garota popular julgasse seu penteado ou sua escolha de vestido. mas naquele momento, não havia garota mais bonita no mundo para kenny. “então a nossa festa vai ser aqui na entrada mesmo? porque eu pensei em levarmos esses bad boys pra assistir algum clássico” e com clássico queria dizer alguma comédia romântica dos anos 90
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a resposta rápida e cúmplice de kenny arrancou da mahajan o primeiro riso da noite após descobrir que havia sido humilhada. os olhos marejados que ainda o encaravam estreitaram-se brevemente com o sorriso que lhe oferecera, recobrando um pouco da felicidade e da positividade que mishti tentava manter todos os dias. mesmo que por vezes não fosse o cara mais eloquente do mundo, o sawyer geralmente sabia o certo a lhe dizer no momento certo. queria ignorar o que aquela resposta significara para suas intenções anteriormente pouco puras. ela sabia que ele não estava seguindo o seu raciocínio, pois ela mesma estava sendo iludida pelas expectativas descabidas. mishti sempre seria uma amiga para o recém-condecorado-senhor-popular. “você é realmente fiel, sawyer. até mente pensando no melhor pros outros.” comentou divertida. não era a intenção fazer com que ele se sentisse mal. pelo contrário, agora sentia-se culpada. “mas olha, independente da qualidade do baile, eu apostaria em você se me perguntassem quem ganharia a coroa essa noite. tenho certeza que isso poderia ter acontecido. ainda mais ao lado dela. vocês iam parecer, sei lá... o príncipe william quando mais jovem e menos careca e a esposa dele toda classuda com os trinta e nove quilos dela.” a morena afirmou, mordendo o inferior ao encará-lo e lembrar-se novamente do quão egoísta e ciumenta estava sendo até o momento. precisava mesmo trazer isso? ainda que estivesse num misto de sentimentos, não foi capaz de evitar a quentura do rosto ao ouvir os elogios de kenny, mesmo querendo transparecer confiança à todo custo. “a-ah, você achou? obrigada. foi fácil. quer dizer, você sabe. spray de cabelo, presilhas, um pouco de maquiagem, alguns patches pra estilizar o vestido, o básico.” sim, um básico de três horas.
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mishti soltou kenneth aos poucos, temendo falar bobagens enquanto sentia o quentinho do corpo dele. já estava abraçada nele há muito tempo, e provavelmente já estava começando a ficar estranho pra ele. deu graças a deus que o loiro trouxe a ideia de ver alguma besteira no dvd, assim poderiam voltar à base. “tá bom. dessa vez eu deixo você escolher. ficaram alguns dvds seus aqui em casa... mas pelo amor de deus, não escolhe nada triste. eu não aguento mais titanic.” resmungou, pegando a mão livre dele e puxando para dentro de casa. sua irmã era a única presente no momento, e estava no quarto, então cuidando o caminho ao olhar para todos os lados, fez um sinal de silêncio para guiá-lo até seu quarto escada acima. até parecia que iam fazer coisa errada. mishti não evitou o pensamento e mais uma vez teve de afastá-lo. por que era tão idiota? fechou a porta devagar, começando a ligar a tv na mesa baixa e o aparelho de dvd no chão. entregou a pilha de caixinhas com os cds pertencentes ao rapaz para que ele escolhesse o filme dentre seus favoritos, enquanto sentava-se no chão, escorada à cama ao que o encarava. se não conseguia nem mesmo tirar os olhos da feição contente dele, imagina conseguir deixar de admirar o conjunto todo. "escolheu?”
se perguntassem ao kenneth do início do colegial como ele via sua noite do baile, a resposta era simples: não via. afinal, naquela época, os filmes de comédia romântica que tanto amava lhe haviam ensinado que garotos que pareciam como ele não tinham um final feliz. que piada esquisita do universo então que de repente — algo entre o final do segundo ano, e o começo do terceiro —, que a puberdade lhe tivesse atingido como um tijolo. não; como uma bomba atômica. claro que era impossível que tivessem acontecido tantas mudanças do dia para a noite, mas de certo havia sido repentino o suficiente para que sua cabeça não conseguisse acompanhar a transformação física. de repente, os garotos que tanto faziam sua vida um inferno, agora o chamavam para festas, e as garotas que o ignoravam agora pareciam rósea-lo e arrumar desculpas para sentar com o rapaz no intervalo. no início, presumiu que aquela mudança de comportamento se tratava de alguma espécie de pegadinha bem elaborada, mas eventualmente aceitou seu novo status. mesmo assim, costumava tentar evitar os convites para festas e reuniões; mishti era quem lidava bem sendo o centro das atenções, não ele. inclusive era pela amiga que havia feito as poucas aparições nas tais festas, talvez porque ela pensasse que se fosse vista vezes o suficiente pelos populares, a aceitassem como uma deles. kenneth duvidava, até porque qualquer um deles jamais chegaria aos pés da sua amiga.
foi após uma daquelas festas sem graça que kimberly channing o havia convidado para o baile. e ele teria dito não, se mishti não tivesse dito que era uma ótima oportunidade para que ela convidasse logan marshall, assim ambos iriam acompanhados dos mais cobiçados formandos. fora um balde de água fria na sua ideia original de convida-la, em um ímpeto repentino de coragem interrompido pelo maldito bilhete em seu armário assinado em tinta rosa com as iniciais k.c. agora lá estava ele, no salão decorado, ao lado da loira que usava um longo vestido verde escuro de paetês e dizia como era divertido que haviam conseguido batizar o ponche. após analisar os arredores pelo que devia ser a décima vez, finalmente avistou logan… acompanhado de martina loyola. ora essa, e mishti? kenneth costumava ser mais sensível e delicado que aquilo, mas não teve escolha senão deixar kimberly para questionar o paradeiro da melhor amiga ao capitão de futebol. cuja resposta (“quem é mishti?”) o fizera saber que definitivamente a garota não apareceria por ali. fazendo a delicadeza de inventar uma emergência familiar, kenny abandonou a formatura e foi direto para a casa da amiga. a imagem da moça sentada na escadaria em frente à porta só não havia sido o maior soco no estômago porque estava ocupado demais admirando o que era provavelmente o look preparado para o baile. “ei” disse alto, chamando atenção da morena conforme se aproximava. “ia roubar um pouco de ponche batizado mas não confio na inspeção de qualidade. então eu parei numa conveniência no caminho e consegui essas cervejas” ergueu o pequeno fardo de seis cervejas para que ela o visse. “não pedirem minha identidade até que compensa a quantidade de vezes que eu bato a cabeça na porta”
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mahamish · 1 year
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ele definitivamente não vira. por que viria depois de dizer que convidá-la fora só uma forma de fazer com que kimberly channing conseguisse o que queria? afinal, logan ganharia algo com isso no futuro, certamente ela poderia compensá-lo de várias formas – e de preferência, com o que tinha em meio às pernas. sentia-se usada por ter virado apenas uma ferramenta nas mãos de alguém com quem por vezes sonhava ou, pelo menos, sonhava com o que representava. mishti não sabia mais. tudo o que sabia era que estava afogando-se em autocompaixão nas escadas da porta da frente, esperando-se sabe lá pelo o quê. uma fada madrinha, quem sabe, mesmo que contos de fada não existissem – ou, mesmo que existissem, não encaixassem na vida de uma garota que aspirava com todo seu ser virar uma protagonista mesmo fadada a ser pra sempre uma mera coadjuvante. apesar da forma como estava magoada, pensou em kenneth. ele embarcara naquela por sua causa, perguntava-se se ele estava bem, e se estava se divertindo. se ele tinha um grande sorriso no rosto, como quando estava em sua companhia. o misto de sentimentos embaçou seus olhos mais uma vez ao perceber que, mesmo querendo que seu melhor amigo estivesse aproveitando, também queria que não. que ele sentisse sua falta e perguntasse onde sua morena de olhos enormes estava, e que talvez não pudesse se divertir sozinho com kimberly channing. pensava tudo isso enquanto seu vestido azul escuro arrastava nas pontas dos dedos dos pés ao que se curvava para abraçar seus próprios joelhos. recusava-se a chorar, pois chorar demarcaria seu ciúme descabido que nem sabia de onde tinha saído. ela não tinha esse direito. entretanto, e pelo visto, tudo estava correndo em direção ao seu desmoronamento. a imagem de kenny em sua frente parecia uma miragem, que inclusive lhe rendera uma expressão ridiculamente confusa, como se não estivesse esperando por isso como a grande egocêntrica que era.
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um príncipe. kenny parecia um príncipe por inteiro. ele nunca estivera tão bonito em seus olhos, e não era só pelo visual impecável. era a forma como ele estava parado ali. era isso o que queria, não era? que ele viesse. que kenneth se importasse mais com ela do que com todo o resto. então por que sentia como se fosse explodir em lágrimas por causa da culpa de ter desejado tanto? por que tinha que ser tão egoísta sobre ele? mishti odiava chorar na frente de qualquer um, mas dessa vez esconder do sawyer estava sendo uma tarefa quase impossível. ela levantara meio desengonçada por causa da roupa, apressando-se numa corridinha para abraçá-lo ao passar os braços pelo tronco do rapaz. permaneceu alguns segundos assim por tentar recompor-se antes de levantar o rosto pra falar com ele. “você é muito útil às vezes, sabia, sawyer?” a morena fungou. era hora de voltar. “se você disser que o baile virou um funeral porque o logan morreu eletrocutado e derrubaram um balde de sangue de porco na kimberly channing, deixo você ficar com uma lata minha.” comentou, olhando pra cima para encarar o rosto do loiro. “e se disser que eu... e se disser que não ia ser a mesma coisa pra você sem a minha presença lá, eu...” o que faria? o que realmente faria? o que realmente poderia? ela arrependeu-se mesmo antes de tentar. ela já tinha levado foras o suficiente naquele dia. “eu deixo você ficar com mais uma.”
se perguntassem ao kenneth do início do colegial como ele via sua noite do baile, a resposta era simples: não via. afinal, naquela época, os filmes de comédia romântica que tanto amava lhe haviam ensinado que garotos que pareciam como ele não tinham um final feliz. que piada esquisita do universo então que de repente — algo entre o final do segundo ano, e o começo do terceiro —, que a puberdade lhe tivesse atingido como um tijolo. não; como uma bomba atômica. claro que era impossível que tivessem acontecido tantas mudanças do dia para a noite, mas de certo havia sido repentino o suficiente para que sua cabeça não conseguisse acompanhar a transformação física. de repente, os garotos que tanto faziam sua vida um inferno, agora o chamavam para festas, e as garotas que o ignoravam agora pareciam rósea-lo e arrumar desculpas para sentar com o rapaz no intervalo. no início, presumiu que aquela mudança de comportamento se tratava de alguma espécie de pegadinha bem elaborada, mas eventualmente aceitou seu novo status. mesmo assim, costumava tentar evitar os convites para festas e reuniões; mishti era quem lidava bem sendo o centro das atenções, não ele. inclusive era pela amiga que havia feito as poucas aparições nas tais festas, talvez porque ela pensasse que se fosse vista vezes o suficiente pelos populares, a aceitassem como uma deles. kenneth duvidava, até porque qualquer um deles jamais chegaria aos pés da sua amiga.
foi após uma daquelas festas sem graça que kimberly channing o havia convidado para o baile. e ele teria dito não, se mishti não tivesse dito que era uma ótima oportunidade para que ela convidasse logan marshall, assim ambos iriam acompanhados dos mais cobiçados formandos. fora um balde de água fria na sua ideia original de convida-la, em um ímpeto repentino de coragem interrompido pelo maldito bilhete em seu armário assinado em tinta rosa com as iniciais k.c. agora lá estava ele, no salão decorado, ao lado da loira que usava um longo vestido verde escuro de paetês e dizia como era divertido que haviam conseguido batizar o ponche. após analisar os arredores pelo que devia ser a décima vez, finalmente avistou logan… acompanhado de martina loyola. ora essa, e mishti? kenneth costumava ser mais sensível e delicado que aquilo, mas não teve escolha senão deixar kimberly para questionar o paradeiro da melhor amiga ao capitão de futebol. cuja resposta (“quem é mishti?”) o fizera saber que definitivamente a garota não apareceria por ali. fazendo a delicadeza de inventar uma emergência familiar, kenny abandonou a formatura e foi direto para a casa da amiga. a imagem da moça sentada na escadaria em frente à porta só não havia sido o maior soco no estômago porque estava ocupado demais admirando o que era provavelmente o look preparado para o baile. “ei” disse alto, chamando atenção da morena conforme se aproximava. “ia roubar um pouco de ponche batizado mas não confio na inspeção de qualidade. então eu parei numa conveniência no caminho e consegui essas cervejas” ergueu o pequeno fardo de seis cervejas para que ela o visse. “não pedirem minha identidade até que compensa a quantidade de vezes que eu bato a cabeça na porta”
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mahamish · 1 year
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mahamish · 1 year
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mahamish · 1 year
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MISHTI MAHAJAN | MISH, MIMI, MAHAJAN, MM's | 160CM; 55KG | AVALON, CALIFORNIA | COLUNISTA/CRIADORA DE CONTEÚDO DE VIDA E ESTILO DA FRIDA | HETEROSSEXUAL | 30 ANOS | + CONFIANTE, + CARISMÁTICA, + DETERMINADA, + INTELIGENTE, + DINÂMICA | - TEIMOSA, - EGOCÊNTRICA, - IRRITADIÇA, - APEGADA.
🏵️ mishti nasceu no seio de uma tradicional família indiana. seu pai sempre soube que ela daria trabalho. o combo de carisma + explosividade + confiança foi uma combinação certeira e suficiente para que as asas da caçula dos mahajan crescessem mais rápido, dando dor de cabeça à família que sempre pediu aos céus uma filha que, se não fosse recatada o suficiente pra casar, ao menos fosse uma acadêmica. ainda assim, mesmo à contragosto dos pais e demais familiares, mishti era brilhante e vibrante aos olhos dos demais, não estando disposta a abrir mão de seu disso. sendo o terror da pracinha, organizava e mandava em toda e qualquer brincadeira, o que a fazia colecionar pequenos seguidores, tal qual uma heroína – importante o suficiente para afugentar com pelo menos um soco na cabeça a maioria dos pequenos valentões que incomodavam kenneth, seu melhor amigo. ela sempre tivera grandes planos, como por exemplo, o de ser uma apresentadora famosa e, certamente, viver com seu amigo kenny pelo resto da vida em nova york, como via na maioria dos filmes e séries. 
🏵️ à medida que a garota ia crescendo, seus sonhos também começavam a tomar uma forma mais nítida. mish gostava de moda, beleza e, como quase toda garota, a cultura pop tão diferente do que sua família trazia na bagagem de bangalore. começara a definir seus objetivos com mais cuidado, focando no que melhor sabia fazer na escola: falar e escrever. ser vista, pois tudo o que queria era se encaixar. o problema era que tentava o máximo possível seguir tendências ocidentais da época, mesmo que muitas vezes estas não se aplicassem em uma beleza como a dela. como qualquer adolescente, queria viver uma vida cheia de aventuras ainda jovem, o que a fazia constantemente se meter em encrencas e frustrar-se por não ter os resultados desejados – afinal, nem ela e nem kenneth realmente haviam sido os pré-adolescentes e adolescentes padrões e belíssimos dos filmes e seriados que tanto gostava, e além de muitas vezes considerados brega, também não eram as pessoas mais populares da escola. isso por vezes minguava sua fonte de confiança, tão infinita quando criança. tudo o que ela queria era que a reconhecessem, mas em muitos momentos de sua adolescência, tudo o que desejou foi apenas desaparecer. 
🏵️ entretanto, todo sofrimento tem seu alívio. mishti tinha, em sua mente dramática de adolescente, que poderia perder tudo na vida, mas sempre teria kenneth. o loiro com toda sua lealdade e personalidade inocente era capaz de iluminar o dia mais obscuro de uma jovem triste – por mais que muitas vezes a irritasse com sua positividade cega. ela sabia que era pra casa dele que poderia correr com a bicicleta se tivesse um dia ruim, pois se enfiaria no quarto dele e passariam o resto da tarde juntos jogando, ou conversando, ou lendo juntos, rindo de bobagens ou simplesmente fazendo nada. o sawyer a entendia melhor do que ninguém, e nunca criticava qualquer ataque de megalomania que a mahajan pudesse ter em seus surtos hormonais e imaturos. na realidade, provavelmente eram quem mais acreditava em seu potencial, e por isso sempre foi muito grata a ele.
🏵️ isso fez com que várias vezes mishti acabasse vendo-o de uma forma diferente, o que era bastante perigoso para a amizade que mantinham. a mudança física violentamente rápida e desproporcional que fez com que kenneth saísse de seu patamar de nerd gordinho e pulasse direto pra categoria adolescente muito atraente da tv também foi perigosa e dificultou muito a vida da jovem, em todos os sentidos. kenneth, no terceiro ano, havia virado um homem simplesmente requisitado por todas as garotas do ensino médio, enquanto ela ainda se achava um pato horrendo sem a mínima possibilidade de se tornar um cisne. assim que chegou à conclusão de que realmente gostava do loiro, também soube que nunca poderia realmente se declarar a ele. não quando ele já tinha o resto do mundo em sua mão, e ela corria o risco de perder o melhor amigo por meio de uma humilhação desnecessária.
🏵️ mas mishti ainda tinha seus sonhos. seus sonhos e as promessas feitas na noite de uma de suas piores memórias enquanto adolescente, ainda que também a melhor delas – e tudo isso por causa dos lábios do sawyer. despedir-se dele na época em que tiveram de se separar para traçarem caminhos diferentes em universidades distintas fora bastante difícil, mesmo mantendo contato online frequente. mas tinha fé. ela pensou que em treze anos, sua vida estaria feita depois da faculdade. pensou que em treze anos, iria calar a boca de todos que riram de sua cara no passado, e que estaria desfrutando do emprego dos sonhos. também pensou que em treze anos, apareceria na frente de kenneth como a mulher mais bela que ele veria em sua vida inteira, e finalmente teria a confiança para conquista-lo e cobrá-lo sobre o trato que fizeram quando chegassem aos trinta, pois realmente levara tudo muito a sério. e aos trinta, lá estava ela com quase tudo encaminhado: um bom emprego em uma revista de prestígio, ascendendo como personalidade pública e, finalmente, bela como sempre quis ser. ela só não contava com o convite do casamento dele. uma transferência de filial e um vôo de londres para a califórnia nunca demorou tanto.
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mahamish · 1 year
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