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Kendrick R. Duncan
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Curing the infection one bullet at a time.
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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only-kira:
Na verdade, aquilo era exatamente o que Kira achava que ele faria. Estava um tanto surpresa por Kendrick haver se mantido ali, embora não soubesse se aquilo era por conta dela mesma, ou de suas responsabilidades. Precisaria explicar a situação para um dos superiores, é claro. - Aposto que gostam mesmo. - ela não era cega. Podia ver o quanto ele era bonito. E também tinha características raras em uma pessoa. Era corajoso, acreditava de fato numa causa ao invés de buscar vantagens pessoais e tinha uma intensidade no mínimo interessante. 
O chamado também fez a ruiva olhar na direção da voz. E lá estava Archibald. Kira percebeu o quanto ele parecia mais cansado. “Devem ter sido dias infernais”, pensou. Especialmente agora que ele tinha toda aquela lama para revirar, em busca de informações que podiam ser verídicas ou apenas fumaça contra o vento.
- Ok… Vai lá. - Ela disse, se acomodando melhor na cama enquanto observava o rapaz se afastar. Lembra-se da fúria que havia atingido o homem quando descobriu que ela havia sido a responsável por balear seu filho. Mas Kira ao menos ainda tinha uma justificativa. De fato, eles eram inimigos no campo de batalha. Não conseguia nem pensar como ele reagiria quando soubesse que um redholter tentara atirar em Kendrick por nada. 
Assim que encontrou seu pai, afastou-se com ele mais um pouco. Não queria que Kira visse a merda ser jogada no ventilador, apesar de ele estar esperando pelo melhor.
“Que porra acabou de acontecer?” perguntou ele, irritado, porém não com raiva. Kendrick apenas suspirou.
“Também estou tentando processar. Augusto, Lionel e Carlos -- o Sanchez -- a emboscaram na área cinco. Teriam a matado se eu não tivesse chegado.”
“Apenas um tiro?” perguntou com a sobrancelha levantada, desconfiado.
“Quando eu cheguei ainda não tinham dado nenhum. Mas eles não se importaram muito comigo tentando impedir. Eles...” ele precisou de um ar, “Bem, eles atiraram mesmo assim, apenas para ter um gostinho. Uma vingança, pelos parentes e amigos mortos.” murmurou a última parte. “Eles estavam furiosos, pai. Devia ter visto os olhos de Augusto. Mas... Não estou surpreso de certa forma.”
“Nem eu.” grunhiu o mais velho. “É por isso que colocaram Josef a disposição. Não terminamos com ela ainda. Ela é nossa única fonte de informações aquele acampamento adentro.”
“Eu sei.”
“Onde está o Joe?” novamente, ele não parecia feliz.
“Eu não sei.” adimitiu Kendrick, derrotado. “Ele não estava lá quando cheguei, nem quando a trouxe para cá. Eu não duvidaria se ele fosse cúmplice nisso tudo. Esses dias, durante o café da manhã, eu estava conversando com Kira e ele aproveitou para xingá-la. Disse que ela “teria o que era dela”. Não achei que fosse uma ameaça verdadeira.” Nesse momento, Archibald suspirou, massageando a própria testa. Via o cansaço e fadiga no pai. “Diria que é hora de trocar de guarda para ela.”
“Escute, eu não tenho tempo para isso.” disse o pai, cortando o assunto. “Você a salvou, certo? A protegeu. Vai continuar fazendo isso por enquanto. Conte tudo a Malcom quando puder, já tenho muita coisa para resolver sem precisar envolver Kira nisso.”
Kendrick pensou em retrucar. Havia a salvado, sim, e não a queria morta, mas isso não significava que queria passar o tempo todo com ela. Tinham sua relação zerada, e ponto. Não eram amigos. Não havia razão para forçar isso. Mas vendo seu pai... Bem, não pode discutir. Sabia que ele não tinha forças. Com o olhar melancólico, simplesmente assentiu. “Tudo bem.”
“Ótimo. Vou voltar ao trabalho.”
“Pai!” ele puxou a manga de Archibald, que se virou para ele incomodado. Bem, aquilo também doía. Ninguém merecia ser olhado daquela maneira pelo próprio pai. “Descanse um pouco. Por favor. Você precisa.” E diante de seus olhos, viu a expressão do pai se suavizar, soltando lentamente o ar de seus pulmões. Kendrick teve a mão segurada.
“Irei, filho.” E ele se foi. Kenny olhou-o se afastar por mais um segundo antes de retornar para onde estava Kira, um pouco mais cansado, mas forçando um pequeno sorriso por um instante.
“Hey.” disse, apoiando os punhos na maca. “Aparentemente não irei me livrar de você tão cedo mesmo. Já que Joe sumiu... Serei eu a te manter longe de confusões por enquanto. Não que eu e você consigamos ficar muito tempo juntos sem um de nós levar um tiro, mas acho que posso me esforçar um pouco mais.”
~~extreme ways
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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only-kira:
Kira acabou assentindo. Não planejava contar nada mesmo. - Acredite.. A última coisa que eu quero é confusão. - Sussurrou, enquanto entravam no hospital. Sentia diversos olhares curiosos sobre eles. Kendrick carregando no colo a garota que tentara lhe matar menos de um mês antes. Parecia uma visão bastante improvável. Mesmo assim ela não se incomodou. Sentia-se bem, apesar da dor. Cuidada. Protegida. Sensações completamente novas e desconhecidas. - Obrigada.. - Murmurou mais uma vez, enquanto era deitada na maca.
A bala foi extraída com alguma dificuldade. Kira se remexeu na cama e pela primeira vez realmente gemeu alto de dor, enquanto a pinça procurava o projétil no interior de sua carne. Por fim, ela foi colocada de lado e um curativo foi feito. Nenhum órgão vital fora atingido e ela não havia perdido tanto sangue. A doutora mandou que se hidratasse e ficasse em repouso absoluto. Então simplesmente saiu dali.
Kira então ergueu o olhar para Kendrick. Ficou surpresa dele ainda estar ali. E tentou fazer uma brincadeira, embora ainda não fizesse ideia de como a “relação” deles estava. - O que é isso..? Apoio moral? - Perguntou com um sorriso doce. - Tenho que admitir. Seu colo é mais macio e quentinho que essa maca. - Fazia tempo que não brincava com ninguém. Simplesmente não havia espaço para aquilo entre os caçadores. Sentia-se enferrujada e sem jeito. E talvez tivesse falado uma besteira. Mas deixou para lá. Estava cansada e ferida. E se permitiu comportar-se como uma garota normal. 
Assim que Kira saiu de seus braços, Kendrick não pode fazer mais do que esperar. Esperar por ela, esperar por seu pai, por Malcom, por qualquer um. Aproveitou o momento para lavar as mãos sujas de sangue, mas o mesmo não poderia ser feito por sua camisa jeans que ficara em contato com a caçadora. Apreensivo, apenas observava tudo, a mão na boca, cutucando os próprios lábios. Quando viu a médica se afastar, apenas suspirou aliviado, se aproximando da maca.
Ele sorriu à pergunta. “E o que você queria que eu fizesse? Simplesmente te deixasse sozinha aqui e fosse embora?” disse sentando-se ao lado dela. Ele nem havia pensado nessa possibilidade. Ficar ali ao lado dela havia sido tão natural quanto respirar. Ele sorriu com o canto dos lábios, orgulhoso. “As garotas costumam gostar.” brincou, apesar de o orgulho ser real.
“Kendrick.”
Ele olhou para o lado e viu seu pai fora da sala, o esperando. Ele não parecia feliz, mas não é como se alguma vez ele parecesse. Tocou o braço de Kira por um instante. “Eu já volto”, disse se levantando.
~~extreme ways
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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only-kira:
Kira acabou sorrindo, com sinceridade, quando ele disse que ela havia lhe salvado. De qualquer modo, a ruiva sabia a verdade. Kendrick não teria entrado em perigo se não tivesse intervido. E aquela bala não era para ele. Ela havia feito o certo. - Seja como for… Você me livrou de muita humilhação e uma morte violenta.. Então sou muito grata. - Ela deixou o garoto tirar a blusa e ficou quieta enquanto ele fazia os “procedimentos médicos” para evitar uma tragédia maior. “Mais tempo de enfermaria”, era tudo que ela conseguia pensar, no momento.
- Não é a primeira vez que sou baleada. - Ela gemeu baixo quando ele a ergueu e se agarrou no ombro do homem, encostando a cabeça em seu pescoço para ter um apoio melhor. A mão ainda segurando a compressa contra o ferimento, o atrito causando ainda mais dor mas Kira usava toda sua força de vontade para ficar quieta. 
- Eu não achava que você faria isso… Ficar em minha frente… - Murmurou baixinho, enquanto era carregada. Falar era uma boa distração para a dor. Pois aquilo estava incomodando. E muito. - Ninguém nunca fez nada assim por mim antes.. - A ruiva estava acostumada a se virar contra o mundo. Bondade não era algo que esperava ou que podia esperar contar. Talvez por isso estivesse com os joelhos tremendo ainda. E aquilo não tinha nada a ver com o tiro que a acertara. - Sobre os rapazes… Aliás… O que você vai fazer a respeito? - Ela gostaria de estar menos envolvida naquela loucura, mas infelizmente, mais uma confusão e lá estava Kira, no epicentro. 
“Estou ciente.” Como esquecer o único detalhe que a prendia em Redholt? Havia ficado ansioso por aquele ferimento ser curado e ela ir embora, e agora, bem, parece que ela seria forçada a ficar mais tempo por ali. Depois do ocorrido, Kendrick não estava mais tão certo de querer que ela fosse embora, mas certamente não queria que ela ficasse devido àqueles meios.
Kendrick ficou calado. Eu também não, disse mentalmente. Tudo acontecera tão rápido que ele nem ao menos sabia se havia parado para pensar no que estava fazendo. Mas não importava, pensar antes de agir não era algo que ele fizesse costumeiramente, de qualquer maneira. Sendo ela útil contra os caçadores ou não, fosse aquilo justo ou não, ele só sabia de uma coisa: “Era o certo a fazer.” E, bem, nunca alguém fizera o mesmo por Kendrick, então, de certa forma, suas contas pareciam zeradas -- de todos os lados. Engoliu em seco então, os lábios se torcendo. O que faria? Ele não tinha coragem para fazer nada. Ele sabia que a punição com morte seria muito possível naquele caso, principalmente se dependesse de Archibald. Afinal, Kira aprendera da pior maneira o que acontecia quando alguém alvejava seu filho. “Nada.” disse simplesmente. “Quer dizer, eu vou dizer que eles atiraram em você, que planejaram te matar. Mas isso é tudo.” Olhou para ela por um instante. “Não conte ao meu pai que ele teria me matado. Já tivemos confusões demais envolvendo...” irmão contra irmão “... redholter contra redholter. E com certeza vou lembrá-lo de trocar o seu guarda.” O puto do Josef ainda não estava em nenhum lugar.
Finalmente chegou com a garota no hospital, enfermeiros e médicos se aglomerando ao redor deles, embora estivessem calmos. “Ela foi baleada.” explicou o óbvio, enquanto a colocava na maca indicada. “Eu não sei, não importa, apenas faça algo a respeito!” disse àquele que perguntou ‘por quem’. “E alguém chame Archibald ou Malcom.”
~~extreme ways
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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only-kira:
Claro que toda aquela conversa de Kendrick estava deixando os homens cada vez mais confusos. Mas Kira estava impressionada. Por que ele usava os argumentos que, dias antes, havia refutado completamente. Talvez ele houvesse finalmente começado a ver Kira como uma pessoa, ou a raiva houvesse abrandado. Fosse como fosse a ruiva não tinha dúvidas de que ele era a melhor chance de sobrevivência que ainda tinha.
- SE AFASTE, KENDRICK, OU EU NÃO RESPONDO POR MIM! - Augusto arregalou os olhos. Ele parecia completamente enlouquecido. Na verdade não era Augusto ali. Era uma outra pessoa. Completamente tomada pelo ódio.
- Cara… Abaixa essa arma… - Lionel, o último do trio, tentou dizer. A situação claramente estava fora de qualquer controle. - Você não vai atirar no Kendrick.
- CALA A BOCA! CALA A BOCA! - Ele engatilhou a pistola. E a apontou para Kira. Claro que o ruivo estava entre a arma e alvo. - KENDRICK! VOU CONTAR ATÉ 3. 1… 2… 3…
Ele foi rápido. Fez aquilo como precisava ser feito. Sem pensar e automaticamente.
Kira foi mais rápida. 
- Ahh… - Um gemido baixo deixou seus lábios enquanto a dor causada pela bala veio. Sentiu o projétil invadindo seu corpo e trazendo a incomoda sensação da dor. - Porra… - Murmurou baixinho, enquanto olhava para baixo e via um rastro de sangue descendo para o chão.
- EU… EU IA… - Após a tensão deixar seu corpo naquele ato impensado, Augusto ficou assustadíssimo. Não por ter baleado Kira, mas por ter cogitado matar Kendrick. - EU… EU SINTO MUITO..- Ele saiu correndo, alucinado. Os companheiros foram logo atrás, desaparecendo tarde adentro.
Kira acabou caindo sentada, em seguida. Apesar da situação ser longe de favorável, o semblante dela mantinha-se vazio e inexpressivo, como sempre. Aqueles olhos grandes fitando Kendrick, com a curiosidade de sempre. Claro que sua respiração estava acelerada, o único indício de que lutava contra a dor.
- Então… Acho que estamos quites agora, não? Sangue por sangue… Bala por bala.. - Ela gemeu baixo e apertou o lugar do impacto. Lateral do abdome. - Tenho uma má notícia para você. Infelizmente não vai se livrar de mim. - E com a meia gargalhada que deu, finalmente a dor ficou exposta em sua voz. - Ahhh…… Meu Deus… Céus… Eu nem sei como agradecer.. Você salvou a minha vida. 
Kendrick se manteve firme. Não de um passo, não moveu uma fibra. Apenas seu peito se movia, para cima e para baixo, a respiração do ruivo se tornando cada vez mais pesada, quase tanto quanto seus olhos. Olhava diretamente para Augusto. Ele não vai fazer. Era mais uma reza do que uma certeza. Ele não vai fazer.
Ele engatilhou a arma.
Ele não vai fazer.
Ele ia contar até três.
“Augusto, me escute!”
Meu Deus, ele vai atirar. Mas mesmo assim, Kendrick não saiu do caminho.
“AUGUSTO!”
Tudo o que ouviu foi a explosão da pólvora. E tudo o que viu foi os olhos arregalados de seu amigo, quase tão grandes quanto o seu. Mas ele estava vendo, estava ouvindo. Não estava morto.
Lançou o olhar para aquela figura sentada aos seus pés, sangrando, sofrendo. Era Kira. Ela tomou uma bala por Kendrick, que disse na sua cara que planejou matá-la, que a tratou mal, que a desejou o mal. Era apenas informação demais para que pudesse absorver, e sua expressão em choque mostrava bem isso. Quando viu, poderia ter morrido nas mãos de um redholter, e foi salvo por uma caçadora -- bem quando alguns dias atrás falou que aquela comunidade era inseparável. Kira acabava de se provar mais redholter do que um homem que conhecia a anos. Pela primeira vez a ofereceu um sorriso sincero, junto com um suspiro. “Não. Você salvou a minha.” Dizer aquilo doeu, mas ele não tinha tempo para suas mágoas.
Se agachou ao lado da ruiva e rasgou a blusa dela no buraco da bala para que pudesse olhar o ferimento melhor. Parecia profundo, e Kendrick não era nenhuma médico, mas realmente esperava para que não tivesse acertado seu rim. Tirou a mochila das costas e de lá de dentro pegou uma compressa médica (ele sempre saia prevenido quando escapava ilegalmente de Redholt), colocando sobre o ferimento para estancar o sangramento. Segurou as mãos de Kira e as colocou sobre a compressa. “Segure isso aqui. Eu vou te levar para o hospital, ok? Você consegue.” Voltou a vestir a mochila. Um braço foi nas costas da ruiva, e o outro por baixo de seus joelhos, a erguendo para poder levá-la ao hospital.
~~extreme ways
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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only-kira:
Kira ouviu uma voz se aproximando. E Kendrick apareceu. Kira duvidava muito que os sentimentos dele por ela houvessem mudado, nos últimos dias, mas, ainda assim, sentiu sua situação melhorando consideravelmente. Ele não parecia cruel. Tampouco assassino. Não que culpasse seus agressores, também. Kira entendia que a raiva deles era contra os caçadores. E era como se ela fosse a personificação deles. Não os culpava ou os odiava por isso. Mesmo sabendo que, possivelmente seria morta por eles. O que não queria dizer que estava simplesmente disposta a abrir os braços e aceitar a morte. 
- Essa puta não é informante merda nenhuma. Ela já abriu o bico. Já contou tudo que sabia. Não tem mais valor nenhum. - Augusto Holden era o dono da voz. Ele havia perdido um irmão e um primo no ataque. E, claramente, seus instintos homicidas estavam longe de deixar seu corpo. - Josef deve estar procurando a garota. Não sei se sabe, ela tem o péssimo hábito de tentar escapar dele para xeretar por ai. O que só a torna mais perigosa. Foda-se o que Malcom acha. Essa vadia é um perigo para todos nós. E vamos cortar o mau pela raiz agora.
Os outros dois homens apontaram suas armas para Kendrick. E Kira percebeu o quão insana aquela situação estava se tornando. Redholter não ficava contra Redholter. Nunca.
- Se afaste daqui, se não quer nos ajudar, Kendrick. Você, mais que todos, devia querer ver ela morta. Ela te deu um tiro, pelo que ouvi. 
Carlos Sanchez, porém, não estava tão seguro. Apesar de apontar a arma para o ruivo - e não hesitar - ele conseguia pensar além da raiva e da dor. Sabia no tipo de problema que haviam se metido. - A garota não vai sair daqui ilesa, Kendrick. Pelo menos uma surra a gente vai dar nela. Por Marie, Gerald, Vardy, Tony, Dakota, e todos os nossos que, talvez, essa desgraçada tenha ajudado a mandar para o túmulo. 
“Uma surra”, Kira pensou. Parecia razoável. Não era a pior coisa que podia lhe acontecer, na verdade. Estava acostumada a ferimentos físicos e a dor era uma de suas companheiras mais inseparáveis. Mas sempre parava de doer, mais cedo ou tarde. Ficou olhando o ruivo, curiosa com o que ele faria, naquele momento. 
“Como você pode saber?” Devolveu a Holden. “Você esteve nos interrogatórios? Você está participando de alguma investigação? Formando algum plano? Ou só está sentado planejando assassinatos? Nós precisamos dela.” E Kendrick percebeu o quão sério aquilo era quando viu dois deles apontando as armas para ele. Seus próprios irmãos. Aquilo o deixou tenso, e pela primeira vez, sentiu-se assustado ao ter uma arma apontada para si. Se eram tão insanos para dizer, eram tão insanos para fazer. “Perigo?” voltou-se a August, “Que tipo de perigo? Ela não tem uma arma, não tem uma faca, mal tem um lugar para dormir, está sendo vigiada o tempo inteiro. É uma prisioneira. Do que você tem medo? Que ela te xingue?”
Eles não estão me ouvindo. Estavam cegos. E Kendrick viu a própria imagem naqueles rapazes. Agora entendia o que Sora estava dizendo quando foi a confrontar, tão puto quanto seus companheiros, e entendia o quanto havia soado ridículo. Geralmente, Kenny era bom em improvisar, e era bom em manter-se calmo sob pressão. Mas aparentemente o jogo mudava quando seus irmãos eram a ameaça. Ele fechou os olhos, a mão na testa, expondo sua frustração. “Vocês não estão me escutando!” E então voltou a olhar para os três. “Vocês não estão com raiva dela, estão com raiva dos caçadores. Daquele puto do James Brown. Matar ela, surrar ela, não vai mudar o fato de que seus amigos e família estão mortos!” aparentemente alguém precisava contar essa verdade. “Eles continuarão mortos. Eu sinto muito, lads, mas eles não vão voltar, e vocês sabem que eu sinto a mesma dor que vocês. Vocês sabem que eu tive as mesmas baixas, mas matá-la não vai resolver o nosso problema. Vai ser desperdício de munição e os transformarão em assassinos como os caçadores.”
Ele suspirou. Nunca havia passado por uma situação tão estressante antes.
“Escutem, eu conheço vocês. Eu sei que vocês não são assassinos, assim como seus entes queridos também não eram. Mas se vocês quiserem se chamar assim, então acho que também não vão se importar de passar por cima do irmão de vocês.” Ele deu alguns passos para o lado, ficando bem a frente de Kira, tapando a mira de seus companheiros -- se é que ainda poderia chamá-los assim. “Vocês já tem a mira, é só puxar o gatilho. Vamos, eu estou sem o colete agora. Kira atirou, se querem se igualar a ela, terão que atirar em mim também.” Kendrick nunca gostou de tirar vantagem de seu próprio sangue, mas naquela situação, pareceu ser conveniente trazer a tona a situação de matar o filho de Archibald Duncan. Eu não deveria estar colocando minha mão no fogo por ela, pensou. Talvez tivesse enlouquecido, ou talvez Sora tivesse feito alguma feitiçaria para colocar consciência em sua cabeça. Mas no final, sabia: não estava se arriscando por ela. Estava se arriscando por eles. Seus companheiros não estavam perdidos ainda.
~~extreme ways
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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O sol estava quase se pondo e, pontual, Kendrick retornava a Redholt. Mas não pelo portão principal, como um saqueador deveria fazer, mas sim pela sua saída secreta em um prédio no setor 5. Ele tirou a escada de entre os arbustos e a posicionou até um buraco na parede, quatro metros acima de sua cabeça. Sem dificuldades, entrou novamente em Redholt, recolhendo a escada. Mas parecia haver problemas no paraíso.
Escutou xingamentos e insultos dirigidos a alguma “vadia caçadora.” Kendrick até imaginava quem essa poderia ser, mas preferia pensar que seus companheiros não seriam burros a essa ponto. Ele correu na direção das vozes. Não estava segurando nenhuma arma; sua bushmaster estava na mochila, a pistola no coldre e a faca no cinto. E de peito aberto, quando os encontrou, bateu de frente: “Que merda está acontecendo aqui?!” perguntou irritado, alguns metros atrás de Kira. Se aproximou a passos brutos para ouvir os companheiros, parando um pouco a frente da garota, sua expressão repreensiva.
Não que ele tivesse empatia por Kira. Já havia deixado bem claro para a ruiva de que maneira a preferia. Mas assassinato? Depois de tanto tempo do ataque? Aquilo era burrice demais até para Kendrick. “Vocês ficaram loucos? Que ideia brilhante é essa? Matá-la, e depois o que? Quero ver quem de vocês espertalhões vai explicar para Malcom que a nossa informante contra os caçadores sumiu.” Ele olhou para o rosto de todos os três, e então para os lados. “Onde está Josef?”
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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astridsblood:
Astrid o observou cuidadosamente, só como garantia caso ele não estivesse cem por cento acordado. Ela soltou uma risada trêmula e balançou a cabeça. “É, eu percebi. Não se preocupe, acho que todos estamos um pouco emocionalmente feridos depois da noite passada.” ela dera de ombros. “Eu mesma estou aqui me voluntariando porque não conseguia dormir, mas acho que se conseguisse teria pesadelos tão ruins quanto o seu.” sentou-se no pé da maca de Kendrick, o fitando enquanto o outro se explicava. “Sabe, eu estava comentando isso com alguém ontem mesmo… não sei se Caçadores são piores ou melhores do que uma invasão de infectados. Mas estamos bem, não se preocupe. Até onde eu sei, Estaladores não aprenderam a escalar muros… ainda.” Astrid lhe ofereceu um pequeno sorriso, na esperança de acalmá-lo. “Não, eu estou bem. Levei um tiro de raspão…” apontou para seu braço esquerdo. “Mas isso foi presente de um Caçador, não seu. Como você está, Ken?”
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“Muitas pessoas não estão conseguindo dormir.” observou. Sentia-se sortudo por ter conseguido essa proeza em meio a tantos. Mas, bem, ele havia se desgastado demais, e suportar dor era algo que demandava muita energia. Desconfiava que seu cérebro simplesmente desligava para poder poupá-lo. Ele sorriu com a brincadeira. “Ainda.” E pôs-se a pensar. Não precisou de muito tempo para decidir o que era melhor. “Acredito que uma invasão de caçadores.” respondeu. “Infectados são ruins, mas... Eles não são cruéis. Não buscam suas vítimas com tanta vontade, não andam quilômetros e quilômetros para derrubar um muro. E, sabe, por pior que possam ser... É de sua natureza. São estúpidos fungos, não tem uma consciência, só querem comer e propagar sua espécie. Mas os caçadores... Quer dizer, eles são humanos. Achei que já tínhamos superado esse estado animalesco há uns seis mil anos atrás.” Tudo o que pode fazer foi encolher os ombros. Não havia exatamente muito o que pudesse fazer quanto a isso. Desde o mundo antigo já haviam pessoas que matavam, roubavam, estupravam... Mas agora, sem as leis, a diferença era que uma porcentagem maior não via problema nisso. Mas, aparentemente, seria algo que existiria para sempre dentro do ser humano. “Eu estou bem. Minhas costelas doem um pouco, tenho que tomar meus remédios, mas logo irá passar. Eu vou me recuperar e acho que é o que importa.”
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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celiajones:
“Sem infectados, então.”Assentiu com a cabeça e piscou demoradamente tentando manter seu corpo acordado.Arrumou sua posição na cama, para não atrapalhar Ken enquanto deitava com doraparente. Pensou em se afastar dali, mas suas pernas estavam cansadas demaispara fazer o movimento que continuou onde estava sem se importar. “Como sempre, uma pessoa encantadora.”Abriu um sorriso com a brincadeira. “Eu não consigo dormir… Então, vim ver seuma das enfermeiras consegue me arrumar um pouco de remédio para cair no sono e acordar só amanha… ou daqui a três dias.”Explicou bocejando rapidamente. “Masacho que não terei sucesso, então só estou aqui observando todo mundo. Nãoquero ir para meu dormitório.” Finalizou sua fala olhando para Ken.
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Kendrick abriu um sorriso envergonhado, passando a mão sobre o próprio rosto. Sabia que tinha a capacidade de ser insensível e escolher pessimamente as palavras com que se expressava, o que acabava o deixando com a imagem de rude. Mas a verdade era que inglês era a sua pior matéria na escola, assim como literatura. E então, simplesmente comprimiu os lábios ao termino da fala de Celia. Esticou-se e segurou a mão da professora. “Bem, qualquer coisa, posso te ajudar a conseguir uma cama aqui do meu lado. É só você me alcançar aquela faca ali e...” parou por aí, um pequeno riso. Outra péssima escolha de palavras, mas dessa vez propositais. Bem, já havia ganhado um olhar feio de Amelia na outra noite por brincar com algo sério, mas a verdade era que machucados, facadas, tiros, murros... Tudo aquilo já fazia parte de sua rotina faz tempo. Acabava se tornando banal. “Estou brincando.” achou melhor deixar claro. “Deveria ir dormir com uma amiga. Faz bem ter companhia.” Lembrava-se de seu primeiro ataque, e em como dormiu abraçado com sua irmã por muitas noites seguidas.
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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fxtherirwin:
                             Fosse como fosse, ele estava nohospital. Acordara algumas horas depois, imaginando que poderiam ter errado adosagem de seus medicamentos em algum momento, já que o entra e sai depacientes não cessava ——— diante daquilo que se viu naqueles minutos em queestava desperto ———, não seria surpresa que também os suprimentos anestésicos estivessemcomeçando a ter seu estoque comprometido. Não que o homem se importasse com oato de estar acordado, pois para ele era mais fácil entender suas lesões etambém o que te fato havia acontecido estando alerta. Seus dedos, porém, erammais curiosos que sua mente. Com a ponta do dedo indicador, ele tateou pelospontos que fechavam a entrada da bala na superfície de sua pele. Mesmo comtodos os perigos enfrentados em uma era de tamanha guerra entre os homens e tambémdos humanos pela sua sobrevivência, Irwin não havia sido baleado desde quenascera. Sofrera escoriações, mas nada em que fosse de tamanha proporção. Nãoera assustador ——— naquele momento ———, mas também não era nada agradável.
                             E, assim como ele, outras pessoaspoderiam sentir-se daquela forma; o desconforto de estarem em um hospital sendotratados. Uma comoção a dois leitos do seu acabou fazendo com que o homem sejuntasse ao rapaz que inquietantemente se mexia. Reconhecia a face daquele quese remexia, também sabendo que não era apenas um sonho que estava sendovivenciado pelas pálpebras fechadas. A voz, no entanto, começou a sair da bocado rapaz que ainda dormia, tornando seus atos ainda mais contundentes. Em poucotempo cairia da cama, logo, não deu-se outra além segurar Kendrick pelosbraços. Ele não deveria estar ali. Havia acabado de levar um tiro, mas não seimportou. Sentia-se fraco? Sim, mas nada que não o fizesse lembrar-se dajornada até Virgínia, para encontrar aquela zona de segurança. “ ——— Hey, Kendrick! Kendrick!” Dizia,visando acordar o garoto. Pouco a pouco, ele voltou a realidade na qual,apostaria Irwin, seus sonhos estavam sendo vivenciados. “ ——— Não se desculpe, filho… Acredito que não havia modo comocontrolar seus sonhos.”
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Kendrick não era uma pessoa religiosa. Estava longe de ser ateu, no entanto; seu relacionamento com Deus era muito mais complicado. Tinha ódio do Criador, apesar de jamais dizer isso em voz alta. Não teria paciência para escutar do pai o quanto Deus era bom e ele havia entendido tudo errado, e também não queria explicar o seu próprio ponto de vista e acabar derrubando um pilar sólido de seu progenitor. Seu problema com Ele era pessoal, de nada via de errado o relacionamento que Ele tinha com outros. Mas mesmo assim, confiava no padre, e ter ali do seu lado, de certa forma, o tranquilizou de maneira mais rápida que muitos outros fariam. Irwin era um bom amigo para seu pai, alguém de confiança. E qualquer um que detivesse a confiança de Archibald Duncan seria visto com bons olhos por seu filho. “Hey, Irwin...” disse quando finalmente se acalmou. “Eu acredito que não.” murmurou com certo desgosto. Finalmente olhou para o homem em questão, percebendo sua palidez e fraqueza. “Você deveria estar de pé?” questionou com as sobrancelhas contraídas. “Não parece bem.” e deu espaço para que ele pudesse se sentar.
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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wxillfxtz:
Apesar de passar a noite com febre, fora quase um milagre quando acordou no outro dia sentindo apenas um pouco de dor no local onde havia sido baleado durante o confronto com os caçadores. Will se levantou da maca e sua garganta protestou, estava com muita sede e seus olhos varreram o local em busca de um pouco de água. Havia um jarro cheio dela ao lado de uma outra maca, quando chegou perto o suficiente pode reconhecer Kendrick, ele parecia estar preso em uma especie de sono perturbado, mas aquilo não era problema dele. Will se encaminhou para o pequeno criado mudo ao lado da maca do rapaz e serviu a si mesmo um copo com água fresca.  Estava prestes a leva-lo a boca quando mãos urgentes tocaram o seu braço com uma força que fez com que o copo em suas mãos vacilasse, quebrando no chão e espalhando água e cacos de vidro para todos os lados. Will olhou um tanto preocupado para o rapaz, mas não disse nada, esperou que ele se acalmasse e lhe deu o tempo que precisava para se recuperar. - Tudo bem, você não precisa se desculpar. - Sua voz era um sussurro, não queria chamar mais atenção para a cena. - Somos todos fodidos de todas as formas e esse tipo de coisa acontece o tempo todo. - Em um timing perfeito, assim que se calou uma enfermeira se aproximou preocupada, Will se virou para ela. - Desculpe pela bagunça, foi minha culpa, onde posso conseguir uma vassoura para limpar tudo isso?
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A água que caíra em seu peito também pouco o incomodara. Estava transtornado demais para ligar, e de certa forma, o gelo daquilo em seu peito ajudava a aliviar a dor. “Acho que está certo.”, disse. “Mas ainda ferrei a sua água.” Kendrick alcançou os comprimidos ao lado de sua cama e os engoliu com um pouco de água. Levemente reclamando de dor, forçou-se a levantar, alcançando as botas para que não tivesse os pés cortados nos cacos de vidro. “Eu vou te ajudar.” Afinal, era uma boa desculpa para sair da cama. Ele olhou para o saqueador, buscando o local em que fora ferido, não demorando para encontrar. Era bastante feio, ele admitia, e não pode deixar de se preocupar, apesar de ser um alivio vê-lo de pé. “Como você está?” perguntou ao que terminou de se vestir e pode se levantar.
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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sxra-l:
Os argumentos dele não eram novos. Na verdade, Sora já imaginava que ele falaria algo do tipo. Ainda assim, não concordava nem um pouco. - Eu nunca estive numa guerra. Seu amigo Vaelin já, em várias. Eu conversei com ele, uma vez. Sabe o que ele me disse? Executar prisioneiros ou inimigos rendidos era crime de guerra, quando ainda respeitávamos os direitos humanos. E eu respeito. Não sinto nada pela garota. Nem afeto, nem amizade, nem carinho. O que vai acontecer com ela não me diz respeito. Ela apenas estava indefesa e fraca, morrendo aos poucos e pedindo ajuda. E eu a ajudei. Não por que ela era uma caçadora nem por quantos homens nossos ela tinha matado. A ajudei porque ela é um ser humano e eu também. E pode ter certeza que não estou nem um pouco arrependida. - Sora suspirou então, cansada daquela conversa. Havia tido muitos traumas na noite anterior e aquele assunto, em particular, era extremamente desgastante. - É isso que está acontecendo.. as pessoas estão perdendo completamente a sensibilidade… Estamos nos animalizando. Não deixe isso acontecer com você. Não vire um animal irracional. Seja melhor que eles.
Droga, Vaelin. Não iria mentir, esse tipo de coisa o irritava, e sem precisar envolver Edwards no caminho. Já não bastava seu pai, sempre que podia, explicando que fazia tal coisa porque nos outros tempos era assim. Já Kendrick não achava que isso era mais do que uma jogada suja e hipócrita. “É, é, eu vivo escutando como as coisas funcionavam no passado. As leis e tudo o mais. Mas as pessoas só dizem isso quando as convém, porque quando se trata de interrogar alguém que está fazendo mal a gente, nem Vaelin e nem meu pai dão a mínima para as leis antigas que proibiam torturar. Os tempos são outros.” Kenny não via vantagem nenhuma em viver com as regras do passado quando se estava em um presente tão diferente.
“Seja melhor...”, repetiu com certo escárnio. “Do que adianta ser melhor? Se a situação fosse a inversa, aquela garota não iria nos salvar. Quando tivermos outros caçadores na nossa porta ninguém vai se importar com o fato de termos a salvado. Não se lembra da queda da zona de quarentena?” Pois, ora, Kendrick se lembrava muito bem.
Out of Mind | Kendrick & Sora
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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only-kira:
Kira ficou o encarando, sem acreditar realmente no que tinha escutado. Será que ele seria mesmo capaz daquilo? Atirar em uma garota indefesa, dentro de um hospital? Preferiu acha que era um blefe. Palavras escolhidas de modo aleatório durante um momento de raiva. - Não vai demorar muito então… - Não sabia se era tranquilizador ou preocupante saber que não haviam falado sobre ela ainda. - Estou quase 100% curada. Talvez logo possa me chutar para fora daqui. Como vejo que tanto gostaria.
Para o bem ou para o mal, Kira percebia que a conversa estava se tornado mais delicada e profunda. E de certo modo, aquilo a agradava. - Não sei se você conhece James, mas ele não é muito razoável. Ele deu uma ordem bem clara. Todos que quisessem continuar no acampamento, deveriam participar da invasão. Os que tivessem capacidade de lutar. Eu estava inclusa. Então não tive boas opções. Vir morrer aqui ou desertar… Eu fiz minha escolha. Não peço que entenda, nem que me perdoe por isso… Apenas quero que sabia que não sou uma pessoa má, tampouco cruel. A dor causada nesse lugar não me trás nenhum prazer. Muito pelo contrário. - O aperto de mãos foi um pouco estranho. Era diferente tocar um homem que já tinha tentado matar. - Já tive duas pessoas. Eles estão mortos. Morreram há muitos anos. Eu era apenas uma criança. Então não entendo nada sobre laços afetivos ou familiares, devo admitir. Sempre fui eu apenas. E o mundo.
Kira olhava-o nos olhos sem piscar. Parecia entender, aos poucos , o que o motivava. E confessava que ia construindo uma certa admiração por ele. Era difícil encontrar pessoas que se importassem com os outros. E, na opinião da ruiva, bonito. Era um dos sentimentos mais belos que alguém era capaz de exprimir. 
- Tudo bem.. - Sussurrou baixo. Olhou o pão por alguns segundos, sem saber o que dizer. Ele a havia deixado no chão, na última frase. - Eu não tinha visto a coisa por esse ângulo, admito. E.. Eu não faço ideia do que dizer. Talvez algumas feridas realmente não possam ser curadas. 
- O irmão de minha namorada foi morto no ataque! - Josef aproveitou o momento para intervir. A voz cheia de ódio. - Louis nunca fez mal a ninguém. Era apenas um guarda que nunca havia visto uma batalha. Vocês colocaram uma bala na cabeça dele. E agora tem a cara de pau se agir com ose tudo estivesse bem? - Gargalhou, irado. - Se prepare que o que é seu está guardado, sua cadela.
Kira não ergueu o olhar. Mas em momento nenhum seu semblante mudou. Mesmo com a ofensa. Ela conseguia se colocar no lugar de ambos os homens. Conseguia compreender sua dor, embora jamais houvesse sentido algo assim antes.
- Eu sinto muito. Sinto muito mesmo. É tudo que posso dizer, por hora. - E levou o ovo à boca. Estava se tornando um ambiente meio claustrofóbico, mas estava faminta e se forçou a ficar ali. 
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Kendrick ficou em silêncio. Os olhos sobre a menina faziam todo o trabalho. Pouco se incomodou em parar Josef, apesar de pensar que a escolha de palavras do guarda não fora das melhores. Mas Joe exprimia o que muitos pensavam. E ele tinha o direito de estar irado. Machucado. Todos tinham. Inclusive ela.
Sentiu-se mal por um segundo -- o semblante triste da garota não lhe trazia nenhum prazer. Apenas lhe trazia alívio. Pois Kendrick queria que ela se sentisse mal. Queria que ela ficasse triste pelo ocorrido, que sentisse da dor e do choro da comunidade. E naquele momento, ali, na sua frente, viu que ela sentiu; nem que fosse apenas fração do que o todos os redholters sentiam. Ele juntou as próprias mãos uma na outra, os cotovelos na mesa. Suspirou e olhou para o lado por um momento. Não queria consolá-la. Ela não merecia. Mas Kendrick seria egoísta se pensasse que ela também não lutou as próprias batalhas e que também não havia sofrido ao longo da estrada.
“Sentir é a única coisa que separa a nós dos caçadores.” disse com calma. “Você quer ficar. Eu não posso dizer com toda a certeza do mundo que vai ter o que deseja, ou que vou ter o que eu desejo. Mas eu acho que você tomou um bom primeiro passo.”
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Olhou para ela por mais alguns segundos antes de se levantar. Não estava mais com vontade de conversar.
Colocou o boné e lavou as louças, deixando-as no escorredor. “Lave sua louça quando terminar.” foi tudo o que disse a ela antes de sair, levando uma maçã. Abraçou Josef por um instante, para lhe dar forças pelo momento que ele sua namorada enfrentavam no momento. Olhou para Kira uma última vez, e então abaixou o olhar. Saiu do refeitório.
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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only-kira:
Kira ergueu o olhar para o homem que se afastava com cara de poucos amigos e percebeu que não poderia adotar a mesma estratégia que tinha usado antes com o pai dele. A verdade nua e crua. Aquilo não comoveria o rapaz a sua frente, nem era a intenção de Kira se passar por coitadinha. - Bem.. Você ainda tem sua arma. Talvez tenha uma chance de um acerto de contas, no futuro. - A ironia dele a frustrou um pouco, embora não a houvesse surpreendida. Se o homem explodisse, seria mais fácil. A raiva passava quase sempre, com as palavras e ações corretas. Já o ressentimento… Esse era um sentimento bem mais complicado.
- Tenho certeza que não é, e não te julgo por isso. - Ela suspirou, levando o pão a boca e dando uma mordida. Era uma das primeiras vezes em sua vida que não tinha a menor noção do que estava fazendo e aquilo a deixava completamente perdida. Não haviam frases boas para serem usadas. Tampouco não podia oferecer favores sexuais como pedido de desculpas, não estava mais lidando com os caçadores e a reação do homem podia ser ainda pior. - Estarei..? Seu pai lhe disse alguma coisa do que farão comigo? - É claro que Archibald podia ter comentado a respeito com seu filho. E a certeza dele foi algo que realmente não a agradou. Mas se eles não quisessem ela ali… O que podia fazer? Teria que, mais uma vez, começar sua vida do zero.
- Eu lembro dos rostos. As pessoas em que atirei. Não sei os nomes, entretanto. - E duvidava que algum dia tais identificações pudessem ser feitas. - Eu gostaria de morar aqui. Não sei se serei atenta. E estou vendo que a boa vontade para me receber é geral. - Os olhos correram dele para Josef em questão de segundos, antes de retornar. - Mas eu não culpo vocês. Não tem, de fato, nenhum motivo para me quererem por perto. - Levou a xícara de café aos lábios e deu um pequeno gole. - Só não leve para o lado pessoal, isso ai. - Apontou para o lugar onde havia atirado. - Afinal você também iria atirar em mim, porque era o que seus instintos ordenaram. Só foi… - Ela mordeu o lábio inferior e desviou o olhar. - Lento demais. - Talvez houvesse soado como uma provocação, mas Kira deu-se ao luxo de manter a frase. Não achava realmente que tivesse cometido crime nenhum. Era uma batalha, pessoas atiravam umas nas outras, normal. - Sou a Kira, aliás. - Ofereceu a mão para ele, como um homem faria.
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Kendrick negou com a cabeça. “Já tentei, os guardas na sua porta não me deixaram passar. Não planejo tentar de novo. Se me escapar uma terceira vez será bastante vergonhoso. Além disso, não sou um animal igual os seus amigos. Se for para acertarmos as contas, é porque voltou a me incomodar. Lá fora, de preferência.” Acreditava que Kira não seria louca o suficiente de tentar alguma coisa enquanto estivesse dentro dos muros de Redholt. Ao questionar sobre Archibald, teve que dar o braço a torcer, desviando o olhar para a mesa, um braço na mesa, outra mão no próprio joelho. “Todos os saqueadores se reúnem simultaneamente com Malcom, apesar de meu pai gostar de fazer suas próprias decisões quanto a nós. E ele certamente é o que tem maior influência sobre Malcom.” Voltou a olhar para ela. “Mas sua estadia não tem sido um assunto em pauta por enquanto. Temos coisas mais urgentes para resolver, como por exemplo, como por exemplo, James Brown. Mas se eu tivesse que apostar, eu diria que assim que não precisar de mais remédios para dor estará nos dizendo adeus.”
Deu outro pequeno riso à menção da boa vontade em recebê-la. Afinal, os braços abertos eram para sufocá-la. Se não fosse por Malcom, Kira podia muito bem já ter virado churrasco junto com seus outros amigos. Mas não demorou muito para que ela apagasse seu, até mesmo, sorriso sarcástico. Kendrick fechou o rosto. Não havia sido exatamente lento, mas poucos segundos, ou até mesmo frações de segundos, eram a diferença entre a vida e a morte. “Eu ia atirar em você porque estava invadindo minha casa e ferindo aos meus irmãos. Não acho que você possa usar a mesma justificativa.” Olhou para a mão estendida, e demorou um pouco para realizar a ação. Não tinha a menor vontade de cumprimentá-la. “Eu sei quem você é.” E finalmente apertou a mão da garota. “Eu sou Kendrick. Duncan, como já sabe.” Segurou a mão dela por mais alguns instantes, pois percebeu algo importante ali. Ele estreitou os olhos, entendendo o porque ela não entendia o seu remorso. Era algo que já havia percebido nos outros ex-caçadores, e não era uma mera coincidência. Por sua curta experiência com caçadores, entendia que eles podiam ser animais, e laços afetivos não eram realmente seu forte. “Eu acho que você não entende...” soltou a mão dela por fim. “... como é ter alguém com quem você realmente possa contar.”
“Esse lugar... É o único lugar que muita gente conhece. Eu vivo aqui desde os meus sete anos. Dez anos atrás... Gente como você, em um ataque como esse, causaram a morte da minha mãe. A gente não fazia nada demais, simplesmente vivia, e mesmo assim os caçadores insistiam em vir até aqui. As pessoas que morreram uma semana atrás não eram só meus amigos ou meus conhecidos. Eram meus irmãos. Pessoas a quem a gente daria a vida por, mesmo sabendo que não haveria como sair vivos juntos. É uma lealdade que...” Parou por aí para tomar um ar. “Nós já aceitamos ex-caçadores antes. Mas nenhum deles jamais feriu os nossos, porque não tem como perdoar. O que passamos juntos... Só Deus sabe. Então sim, eu vou levar para o lado pessoal. Mesmo que você tenha sido obrigada a vir até aqui e atirar em mim e meus irmãos, eu vou levar para o lado pessoal, porque a dor que eu sinto não é algo que pode ser curada com anti-inflamatórios ou morfina. Se você tiver a sorte de ser aceita aqui, depois de uns anos, vai entender do que eu estou falando. Mas justamente por tudo o que falei, sua melhor chance vai ser pegar o que pode e ir embora quando tudo estiver terminado.”
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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aazulzinha:
Dirigiu-se até a pequena mesa de cabeceira, pegando a prancheta que continha a ficha médica do rapaz, começando a ler as informações contidas ali. Abaixou a prancheta, fitando-o. – Já disse que tô bem. – Disse com a voz arrastada, por conta da garganta inchada. -- Eu me preocuparia mais com você. Duas costelas quebradas, três tiros quase em órgãos vitais… Mamãe fez um milagre na sua cirurgia. – Riu fraco, pousando a prancheta na mesa. – Você tem um remédio pra tomar agora. – Sinalizou com o olhar para um comprimido e um copo de água sobre a mesa. Quando ele mencionou a caçadora, não pode evitar uma risada amarga. – Então, sobre isso… Eu tenho uma notícia boa e outra ruim. – Fez um pequena pausa, sentando-se na maca. – A boa é que eu acho que consegui acertar a desgraçada. Estávamos em fogo cruzado. Não sei de onde veio o tiro, mas vi ela cair. – Respondeu, sabendo que ele ficaria furioso com a notícia seguinte. – A ruim é que… Bom, ela está bem e respirando na sala ao lado.
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Kendrick apenas apertou os lábios uns nos outros, mas não disse mais nada. De nada serviria continuar aquela conversa de como estava a garganta dela ou não. Afinal, não havia muito mais o que fazer além de passar um gelo no local. “Ela cuidou de mim?” perguntou com um sorriso bobo. Ser atendido por praticamente a única médica de Redholt era um privilégio e tanto. “Agora entendo como estou me sentindo tão bem.” brincou. O que podia dizer? Tinha uma paixão inocente por Heather Lockhart. Alcançou o comprimido e a água, tomando o remédio enquanto lhe lançava um olhar apreensivo. A boa era realmente boa para alguém que queria ser vingado. “E a ruim...?” Levou a mão ao rosto, respirando fundo. “Ah, puta que pariu.” E então arrancou os lençóis de si, almejando sair da sala para ele mesmo terminar aquele serviço. “Como isso é possível?! Quem foi o filho da puta que trouxe ela aqui para dentro?!” Era difícil saber se dizia isso para Blue ou para si mesmo.
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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unknxwn-sxldier:
- Eu estou te zoando. - Revirou os olhos, com um semblante brincalhão. - Não há nenhuma vergonha em ser baleado por uma mulher. - Aquilo fora inclusive um dos maiores choques que Edwards havia tido com Redholt. Haviam diversas saqueadoras. Era algo tão raro no exército… Claro que haviam mulheres seguindo a carreira militar, mas o número era tão mínimo que podia ser desconsiderado. Ali em Redholt, grande parte das forças que tinham eram compostas por mulheres. Vaelin o olhou então, surpreso. Quais as chances daquilo? Vaelin ter atirado na garota que atirara em Kendrick? De certo eram mínimas. - Eu atirei nela com uma pistola glock. Se fosse com uma de minhas deagles… Ela estaria morta. Mas, acertei ela na lateral da barriga. Então, não faço ideia se viveu ou não. 
Kendrick ficou um tanto pensativo. Provavelmente havia morrido. Não era como se alguém fosse salvar uma caçadora de uma hemorragia quando já haviam tantos dos seus com os mesmos problemas. “Se viveu, deu um jeito de fugir. Não é como se fossemos salvá-la com tantos dos nossos sofrendo.” Ele balançou a cabeça de um lado para o outro e soltou um bocejo. Estava exausto. Kendrick se levantou e se aproximou de Vaelin, puxando a corda e o soltando. “Não faça nada estúpido enquanto eu estiver dormindo, buddy. Vamos aproveitar que temos uma desculpa para isso e ir dormir. Amanhã vai ser um dia puxado.” E o próprio Kendrick foi procurar algum lugar para dormir antes que os remédios parassem de fazer efeito.
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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only-kira:
Kira percebeu que o guarda havia se afastado e sentou-se perto do homem. Olhou para ele finalmente.
E…
- Ah não...- Kira mordeu o lábio inferior. Não podia ser. Era ele. O homem em que Kira atirava. Ainda que ele estivesse de costas, ela se lembrava perfeitamente de seus rosto. Já havia matado antes, mais de uma vez, mas com ele fora diferente. Nunca tivera um contato visual - olho no olho - tão intenso e profundo antes de alvejar alguém. 
Tinha certeza que ele também a tinha notado, embora continuasse a ignorar sua presença.
“Eu gostaria de pedir desculpas para ele”, havia falado a Malcom, durante o “interrogatório”. “É, Kira… Parece que sua chance chegou”. 
Kira pegou um prato e colocou um pão para si. Não havia nada muito elaborado ali, nem em nenhum outro lugar. Pelo menos haviam ovos. Colocou uns dois e por fim pegou café.
Era a hora.
- Seja corajosa, Kira… - Sussurrou baixinho, caminhando até o lugar onde a dupla estava. E sentou-se de frente para o homem. Daquele modo ele seria obrigado a olhar para ela, a menos que desviasse o olhar deliberadamente.
E o olhou nos olhos, profundamente como no primeiro encontro. Haviam muitas expressões em seu rosto. Tranquilidade, culpa, tristeza, curiosidade, dentro tantas outras. - Olá… - Murmurou baixo, patrulhando o corpo dele com os olhos. Aparentemente o rapaz estava se recuperando muito bem. Sentiu-se feliz por aquilo. - Conversei com seu pai… - Não tinha dúvidas agora do motivo que a havia levado a imaginá-lo como um líder. Estava no sangue. - E ele estava louco de raiva… Eu não o julgo. Imagino que também esteja chateado. Eu atirei em você afinal… 
“O que é que você está fazendo, porra?”, gritou consigo mesmo dentro de sua cabeça. Era melhor ter ficado calada. Mas tinha a impressão que ele não quebraria o silêncio. E era ela quem devia dar o primeiro passo para uma possível animosidade, afinal ela quem baleara o cara. Mas o que dizer quando se é a personificação de tudo que o outro mais despreza?
- A comida vai esfriar, garota. - O guarda revirou os olhos, se levantando. Pelo menos teve o bom senso de se afastar.
- Eu estou feliz que você esteja bem. Eu sinto muito por ter atirado em você. - Sabia o quão falsa a frase podia soar, mas era verdade. - Espero realmente que aceite os meus sinceros pedidos de desculpa.
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E então ela se sentou a sua frente. Não podia mentir, a garota tinha coragem. Kendrick segurou a xícara de café, a fitando por trás do objeto antes de tomar um gole. Vamos! Fale! Só desviou o olhar quando ela começou a falar de seu pai. Enfrentar um Archibald furioso e viver para contar a história... Poucos tinham esse privilégio. A maioria terminava com uma cicatriz, uma garganta roxa e inchada no mínimo. “Eu atirei em você, afinal.” A frase o fez soltar um pequeno riso sarcástico. Aquilo parecia ser brincadeira. “Ah, qual é, Joe! Não me deixe aqui!” Mas nada pode fazer para que o guarda voltasse. Aparentemente ele seria obrigado a lidar sozinho com... Ela.
Suspirou e pousou a louça na mesa. A olhou. Ela bem que pareceria estar arrependida, mas Kendrick não se comove facilmente. Ela estava prestes a conhecer alguém mais rancoroso do que Archibald. “Bem, o sentimento não é recíproco.” respondeu simplesmente. “Eu ainda preferia que você não estivesse aqui. Mas pelo menos estará indo embora logo.” disse ao perceber que ela estava muito bem. Andar firme, bochechas rosadas... Agora era tudo uma questão do ferimento dessa garota parar de doer, e nunca mais precisaria a ver na vida. “Então acho que posso aceitar suas desculpas, apesar de não ser para mim a quem deveria pedí-las.” Ele não sabia quantas pessoas Kira havia matado naquela noite, mas certamente, pedir desculpas a Kendrick que estava vivo era fácil. Coragem mesmo seria pedir desculpas à viúva, ao órfão, àquele que perdeu um parente...
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kendrickthehunter-blog · 8 years ago
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Aquele seria seu último dia de sol antes de voltar a seu posto. Archibald não queria arriscar a vida de Kendrick lá fora enquanto ainda estivesse com as costelas quebradas, porém, o ruivo não se contentaria em ficar parado. Ele precisava ser útil, de alguma forma, e definiu que voltaria temporariamente ao seu posto de vigia noturno. Então, já que passaria a noite inteira em claro, acordou o mais cedo possível para aproveitar o sol, antes que voltasse a dormir ao final da tarde e às dez horas caminhasse para o muro de Redholt, para manter os olhos bem abertos para malditos caçadores. E falando neles...
Kendrick ainda comia seu café da manhã quando ela apareceu. Tomava sua xícara de café quando a viu, acompanhada de Joe. Divirtiu-se com a expressão do guarda, pouco feliz com seu serviço. Bem, a quem poderia culpar? Também ficaria assim se fosse obrigado a passar um dia inteiro com ela. Kira -- um nome que era incapaz de esquecer -- continuava vasculhando tudo, distraída, enquanto Kendrick apenas observava. E dava bom dia para Josef. Arrependeu-se quando o viu caminhar em sua direção para sentar-se com o ruivo para tomar café. “Vai bater uma bola hoje?” perguntou, enquanto apontava para o boné dos Flying Squirrels de Kendrick sobre a mesa. “Se você não tivesse tanto trabalho hoje, eu até te convidaria, Joe.” afinetou enquanto olhava para Kira, imaginando se não seria muito rude levantar-se e ir embora para não ter que ficar no mesmo cômodo em que ela.
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@kendrickthehunter
Kira teve a primeira liberação para “explorar” Redholt aproximadamente uma semana após o ataque. Estava bem, fisicamente. Seu corpo jovem reagira de forma fantástica ao tempo que passou na enfermaria e, por sorte, seus ferimentos não haviam sido graves. Claro que sua situação ainda estava indefinida, o que era um pouco problemático, mas a garota tinha fé que as coisas iam melhorar logo.
Caminhava com um guarda. Josef era seu nome e ele não era de falar muito, em contraste com Kira que tinha a língua bastante solta e se interessava facilmente por qualquer tipo de assunto. “Para a cozinha. Você vai tomar seu café da manhã como gente”, foi a frase mais longa que conseguiu arrancar do homem.
Ele claramente a odiava por ser uma caçadora. 
Kira não se intimidou. Sabia que teria que lidar com vários episódios do tipo, se planejasse ficar em Redholt. Difícil seria encontrar quem lhe recebesse de braços abertos, na verdade.
O homem havia escolhido um horário bem cedo. Kira não sabia se seu objetivo era acordá-la no início da manhã como uma pequena vingança ou chegar ao pavilhão num horário em que estivesse completamente vazio. Provavelmente um pouco dos dois. Havia, porém, um outro homem ali. Kira não chegou a olhá-lo, a princípio. estava mais preocupada em explorar o ambiente. 
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