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Aula 6 - Cultura da Mídia
A cultura da mídia é mediadora de processos de construção de identidade. É uma cultura industrial, que organiza-se com base no modelo de produção de massa e é produzida para massa de acordo com tipos, segundo fórmulas, códigos e normas. É uma forma de cultura comercial e seus produtos são mercadorias, muitas vezes ligado à high techs. Na cultura de mídia, os espetáculos da mídia demonstram poder.
Tomemos como exemplo o cantor pop Justin Bieber. Suas fãs costumam acessar diversas fontes midiáticas, como páginas, comunidades, vídeos e conteúdos, a maioria envolvendo o cantor. Muitos fã clubes já foram criados em homenagem a Justin Bieber, e neles é possível observar dois aspectos: o sentimento de igualdade e compreensão entre os fãs, que se enxergam uns nos outros e têm uma paixão em comum e, de maneira oposta, um sentimento de competição, já que uma de suas maiores preocupações é demonstrar aos outros membros da comunidade que seu fanatismo e conhecimento sobre o cantor é o maior.
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Aula 5 - Contrato de Comunicação
Para haver um contrato de comunicação, deve haver um recíproco conhecimento entre o leitor e veículo em relação à linguagem e à situação em questão. Ambos devem ser parceiros na troca de informação, na linguagem e devem estar ligados por um tipo de acordo prévio. Todo discurso depende do meio em que é veiculado e das situações específicas da troca que ela surge. Um acordo traz expectativas de ambas as partes. Quebrar um contrato pode significar a traição a um público mas também a atração de um novo.
Justin Bieber e seus fãs tem um contrato bem claro que nunca foi quebrado por parte do artista, o que mantém seu público tão fiel aos seus álbuns, músicas e imagem. Desde o início de sua carreira, Justin se manteve fiel à sua imagem como um jovem romântico, rebelde, conquistador e inconsequente. Suas músicas também se mantiveram na linha romântica e apaixonada.
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Aula 4 - Fluidez Afetiva
Em uma sociedade regida pela efemeridade e pelo excesso, o conceito de amor líquido existe para explicar a maneira como se dão as relações entre os indivíduos e seus objetos de desejo – sejam eles pessoas ou mercadorias – atualmente. O amor líquido é o termo usado para designar relações efêmeras, que muitas vezes são tratadas como produtos, utilizadas para preencher um vazio e facilmente descartadas. O termo representa a atual fragilidade dos laços humanos e, ao mesmo tempo, a intensidade.
Essa fluidez afetiva pode ser observada na relação dos fãs com seus ídolos: relações majoritariamente curtas, facilmente substitu��das pelo próximo astro de sucesso, mas com uma intensidade avassaladora. Muitos fãs não medem esforços para estar perto de seus ídolos, seja através da compra de objetos, CD’s e shows.
O canadense Justin Bieber teve, nos anos do auge de seu sucesso, fãs obcecadas pelo astro que pagavam qualquer preço para se sentirem próximas do cantor. Muitas fãs pagaram valores exorbitantes para tirarem fotos com Justin, acamparam em filas de shows por semanas, se empurraram para ficar um pouco mais perto do palco, choraram, sorriram e sentiram o amor por seu ídolo de forma muito intensa.
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Aula 3 - Sociedade de Consumo
Sociedade de consumo é um termo utilizado para designar o tipo de sociedade que se encontra numa avançada etapa de desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza pelo consumo massivo de bens e serviços disponíveis, graças a elevada produção. Na sociedade do consumo, o consumo é visto como forma de expressão dos indivíduos, de modo que as mercadorias que o indivíduo consome refletem sua personalidade, desejos e seu modo de ver o mundo.
O consumo, entretanto, não diz respeito somente à produtos e serviços, mas também à entretenimento e celebridades: as fãs de Justin Bieber consomem muito mais que suas canções e os produtos licenciados com a imagem do cantor. Na Sociedade de Consumo, ser fã é um modo de vida, diz respeito à se identificar com as letras das músicas, com o estilo de vida do cantor, com sua imagem e com o que ele representa.
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Aula 2 - Sociedade de Controle
A Sociedade de Controle é um passo à frente da Sociedade Disciplinar. Nesse modelo social, a vigilância não mais pertence às instituições, mas às mídias, com câmeras espalhadas e traqueamento nas mídias sociais. O tempo é contínuo pois as atividades nunca terminam, estão sempre presentes através da mobilidade. São rastreados os comportamentos, o consumo e o fluxo de desejo. Na Sociedade de Controle, o medo da exclusão social supera o medo de estar fora da lei.
O comportamento social é imposto pela mídia, que estabelece padrões e propaga a crença de que esse padrão é a única forma de encontrar a felicidade.
Para garotas pré adolescentes e adolescentes, gostar do cantor pop Justin Bieber responde ao padrão midiático imposto. Entretanto, para pessoas que não se encaixam nessa categoria, como homens de 40 anos, gostar de Justin Bieber passa a ser uma vergonha, fazendo com que pessoas encubram sua preferência musical por medo de rejeição.
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Aula 1 - Pós Modernidade, Modernidade Líquida e Hiper Modernidade
Após a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, o mundo passou por modificações notáveis e profundas quanto às questões estruturais da sociedade, as crenças, os costumes e os hábitos. Dessas mudanças, sociólogos discorreram sobre diversas teorias para compreender o novo modelo social e o futuro que viria pela frente. Dentre essas teorias, são relevantes a Pós Modernidade - David Harvey -, Modernidade Líquida - Zygmunt Bauman -, e Hiper Modernidade - Gilles Lipovetsky. As teorias supracitadas têm importantes características em comum e igualmente relevantes pontos de discordância.
A teoria da Pós Modernidade defende que a nova era é a era da informação, com apegos imaterial. Trata profundamente dos efeitos do desenvolvimento econômico nas estruturas sociais e valores tradicionais. Discorre também a respeito da abolição da fronteira entre arte e vida cotidiana. Além disso, Harvey aponta para o declínio da originalidade da produção artística e a ausência de profundidade da cultura.
Bauman, em sua teoria da Modernidade Líquida, aponta que a sociedade está pautada em valores como efemeridade e individualidade. O autor discorre sobre o derretimento dos discursos sólidos e rígidos das instituições em detrimento dos objetivos individuais. A Modernidade Líquida aponta que crenças, convicções e instituições mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades, gerando a quebra de molduras identitárias.
Hiper Modernidade, teoria de Lipovetsky, aponta para o império do efêmero, expondo que, na nova era, o produto cultural se molda em formas já experimentadas, repetição de conteúdos, estruturas e estilos. O autor expõe um movimento de reciclagem do antigo em termos modernos.
No período citado pelos três autores acima, se observa o surgimento constante de novas celebridades e ídolos que fazem nascer, com uma velocidade inacreditável, multidões de fãs alucinados. Esses novos produtos midiáticos, no entanto, são paradoxais: tudo que é lançado deve representar inovação e passar a sensação de ineditismo, mas, ao mesmo tempo, essa novidade não deve ferir frontalmente o público. Os produtos midiáticos devem ser facilmente assimilados e não devem se opor à padrões estabelecidos.
Nesse contexto pôde se observar a ascensão do cantor e ídolo teen Justin Bieber em 2007 com vídeos no Youtube. Justin atende a todos os padrões estéticos ocidentais e construiu a imagem de um garoto rebelde, inconsequente e que tem tudo que deseja, representando assim um modelo de vida ideal que muitos jovens almejam alcançar. Além disso, o cantor não promove conteúdos profundos em suas canções, tratando somente de temas leves e com fácil aderência, como amor, festas e amigos, assuntos que não desestabilizam a ordem sociocultural imposta, não geram insatisfação, são de fácil entendimento e são temas com os quais o público se identifica facilmente.
Com essas ferramentas, Justin Bieber agradou às massas e atingiu um número muito grande de pessoas, sendo hoje um dos maiores astros pop do mundo e uma das contas mais seguidas no Instagram.
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