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Para todas as vezes que você chorou de baixo do chuveiro, inspire e expire lentamente.
Por todas as vezes que você mentiu quando te perguntaram se estava tudo bem, inspire e expire lentamente.
Por todas as vezes que você se sentiu mal por não ficar feliz de fato com uma conquista de alguém que você ama, inspire e expire lentamente.
Por todas as vezes que você tentou e se frustrou porque não deu certo, inspire e expire lentamente.
Por todas as vezes que você quis um dia, horas ou apenas alguns minutos de paz interior mas não conseguiu, inspire e expire lentamente.
Quantas vezes você respirou profundamente? Esse é um exercício calmante, espero ter te ajudado no seu caos interno.
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Uma enxurrada de emoções vem invadindo seu peito como um furacão raivoso. Há tempos você vem sentindo se acumular, enchendo as lacunas dos pulmões, a extensão das artérias principais, as cavidades do seu coração. Até que agora, você sente o peito tão cheio, que parece uma arma engatilhada, prestes a disparar.
Prestes a soltar tudo em lágrimas quentes que farão seu rosto ficar vermelho como o sangue que corre nas suas veias. Farão seus olhos incharem e arderem. Farão soluços escaparem de seus lábios. Mas principalmente, e dolorosamente, farão a arma disparar, e a enxurrada sentimentos que rodopiam dentro do seu peito, irão finalmente te consumir.
Então tudo vai ser despejado com mais força sobre seus ombros, aquele peso invisível vai deixar de se acumular somente no seu peito, para poder fazer sua dança por outras partes do seu corpo, por outras partes da sua alma. Sua cabeça vai doer, sua mente vai começar a se derramar, dardejando todo o tipo de pensamento triste, toda a frustração, todos os desejos não alcançados, todas as vezes que engoliu o choro para não parecer fraca.
Você irá gritar, sentar no canto da parede ou deitar em posição fetal, mas vai sem sombra de dúvidas, vai querer chutar alguma coisa. Mas não poderá quebrar nada do local onde está, pois sabe que vai ficar se remoendo depois. O que é uma pena. Não seria ótimo se você pudesse fazer o que quisesse, ter esse pingo de sorte, mesmo quando se já está dentro de seu próprio caos? O destino poderia ser generoso nesse momento, uma pitada de sensibilidade faria toda a diferença. Mas naquele momento você não teria essa dádiva, teria que reprimir o desejo, ou então chutar a parede e correr o risco de se machucar. Mas será que no momento seria relevante? Você já estaria sentindo uma alta carga de dor emocional, o que seria mais uma dor física?
Iriam se passar longos minutos, ali sentada. Não se sabe se é de dia ou a noite, se sua mãe estará acordada para ouvir os seus choros. Se ela estará acordada para ser gentil com você, ou se irá reclamar que está chorando. Porque ela não consegue distinguir a diferença de quando você está chorando por dores emocionais, ou se está chorando por algo que, na opinião dela, não vale a pena e que automaticamente ela não daria atenção, pois já aconteceram incontáveis vezes.
Se ela estiver acordada, uma escolha aparecerá. Revelar o motivo do choro ou esperar que ela descubra? Mentir e preferir que ela te ignore por achar que é besteira, ou falar a verdade e vê-la sem saber o que dizer ou fazer?
Você prefere não dizer o que é para não colocá-la numa posição que a deixe desarmada, pois sabe que ela pode ficar mal por não saber te ajudar. Você vai ficar lá e mentir, tentando não ouvir as coisas que ela vai falar, como "Pra que chorar por isso?". E aí ela vai parar de falar, e você vai parar de chorar, mas somente por fora, porque o seu peito ainda está em destruição interna.
Depois de algum tempo, não se sabe quanto, não importa se sua mãe apareceu ou não, você já vai ter se acalmado, as lágrimas terão secado, os soluços cessados e seu peito esvaziado. O último somente em parte, pois as angústias nunca vão totalmente embora, nunca vão te abandonar. Essa é a grande ironia. Você estará acompanhada de muitos sentimentos e pensamentos, e mesmo assim se sentirá sozinha.
Então você vai se levantar, irá lavar o rosto, talvez tomar um banho longo onde mais algumas lágrimas irão descer camufladas pela água do chuveiro. E você não vai saber distinguir o que é água e o que são lágrimas. Você vai deitar na cama, encostar a cabeça no travesseiro, se sentido um pouco mais leve, mas sabendo que aquilo irá se repetir novamente.
E vai aguardar até a próxima vez em que o seu mundo interno irá desabar sobre você.
- Uma crise de ansiedade.
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