joanaacarolina-blog
Duzentas Noites no Benfica
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Uma história baseada em falos reais.
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joanaacarolina-blog · 5 years ago
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Aquela noite estava toda estranha. Eu já estava com cheiro de errado e se você não conhece esse cheiro é a mistura de cigarro mentolado com cerveja barata.
Minha cabeça doía enquanto eu sorria feliz. Quando eu entrei no banheiro podre de sujo do bar me dei conta eu estava quase bêbada. Os relatos daqui pra frente são uma colagem de memórias que sobraram daquele porre e sensações que ficaram em mim decorrentes da minha embriaguez e da minha imaginação.
A pauta da conversa do bar era política. Com certeza era. A companherada caricata dos partidos de esquerda falavam alto, usavam drogas e vestiam vermelho. Aliás eu não sei se vestiam vermelho mas tudo nas memórias daquela noite tem tons muito quentes.
Foi quando o vi atravessando a rua. Ele tinha um andar familiar. O jeito que ele pegava na bicicleta rosa enquanto abria um sorriso de leve parecia a cadência de um jazz.
O hálito do vento mudou no breve instante que eu o reconheci. O moreno de traços fortes era um velho conhecido e ali quando nos aproximamos e eu abracei eu estava em casa. Ele sentou no chão, ao meu lado aceitou a cerveja e todo o meu desejo estava concentrado naquelas mãos que seguravam suave um copo americano e gesticulavam sem parar falando sobre filosofia e Psicologia.
Na quinta ou sexta conexão entre Freud Bauman e Paulo Freire eu já não fazia mais ideia de como aquela conversa tinha começado. também não medi capital erótico naquela mesa. Ele era encantador e eu precisava merecê-lo porque já o queria o suficiente para jogar um jogo. É bem verdade que o meu time estava desfalcado. A sobriedade, lesionada, não entrou em campo. Tudo bem eu tinha um ataque forte e ele nem tava mais se defendendo.
A conversa foi parar nas memórias infantis quando ele era apenas o capoeirista que falava assoviando e era muito bom em matemática.
Ele Sorria e me olhava furtivamente entre um cigarro e outro. Entre uma lembrança e outra, uma cerveja e outra, a gente foi se conectando. A atmosfera daquele encontro já não cabia mais ninguém embora eu ainda estivesse em bando. e seguindo o bando, migramos para outro bar.
O leonino falava dele como um pavão Imperial abre suas penas coloridas. O que numa primeira impressão parece exibicionismo no fundo era medo de se sentir inferior. Não me importava pois eu já estava encantada com as cores e o brilho Psicodélico das suas penas.
Ora, bêbada e inebriada com brilho psicodélico, onde mais a gente iria parar?? Outro banheiro sujo, apertado, encarando duas linhas brancas e notas de 20, novinhas, em forma de canudo.
A madrugada confluia para nossa aproximação. O corpo dele reagindo ao carinho que eu usei fazer nas suas costas deixaram claro que o envolvimento era recíproco. A minha pupila dilatada e eu já não sabia se era o bright ou a vontade de morder aquele lábio inferior emoldurado por uma barba frondosa e um coque Samurai.
-Vamos embora juntos não é?
- Claro
- vou pedir o Uber então
- eu estou de bike... Se você não se importar , posso te levar.
- tá tarde! não é perigoso?
Perguntei por puro protocolo. Eu já não sentia um pingo de medo ao lado dele. Ninguém ousa duvidar do sex appeal de um homem que te oferece uma carona na sua garupa, não é mesmo? O que poderia para muita gente ser um rebaixamento aristocrático, para mim foi um mecanismo que ele usou para jogar na minha cara que eu já não tinha mais saída e já era dele mesmo sem saber.
Três ou quatro km de bicicleta, alta madrugada pelo bairro que a gente nasceu cresceu e se desviou, o tempo parecia diferente. Outro ritmo, o ritmo do meu coração acelerado de adrenalina e de tesão. Os últimos metros caminhamos lado a lado e decidimos que era cedo para acabar a curtição. Eu nem sabia mas a curtição só estava começando
Joana Carolina, em 16/03/2020
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joanaacarolina-blog · 7 years ago
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joanaacarolina-blog · 9 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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sobre ontem, sobre esses dias e a porra toda...
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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(Do I wanna know?) If this feeling flows both ways (Sad to see you go) Was sorta hoping that you'd stay (Baby, we both know) That the nights were mainly made For saying things that you can't say tomorrow day
Crawling back to you Ever thought of calling when you've had a few? 'Cause I always do Maybe I'm too busy being yours to fall for somebody new Now I've thought it through Crawling back to you
So have you got the guts? Been wondering if your heart's still open And, if so, I wanna know what time it shuts Simmer down and pucker up I'm sorry to interrupt It's just I'm constantly on the cusp Of trying to kiss you But I don't know if you feel the same as I do We could be together If you wanted to
(Do I wanna know?) If this feeling flows both ways? (Sad to see you go) Was sorta hoping that you'd stay (Baby, we both know) That the nights were mainly made For saying things that you can't say tomorrow day Crawlin' back to you (crawling back to you) Ever thought of calling when you've had a few? (you've had a few?) 'Cause I always do ('cause I always do) Maybe I'm too (maybe I'm too busy) busy Being yours to fall for somebody new Now I've thought it through Crawling back to you
(Do I wanna know?) If this feeling flows both ways? (Sad to see you go) Was sorta hoping that you'd stay (Baby, we both know) That the nights were mainly made For saying things that you can't say tomorrow day (Do I wanna know?) Too busy being yours to fall (Sad to see you go) Ever thought of calling, darling? (Do I wanna know?) Do you want me crawling back to you?
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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No instante que me iludo, é quando você me esquece. Quando volto à tona, você mergulha nos meus olhos. Se eu te roubo rosas, você faz “bem-me-quer”. Quando hesito, é quando você já está na estrada. Se me perco no teu beijo, você fica tentando encontrar um caminho. Quando me encho de receio, você me diz estar pronto. Eu te ponho em xeque-mate, você me diz que cansou de jogar. Quando não quero me machucar, você me telefona no meio da noite.
Eu vejo o sol nascer no mar, você se preocupa em não molhar os pés. Quando eu não durmo, é quando você sonha loucuras sobre nós dois. Quando sinto teu gosto na minha boca, você pede economia nos clichês.  Eu quero parar o tempo, você procura seu relógio na cama. Quando me escondo, é quando você me quer em cima de você. Se apresso meu passo na sua direção, você engata a marcha ré. Quando reuno meus pedaços, você dá o coração para bater. Eu deito no seu colo, você se preocupa se vem alguém. Quando me poupo, é o instante que você se dá de graça. Se ando em alta velocidade, você conta os níqueis pro pedágio. 
Um amor físico, fatídico, real, raro e patente. Um amor que nasceu, mas nunca viveu. Um amor que aconteceu, mas não foi ocupado. Daquelas comédias românticas que ninguém tem tempo de rir, pois já começa pelo final. Os amores mais bonitos são aqueles que nunca foram usados.
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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joanaacarolina-blog · 10 years ago
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