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Crônica da semana: UM GRANDE CATALÃO Costumo sempre fazer uma crítica nas minhas crônicas, seja no âmbito social, político ou até mesmo religioso, mas hoje vou fazer diferente, hoje eu vou fazer um elogio. Essa grande personalidade que eu admiro muito é um gigante no mundo da arte: Antoni Gaudí. Catalão, o arquiteto Antoni Gaudí fez as mais belas de suas construções em Barcelona. As características de suas obras são referências ao Neogótico, barroco e técnicas mouriscas, mas principalmente, sua marca não é inspiração em estilos e artistas do passado, e sim, na natureza. Gaudí usava constantemente formas orgânicas em suas construções e dizia que o tronco da árvore e o esqueleto são as estruturas mais resistentes que existem, por isso mesmo não usava as tradicionais colunas retas, mas sempre as produzia com sinuosidade e curvaturas. Com os azulejos trabalhou de uma forma interessante, usando os cacos e criando mosaicos assimétricos, pois a natureza não é simétrica e retilínea, isso é o que traz variedade na natureza. Em “Casa Milá” utilizou sinuosidade horizontal para criar um prédio de esquina que impactou no ambiente da cidade na época, pois as construções eram todas retilíneas. Falando de construções sinuosas talvez remeta às obras de Oscar Niemeyer, mas perto de Gaudí, o arquiteto brasileiro é apenas um garotinho que só tem figurinhas repetidas. Niemeyer só usava as mesmas formas de sempre e como bom cafajeste, se inspirou nas curvas da mulher para fazer suas obras, mas pelo jeito não devia conhecer muitos tipos diferentes de mulher, pois as formas de seus projetos são muito repetitivas, e pra piorar seu histórico, também era comunista. Gaudí também se aproximou de leve do socialismo, mas por questão de arte e se inspirou no estilo Arts & Crafts, estilo que inspirou Gaudí a fazer com que o seu campo de trabalho fosse o próprio canteiro de obra e não o estúdio e também fazendo com que Gaudí, através de suas próprias mãos, criasse algumas peças, assim como um artesão. Felizmente não se aproximou de ideais como produzir objetos baratos e para toda a população e foi a burguesia que incentivou Gaudí na criação de suas obras-primas, e o principal deles foi Eusebi Güel, homem de grande riqueza e cultura que foi o mecenas e grande amigo de Gaudí. Outra inspiração socialista de Gaudí era John Ruskin, mas esse era um dos poucos pensadores socialistas que trouxe algo de bom ao mundo, que Gaudí se inspirou para trazer a lembrança da arquitetura medieval e o trabalho conjunto com artífices e artesão, deixando para Barcelona um legado de trabalho cooperativo. Mas o que mais impressiona em Gaudí é sua espiritualidade e o seu catolicismo doce e gentil, fazendo de sua obra máxima, o “Templo da Expiação da Sagrada Família”, se tornasse um ícone de sua devoção fervorosa. A “Sagrada Família”, que está localizada em Barcelona e é um patrimônio mundial da UNESCO, mas, além disso, é um templo que só de olhar sua fachada podemos perceber a espiritualidade de Gaudí ao criar uma casa do Senhor nosso Deus inspirada na natureza. Suas torres são marcantes com seu mosaico policromado, suas esculturas são de uma leveza divina e a vista geral da fachada desse templo pode se perceber que Gaudí realmente chegou à excelência, mostrando um pouco de suas referências artísticas como estilo gótico impresso em seus arcos ogivais, mas também percebemos sua criatividade única e novas formas, nunca vistas em outro momento da história da arquitetura e que Gaudí criou sem se basear em outras obras arquitetônicas anteriores, copiando apenas da natureza, obra de um único Criador, então sua inspiração veio de Deus, que também é chamado de Grande Arquiteto do Universo. Ao se basear no Arquiteto Supremo para criar sua obra máxima fez Gaudí buscar referências nas rochas naturais, na organicidade, nas plantas, nas árvores e é claro, nos ossos. A “Sagrada Família” foge do minimalismo e das tendências modernas, fazendo com que não haja nenhuma parede completamente lisa, colocando detalhes em cada centímetro dessa construção; a fachada da Natividade é a mais alegre e que mais se destaca por sua exuberância e não parece ser uma construção extática, mas parece estar em movimento, nada melhor para representar o nascimento de Jesus, e que traz esculturas que mostram cenas do nascimento e da família de Jesus. Até mesmo a fachada mais “seca”, que é a da Paixão, mostrando os sofrimentos da crucificação, tem detalhes por toda parte, mas com mais austeridade e mostrando a nudez e dureza da rocha. Na fachada da Paixão Gaudí quis transmitir medo, para transmitir a crueldade do Sacrifício de Jesus, por isso essa fachada é a mais semelhante a ossos e também usa a técnica barroca de luz e sombra, o alto contraste, para causar um efeito visual dramático. Uma das esculturas mais marcantes está localizada no “Portal do Amor”, que é o coração da Virgem Maria, onde Jesus Cristo coroa Maria, sua mãe, rodeados de figuras que se assemelham a pombos e outras aves que saem das paredes em forma de gruta. Por dentro das torres Gaudí fez o efeito que parece o de um caleidoscópio, pois a grande altura e verticalidade, junto com as aberturas encontradas em toda a extensão da torre fazem com que a luz entre gradativamente e assimetricamente, dando um efeito de iluminação fantástico. Mas a iluminação mais fantástica estava na mente de Antoni Gaudí, pois tinha uma inspiração divina e traduzia numa linguagem natural e arquitetônica a divindade, tanto que os catalães querem que Gaudí seja canonizado pelo Vaticano. Antoni Gaudí tinha conhecimentos biológicos, geológicos e até paleontológicos, pois nos elementos visuais de seus projetos nota-se elementos que remetem a folhas, cavernas, grutas, crânios e até mesmo fósseis. As casas “Battló” e “Milá” demonstram bem esse aspecto e olhando para esses projetos se tem a sensação de voltar no tempo e estar numa era jurássica ou paleozóica. Gaudí conseguiu unir ciência e religião, o sagrado e o profano em suas obras, mas ele sabia que tudo tinha uma relação, pois como Gaudí mesmo dizia “os catalães tem um sentido natural do tridimensional, que lhes mostra as coisas como um todo e a relação entre elas”, e Antoni Gaudí foi definitivamente um grande catalão, talvez o maior de todos, ao lado de Salvador Dalí. Esse foi meu elogio e homenagem a esse grande arquiteto, que me inspira com belas obras que parecem não se localizar em nenhuma época precisa, e que trouxe uma estética revigorante para a modernidade. Recomendo a todos que pesquisem sobre suas obras e vejam a beleza de suas obras como “Templo da Expiação da Sagrada Família”, “Casa Batlló”, “Casa Milá”, “Parque Güell”, “Palácio do Bispo”, “Colégio Teresiano”, “Casa ‘El Capricho’” e “Casa Vicens”.
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Crônica da semana: DINHEIRO, FAMA E IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS
Entrarei hoje num assunto delicado, que muitos evitam falar e com certeza eu serei alvo de críticas e elogios. Dou todo o direto de réplica, pois estamos numa democracia, que pode ter bons argumentos ou também ser um monte de baboseira, eu escuto da mesma maneira, mas dependendo do caso haverá a tréplica de minha parte. A Igreja Universal do Reino de Deus é uma religião que cresceu muito, tanto em fiéis, como em patrimônio e também em espaço na mídia. Essa igreja é dona de uma emissora de TV, que é concorrente direta da Rede Globo, tem grandes templos espalhados em quase todas as cidades e tem vários expoentes na política. Mas ao que se deve todo esse sucesso? Primeiro à fama e depois ao dinheiro. A Igreja Universal do Reino de Deus é do movimento chamado neopentecostal, que prega a teologia da prosperidade que dá ênfase ao crescimento econômico do individuo, aos “milagres” e possessões demoníacas. Nessa mesma denominação estão enquadradas a Igreja da Graça, onde o pastor R.R. Soares é cunhado do bispo Edir Macedo, e a Igreja Mundial do Poder de Deus, criada pelo pastor Valdemiro Santiago que já foi bispo da Universal e resolveu fundar uma igreja nos mesmos moldes e mesmas polêmicas. Outra igreja que se enquadra nas chamadas neopentecostais é a Renascer em Cristo, dos pastores Estevam e Sônia Hernandes, que já foram presos nos Estados Unidos por entrarem com dinheiro não declarado naquele país. Falando em prisão, vale lembrar que Valdemiro Santiago e Edir Macedo também já foram presos. O que leva essas igrejas a terem tantos casos judiciais? O mesmo não se vê em igrejas tradicionais, como as metodistas, presbiterianas, adventistas, etc. Mas voltando ao assunto, todas essas igrejas têm em comum os pretensos “milagres”, líderes espirituais midiáticos, a teologia da prosperidade, os holofotes na TV e arrecadação de dízimos. A Igreja Universal do Reino de Deus já esteve em grandes polêmicas envolvendo curandeirismo, ataques às religi��es católica e afro-brasileira (que inclui o caso da santa chutada por um pastor), um caso de abuso sexual, ataques contra a Xuxa e a maior polêmica que me interessa no momento que é a ênfase na arrecadação de dízimos e ofertas. É óbvio que toda religião precisa de dinheiro para se manter e até mesmo para se propagar e no cristianismo está previsto a doação de 10% a Deus, de acordo com a Bíblia. Não sou contra essa arrecadação, pois quem sou eu para me interferir nos dogmas de uma religião, mas também não posso ficar omisso a certos casos que muitos já presenciaram. Toda apelação, utilização da mídia e discursos emocionantes para se obter algo deve ser questionado, seja nas igrejas ou no Criança Esperança. Umas das criticas que o neopentecostalismo recebe é na ênfase da emoção em detrimento dos fundamentos racionais, coisa que faria são Tomás de Aquino, Santo Agostinho e Lutero chorarem de decepção. A Igreja Mundial, que tirou vários membros e pastores da Universal para fazerem parte do seu rebanho, consegue ir um pouco mais além com a apelação com o pastor Valdemiro chorando em suas apresentações. Mas continuando com a Universal, eu tenho alguns familiares que já pertenceram ou pertencem a essa igreja, e assim acabei indo algumas vezes na minha infância e me lembro de algumas coisas, inclusive me lembro de uma vez que presenciei um ritual interessante, que consistia em, andar descalço por uma “estrada” feita de farinha no meio da igreja, do qual o significado eu não sei qual era. Mas bem, como eu sempre vou atrás do que quero saber e tentar entender, essa semana fiz uma visita à Igreja Universal depois de muito tempo. Minha visita foi rápida, mas “edificante”. Quando cheguei já tinha se iniciado o culto, com uma música muito alta e som de bateria muito forte; eu não consigo comungar com Deus em meio a tanto barulho, mas admiro quem consegue, pois deve ter uma atenção muito grande. Logo se começou um período de oração igualmente barulhento e muitas vozes que não se comunicavam entre si, mas tudo isso era para se chegar a Deus, então começou o momento que eu mais aguardava, que era a palavra do pastor. Ele leu um versículo da Bíblia e a partir daí se inicia seu discurso, então eu entendi o que os críticos do neopentecostalismo querem dizer quando se apela a emoção em detrimento da razão, pois o discurso não tinha um seguimento claro, se falava que a vida do crente era ungida e dos benefícios do evangelho na vida das pessoas, depois se falava de espíritos obsessores, depois se falava que a vida do crente é cheia de bênçãos e voltava a se falar dos espíritos obsessores, ou seja, sem seguimento, como se tudo fosse uma improvisação sem querer chegar a objetivo algum; tudo isso com ênfase nas bênçãos que o crente poderia ter em sua vida e na vida miserável de quem não está sob o amor de Deus. Em certos momentos o pastor falava muito alto. Chega-se ao ápice da apresentação, quando o pastor diz “tenho uma bênção sobre você está noite...”, aí ele fala o velho jargão “dai e recebereis”. Ele pede ajuda para a obra de Deus com uma “pequena” contribuição de 10 reais, nesse momento o som dos microfones é abaixado para que talvez não chegasse na rua, e queria que 33 membros fossem a frente fazer sua oferta (33 talvez por causa da idade em que Jesus morreu?). Ele continuava seu discurso repetitivo, falando das bênçãos que recebem aqueles que dão. Passou-se aproximadamente 10 minutos e só 16 pessoas tinham ido à frente do púlpito, percebendo que ninguém mais iria ele começou a fazer uma contagem regressiva e disse que nesse momento Deus tocaria no coração de todos para que fizessem suas ofertas e recebessem as bênçãos. A contagem foi acabando e quando chegou ao número três lógico que ele parou um pouco e falou mais uns dois minutos até zerar a contagem e somente mais duas pessoas subiram no púlpito para fazer a oferta, então ele fala da misericórdia de Deus e pediu para quem quisesse poderia fazer a doação, mesmo que fosse com moedas. Aí quase todo mundo se levantou e eu fiquei meio sem graça por ser um dos poucos a não me levantar, ainda bem que eu estava no fundo, senão eu ficaria mais sem jeito ainda. Cantaram uma música e como vi que já estava acabando o culto sai antes de fininho. Claro que 90% das pessoas que estavam lá dentro eram boas, que buscam Deus de verdade, até mesmo a maioria dos pastores que estavam lá eram bons (pois os pastores passam por um treinamento rigoroso e são ensinados que agir de tal maneira é comum e bom para a igreja), mas por causa de alguns e por causa da cultura e dos dogmas esses atos se tornam comuns dentro das igrejas. Por meio da mídia se propaga esse tipo de doutrinação, arrecadação e até já se tem programas religiosos e cultos especiais para empreendedores que querem prosperar economicamente. O que me deixa mais triste é a falta de espiritualidade desses tipos de cultos atuais e ênfase extrema para a vida material e requisição de bens. A igreja se torna um investimento onde se aplica o dízimo para se obter muito mais no futuro; quando Jesus diz “dai e recebereis” eu entendo que no momento de dar é que já estamos recebendo, pois Jesus não disse “dai e depois recebereis”, como se fosse no sentido que se fazendo a boa ação nesse momento, em outro momento futuro receberemos a recompensa. Quando damos já recebemos, seja no sorriso de quem recebe, na melhora da igreja que passa a trabalhar mais eficazmente por nós e pelos nossos irmãos ou recebemos como uma melhora de nosso caráter e no desapego material para buscarmos o espiritual. Há outras maneiras de dar o dízimo, experimente doar 10% do seu tempo para auxiliar sua congregação ou então em vez de doar somente para a igreja, pegue um pouco do dízimo dê a quem necessita, compre comida e roupas e doe, pois tudo o que se faz a qualquer um destes pequeninos se faz a Deus. A igreja deve incentivar as pessoas a orarem para Deus não como alguém que está desesperado precisando de várias coisas, mas como alguém que quer suas dúvidas esclarecidas, que agradeça pelos pequenos e verdadeiros milagres da vida e que peça o necessário para o seu desenvolvimento. A Igreja não deve ser o templo onde os mercadores falam alto e vendem, mas deve ser um local de estudo e aperfeiçoamento interior, onde não se critica a fé das pessoas de fora da igreja para não promover o medo, a raiva e o orgulho. O dízimo é bom, desde que seja visto como um ensinamento para que se aperfeiçoe o caráter e o crente se desapegue da materialidade, mas como vai haver desapego se o crente dá o dízimo querendo receber em dobro? Por fim, o que se precisa na espiritualidade das igrejas cristãs atuais não é uma teologia da prosperidade, mas de uma teologia da moralidade, para que cada pessoa seja mais ética, consciente, amorosa e verdadeiramente crente. Se pelo menos as igrejas neopentecostais servissem menos a mamon e mais a Deus muitos dos problemas já estariam resolvidos.
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Crônica da semana: TRANS-HUMANISMO
Eu me deparei há algumas semanas atrás com um termo que eu não conhecia: o trans-humanismo. Descobri essa palavra lendo “Inferno”, de Dan Brown e no livro explica um pouco sobre isso, mas como eu sou curioso de tudo eu fui pesquisar mais sobre essa filosofia e descobri algo interessante e que até mesmo espanta. Diversos cientistas do século passado vinham falando da transcendência do ser humano como humano, através da ciência, da tecnologia e da razão e mudando o mundo na sua pós-modernidade. O termo passou a significar o que é hoje com Max More, que fez do trans-humanismo a filosofia que representa a busca do pós-humano ou do além do ser humano. Como eu havia dito, eles buscam isso através da ciência e novas tecnologias e dizem que com alterações genéticas, implantes robóticos, órgãos artificias e a nanotecnologia podem eliminar traços negativos de nosso corpo físico e do genoma, aumentar exponencialmente nossa inteligência e evitar a velhice. No caso, se hoje temos uma predisposição genética que nos torna menos resistentes a certos vírus, como o da gripe, então através do mapeamento do nosso genoma identifica-se os genes que podem ser alterados e assim se criaria uma resistência aos vírus e os humanos não sofreriam mais de certas doenças. O mesmo vale para a velhice, pois o nosso corpo está programado para envelhecer, se conseguirem isolar o gene que ativa o envelhecimento das células e modificá-lo se eliminaria a velhice. Todo esse conceito é motivado pela teoria da evolução das espécies, pois a própria natureza propicia o desenvolvimento genético através da seleção natural e um ser vivo passa em sua genética o “aprendizado” para que as próximas gerações já tenham essa “experiência” em seus genes. Porém os trans-humanistas veem que essa evolução natural é muito lenta, ainda mais no momento em que a humanidade chegou onde se descobre em um ano o que se levaria séculos, então chegamos ao ponto em que a evolução do homem pode acelerar sua própria evolução. No momento só percebemos as vantagens dessa filosofia, pois quem que não quer deixar de ficar doente e de envelhecer? Dá até para citar outros fatores que os cientistas trans-humanistas querem modificar no ser humano, como: eliminar a dor, eliminar traços psicológicos que causam tristeza, desanimo e outros bloqueios emocionais, tornar os humanos mais resistentes, criativos, inteligentes e perceptivos e até, quem sabe, tornar o ser humano imortal. Uma questão que livro de Da Brown explora é que se a qualidade de vida da população melhora e o seu tempo de vida aumentar isso também aumentaria a explosão demográfica e a própria população se aniquilaria por falta de recursos. Outro fator que o livro aponta é como implantar uma melhoria genética em toda a população global, pois os mais ricos conseguiriam isso muito antes e os mais desprovidos de recursos teriam acesso e nem seus governos conseguiriam pagar os recursos necessários. Assim se aumentaria o abismo entre ricos e pobres, mas também se criaria um abismo biológico, onde alguns seres seriam intelectual e fisicamente superiores, então se teria duas classes: os humanos e os pós-humanos; e se o pós-humano quiser subjugar o humano a seu serviço, assim como faz com os animais? Outro fator que me preocupa é saber se os cientistas terão controle absoluto sobre todos os efeitos que terão as alterações que gerarem no homem e também quais serão as consequências sociais e individuais que isso causará nas pessoas. Por exemplo, os trans-humanistas alegam que poderão diminuir a dor que o ser humano sente, mas isso não tornaria o ser humano insensível e até mesmo intransigente com seu cuidado, pois a dor serve como um alerta. Os trans-humanistas alegam que poderão alterar até nossas emoções, incluindo fazer um casal ser apaixonado durante a vida toda e não apenas por alguns anos, e alegam que essa é a melhor situação para o ser humano, pois se está menos feliz quando se termina um relacionamento, mas mais feliz quando se está solteiro e mais feliz ainda quando se está num relacionamento saudável com uma pessoa e a maior felicidade é preferível. Com certeza a maior felicidade é preferível, então estaremos condenados a deixar de lado o livre-arbítrio por livre e espontânea vontade e iremos preferir deixar nossas escolhas na mão de cientistas e da sociedade. Mas os trans-humanistas buscam a maior racionalidade dentro de sua filosofia e também colocam o ser humano no centro no centro de sua investigação como o ser mais importante do universo e que a partir desse ser se poderá operar na evolução de todos os seres existentes na terra, um exemplo disso é que pretendem acabar com o sofrimento dos animais também. Se os trans-humanistas conseguirem dentro de sua lógica e racionalidade abarcar todos os problemas que as modificações podem ocasionar e também todas as incógnitas que podem gerar suas modificações, inclusive as mais inesperadas (que são as mais preocupantes) aí sim é um movimento válido, pois tudo o que serve para a melhoria da humanidade e também para tudo o que está à volta não se pode ser negado, mas deve ser muito refletido. Os trans-humanistas, dentro de sua racionalidade, já prepararam sua defesa e já tem uma teoria do porquê somos tão resistentes a sua filosofia e falam de dois bias (que são erros sistemáticos cometidos pela cognição, erros que desviam da racionalidade). O primeiro bias é o de negligência de escopo, que é a dificuldade do ser humano em perceber erros grandes ou grandes vantagens, um exemplo, não podemos sentir o luto por todos os que morreram nos ataques as Torres Gêmeas, talvez até por defesa do corpo, pois seria muita dor sentir o luto aumentado milhares de vezes. As pesquisas dizem que só sentimos o luto até quatro vezes maior que o luto da morte de uma pessoa, talvez quatro seja o número da morte da família inteira (o mesmo ocorreria com o amor, pois não podemos amar todas as pessoas do mundo). Esse erro de cognição também não permitiria ver realmente todas as reais vantagens da evolução sendo acelerada em etapas astronômicas. Outro bias é o Status Quo, que é quando estamos resistentes a uma mudança benéfica e queremos permanecer num estado atual, sendo que esse estado atual pode até trazer malefícios. Um exemplo disso é quando não aceitamos um trabalho novo que terá o mesmo salário, mas com mais benefícios, pensando que o trabalho atual é mais seguro e com o ambiente menos hostil. Outro exemplo é quando se começou a usar celulares touch screen, pois se acreditava que eram complicados que os celulares convencionais. Eu mesmo estava resistente para comprar um celular touch screen, com medo de me atrapalhar, mas depois que adquiri um vi a facilidade que é usá-lo. Então esse medo de optar pelo melhor é o que os trans-humanistas alegam que impede de vermos os benefícios das alterações que querem propagar. Bem, sinceramente eu ainda não consegui ver até onde estão os benefícios e os riscos do que propõe o trans-humanismo, este é um assunto que precisa de muita discussão e análise, tanto dos meios científicos e técnicos, como também de filósofos, religiosos e economistas. Se o trans-humanismo eliminar os efeitos indesejáveis de suas modificações, se não transformar o ser humano em insensível, se conseguir driblar a explosão demográfica, se conseguir manter o livre-arbítrio, se fazer seres humanos imortais e tirar a dúvida se existe vida após a morte, se de alguma maneira nos fazer matar a saudade dos entes que já faleceram e se começar a colonizar outros planetas para conseguir manter os nascimentos sem morte, e se não houver descontrole no tratamento genético e nem desigualdade, aí tem o total apoio meu. Queiramos ou não, os efeitos já estão sendo observados na sociedade, pois já existem os implantes que são réplicas idênticas dos membros do corpo, que até se movem com impulsos do pensamento, já se cria pele e órgãos artificias (inclusive essa semana, vi uma notícia que até se criou vagina em laboratório) e os transgênicos já dominam o mercado. Pelo que parece há muitos benefícios sendo trazidos, por enquanto, vamos observar os efeitos colaterais. O trans-humanismo pode então trazer uma nova Era de Ouro ou nos levar a afundar como a Atlântida. Para terminar, eu li a Declaração Trans-humanista escrita em 1998 e um trecho me chamou bastante a atenção, que diz “todo progresso é mudança, mas nem toda mudança é progresso”. Espero que os trans-humanistas tenham sempre isso em mente e que todos nós possamos avaliar se todas as modificações serão benéficas ou não.
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Crônica da semana: FUNK NÃO É MÚSICA
Sobre o funk que vou falar não é daquele funk americano, de ritmo mais suave, harmonioso e com vocais maravilhosos e com grandes nomes como KC and the Sunshine Band, Prince e o lendário James Brown. Eu quero falar é do funk brasileiro, funk carioca, funk ostentação, proibidão ou sei lá qual outra variante que se usa. O meu fundamento para dizer que funk não é música é racional e coerente e também simples, pois a música deve ser composta de três elementos básicos: ritmo, melodia e harmonia. No funk só existe o ritmo, não há melodia e nem harmonia, pois as "músicas" são composta de nem meia dúzia de notas, com sons e frases repetitivos, como se fosse um mantra. Tá aí, podemos considerar o funk como um mantra inverso, mantra da imoralidade ou até mantra ostentação. Quero que alguém me diga o nome de um compositor de funk ou mc que fez aulas de música e canto. Outra coisa, o funk não é arte. Não me venha nenhum esquerdinha me dizendo que sou a favor da exclusão social, pois são os próprios favelados que se fazem de coitadinhos e criam formas de sub-arte que querem que seja melhor do que obras-primas, mas ao mesmo tempo oposto às belas artes, que consideram a arte clássica como coisa de rico, de classe média e arte conservadora. Considerar funk como música é a mesma coisa que colocar o mictório de Duchamp ao lado de "O Nascimento de Vênus" de Botticelli. Funk é antiarte, assim como o dadaísmo foi, só serve para mostrar no que a arte se transformou nos nossos dias e como a música se declinou e deixou de ser música. E está mais claro que o funk não é arte, pois já provei que não é música e se não é música é o que então? Mantra pervertido, grito de guerra ou grito de orgasmo? Então o funk também pode ser considerado um mictório na arte. O funk também não é cultura. As pessoas "amigas da sociedade" e inimgas da burguesia consideram tudo que a sociedade produz como cultura, se é assim, o assassinato, o roubo e o estupro também são cultura, o que não é verdade. Não podemos considerar esses crimes como cultura, pois seria apologia ao crime e incentivo à desvalorização da moral humana, por isso não consideramos os crimes como cultura. Pode até chamar de sub-cultura, pois crimes estão presentes no dia a dia, mas pretendem derrubar a cultura legítima e imoralizar. Então o funk também não é cultura, pois justamente incentiva o assassinato e o roubo, na forma do funk proibidão (que é o funk que representa bandidos e traficantes) e ao estupro no funk que ouvimos por aí nos celulares da garotada, que fala de sexo. Fala-se que o funk incentiva a libertação da mulher e sua sexualidade, mas na verdade incentiva a "cultura" do estupro, pois faz a mulher pensar que precisa transar para ser valorizada, mesmo que ela não queira fazer certas coisas na cama, mas para ser uma boa "cachorra" e "respeitafa" tem que se fazer de tudo. É um incentivo ao homem não ter controle sobre sua sexualidade, assim como um estuprador patológico não tem. Então é isso, funk não é música, não é arte e não é cultura, e não venha nenhuma funkeira me dizer que isso é "recalque" meu, pois está mais pro funk ter "recalque" da boa música, das belas artes e da moralidade. Eu estou com aberto a discurir todos esses meus pontos com qualquer funkeiro, mas para manter o nível mínimo de debate só faço a exigência de que o funkeiro toque algum intrumento musical, que conheça um pouquinho de Mozart e Bach ou pelo menos toda a obra de James Brown.
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É bom meditar sobre Eliphas Levi e a astrologia. #ocultismo #EliphasLevi #astrologia #Cabala #Órion #DogmaeRitualdeAltaMagia
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A maconha é uma droga. Não importa, mesmo que liberem, ela não deixará de ser droga, assim como o álcool e o cigarro. Não sou hipócrita e admito que já usei maconha e sei da sedução dessa droga e percebi também o quanto ela nos tira da realidade e nos faz esquecer dos problemas, mas também nos faz esquecer de nós mesmos. O governo se beneficia da sua letargia, e a maconha é a anestesia perfeita para uma nação. Não quero que vocês, meus amigos, fiquem nessa sonambulismo da erva, encare os fatos de frente e saiba enfrentar cada dor e cada desencanto da vida sem recorrer à ilusão da maconha. Meus amigos, vocês tem todo o direito de usar a maconha, mas o mínimo que peço é que tenham sempre em mente que a maconha é uma droga, e que toda droga leva a uma alteração da consciência, a dependência e a morte. Sejam livres conscientemente. Não morram. Aqui também vai uma singela homenagem ao grande artista Keith Haring, uma alma que sempre lutou com grafite. Ele está grafitando todo o céu. #maconha #droga #Amaconhaéumadroga #libertese #morte #vida #esperança #direita #CrackisWack #KeithHaring
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A Índia, sua cultura e seus Deuses são incríveis. A Índia me inspira demais e acho até que até em uma dessas últimas vidas nasci por lá... #Índia #hinduísmo #Krishna #Brahma #Shiva #Vishnu #vedas #BhagavadGita #Mahabharata #reencarnação #sagrado #transcendência #Om
#vedas#krishna#om#mahabharata#transcendência#shiva#bhagavadgita#vishnu#reencarnação#sagrado#brahma#índia#hinduísmo
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Chapada dos Guimarães e o Mato Grosso são lindos, conheci o cerrado por dentro mesmo, comi frutas que nunca vi na vida, vi um céu maravilhoso e comi uma comida muito boa, principalmente os peixes, que são maravilhosos. Infelizmente não vi lobisomem, corpo seco, boitatá e nem um chupa-cabra :\ rs, mas tudo bem. Mais triste que amanhã volto a São Paulo e volto a realidade e caos diário, relembrando que esse país está uma bagunça, com comunistas no poder e povo desmoralizado, mas por lugares como o Mato Grosso que eu vejo a verdadeira beleza do país. Adeus Chapada, te levarei no coração. #ChapadadosGuimarães #MatoGrosso #cachoeiras #paredões #cerrado #beleza #momentos #Brasil (em Chapada Dos Guimarães)
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Como eu amo cachoeira, amo mesmo. #cachoeira (em Chapada Dos Guimarães)
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Alguém consegue me ver? Aqui foram gravadas algumas cenas de Fera Ferida, quem for velho como eu lembrará dessa novela. #casadepedra #ChapadadosGuimarães #FeraFerida
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Aqui neste ponto, é a distância exata entre oceano atlântico e o pacífico, ou seja, estou no centro da América Latina. #ChapadadosGuimarães #CentroGeodésico #AméricaLatina (em Mirante do Centro Geodésico da América do Sul)
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Tava quase entrando para assistir uma missa. #ChapadadosGuimarães #MatoGrosso (em Praça Dom Wunibaldo)
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Frontispiece from The Secret Doctrine in Israel by Arthur Edward Waite
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