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leftpeachchopshop · 4 years
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Um olhar diferenciado sobre tudo
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No início do século XX, predominava a concepção de que o inferior impacto da senhora no espaço público  sua módica participação nos processos de produção seriam decorrentes da função reprodutiva que lhe cabia, ou melhor, seu magnificência biológico justificaria sua menor relevância sociopolítica - visão a ser combatida pelo conjunto feminista. Neste sentido, enorme ênfase que a psicanálise dá à libertinagem feminina nos anos 1920  atenção.
Se, por um lado, Freud desenvolvia uma teoria que sustentava que o processo de constituição do sujeito como varão ou senhora é histórico ou artístico, na forma da trama edípica - quer dizer, não temos um inalterável trajectória biologicamente determinado; por outro, este era culpado de ser mantenedor da subordinação da senhora a gretar da argumento de que a diferença anatômica prescrevia a ela menor montante  inferioridade de condições  comparada ao varão. Vamos poder meditar a diferença de modo atributiva: seja a gretar da oposição de 2 elementos opostos, a fixar identidades heterogêneas presentes, por ex, nas asserções “homens são de Marte, mulheres, de Vênus”  “homens são ativos, mulheres, passivas”; seja a arrebentar da transição de um terceiro termo geral, do jeito que o calor, no relação de Laqueur (2001),  preponderava o padrão do isomorfismo corporal no Ressurreição: homens têm mas calor, mulheres, menos. Com Lacan, nem um nem outro. Se temos agora um item geral a os dois, a função fálica, não se deve falar que homens são mas fálicos que mulheres, nem reciprocamente. Se temos duas modalidades de gozo incomensuráveis, não vamos poder identificar varão com gozo fálico  senhora com Outro gozo - mulheres têm chegada ao gozo fálico  homens podem ter entrada ao Outro gozo. Como Lacan trata a diferença dos sexos, logo?
Conforme a filósofa Geneviève Fraisse (2010), Lacan resgata uma noção antiga da diferença dos sexos, que se dá a lascar da teoria de relação. Deste modo, diferença dos sexos aponta para o “reconhecimento de um conflito inseparável à relação entre os sexos, de um desacordo” (p. 107). Ou melhor, a sexuação não é uma teoria essencialista que visa preceituar o que homens  senhora são, porém tal e como se relacionam com o falo  com o gozo - a divergência das formas completa impossibilitando o estabelecimento de  relação entre seus lados.
Lacan escreve suas fórmulas. Lado esquerdo: existe X que não se submete à função fálica; todo X se submete à função fálica. Cá Lacan parcializa o princípio da não incongruência , nessa operação, o “ao-menos-um”, a exceção, é o que deixa fundar o conjunto ou o universal do varão.
Lado recta: não existe X que não se submeta à função fálica -  negação que não fabrica uma certeza porque, na secção subalterno, há: não todo X se submete à função fálica. Lacan negação o quantificador todo, o que é uma subversão lógica. Crucial indicar que não todo não é expressão com sentido aproximado de “nenhum” - “nenhum” refere-se ao universal   deste lado recta não se possui universalidade: “A senhora não existe”; seu conjunto é descerrado. Como não temos 2 universais, não é provável estabelecer relação entre um lado  outro. Há um travanca  é isso que as fórmulas da sexuação se prestam a formalizar logicamente - o que faz com que os lados não se conectem.
Le Gaufey (2007) localiza outras disparidades. Temos logo um só universal  2 registros de existência diferentes. Se a negação entre as proposições do lado esquerdo é foraclusiva, por consequência constitutiva do universal, temos do outro lado um indecidível: não se consegue inferir se a teorema é verdadeira ou falsa simplesmente porque o elemento pertence ao conjunto ou não - há de se examinar um a um.
Este indecidível abre o lado senhora para o torrão do Outro gozo - suplementar,  não complementar ao gozo fálico. A seu reverência, em estranha referência ao Mouvement de libération des femmes, Lacan (2010) diga:
Há um gozo - dado que nos limitamos ao gozo, gozo do corpo - que é . . . se posso me exprimir deste modo, porque por fim, o que não fazer disso um título de livro? . . . seria para o próximo da compilação Galilée: “Para além do falo” [Au-delà du phallus], seria lindo, hem!  depois, isso daria outra consistência ao M.L.F! Um gozo para além do falo, hem? (p. 151)
Enfim, as tábuas da sexuação pressupõem um gênero de de diferença que prescinde de predicados  enquadres identitários, conforme impede que se discorra sobre ela  entidade ontologizada. O que a sexuação mostra é mas radical: nenhuma relação deve ser estabelecida. A relação sexual irregularidade  lacuna de duas jeitos divergentes. Lacan se verte à escrita do impasse lógico, tendo as feministas como interlocutoras.
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leftpeachchopshop · 4 years
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a história de uma relação
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Tomando como referência o Seminário 20, Irigaray (1977/1985) problematiza a caracterização lacaniana do gozo feminino como inefável, suplementar à gerência fálica ou além da linguagem - ela interpreta tais descrições como uma sentença de exclusão do oração. A senhora é não toda; todo é o varão. Porque razão associar o todo, já de largada, a este? Como  deve ser proferido sobre o seu gozo, mas uma vez a senhora se sustenta como alguém que não possui  a pronunciar sobre o que seria o mas próprio de si. Ela é sócia à falta  ao objeto, isto é, a termos que nossa cultura tende a ver como pejorativos.
“Não há A senhora ”, como afirma Lacan (2010, p. 150), cabendo a elas serem tomadas “uma a uma”. Irigaray vê nesse aforismo uma manobra política: tratá-las uma a uma possui como alvo oculta impedir que as mulheres, em conjunto, possam invadir uma representação discursiva ontológica, o que ameaçaria o predomínio masculino. Se a senhora não existe, ela parecido só entrar na relação sexual como mãe. “Se há um oração que demonstra isso, é o oração analítico, por pôr em jogo, cá, que a senhora só deve ser tomada como quoad matrem” (Irigaray, 1977/1985, p. 102).
Além de propor que se reajuste a relação mãe-filha - a mãe transmitindo às filhas uma representação dissemelhante do que seja uma mãe -, Irigaray (1984/1993) questiona se a psicanálise poderia lançar mão de outros recursos teóricos que revogassem o obumbração da senhora ao reduzi-la ao espaço da mãe - daí propor que a diferença sexual seja fraude a lascar da topologia do cross-cap ou da garrafa, de Klein. Todo esse dedicação buscava fugir do binarismo, que, segundo a autora, participa da engrenagem simbólica masculina condicente com os princípios dos sólidos - inalterabilidade  retidão, assim, com o “Um” monolítico -, transportando-se aos estudos das propriedades dos fluidos  a uma topologia não planificada em duas superfícies acopláveis que, em tese, acolheria a multiplicidade  a imprevisibilidade. Daí elucubrar a “simbolização dos 2 lábios”. Seu caráter de brecha, movimento  perenidade destoa da relação opositiva entre um item  outro. Aliás, não estaríamos nos orientando pelo olhar, sentido preferencial da trama especular do varão, porém pelo toque: 2 lábios, constantemente se tocando, formando um círculo, permitiriam, por ex, a teoria de ser senhora  mãe (Irigaray, 1984/1993, p. 167). Não existiria mestria nem relação binária supressiva cá.
Enorme projeto de Irigaray é efetuar uma mutação na ordem simbólica, ao expor seu viés patriarcal. A plano não é simplesmente forjar patrimônio de ter o feminino na linguagem, porém mudar seu trabalho. Há de se examinar as operações gramaticais, leis sintáticas, configurações imaginárias, redes metafóricas; a mecânica da linguagem que fortalece certas representações em dano de outras, gera certos significados  impossibilita outros. Novas palavras devem ser inventadas  usos inéditos imaginados para as remanescentes. A estrutura sintática  morfológica da língua deve mudar. Participa desse esquema o processo de mimesis.
Trata-se de reaplicar às mulheres os estereótipos femininos, incitar repetição das visões degradantes atribuídas a elas. A imitação infinito alicerça o ideal de uma suposta origem, porém alguma coisa constantemente escapa  questiona justamente se há origem. No final das contas, só há cópias sem um quesito de partida. Tais repetições nunca são muito-sucedidas - a senhora nunca é aquilo que deve ser dito ou expresso daquela forma, ou é alguma coisa a mas. “Da especularização para o espelho côncavo, quando as imagens refletidas do sujeito, suas articulações sejam embrenhadas de transformações paródicas” (Irigaray, 1974/1985, p. 144). Isto é, a mimesis é a iteração irônica de um atributo  talhado à senhora com a pretensão de revelar que ela não deve ser reduzida a este, até o momento que tal interdependência seja descartada. Com a indução da mimesis, alguma coisa não é introvertido,  Irigaray localiza cá o gozo feminino.
Enfim, Irigaray (1977/1985) comenta a representação do gozo feminino a gretar da estátua Enleio de Santa Teresa, de Bernini, que ilustra a capote do Seminário 20, de Lacan (2010): “Em Roma, tão longe, uma estátua, feita por um varão? Feita para ser olhada? Para descobrir do gozo de Teresa, talvez seja melhor recorrer a seus escritos. Porém como lê-la  se é varão?” (p. 91). Da análise do gozo da senhora surge a proposta de um gênero de de escrita que abarcaria a singularidade da experiência do corpo feminino, categoricamente anunciado por Hélène Cixous em 1975. De forma, nasce o Movimento da escrita feminina: escrita experimental que possui objetivo política.
É simplesmente pela escrita, da  na direção da senhora, assumido desunir o oração que possui sido administrado pelo falo, que as mulheres se confirmarão mulheres em outro espaço que o reservado a ela no  pelo simbólico, isto é, um lugar outro que o silêncio. (Cixous, 1975/1981, p. 251)
Cixous (1937-) é filósofa, mestra universitária, poeta, dramaturga  sátira literária. Sua escrita, um multíplice de teoria  ficção, é dedicada à desmontagem de poderosas narrativas, mitos  lendas presentes na literatura ocidental, que acabam por balizar nosso imaginário. Le rire de la méduse (1975/1981), insigne trabalho quando polêmica com a psicanálise, possui um clima de chamada a que as mulheres invoquem seus corpos como forma de sentença. “Cixous recorre a Clarice Lispector para ilustrar a conexão entre escritura do feminino  transformação social” (Brennan, 1997, p. 32).
Em 1975, ao lado de Catherine Clément, Cixous publica outra obra de extensa repercussão, La jeune née, propondo que seria por meio da escrita que a senhora se colocaria por si mesma dentro da história - seja pela identificação com a heroína ficcional, na proposta de Cixous, seja com a histérica  a feiticeira, para Clèment (Wright citado por Brennan, 1997, p. 199) - Dora, paciente histérica de Freud, teria assumido a representação da senhora que ousou ir  todo o ser capaz do varão carmesim no rabino de Viena: a pretensão de lhe imputar seu descobrir levou a jovem a abandoná-lo.
Cixous expande seu programa ao teatro, que serviria como uma forma de “espacializar” esse classe de escrita revolucionária (Schiach citado por Brennan, 1997, p. 218). Deste modo, cria as peças Le nom d’Oedipe  Portrait de Dora. Por sintoma, no Seminário 23, Lacan se cita a esta última:
Adoraria de apresentá-los, ou de recordar, para aqueles que já a conhecem, a alguém das quais palato bastante  que se  Hélène Cixous. Ela já tinha conformado, parecido, uma notinha sobre Dora em um número esgotado de Littérature, quando eu mesmo lancei “Lituraterra”,  depois fez uma bocado, O retrato de Dora, que está sendo encenada no Petit Orsay. Achei que não está  problema. Diz o que pensava a esse reverência àquela a quem chamo de Hélène a partir de  a conheci,  lhe diz que falaria disso. (Lacan, 2007, pp. 101-12)
Intervir nos códigos linguísticos, providenciar novas palavras, derrubar paquete gramaticais, “redigir , desta forma, forjar para ela uma arma anti-logos” (Cixous, 1975/1981, p. 250). Isto é, há de se ir   proposta de fundamentação identitária.
Em projecto teórico, esta flanco feminista prega o retorno ao modo de andamento do temporada pré-edípico,  a diferença sexual ainda não se implantou - um temporada ainda não submetido à lei  à formatação regulatória fálica que exige a perda do caráter subversivo  disruptivo da pulsão à proporção que se dirige à sua objetivo genital. A teoria é levar essa vulcânica parcialidade pulsional à atuação.
“Simbólico”  “falo”, elementos cruciais para psicanálise, foram elaborados, segundo a autora, sob o cânone masculino com fins de guardar o controlar na mão dos homens.
Cá encontramos o incontrolável varão das pedras, sustentando-se ereto em seu macróbio reino freudiano, na forma quando, para restaurar a velha figura do quesito quando a linguística é conceitualizada como “revigorante”, Lacan a preserva no santuário do phallus (ø), “protegido” da falta concernente à castração. O “simbólico” deles existe, este detém ser capaz. (Cixous, 1975/1981, p. 255)
Agora, francamente em confronto com a letra lacaniana, ela afrima:
Não li “A significação do falo”?  sobre a separação,  sobre aquela uma parte do eu que, para nascer, deve-se subordinar a uma corte - uma amputação, eles dizem, constantemente a ser celebrada pelo seu libido? . . . O que é o libido originado desde uma falta? Um libido muito escasso. (Cixous, 1975/1981, p. 262)
Grátis a versão de que a psicanálise relegaria um lugar menor à senhora, enfim, Cixous (1975/1981) aconselha: “Zelo, minha amiga, ao significante que  remeteria a poder de um significado . . . . Quebre o ciclo: não permaneça no fecho psicanalítico. Dê uma olhada, depois rompa (p. 263). Tal fúria encontra seu contraponto em Michèle Montrelay (1994), que “sustenta com Lacan uma autêntica relação de paixão respeitador”, conforme Roudinesco (p. 562).
Nesse contexto, essa “figura magnífica da extensa proeza lacaniana” (Roudinesco, 1994, p. 562) introduz a este “O ímpeto de Lol Choça. Stein”, de Marguerite Duras, para seu encantamento. No discussão fechado de 23 de junho de 1965, a constar no Seminário 12, de Lacan (2006), Montrelay é convocada a discorrer longamente sobre a obra de Duras. Por presságio, o exalo de Lacan é tamanho que o leva a lavrar neste mesmo ano o artigo “Homenagem a Marguerite Duras pelo impulso de Lol Canguçu. Stein”.
Em 1977, Montrelay publica L’ombre et le nom, que toma tal obra de Duras como estandarte do feminismo literário. Os personagens ganham ressalto justamente por serem atormentados, viverem no ociosidade, horrorizados  capturados pelo  - é com essa feminilidade remetida ao  imprevisível, bomba  que leva ao encanto mudo que os homens se defrontam.
No romance, ao presenciar a longa cena da dança de seu nubente com outra senhora, Lol permanece indiferente, presa em um impulso que a despossui de seu corpo, trancafiando-a em uma adorável experiência de gozo - este seria o lugar da sombra que Montrelay destaca no gozo feminino. Se, com Beauvoir, tratava-se de uma senhora que buscava se libertar, exigia direitos, questionava a ordem científico; com Duras, o feminino se desvela numa idiossincrasia até logo não descrita, ao flertar com o vago - porém sem mencionado ao excessivo.
Montrelay (1977) se esforça para entregar uma sustentação teórica rigorosa aos esquemas da escrita feminina, cujos pressupostos poderiam ser estendidos à clínica dos sujeitos femininos  ainda promover o aproximação a um cosmos que o simbólico não atingiria. Montrelay questiona se a técnica psicanalítica não deveria levar em conta a particularidade do modus operandi da senhora, particularizando as modalidades da transferência  da tradução. O que, para além dos enunciados, deve ser escutado na fala feminina que revelaria com mas concisão sua aspecto? O ritmo  a musicalidade resultantes da “acumulação periódica da fala significante” (Montrelay, 1977, p. 28), cuja materialidade resiste ao conhecimento  não é suscetível à tradução clínica mas geral.
Estaríamos cá em outra dimensão, não aquela do significante nem do significado: dimensão real. Transpõem-se essas “zonas de sombras”, pontos cegos do simbólico, indo do campina de pronunciação ao “caimento do nonsense que se abre em todo exposição, o real do oração” (Montrelay, 1977, p. 29).
Quanto à castração feminina, Montrelay (1977) afirma: “a senhora não é mutilada do pênis que nunca teve, porém privada das sensações da lascívia primária. Ela a esquece, ou mesmo recalca a feminilidade,  tal esquecimento constitui a castração simbólica da senhora” (p. 74). A castração simbólica da senhora é correlata da privação de sua lascívia primordial. Se uma secção é suscetível à representação, entra no exposição  deve ser recalcada, há outra faceta da lascívia feminina não representável - sua experiência de gozo que extrapola a diagramação fálica. De forma, a escrita feminina não deveria ser acolhida como uma método mas eficiente para ligar-se o inconsciente  clarear o que até logo insistia em ficar na obscuridade, porém conceder vazão à vertente real do feminino.
Júlia Kristeva (1941-) é filóloga, psicanalista, sátira literária, romancista  mestra emérita da Universidade Paris 7. Seu vasto trabalho, coligado ao pós-estruturalismo, percorre os campos da linguagem  da arte, tangenciados pela estudo científico  política, da mesma maneira que estabelece uma área de interação entre semiótica  psicanálise.
Lacan (1976-1977), demonstra excitação pela sua obra. Em 17 de maio de 1977, com a própria autora na plateia de seu seminário, este diga: “Logo, por ser de extensa relevância, eu prosseguirei anunciar a vocês o lançamento pela Seuil de um artigo chamado Polylogue, que é de Julia Kristeva. Eu palato bastante desse artigo”. Lacan (1976-1977) chega a propor uma mixagem entre polylogue  seu modernismo “linguisteria”: “polilinguisteria” (p. 73).
Um curioso incidente histórico entre Kristeva  Lacan é a viagem que fariam em conjunto à Cabocla. Em 1974, ao lado de Roland Barthes, Jean Wahl  Marcelin Pleynet, os 2 comporiam a delegação da periódico Tel Quel, organizada por Philippe Sollers, para visitar o território chinês. Lacan estaria entusiasmado em explorar o inconsciente dos chineses, dado que, segundo Kristeva, seria uma instância não estruturada como uma linguagem, porém como uma escrita. Todavia, Lacan declinou do invitação (Calvet, 2012, pp. 247-248).
Longe disso do que se passou com Irigaray  Cixous, o lacanismo não foi tratado por Kristeva como um inimigo a ser combatido em seu possível ranço patriarcal  heterossexista - ela (Kristeva, 1974/1984) se aplicou a adicionar o movimento do temporada pré-edípico  do corpo pulsional na sua proposta de revolução na linguagem.
As práticas de significação, o conjunto sociopolítico  a constituição do sujeito falante são disposições que, na visão de Kristeva, andam juntos - textualidade  subjetividade são tratadas a lascar dos termos “semiótico”  “simbólico”.
O temporada semiótico, para Kristeva, é regido por relações imaginárias  os corpos de mãe  rebento ainda são indiferenciados; seu trabalho se dá fora da fronteira fálica; as pulsões são parciais, em estado de dissipação. O semiótico é um instante quando não se adquiriram as mínimas unidades linguísticas, prevalecendo sensações, movimentos  vocalizações - força regida pelo processo primitivo; não “normatizável”. “O semiótico precede todas e cada uma das unidades, estruturas de oposição binária  formas hierárquicas de organização” (Grosz, 1989, p. 43). Se o corpo ainda não é uma unidade, a eminência sujeito-objeto ainda não pôde ser feita com perspicuidade; a diferença sexual não se implantou.
Essa tendência disruptiva do semiótico precisaria ser reprimida com finalidade de o sujeito se tornasse um ser falante  entrasse na cultura sob a égide do simbólico  das leis da linguagem. Todavia, a ingresso no simbólico não elimina o semiótico. Seu retorno se evidencia nas obras literárias de vanguarda - daí Kristeva se retornar para textos que sinalizem a instabilidade do sujeito  apontem para a deformidade do sentido; nos afazeres experimentais de Mallarmé, Artaud  Joyce, singularmente. Kristeva considera que a capacidade de choque dessas publicações teria efeitos políticos, fazendo fluir representações não assimiláveis à ordem social. Se Irigaray perseguia a diferença entre um sexo  outro, Kristeva vai detrás da diferença interna de qualquer sujeito. Neste sentido, seria uma forma de introduzir o gozo excessivo  sem limites do semiótico em contextura social via produção de textos, para desintegrar quaisquer representações estáveis, impedir enquadramentos identitários, como o decreto d’A senhora.
É nesse sentido que nós vamos poder escutar as advertências  a fresco invasão da paranoia nos movimentos das mulheres, como a escandalosa sentença de Lacan “A senhora não existe”. De verdade, ela não existe com a letra maiúscula A, possuidora de uma unidade mítica - um controlar supremo, onde se baseia o terror do conseguir  o terrorismo como o libido de controlar. (Kristeva, 1979/1986, p. 205)
No temporada pós-Maio de 68, os debates na França se inflamam no próprio interno do feminismo; ao lado da riqueza das atualidades literárias, várias facções aparecem, umas vibrantemente opostas às outras, em muitos pontos teóricos  relativamente das meios que devem ser acatadas como forma de instigar reformas sociais. Se o movimento da escrita feminina - culpado, por diversos, de essencialista em sua abordagem do feminino - ganha terreno, surge também em solo gálico o “Movimento de liberação das mulheres”, manteúdo por Antoinette Fouque, Monique Wittig  Josiane Chanel, que rechaçava  método ontologizante da senhora. O conjunto Psicanálise  Política, fundado  governado por Fouque, figura mediano da profusão dos princípios desse retalho do feminismo, aquisição espaço, promove locais de discussão onde as mulheres poderiam falar  ser escutadas, tanto sobre à vida política quanto à sua luxúria. Prega-se a reparação  a valorização da relação mãe-filha, uma libertinagem entre mulheres a ser explorada, alguma coisa além do falicismo para o feminino. Além das reivindicações de ordem social, esse conjunto propõe “redigir, transcrever, interpretar a história da lascívia das mulheres desde uma escrita marcada, ela própria, pelo selo da diferença sexual” (Roudinesco, 1994, p. 562). Nesta toada, em 1974, Antoniette Fouque  seu conjunto criam as Éditions des Femmes. Lacan estava por perto.
Durante essa idade, Lacan é apanhado pelo calor feminino . . . . No projecto teórico, Lacan não renuncia a nenhum tema de sua teoria anterior [a esse período dos anos 1970]. Porém o tom de seu oração é dissemelhante. Este entendeu a mensagem de Antoniette , se não adota nenhuma de suas afirmações, mostra-se sensível à novidade retórica da escrita feminina. (Roudinesco, 1994, p. 566)
Tal conjunto mantinha uma relação ambígua com a psicanálise: se, por um lado, prezavam a recobro lacaniana que se deu via instrumentos da linguagem,  varias dessas feministas eram vinculadas a escolas, como psicanalistas ou “psicanalisandas”; por outro, contestavam a implicação no projecto social de pequeno número de de seus pilares conceituais que contribuiriam para o cenário de desfavorecimento da senhora, do mesmo modo que o andamento das próprias instituições psicanalíticas  elementos da técnica em jogo na prática clínica, a serem problematizados por Wittig.
O nome de Monique Wittig (1935-2003) é associado ao que se convencionou invocar de feminismo radical  feminismo lésbico. Seu trabalho se dá tanto na forma da teoria política, tal e como se apresenta na coletânea de textos The straight mind (1992), quanto na da literatura de L’opoponax (1964). Adepta do marxismo, é sátira ferrenha da psicanálise - da teoria ao andamento do enquadre médico  das próprias instituições psicanalíticas: tanto o psicanalista quanto os “ensinantes” de local de ensino são encarados como mestres a sujeitar os pacientes  discípulos a um descobrir hegemônico  a uma conduta “apropriada”.
Wittig considera que a luta das mulheres deve se sustentar em um ótica dissemelhante daquele inicial do movimento feminista: no caso, retirando a senhora de cena - não se deve falar mas em vexação da senhora ou de senhora como dissemelhante. Wittig propõe que se vá estrategicamente da senhora à lésbica, visto que não seria prevista pelos preceitos da heterossexualidade.
Para a autora, a diferença sexual só existe  mandamento social submetida à mesma dialética presente na luta de classes. O pensamento dominante determina que há duas categorias de sexos com diferenças biológicas a serem refletidas em contexto sociológico, legitimando, por ex, a repartição do trabalho. Se a senhora ocupa um lugar de espoliação nesse contexto, com intenção de haja alteração, a diferença sexual deve ser banida. Neste sentido, “é a vexação que cria o sexo,  não o contrário” (Wittig, 1992, p. 2).
O que deve ser posto em xeque é a instituição das categorias “varão”  “senhora”, que só acontece no sistema heterossexual. Para minar este sistema, entendido por Wittig como um regime político que se apoia na submissão das mulheres, aquelas categorias devem ser abolidas política, filosófica  simbolicamente. Como as categorias “gênero”, “sexo”  “diferença sexual”, por fazerem secção da straight mind, que não só estatuiu nosso espaço de conhecimento, como regulamentou nossas instituições  toda cultura ocidental. A proposta de Wittig é a de que o humano seja abordado para além de toda categoria que envolva o sexual, rejeitando a ciência, também a psicanálise, que se fundamenta nele ao se regressar ao sujeito.
Vamos poder dize que para Wittig (1992), nada disso de Beauvoir, não se nasce senhora  se deve fazer de tudo com finalidade de nunca se consinta em se tornar uma - tornar-se senhora se escora em mitos: ser a senhora de um varão, ser mãe ou outras qualidades combinadas ao feminino. A não correspondência a estes princípios justificação sofrimento. Wittig recomenda dissociar “senhora”  mito, treinamento imaginária, de “mulheres”  nível - o movimento feminista deveria levar qualquer senhora a ter a consciência de que os desvantagens que enfrenta são essencialmente desvantagens das mulheres  nível.
Na nossa cultura, há uma percepção de invariância da verdade social, tal e como se não fosse mutável a lascar dos conflitos de nível. Para Wittig, o espiritualismo padeceria exatamente a mesma delírio - a fixidez dos dignidade em psicanálise seria forjada por um artifício de ser capaz com fins de extinguir as condições históricas subjacentes, o que, assim sendo, perpetuaria a situação de filtração tal e como se fosse naturalmente infundida.
Logo se fala em troca de mulheres, diferença entre os sexos, ordem simbólica, Inconsciente, Libido, Gozo, Cultura, promovendo um significado integral a esses dignidade,  efetivamente são somente categorias fundadas a gretar da heterossexualidade, que gera a diferença entre os sexos como um mistério político  filosófico. (Wittig, 1992, pp. 27-28)
Neste sentido, no que se refere à simbólico:
. . . eles objetam que há uma ordem simbólica, tal e como se estivessem falando de uma dimensão que não tivesse  a ver com domínio. Pobre de nós, a ordem simbólica participa exatamente a mesma veras que a ordem política  econômica. Há um continuum entre suas realidades, um continuum quando a abstração se impõe à materialidade  deve formatar o corpo como a mente daqueles que oprime. (Wittig, 1992, p. 58)
O simbólico, nessa perspectiva, precisa ter alguma relação com a verdade - se não fosse deste modo, não haveria como vislumbrar renovações sociais a lascar dele. A negativização deste registro, como a mitificação  fixação dos dignidade, seria no profundeza uma manobra política com a pretensão de ofuscar as condições históricas subjacentes, levando o sujeito a crer que a estado de submissão é um oferecido organico inabalável, barrando levantes de transformação.
Neste envolvente de ebulição do feminismo galicismo  do canhoneio sofrido, Lacan não -ataca explicitamente em seus ditos  escritos. Porém aclara o lugar da psicanálise ao se devotar à máxima paradigmática da não relação sexual.
Nos anos 70, ao formalizar a tese da carência da relação sexual, para dissabor da plateia feminista francesa que na era buscava as bases teóricas para sustentar não mas a paridade, como em um primeiro instante do feminismo, porém a peculiaridade da senhora em comparação com varão, Lacan diz que “A senhora não existe”. (Fuentes, 2009, p. 22)
Os aforismos “Não há relação sexual”  “A senhora não existe” estão no cerne do desenvolvimento de sua teoria da sexuação, que teve início no Seminário 18  a ser definitivamente apresentada em suas proposições lógicas na tábua do Seminário 20. A forma que Lacan escolhe para cuidar da diferença dos sexos passa por avanços ao contemplar o falo  função dentro da lógica  as díspares modalidades de gozo.
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leftpeachchopshop · 4 years
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O uso de Anticoncepcional por Homossexuais: Causas Efeitos
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Num estudo realizado por pela noticiarista Marilyn Cerqueira (2016) com uso de anticoncepcionais por homossexuais revelou que, “Os anticoncepcionais na maior parte são feitos desde uma combinação sintética de 2 hormônios: estrogênio  progesterona, este e aquele fabricados pelo corpo feminino”. Conquanto, em níveis mas baixos, esses hormônios também podem ser encontrados nos homens – sendo o estrogênio encarregado pela produção do sêmen  para o início da testosterona, principal hormônio masculino (CERQUEIRA,2016).   O que aconteceria a um varão se este tomasse somente uma pílula anticoncepcional?  Essa questão foi uma questão feita durante a busca de (CERQUEIRA, 2016): “Absolutamente , conforme a MaineTeenHealth.org. Todavia, se este fizer isso durante um correto tempo, começará a testar número reduzido de efeitos adversos, como por ex, o incremento de seios, menos pelos na rosto, testículos menores  uma certa subtracção na libido. Aliás, os altos níveis de estrogênio em um varão podem resultar em um aumento no risco de cancer de próstata  Hiperplasia Prostática – uma requisito que faz com que a glândula da próstata cresça  dificulte a passagem da mijo pela uretra”. (CERQUEIRA, 2016) um varão toma pílula anticoncepcional, os hormônios femininos deixam a testosterona menos eficiente no corpo. Ingerir a pílula também deve afetar no seu armazenamento de adiposidade, os ossos podem desenvolver um estado homogêneo ao da osteoporose, além de proporcionar mudanças do varão como feminização da aspecto física, subtracção dos pelos do corpo  os pelos faciais, apesar disso, vão poder chegar alterações mentais. (COLUNA CIÊNCIA, 2013).   A pílula anticoncepcional, também chamada de contraceptivo vocal, é um método contraceptivo bastante confiável, com uma taxa de sucesso ao volta dos 99%. Al��m de impedir a gestação, os anticoncepcionais também são benéficos em outras situações, como no tratamento do hiperandrogenismo (excesso de hormônio masculino), da dismenorreia (cólica menstrual), da menorragia (excesso de mênstruo)  da tensão pré-menstrual. (COLUNA CIÊNCIA, 2013). 
Mesmo que ser uma droga segura  em uso há varias muitos anos, existem, porém, numerosas -indicações  possíveis efeitos colaterais relacionados ao uso do anticoncepcional. A subtracção progressiva das doses de estrogênio  progestina (forma sintética da progesterona) a partir de a introdução da pílula no mercado na década de 1960 conseguiu conseguir uma relevante redução nos efeitos secundários, como tromboses  complicações cardiovasculares. Como os hormônios contidos na pílula reduzem a eficiência da testosterona, a impacto hormonal deve ocasionar depressão, além de sintomas como confusão mental  insônia. A pílula deve contribuir com a treinamento de seios femininos,  inibir traços masculinos, como a barba etc, deixando o varão com o corpo completamente alterado, deve também ocasionar doenças como o desenvolvimento do pano da seio, além do risco de aumento de coágulos sanguíneos, desenvolvem grandes riscos de desenvolver doença da vesícula biliar  do fígado. (COLUNA CIÊNCIA, 2013).
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leftpeachchopshop · 4 years
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Adolescência:Sexualidade e Questões de Gênero, um Olhar Diferenciado
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Na atualidade, a multiplicação de sexualidades é acompanhada de perto pela propagação de nomeações ou seria, por causa de se nomeiam as sexualidades que os sujeitos se identificam? Nos prolegômenos do objecto, cabe uma primeira  essencial salvaguarda: o concepção de identidade de gênero se difere do de orientação sexual. De forma, na sigla LGBTTQI as três primeiras literato referem-se à orientação sexual do sujeito (lésbicas, gays  bissexuais),  as quatro últimas - sendo o intersexo um caso pessoal - referem-se à identidade de gênero (transexuais, travestis, queers  intersexuais). Estima-se que a orientação sexual se alude à atração física, romântica /ou emocional duradoura de um tipo por outra persona,  a identidade de gênero se alude ao sentimento intrínseco de ser masculino, feminino ou  outra denominação. Pessoas transexuais podem ser heterossexuais, lésbicas, gays, bissexuais ou assexuais, outrossim que as pessoas cis. A comunidade LGBTTQI, denomina de cisgênero - o prefixo cis vem do latim  significa “deste lado” - as pessoas cuja identidade corresponde ao gênero nomeado em seu promanação,  pessoas cuja identidade de gênero /ou frase de gênero não corresponde às normas sociais  expectativas tradicionalmente associadas ao sexo atribuído na nascença são denominadas trans (cf. Normas de Atenção à Saúde de Pessoas Trans  com Versatilidade de Gênero, 2012).
A atual clínica com adolescentes impõe ao psicanalista um aprofundamento nas questões de gênero, questiona preconceitos que ainda existem cá  além, ocasionalmente dentro da própria psicanálise,  introduz contribuições de enorme valia para avançarmos com a teoria psicanalítica. Realmente, é provável expressar que a própria psicanálise nasceu numa estação quando poucos clínicos  intelectuais começaram a questionar a, até logo tida como precisa, orientação cisgênero, que considerava desviantes ou mesmo perversos toda gente aqueles que a ela não se adequavam. Conquanto, foram sobretudo os movimentos sociais do início do século XX que, definitivamente, abalaram as certezas precedentes. Senão, vejamos:
Ao termo de sua imensa estudo do Pequeno Hans, Lacan (1956-1957/1995) se coloca a questão da opção pela masculinidade a gretar do pós-escrito de Freud (1922/2015)  o agora jovem Hans vem visitá-lo com a reparo de não se lembrar, em integral, de todo tratamento que fizera  pequeno. Lacan o associa a um correto classe de jovens que não são filhos de uma, porém de duas mães, acolá onde falta o pai. Isso faz Lacan articulá-lo, de um lado, a Leonardo da Vinci, analisado por Freud (1910/2013), , de outro, a um correto gênero de de jovens da geração de 1945 que esperavam que as ações viessem do outro lado, o das mulheres, jovens que esperavam que fossem elas a lhes tirarem as calças (Lacan, 1956-1957/1995). Do menino que brincava de esconde-esconde com as meninas, já não sobrou  daquilo que este queria mostrar a elas, a não ser a si mesmo  “um tanto como um objeto feitiço, quando o pequeno Hans se localiza numa certa posição apassivada” (Lacan, 1956-1957/1995, p. 342). Daí que, “ que seja a validade heterossexual de seu objeto, não vamos poder considerar que dê conta absolutamente da legitimidade de sua posição” (Lacan, 1956-1957/1995, p. 342). Por mas heterossexuais que esses jovens pareçam ser, a masculinidade ficou comprometida pela referência ao que Lacan identifica com um phallus dentatus, o materno, à espreita de  provável movimento que implique uma agressividade com relação ao objeto, por ser este mesmo “essa espécie de objeto fixado [...], imaginário” (Lacan, 1956-1957/1995, p. 342) que constantemente vitimará  machucará, “ assalto masculino” (Lacan, 1956-1957/1995, p. 342). Esse também é, como conclui Lacan, o porvir desse charmante pequeno Hans, o de um cavalheiro, por mas heterossexual que pareça.
A data não é anódina: em 1945, quantos jovens, na Europa, não se viram justamente desprovidos da presença de seus pais, tombados nos campos de guerra, nunca retornados à vivenda ou,  bastante, eles próprios tão machucados por tudo o que neles passaram, sem descobrir de que modo responsabilizar na presença de seus filhos - raramente deixados por anos, justamente no instante do desenvolvimento quando mas precisariam deles -, a função de pai real, aquele que castra?
Porém, Lacan não se atém a essa data  aponta outras leituras sobre o tema. A questão é complexa , em realidade, mantém a virulência dos ritos iniciáticos tantas vezes analisados em outros campos, que demonstram que ela nem é uma questão datada, porque, se esses ritos fazem função de amolado sagacidade a orientar a puberdade para a masculinidade, varias vezes é unicamente para garanti-la como máxima. Aqui está o que observam os autores intimados a esse saudação por Lattanzio (2011),  este analisa a função dos ritos iniciáticos na juventude como forma de os meninos se livrarem da feminilidade que os contagiou a partir de o instante quando passaram um tempo no útero materno. Referimo-nos, pouco, às interessantes contribuições de Tubert (1999) sobre os ritos no Vale do Asaro, em Papua - Novidade Guiné: os meninos moram com as mães com pouco contato com os pais. Chegado o instante da puberdade,  os meninos são isolados de suas mães, purificados de suas feminilidades antemão incorporadas, por intermédio de diferentes sangrias, as mães entram literalmente numa tempo de luto, “como reconhecimento da separação de seus filhos, que passam formalmente para a secção masculina da sociedade” (Tubert, 1999, p. 66). As sangrias  vômitos sofridos pelos jovens, desde manipulações de seus corpos por secção dos homens adultos, “liberam o menino do sangue do ventre materno, que este engoliu  estava no útero,  do aventureiro sangue menstrual que deve ter ingerido, sem perceber, com a comida que sua mãe lhe preparava” (Tubert, 1999, p. 67). Poucos anos vivendo separados, em “cabanas dos homens”, os jovens se tornam adultos  casam. A separação da mãe foi estrita  como sintoma encontramos aquilo a que Freud não dedicou poucas observações (1908; 1913; 1917), o horror ao sangue menstrual.  logo, “os meninos tornados homens [heterossexuais e casados] passam a ter uma relação de horror ao sangue menstrual de uma senhora, que deve mesmo eliminar um varão  representa a metódico ameaço de feminização” (Lattanzio, 2011, p. 140). Um jovem em respeito deve nos expor certa feita: “Sou bastante comunicativo, porém  fico perto de uma senhora me atrapalho todo. As mulheres são minha criptonita”.
O artigo que segue provém de uma busca realizada no Enfermaria Universitário, nos últimos 3 anos, junto à clínica com adolescentes atendidos em ambulatório de psicanálise  saúde mental, semanalmente, a arrebentar cujo se colocou a seguinte questão: que especificidades as sexuações hodiernas apresentam na juventude  como essa clínica afeta a teoria psicanalítica? Donde a metodologia utilizada secção da clínica que questiona a teoria deixando enriquecê-la,  nos colocamos o trabalho por uma preparação teórica que objetiva a busca em psicanálise. Fiamo-nos na asserto de Jacques Lacan, segundo a que “a feitio subjetiva possui, pela conexão significante, uma objetividade perfeitamente localizável, que fundíbulo a própria possibilidade da ajuda que trazemos sob método da versão” (Lacan, 1969-70/1992, p. 82). Para tal enriquecimento, partimos de uma revisão bibliográfica, cotejamos o  de tal revisão com a clínica  levantamos, logo, hipóteses para possíveis avanços teóricos.
Os Afetos de uma Juventude
Tendo ultrapassado alguma coisa a confusão entre lascívia  ato sexual, que levava as pesquisas à temática da AIDS entre a população mas jovem  à da gestação na juventude, as pesquisas atuais sobre a mocidade privilegiam a temática sobre identidade de gênero  orientação sexual.
A questão da identidade sexual do sujeito é alguma coisa continuamente elaborado a gretar do Outro - vide os ritos iniciáticos. Nos dias atuais, é seguro o papel da net na procura de respostas que os adolescentes podem conseguir no planeta do dedo, como na pergunta de uma juvenil: “porque razão a gente escolhe gostar do qual não gosta da gente?… Taí uma pergunta que Papai Google não responde. Porque se o léxico era o Tesouro da sua geração, o Google é o Pai dos desesperados da minha”, ela conclui, no instante quando fala com a exegeta. O comentador é também  de seu tempo  não deve ignorar os avanços de sua era. No caso, as redes sociais ditam ao sujeito o que deve fazer  sua identidade, sendo necessário enfatizar que em  se relacionam com a moral sexual civilizada de outrora, que instalava a norma do que se deve fazer como varão  como senhora. O que afeta a juventude no instante é a multiplicidade. Gallano já apontava, em 2006, que “os sujeitos não encontram atualmente esse Outro que normatize a diferença dos sexos” (Gallano, 2006, p. 317).
Sem questionamento, o modo como tal diferenciação era outrora transmitido fundamentava-se numa identificação clara da função paterna com o pai da veras, coisa que hoje em dia já não se observa mas, absolutamente. A própria psicanálise ocorreu no instante quando se começou a perceber a vacilação dessa identificação. O pai já não era suficiente nos tempos de Freud, por ex. Um contemporâneo dele, Wedekind, escreveu a fracção O Despertar da Vernal (Wedekind, 1891/2008), quando o Varão Disfarçado possui a função de substituir o pai para calçá-lo simbolicamente., a de sustentar o sujeito  desejante. A personagem Melchior, em frente à que aparece esse Varão, chega a se perguntar se este é seu pai. Presentemente,  “o sujeito deseja o base do pai para sustentar seus passos, para enfrentar as vicissitudes do libido do Outro, não encontra mas o pai que por este vela” (Quinet, 2002, p. 119).
Nesta segunda década do novo milênio, vemos o corpo teen tombar em mergulho de forma livre no esfinge da relação sexual. Não vamos poder negar os impactos políticos, sociais  estéticos das novas tecnologias da informação  informação nas encenações de destinos que não correspondem ao anatômico, semblantes que a idade inscreve no corpo. Se considerarmos a seguinte mensagem lacaniana: “que de antemão renuncie a isso [à psicanálise...] quem não conseguir conseguir em seu horizonte a subjetividade de sua era. [...] Que este conheça muito a lesma a que o arrasta sua idade na obra contínua da Babel” (Lacan, 1953/1998a, p. 322), vamos poder declarar que na atualidade não cabe à psicanálise simplesmente soltar as questões de gênero, nem as posições feministas  os estudos da teoria queer, que propõem a desmontagem de todo classe de identidade de gênero que não seriam adequadas ou corretas no cenário da bipolaridade.  Lacan, em 1970, faz a reparo de que é “incorporada que a estrutura [da linguagem] faz o afeto” (1970/2003, p. 406), deve-se falar em “afetos de uma estação, e inclusive de uma juventude” (Pollo, 2003, p. 69) a marcarem o próprio corpo do sujeito.
Embora gênero não seja um noção da psicanálise, não há como negar os efeitos discursivos gerados ao colocá-lo em questão. Como observou Ceccarelli (2010), há duas perspectivas em psicanálise, que varias vezes conflituam  autores abordam a questão do gênero: “a interseção do individual - da constituição do Eu, ou do sujeito -  as construções sociais como tributárias de processos históricos”. Fora da psicanálise, porém nela sustentada a arrebentar da fala do sujeito, a questão de gênero é fraude fundamentalmente como política, tal e como se lê em Leila Dumaresq (2014), bacharel em Filosofia, senhora transgênera  ativista que propõe uma “política sexual transgênera”. Sua parrésia: “meu lugar de fala é o da vivência  do convívio crítico da minha exigência. […] Testemunhar quem somos com nossas palavras é um ato fundamental de resistência.  poucas palavras não servirão para tantas formas verdadeiras de ser” (Dumaresq, 2014). Sua política propõe o reverência das diferenças que marcam pessoas, seres  subjetividades, na contramão da desumanização, marginalização  exclusão. Essa temática também questiona a nós analistas: o que intentamos expor  afirmamos que há diferença sexual?
A clínica psicanalítica com sujeitos adolescentes ilustra os impasses do sujeito na confrontação com a improbabilidade de uma relação de completude entre os sexos, proporcionando a ocasião de abordar uma questão pouco debatida   fácil, que nos asemelhava a particularmente esclarecedora na problemática da escolha de posição sexuada no instante da juventude - quando, sabidamente, ocorrem as vacilações identificatórias herdadas da puerícia (Alberti, 2004). A abordagem psicanalítica, centrada na clínica do caso, possui chances de se fazer ouvir nesse imbróglio já facilmente observável por pais  especialistas, de que os adolescentes estão “experimentando” novas identidades  não têm  se são homens ou mulheres.
A Mocidade  as Escolhas
Em 2004, Alberti retoma o tema da juvenilidade , desta vez, a enfatiza como instante de escolhas. Observa também que “não há escolha que prescinda de indicativos, direções, determinantes que lhe são precedentes” (Alberti, 2004, p. 10). Tais direções advém não somente dos pais  educadores, porém também dos “colegas, mídia, o planeta enfim a sua viravolta, através do que lhe é transmitido pela linguagem, falada, escrita, visual, comunicativa ou ainda pelo silêncio, que não deixa de ser uma forma de linguagem” (Alberti, 2004, p. 10). Aliás, é anterior à juvenilidade também a constituição da libertinagem, que, para Freud (1905/1996a), é categoricamente infantil.
Freud observaria que a vida sexual tem um caráter bifásico, entrecortada pela latência: de um lado, a puerícia; de outro, o jovem, sendo que na puberdade ocorreria a constituição estrita da vida sexual (Freud, 1905/1996a, p. 189). Há na verdade, uma escolha estrita do sexo na juventude? Essa seria uma asseveração datada de Freud? Estaria ela apoiada na teoria segundo a que a diferença sexual poderia ser situada entre a premissa fálica da lascívia infantil  o encontro com o Outro sexo na juventude? (cf. Alberti, 2004).
Anne Fausto-Sterling (1993) asseverava: “biologicamente falando, existem diversos graus entre fêmea  masculino; [...] poderíamos discutir que nesse espectro existem no mínimo cinco sexos.  talvez até mas [pois] o sexo é um continuum vasto  infinitamente maleável que desafia as limitações” (p. 2). Anos depois, ela acrescenta que é a complicação do sexo de um corpo que impede “o isso ou aquilo” (Fausto-Sterling, 2001-02/2000, p. 15)  que rotular alguém como varão ou senhora é pura resolução social que não advém do conhecimento científico,  sim de “nossas crenças sobre o gênero [que afetam] o classe de conhecimento que os cientistas produzem sobre o sexo” (Fausto-Sterling, 2001-02/2000, p. 15).
Em uma nota de pé de página acrescentada em 1915 aos “Três ensaios sobre a libertinagem”, Freud (1905/1996a) deixou evidente que os ideias de “masculino”  “feminino” figuram entre os mas confusos da ciência por acabarem decompostos em, no mínimo, três sentidos distintos: ora se emprega o sentido “atividade”  “passividade”, ora o sentido biológico (espermatozoide ou óvulos); apesar disso, há o sentido sociológico (homens  mulheres realmente). Segundo este, o primeiro desses três sentidos é o forçoso para a psicanálise,  isso se deve ao fato de que a libido é masculina, porque a pulsão é continuamente ativa, mesmo  estabelece para si um meta passivo.
Tal e como se sabe, Freud identificava o masculino com a atividade  o feminino com a passividade. Porém, isso não significa identificar os homens como ativos  as mulheres como passivas. Ao invés de: foi dele a oração segundo a que para se ser passivo é preciso muita atividade (Freud, 1931/2010a), além de ser dele também toda a teoria sobre a androginismo como fator definitivo: “Em toda gente nós, a vida inteira, a libido geralmente oscila entre o objeto masculino  feminino” (Freud, 1920/2011d, p. 130). Masculino  feminino, para Freud, não são simplesmente uma referência para o desenvolvimento do menino  da moçoila, porque se referem ao modo como qualquer sujeito lida com o reconhecimento da diferença. A anatomia é entregue, porém não o modo como qualquer sujeito vê sua anatomia. A visão vai entrar em jogo na diferenciação dos sexos.
Freud (1933/2010b) diz que a força motriz da vida sexual é a libido: “A vida sexual é dominada pela polaridade masculino-feminino; cabe logo examinar a relação da libido com essa polaridade” (p. 288), dado que “há unicamente uma libido que é posta a serviço tanto da função sexual masculina como da feminina”. Logo no início de “A feminilidade” (Freud, 1933/2010b), retomando a evidência entre “viril  fêmea”, afirma: “o que constitui a masculinidade ou feminilidade é uma particularidade desconhecida, que a anatomia não deve apreender” (p. 266).
Realmente, porque o oração é impotente de emendar  conceder conta, da “desnaturação” sexual do sujeito (cf. Lesko, 1996), o que temos é unicamente a referência ao significante fálico a fabricar consequências, continuamente insuficientes, para qualquer sujeito se posicionar na partilha dos sexos. É a lascar dessa referência que o sujeito empreende uma  escolha: a escolha da posição sexuada - quando assume a responsabilidade “por seu gozo” (Quinet, 2013, p. 131) -  a escolha do seu objeto sexual.
É lógico que isso deixa de fora tudo o que não se alude ao falo, razão de a escolha do sexo ser também “a escolha do não-todo [...] que deixa seu lugar ao Outro do sexo” (Strauss, 2015, p. 76). O não-todo é o buraco do sexo da senhora, “que remete o sujeito a seus próprios impossíveis, ao que este não compreende, ao que percebe, porém não consegue valer” (Alberti, 2004, p. 31). Impraticável de simbolizar, esse “buraco reenvia todo juvenil, ainda que sua cultura, a um quesito de irrepresentável, ao real em jogo no encontro com o sexo” (Alberti, 2004, p. 31).
Vede como Lacan subverte definitivamente para a psicanálise toda   versão da luxúria: ela não segue uma bipolaridade porque afirma a existência pela via do simbólico na referência ao significante fálico, existência de  sujeito, identifique-se este do jeito que desejar, ainda que  referência biológica,  do outro lado, a carência, o que o leva a conceituar, logicamente, que a “Senhora não existe” (Lacan, 1971/2009, p. 69).
A Lógica da Sexuação
Lesko (1996) critica as posições pré-concebidas sobre adolescentes desde uma interpretação arqueológica (no sentido foucaultiano do termo) da questão da feminilidade, que resiste a se inscrever sob receita de um descobrir, o que nos leva a perguntar com Prates (2001) “tal e como se deve distinguir, num outro projecto que não o das estruturas clínicas, a ‘tomada de resolução’ em comparação com sexo”? (Prates, 2001, p. 95). Para responder tal pergunta, a autora retoma a questão do uso por Lacan da lógica formal em seu ensino  o considera de relevância inestimável, “no sentido de contextualizar a discussão num projecto que não seja fenomenológico, ou da ordem da linguagem organico” (Prates, 2001, p. 95). Aliás, aponta que “varão”  “senhora” são palavras largamente utilizadas  impregnadas de significações culturais, o que torna ainda mas essencial constatar para o tratamento teórico oferecido por Lacan a esses termos, de forma a elevá-los ao regime de ideias psicanalíticos. Segundo Prates, a retomada feita por Lacan desses termos não é casual, porque “eles apontam uma coragem em não se roubar a uma problemática clínica, que acompanha a história da psicanálise, que seja, como o psicanalista deve descobrir, finalmente,  está em frente a um varão ou uma senhora?” (Prates, 2001, p. 96).
No ano de 1973, Lacan escreveu pela primeira vez as fórmulas da sexuação, formalizando logicamente seus 2 andares. Na secção de cima, com suas quatro fórmulas proposicionais - que não retomaremos cá -, postula “as únicas definições possíveis da secção dita varão ou muito senhora para o que almeja que se encontre na posição de habitar a linguagem” (Lacan, 1972-73/2008, p. 107). Já a secção de inferior, no que  “impropriamente a humanidade”, reparte-a em “identificações sexuais”. Lacan (1972-73/2008) é explícito quanto a expor que o sentido sexual “aponta a direção onde este fracassa” (p. 106): não se deve dizê-lo. Sobre sua fórmula, Lacan afirma: “ela não me parecido réplica senão, como de hábito, para fabricar problema-entendido” (p. 106). Lacan (1971-72/2012) já havia sublinhado que o detalhe precípuo, o quesito de urgência do ser falante é essa relação perturbada com o próprio corpo que se  gozo. Este,  efeito de linguagem, sofrem o golpe de uma castração.
Ao estabelecer a diferença entre varão  senhora como questão lógica, não há nenhuma brecha para a biologia. O termo sexuação, proposto por Lacan (1972-73/2008), identifica, em última estudo, o varão  a senhora por seu modo de gozo  deve-se manifestar que se trata de uma formalização do improvável, implicando o real (Miranda & Alberti, 2012). Lacan propõe um exposição que partiria do real, através da lógica, tendo em vista a uma premência de oração (1971-72/2012). O que faz com que alguém esteja de um ou outro lado na partilha dos sexos?
Quinet (2013) faz uma interpretação das fórmulas da sexuação, quando retoma as duas lógicas distintas: a Lógica fálica do Um, que constitui um cosmos a lascar da exceção, formando um conjunto fechado que articula o Um com o todo do batalhão fálico dos homens,  a Lógica da Heteridade, do Outro sexo, do não todo do lado feminino, Outro, porque heterogêneo em comparação com Um, donde Heteros.
Lacan aconselhava em 1972 que a partir de o promanação há uma diferença inata  organico que
corresponde ao que há de real no fato de que, na espécie que se autodenomina Homo sapiens, os sexos parecem dividir-se em 2 números por alto iguais de seres [...] muito mas cedo do que se espera. Conquanto é preciso reconhecer que somos nós que os distinguimos, não são eles que se distinguem. (Lacan, 1971-72/2012, pp. 15-16)
Ao enfatizar o caráter binário do sexo como uma urgência completamente lógica, Soler (2013, p. 121) propõe duas alternativas heterogêneas  todas e cada uma das duas podem ser ditas reais: entre másculo  fêmea, no ser animado  sexuado; entre varão  senhora, no falasser, procedente das determinações lógicas da linguagem.
A lascívia do sujeito se inscreve, a partir de continuamente, no Édipo - duplo, positivo   (Freud, 1923/2011a) -, porque este possui relação com o libido, “fenômeno mediano do temporada sexual da primeira puerícia” (Freud, 1924/2011b, p. 204), dependente da androginismo da gaiato. Lembremo-nos que já na missiva dirigida por Freud a Fliess em 1899 é provável ler: “Androginia! [...] Estou me acostumando a encarar todo ato sexual como um facto entre quatro pessoas” (p. 46). Em 1905, Freud já sabia que na natureza não se encontra a segregação masculino-feminino, a que, conquanto, a moral civilizada da era queria declarar com tanta veemência.
Lacan (1971-72/2012) leva a desnaturalização do sexo às últimas consequências, identifica na função  torrão da fala  da linguagem uma tendência, ainda, à obnubilação do real da castração. A linguagem, do modo como é enredo na pronunciação com o ser, possui uma função anedótica que faz suplência ao gozo sexual, não sem sustentar-se na função fálica, que, justamente, protesta a castração - como, aliás, Freud (1937/1996b, p. 287) já elaborara com sua teoria de “repudiação da feminilidade”, que substitui a de “protesto masculino”, proposta por Adler (cf. Rocha, 2002, p. 143). Praticamente, se “o multíplice de castração constantemente age no sentido de seu teor, inibindo  limitando a masculinidade  promovendo a feminilidade” (Freud, 1925/2011c, p. 296), o multíplice de castração, que implica a repudiação da feminilidade, é uma forma de tentar dela evadir, em contrabando. A linguagem continuamente funcionou, naquilo que tange à libertinagem, construindo mitos a darem conta do que é improvável manifestar , desse modo, se associaram o registro científico “ a linguagem simbólica do mito  das lendas” (Rocha, 2002, p. 131). Porém mitos  lendas se sustentam também no imaginário  daí no próprio pênis como consistência que chegou pequeno número de vezes a enganar o próprio Freud, pouco no início da psicanálise,  identificava nele a referência masculina. Aqui tendes o que Lacan denota como anedotas em seu Seminário ... ou pior (1971-72/2012)  vede o que procura derrubar, em imutável, , como observa Miller (2012), se utiliza do Um  real a rejeitar o 2 da pronunciação significante. Esse Um é um novo modo de ler a castração, real puro, a promover um novo intermediário: o que vai do real ao simbólico, veículo não anedótico, justamente. Daí, nesse instante, a função proposicional de Frege ser de tanta valia para Lacan: ela expressa as formas lógicas num simbolismo carente de  anfibologia. Se a função fálica está dentro da linguagem, a castração a ex--siste.  isso não é sem relação com o teor do inconsciente, porque é justamente o uso da lógica que deve prescindir do princípio da incongruência, que a partir de Freud não se encontra no inconsciente. A castração, hiância irreduzível, só deve ser abordagem a gretar da lógica, visto que o objeto da lógica se impõe por uma urgência de oração (Lacan, 1971-72/2012). Tal urgência, afinal, rejeita o Outro  eixo da dialética do sujeito  o remete à ficção, desvaloriza o libido, promete o gozo, rejeita o ser que não passa de semblante , em consequência derradeira, a henologia - teoria do Um - supera a estudo do ser - ontológico (Miller, 2012).
É a lógica da sexuação derrubando, em estrito, toda   referência organico, no que tange à sexuação do ser falante.
Gêneros
Ao final de Complicações de gênero, Butler (2003) tangencia a teoria de que o corpo não é um “ser”, no sentido de ter alguma coisa a expressar. Na realidade, é “uma fronteira variável, uma superfície cuja permeabilidade é politicamente regulada, uma prática significante contido em um plaino científico de jerarquia do gênero  heterossexualidade compulsória” (Butler, 2003, p. 198). É com isso que o juvenil precisa se ter: o gênero está na superfície, deve-se manifestar que se trata de um “corpogênero” (Knudsen, ‎2013). Que o corpo seja uma superfície, já se lê claramente também em Freud (1923/2011a). Porém, que essa superfície faça dele o Outro do gozo, é alguma coisa ainda a se explorar. Levantamos a hipótese de que, a partir de os primórdios da cultura, a mocidade é o palco quando isso se apresenta de modo mas pregnante.
Nossas pesquisas no começo tratavam de aprofundar a temática do despertar da libertinagem na juvenilidade. Vários adolescentes por nós atendidos no Sanatório Universitário.... diziam estar “experimentando”  não ter  se eram homens ou mulheres. Esses adolescentes poderiam rapidamente aceitar o diagnóstico dr. de “indisposição de gênero” (cf. DSM Canguçu, 2014), tão em voga nos últimos tempos, conotando o que, no campina social, é sabido como novas identidades de gênero. Para a psicanálise, apesar disso, tal “indisposição”, refere-se ao núcleo de toda neurose: que posição tomar na escolha forçada da sexuação? Visto que não é a anatomia que identifica os sujeitos como varão ou senhora, a inquietação no que se refere à próprio sexo é a regra para a humanidade. Aqui está o tema quando a psicanálise traz um subsídio relativamente original, por considerar que “não há identidade sexual; a libertinagem é a própria coisa que perturbará toda a identidade” (Zupančič, 2016).
Segundo Lacan (1971-72/2012, p. 33), “a lascívia está, não incerteza, no meio de tudo que se passa no inconsciente. Porém está no meio por ser uma falta”.  é com essa falta que o juvenil se vê obrigado a enfrentar, do jeito que puder, como o demonstram as situações clínicas , extraídas da fala de três adolescentes atendidos no ambulatório:
“Sou um varão num corpo de uma senhora, porém um varão que gosta de varão, um varão gay”, diz uma jovem, explicando claramente a diferença entre sua identidade de gênero, ou posição sexuada - sou um varão -,  sua orientação sexual, ou escolha de objeto - um varão que gosta de varão. Na sequência dos atendimentos, essa mesma juvenil afirma: “Sou uma senhora que é o viril  da vivenda”, identificando seu papel de gênero numa forma masculina, respondendo ao lugar quando se vê colocada pelos familiares, quer dizer, respondendo a uma demanda do Outro.
“Nós mulheres nos pegamos. Toda senhora é bi. Varão com varão é uma coisa nojenta, porém a gente não... Senhora anda de mãos dadas, troca de roupa junto, toma banho... aí a gente se pega, se toca, se experimenta. Você já experimentou uma? Se você nunca experimentou é porque ainda não apareceu a senhora certa para você”, diz uma jovem explicando sua luxúria feminina, concordando com Freud (1931/2010a),  este destaca que, na vida sexual das mulheres, a hermafroditismo vem para o primeiro projecto.
“Minha mãe acha que eu prosseguirei contornar uma bicha se colocar um alargador na ouvido, porém a exclusivamente coisa que eu posso pender é um homemsexual”, diz um juvenil ao apresentar o “alargador” como alguma coisa que poderia minimamente separá-lo dos ditos da mãe. Diante disso, é interessante observar a equivocidade da língua, ou o equívoco de lalangue que leva esse jovem a escutar o significante homossexual como homemsexual (cf. Alberti, 2017, pp. 83ss). Tal equivocidade é o que lhe dá condições para a separação.
Presentificação do ser-para-o-sexo, subversão freudiana da filosofia, a juvenilidade é um tempo lógico de trabalho, impulsionado pelo real do encontro com o Outro sexo, assaltado pelo Despertar da vernal (Wedekind, 1891/2008), que interrompe “o  de um Édipo letargo” (Alberti, 2009, p. 20),  a luxúria se mostra como um discrepância, marcando que não há relação sexual.
Para Judith Butler (2003), o gênero seria apenas um papel que se aprende de tanto repetí-lo,  o corpo materializaria o que da libertinagem é irrepresentável no gênero, porém se resignificaria na performance. Por sua vez, Lacan se questiona: “onde é que isso habita, o gozo? Do que este precisa? De um corpo. Para gozar, é preciso um corpo” (Lacan, 1971-72/2012, p. 28). Poderíamos declarar que é na juvenilidade o instante quando estaca mas evidente o fato de que o sujeito não somente possui um corpo, porém que este é um corpo  que de sua relação  sujeito, com esse corpo, surge o semblante. Seria este homeomorfo à noção de performance de Butler? Sem trespassar de seu contextura próprio - a clínica de qualquer sujeito -, a psicanálise não deve  de entregar sua tributo a uma discussão que coloca em seu meio a questão da luxúria, jurisdição por Freud, a partir de a instalação da psicanálise, à posição de culpa  fundamento de toda atividade humana.
Diante do oração dr., indagamos se a questão das “novas identidades de gênero” não está relacionada à conceituação da identificação no oração psicanalítico,  a questão sexo - no exposição dr. constantemente entendido a arrebentar do biológico - na teoria psicanalítica já não possui mas  de biológico.
Em psicanálise, a identificação é referida ao concepção de Eu, privilegiadamente uma instância identificatória,  poderia tapar a urgência do sujeito que, segundo a teoria psicanalítica, só emerge  tal lá onde fura as identificações. A lascívia, por sua vez, aproxima o sujeito do plaino pulsional, constantemente parcial. “É nessa situação que está a carência precípuo, a descobrir, aquela do que poderia simbolizar no sujeito o modo, em seu ser, do que nele é másculo ou fêmea” (Lacan, 1960/1998b, p. 863). Não há aproximação ao Outro do sexo oposto senão através das pulsões parciais, “onde o sujeito procura um objeto que lhe reponha a perda para toda a vida que lhe é própria, por este ser sexuado” (Lacan, 1960/1998b, p. 863), produzindo a dessimetria fundamental na relação entre o varão  a senhora.
A experiência analítica demonstra que as questões de gênero  identificação não equacionam o impasse diante do sexo  da lascívia. O que expressar  o que escutar na clínica com adolescentes atualmente? Sigamos não procurando sentido, validando os furos. Os adolescentes continuam nos ensinando.
“Você só deve ser Hétero ou Homo se Testar as Duas Coisas” (Mila)
Para elucidar de qualquer modo as questões clínicas que nos levaram à busca das quais resultado é também esse artigo, apresentaremos, logo depois, o que é provável expressar, até o instante, sobre o caso da jovem que chamamos de Mila. Por causa de, conforme as bases da teoria psicanalítica, a luxúria do sujeito se inscreve a partir de constantemente no Édipo, porque possui relação com o libido,  que possui, segundo Freud, uma “segunda eflorescência” depois o temporada de latência, com a chegada da puberdade, sexo, gênero, identificação  sexuação são princípios que a clínica com adolescentes nos deixa observar no instante mesmo quando são questionados, numa “travessia das aparências” (Alberti, 2009). Com a queda das identificações, o sujeito se confronta com os impasses da impedimento de uma relação de completude entre os sexos, com suas anedotas a que possui aproximação por ser de linguagem.
A primeira persona a encaminhar Mila (nome hipotético) para auxílio foi a avó materna, que pedia ajuda para sua neta, que há meses não conseguia transpor de moradia, porque,  saía, tinha “crises de fobia”. Apesar disso, não ia à local de ensino, adequava desejar permanecer sozinha com a mãe  que desejava arrefecer. Ainda assim, descreve a neta como uma moça que constantemente foi bastante inteligente, que se destaca em nível  em concursos escolares. Foi unicamente na segunda entrevista que a mãe de Mila acompanhou sua filha. Descreveu sua filha como “uma mãezona”, constantemente disposta a auxiliar  a ouvir a o mundo inteiro, porém que esquece de si mesma. Supimpa aluna, nunca foi uma jovem rebelde. Superior filha do parelha que a gerou,  nasceu a mãe já tinha três filhos homens  o pai já tinha um par de filhos. “Fui mãe velha”, ela diga. Nunca quisera ter uma filha por considerar que “mulheres continuamente sofrem bastante”, particularmente “por homens”, porém, paradoxalmente, achava que o impecilho da filha é “falta de varão”  que a filha ficaria melhor no caso de arrumar um namorado. Acrescenta ainda sobre o jeito da filha: “a partir de pequena ela asemelhava a um menino” (sic).
Mila, tentando descrever o que ela  de “crises de fobia”, diga que,  sai na rua, de repente todas e cada uma das pessoas parecem “mascarados”, tudo estaca “nevoento” - o que ela associaria com o susto que tinha,  gaiato, durante o Carnaval, devido das máscaras que as pessoas usavam. Seu coração dispara, as pernas tremem  ela sente que irá passar. Conta que já pensou em se eliminar numerosas vezes: “só não me matei ainda por pusilanimidade mesmo. Pensei: ‘ah não... arrefecer deve doer bastante’, aí eu desisti”. Tentando localizar o início de seus sintomas, conta que fez seu ensino fundamental todo numa mesma local de ensino, onde era querida pelos professores por ser “a mas inteligente”, porém era conhecida pelos amigos como a “Mila fragilzinha”, “tímida”,  tinha somente 2 amigos. Foi a apenas que passou para cursar o ensino médio numa local de ensino padrão, a que tinha uma particularidade: ao passo que os nomes dos aprovados eram divulgados, a diretora adicionava-os a uma página, desenvolvendo uma turma no Facebook. Dessarte, de antemão do encontro físico, todos e cada um dos alunos já se conheciam virtualmente. Foi que Mila, utilizando-se da proteção do computador, viu a “possibilidade maravilhosa para ser outra persona” (sic). Mostrava, em sua risco do tempo (fotografias, histórias  ensaios que contam a vida do sujeito no Facebook), ser uma moça extrovertida, enxurrada de amigos, simpática... Com isso, conseguia varias “curtidas”.  verdadeiramente chegou à local de ensino, sustentou aquela situação por qualquer tempo  vivia cercada de amigos, porém passou a se sentir só: “ aí a máscara caiu... Me vi sozinha  infeliz  voltei a ser eu mesma”.
Depois da primeira entrevista, Mila não retornou por 2 semanas.  regressou, diz que teve “crises de amedrontamento” ainda mas sérias, “crises horríveis”. Nesses momentos, precisava de um “rosto familiar”, que tinha que ser o da mãe. “Constantemente foi deste modo:  fico doente é dela que eu preciso. Preciso ver o rosto dela. Se início a prosperar, ela vem com as patadas dela”. O conflito entre mãe  filha, nada obstante, foi muito evidente a partir de o início. Sua mãe a apelidou de “Mila, coração de gelo”, justamente porque ela olhava para a mãe  aconselhava: “eu não sabor de você”.  Mila aborda o matéria em entrevista sozinha, diga não gostar da mãe por não responsabilizar nela  por não a ter como uma amiga: “ela é só uma companhia, constantemente gostei mas do meu pai”. Seria o troco da filha para a asserção da mãe que diga com todas e cada uma das caracteres que não a quis?
O pai vivia separado da mãe  acabou falecendo há três anos por desvantagens cardíacos pelos quais fora hospitalizado. A filha não quis ir ao enfermaria, nem ao enterro. Nas palavras da mãe: “Mila não derramou nem uma lágrima”. Se o pai sofria do coração, a filha tinha “um coração de gelo”.
animado, segundo Mila, a mãe constantemente atrapalhou tudo  não gostava do fato de Mila gostar do pai. Havia uma cena que continuamente se repetia  era gaiato: o pai ligava avisando que ia buscá-la  ela adequava desejar ir com o pai, porém,  o pai aparecia na porta de moradia, ela já não sabia mas se queria ir, também não sabia se queria permanecer... Saía correndo  se trancava no quarto. O pai voltava para vivenda sem ela. Com o tempo, passou a ir para a vivenda do pai quase todo final de semana, porém a mãe constantemente ligava para perguntar: “este está mostrando a mão em você?”. Ela conta que isso era bastante apavorante: “como minha própria mãe podia me fazer imaginar isso do meu pai?’.
Os atendimentos a Mila não eram contínuos, porque ela desaparecia. Após quase um mês sem atendê-la, unicamente trocando mensagens por celular, Mila aparece como um menino. Cortou o cabelo  está com vestes de menino. Ela diga: “cortei Joãozinho. Estava de saco referto daquele cabelão”. Conta que resolveu “testar uma moçoila”: “lembra que eu  falei que você só deve ser hétero ou homo se testar as duas coisas?”. Ela também fala sobre Ana, sua namorada: é uma moça “bastante sofrida”. A mãe de Ana,  descobriu que a filha era lésbica, colocou-a para fora de moradia.  pequena, morou com o pai  uma madrasta, que apagava seus cigarros no corpo da enteada: “ela é bastante traumatizada”. “Que escolha!”, observa a exegeta. Ela, dando-se conta, afirma: “é... Deve ser porque somos bastante parecidas. Me apaixonei por ela devido dos textos que ela me manda. Eu adoro redigir para as pessoas, porém absolutamente ninguém nunca me escreveu . Minha mãe nunca me deixou um bilhetinho de paixão. A Ana me envia textos lindos, você tinha que ler... Me sinto querida pelo que ela escreve”.
Após um tempo sem surgir mais uma vez, envia uma mensagem num domingo de madrugada pedindo para ser atendida urgentemente. Conta que tentou se assassinar por não sustentar mas o “desprezo” da mãe: “eu queria fazer falta. Visto que nunca fiz... Penso nessa situação a partir de que soube que ela queria me abortar porque eu era rapariga. Ela nunca quis ter uma filha senhora”. Na mesma sessão, conta ter determinado mudar de local de ensino. A diretora, contrária a essa resolução, já dissera à Mila que fora dessa local de ensino-padrão, ela sofreria bastante preconceito por ser do jeito que é, porque, nessa local de ensino, oitenta por cento dos alunos são gays, lésbicas ou bissexuais  toda gente se permitem.
Nada obstante, Mila estava irreduzível  optou por trocar de local de ensino. Em suas palavras, afirmava desejar ceder tudo aquilo que em  combinava com o que ela sentia agora: “preciso erigir minhas respostas”, ela diz de antemão de regressar a sumir mais uma vez.  girata, já está morando com a avó materna. Com o cabelo cromatizado de loiro, shortinho limitado  uma blusa decotada, agora possui um namorado, um menino “frágil”, que faz tudo que ela almeja. Mila subjuga o namorado: “este é meio histrião, meio assustado”. Este adoraria de estudar artes, porém ela acha que isso não dá porvir  o impede.
De novo, a moçoila desapareces por semanas ,  viravolta a surgir, está com o cabelo colorido de azul. Confrontada à pergunta sobre se essa novidade forma de se apresentar trazia alguma referência ao filme Azul é a cor mas quente?, ela responde com outra pergunta: “aquele que têm duas lésbicas se pegando? Evidente que não! Que nojo!”. Conta que, embora não tenha presenciado ao filme, leu pequeno número de reportagens, nas quais as atrizes se diziam violentadas, porque o diretor solicitou com finalidade de elas gravassem varias vezes. “Como eu poderia testemunhar a isso?”, Mila pergunta. Conta que só retornou aos atendimentos por uma questão: continua com o namorado, porém as pessoas acham que ela é lésbica: “o que, mesmo tendo um varão ao meu lado, as pessoas continuam achando que sou lésbica? Eu não paladar de senhora. Eu me assumi, porém já me desassumi!”.
Após uma longa carência, envia uma mensagem por celular: “cá é sua paciente mas cabuladora de consultas. Escrevo para agradecer  para  falar que passei no Vestibular!”. Segundo Mila, foi a gretar das consultas  por tê-la aceitado como ela era que se “inspirou” a desejar ir para a universidade. Aliás, diz que a comentador “foi uma fracção bastante essencial em seu ruptura-carola”,  que, caso não tivesse havido esse encontro, pensa que teria continuado perda  confusa: “eu continuaria a ser uma moçoila dependente  sem voz”.
DISCUSSÃO DO CASO
O caso relança as questões trabalhadas no post  testemunha sobre: (1) o fato de que não há uma letreiro a priori na sexuação, o sujeito precisa tomar posição; (2) as opções que estão dadas na cultura atual não são sem consequências para a forma pela que um sujeito jovem se questiona atualmente; (3) a posição subjetiva na partilha dos sexos não é sem relação com as profundas questões que o sujeito se coloca sobre seu lugar para o Outro; (4) porém há alguma coisa que este precisa selecionar na vertente da separação do Outro  que o implica como ser sexuado;  (5) a relevância de um encontro com um exegeta,  este não se coloca na posição do qual possui um descobrir, porém, em função de sua função  dieta, deixa que um sujeito construa seu resposta, seja ela que for.
O que tantos reposicionamentos? Em frente à cultura atual, segundo Mila, “Você só deve ser hétero ou homo se testar as duas coisas”. Se bem que não o experimente do modo como Mila o fez, a questão se coloca para qualquer jovem de forma consciente, o que não almeja expressar que todos e cada um dos adolescentes de atualmente tenham a liberdade de procurar respondê-la do jeito como fez Mila. Das novelas televisivas às relações com outros adolescentes, o planeta atual já não acoberta relações homossexuais para um jovem diante dele. Se ainda há os que se escandalizam, e inclusive adultos que vociferam  cenas quando a homossexualidade é transmitida para a sala de visitas através da televisão  jovens que atacam homossexuais, também de modo físico , não vasqueiro, mortalmente, nas ruas, é preciso expor que, nem mesmo esses sujeitos têm como evadir à questão.
Veja-se a cena do pai de Ricky Fitts, em American Beauty, de Alan Ball  Sam Mendes, no filme de 1999. O coronel Fitts, reformado da marinha, atribui ao fruto uma homossexualidade que, em realidade, é dele mesmo  com a que teria que se ter (cf. Alberti, 2004).
Se ainda, frequentemente, a anatomia decide o registro social, ela não comanda o libido, nem a pulsão. O registro social é traço unário que marca o sujeito, sim, porém, no instante quando o identificamos com o libido, no instante quando o escrevemos “S”, Esse [Es, em alemão], Esse excluído [$], esse sujeito é também da pulsão  nela, já afirmava Freud, o objeto é o que há de mas variável (Freud, 1915/2006).
É interessante observar que justamente traços unários dessa ordem, insígnias do que estava oferecido, máscaras que se impunham, era o que tanto perturbava Mila: as máscaras que transformavam os foliões do Carnaval em assassinos, a paradoxal máscara da mãe  a máscara que a mãe imaginava do pai, a própria máscara que assumiu  Mila se via tímida  sem amigos. Todavia, Mila começou a se conceder conta de que eram unicamente máscaras, ela também poderia utilizar máscaras, ser a mas cotada  curtida do meio de as colegas da novidade local de ensino... é provável distrair com as máscaras...  é provável  tombar uma máscara.
isso se tornou mas naturalmente para Mila, desde sua estudo, o trabalho que se impôs para ela adequava saudação a rever sua posição como ser - “já não ser uma moça dependente  sem voz” - diante do que nem constantemente é provável expressar. Há alguma coisa do ser que escapa ao manifestar, ao descobrir, ao ver  ao audível.
Esse ser, que na bocado de Wedekind (1891/2008) se vê manteúdo pela inusitada presença do Varão embuçado, unicamente uma máscara que o remete ao que já não é seu pai,  sim ao que há nele próprio a resolver: precisa erigir suas próprias respostas que, por implicarem o insabido, possívelmente não serão absolutamente definitivas.  a pulsão imprime seu caráter à lascívia, paixão, libido  gozo são funções que vacilam.
CONCLUSÃO
No nosocômio, vamos poder observar o tensionamento presente em duas abordagens diferenciadas das questões da luxúria. Se, de um lado, temos o protótipo biomédico, que se caracteriza por uma definição binária  rígida da diferença entre os sexos, classificando as sexualidades que não se enquadram no protótipo dicotômico como achaque de gênero; de outro, temos o atravessamento das teorias de gênero. Estas, por terem uma natureza questionadora, proporcionam uma inequívoca dificuldade no que seria a bipartição sexual, tornando mas complexas  escorregadias as categorizações  rótulos. Na aspecto do enfermaria quando trabalhamos, nos é graciosa a possibilidade de uma dialetização dessa mesma dicotomia, consentindo a ingressão do oração da psicanálise a ressignificar a própria clínica. Simultaneamente, essa possibilidade exige uma releitura da própria psicanálise, o que tentamos introduzir cá.
O jovem é o ser-para-o-sexo por primazia, porque, longe disso do ser-para-a-morte com o que se ocupa a filosofia (cf. Lacan, 1967/2003), o sujeito jovem em estudo vive as escansões tão muito presentificadas pelo caso Mila, quando as idas  vindas são cortes com preparação não somente do paixão, porém também do libido  do gozo, na pergunta sobre as formas de treinar sua libertinagem. Paixão, no registro do imaginário, libido, no registro simbólico,  gozo, no registro do real. O instante disruptivo de angústia, indigitado pela própria Mila, foi  sua “máscara caiu”. Porém porque havia a possibilidade de falar disso em estudo, inúmeras questões, da mãe que não a quis, ao pai com quem se identificava, puderam surgir.  dado que, a arrebentar do exposição psicanalítico, não há sujeito sem sexo, tal-qualmente como não há sujeito sem política em  que seja o oração, não há o que a psicanálise com adolescentes  de se aprofundar nessa situação.
Talvez acabemos mesmo nos deparando com o fato de uma feminização, como aponta Carneiro Riacho (2011)  diga que apostar no oração analítico, na força da imposto que este traz para o novo século, é apostar na posição feminina, no não-todo, na incompletude, no furo do descobrir.
Separado irremediavelmente do Outro, desamparado, só resta ao sujeito do inconsciente buscar restabelecer na fantasia aquele pequeno resto - um olhar cego, uma voz inaudível - que seria o complemento de seu ser. Caso se disponha a remunerar o preço de ir ao encontro de sua verdade, poderá, talvez, descobrir um novo descobrir  um espaço para a geração. Apostar na psicanálise também é apostar na termo, na escrita, na fala de paixão. Sem questionamento, uma aposta feminina. (p. 188)
Em psicanálise, trata-se de passar de uma lógica da identidade a uma lógica da posição de gozo,  isto independe da anatomia, inscreve-se no plaino da escolha, logo da responsabilidade. Do que Mila não se furtou.
São casos como o dela  aos quais temos entrada em ambulatórios públicos como o do nosocômio quando trabalhamos que exigem um afinamento da teoria psicanalítica a que não vamos poder nos roubar. Porém tal afinamento só ocorre se retomamos os textos que nos orientam, que introduzem os fundamentos da psicanálise conceitualmente  eticamente, com intenção de constantemente levemos em conta que a política da própria psicanálise é aquela que aposta na subversão do sujeito. No contexto quando atuamos, é a subversão do sujeito jovem que nos ensina a continuar na teoria.
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