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𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐀𝐋𝐋𝐄𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋 𝐏𝐎𝐑 𝐀𝐋𝐄𝐗𝐀𝐍𝐃𝐑𝐄 𝐂𝐀𝐁𝐀𝐍𝐄𝐋.

Tão pouco, tão cruelmente poupei-me nas palavras sobre ti, de tão centrada que estava no que me significas. Embora a tua figura represente a escuridão, seja algo um tanto virado para a penumbra, encarnando uma semelhança à do Anjo, consegues ser o oposto. És um milagre, um pedaço das nuvens do céu, representadas pela figura humana, És irmã de Vénus, feita de espuma do mar, trazida por Cúpido, a sua mais bela criação, onde o próprio Neptuno consternou-se com a criação aterrada pelos seus demais. E a tua psique! Como poderei começar? Duma eloquoência digna de realeza. Cada palavra, cada vocábulo, cada sílaba, cada letra, cada pontuação, derrete ao ser usada por ti, Sol. Elas ganham uma magia clemente, uma magia jamais vista. Como se trouxesses a primavera, fosses a rainha-mãe duma grande floresta coberta pelos teus séquitos, cegamente, apaixonados. Meu bom anjo. Minha tarte de frutos vermelhos. Admiro-te, Musa, os teus olhos brilhantes refletem-se na água, juntamente com a luz da lua e os teus companheiros sapos, rãs, nenúfares e até mesmo o musgo. E mesmo, que o teu semblante seja encarnado, uma coloração parecida, sendo tu, o contrário, o teu olhar rijido como uma pedra! Mesmo que a tua cor seja o verde, e, o meu amor transpira o vermelho como Marianne e Carol, e tu, como a minha Helóise, a minha Therese. Espero que estejas bem, e, feliz aniversário! Que sejas visitada pelas fadas, que elas te invadam com a ajuda dos ventos incessantes que as levam e trazem. 

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𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐄𝐑𝐄𝐍𝐀𝐃𝐄 𝐏𝐎𝐑 𝐋𝐄𝐎𝐍𝐀𝐑𝐃 𝐑𝐀𝐕𝐄𝐍-𝐇𝐈𝐋𝐋. 

E se! Talvez se a minha afeição por ti fosse menor, sabia mais como falar sobre ela. Como é complicado fazer os nossos sentimentos rejuvenescer quando alguém desta importância está tão longe e tudo o que temos somos meros textos entoados por uma voz secundária? Não há charme igual que esta fraqueza, que esta parte vulnerável, o coração. Não nos prepararam! Sempre soube que seria como um conto de fadas quando citamos Ofélia e o seu rio, no qual nos queríamos eternizar. E contigo, consigo apanhar a luz da lua com uma rede, o fogo queima a minha garganta com medo de falar, e, o meu ser floresce de cada vez que penso em ti. O meu coração trava, fecha, como se fosse um punho! De tanto. tanto, espaço que ocupas. Que um dia possamos passear pelos jardins, seja quais forem, enquanto rimos e Oscar Wilde é a leitura e o motivo. 

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𝐒𝐀𝐏𝐏𝐇𝐎 𝐄𝐓 𝐀𝐃𝐑𝐈𝐀𝐍𝐍𝐄 𝐏𝐎𝐑 𝐔𝐌 𝐀𝐍𝐎́𝐍𝐈𝐌𝐎.

Agora entendo o que a Vita quis dizer em “reduzo-me a algo que quer a Virginia” ou quando a Virginia disse “sim, sim, sim! Eu gosto de ti mas tenho receio de dizer a palavra mais forte. O desejo de saquear-te, de ter-te como algo que está sob a minha proteção, colocar-te no primeiro lugar dos pertences de maior estimo. De atirar os caprichos e equívocos colocados pelo Universo à nossa frente que nos impede, e, a minha afeição, mexida pela inquietação, um peixe fresco num rio baixo. A tua raridade comove-me, a tua pessoa é-me tão vívida como a chuva que bate no telhado, como os trovões que caem perto, o receio que amanhã não seja dia. 

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𝐀𝐋𝐋𝐄𝐆𝐎𝐑𝐈𝐀 𝐃𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐆𝐈𝐔𝐒𝐓𝐈𝐙𝐈𝐀 𝐄 𝐃𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐏𝐀𝐂𝐄 𝐏𝐎𝐑 𝐂𝐎𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎 𝐆𝐈𝐀𝐐𝐔𝐈𝐍𝐓𝐎.

Que Afrodite capture toda a nossa afeição e a distribua, que o resto dos Deuses nos conceda mais. Que Artemisa aceite-nos. Que Atena nos relembre de todas as vezes que lemos e relemos os poemas de Emily Dickinson dirigidos à Sue Gilbert. Que Gaia cresça os bosques onde costumamos passear, traga de volta as borboletas, as andorinhas, faça crescer as ásteres e os lírios, as silvas com as amoras, e que faça com que os veados retornem. Que Eos relembre ao Sol que somos uma alegoria dele e da Lua (negócios da Selene), que ele nos pertence, e que lhe damos o brilho, fazemos com que faça sentido. Que essas deusas nos iluminem, que façam do Olimpo a nossa casa quando eternizadas formos, que sejamos as musas das próximas, os quadros não-identificados, a memória consistente jamais apagada. 

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𝐑𝐄𝐔𝐍𝐈𝐓𝐄𝐃 𝐏𝐎𝐑 𝐆𝐔𝐈𝐋𝐋𝐀𝐔𝐌𝐄 𝐒𝐄𝐈𝐆𝐍𝐀𝐂.

És a balada perpétua tocada pela noite adentro, onde todos rodopiam até caírem, onde os violinos incorporam a doçura, as flautas a autenticidade e o resto da banda personifica o sentimento de segurança que transmites. És um Porto Seguro, numa doca rochosa, onde os marinheiros procuram refúgio, onde os barcos atraqueiam porque sabem que saíram ilesos. És a dríade das Histórias dos campestres, posteriormente escritas pelos poetas renomados, és as lendas das mulheres fortes com armas. És a dona do meu coração. 

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𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐘𝐌𝐏𝐇 𝐀𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐑𝐘𝐀𝐃, 𝐔𝐌𝐀 𝐈𝐋𝐔𝐒𝐓𝐑𝐀𝐂̧𝐀̃𝐎 𝐃𝐎 𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐖 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃 𝐅𝐀𝐈𝐑𝐘 𝐁𝐎𝐎𝐊 𝐏𝐎𝐑 𝐇𝐎𝐖𝐀𝐑𝐃 𝐀𝐍𝐆𝐔𝐒 𝐊𝐄𝐍𝐍𝐄𝐃.

Tu. És o bom que há nas entranhas, no seu sangue corrente, nos seus vestígios poeirentos, jamais sabendo donde viram. Nos cubículos dos cogumelos plantados nas florestas, dos destroços de naufrágios, rara e autêntica. Tão clemente! Safo tinha razão para escrever tanto sobre as suas paixões femininas, ela sabia que tu existias, ela tinha-te idealizado, tinha-te inventado e sonhado. 

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𝐆𝐋𝐄𝐍𝐍 𝐆𝐎𝐔𝐋 𝐏𝐎𝐑 𝐕𝐀𝐋𝐄𝐑𝐈𝐘𝐀 𝐋𝐀𝐊𝐑𝐈𝐒𝐄𝐍𝐊𝐎.

É por causa da energia que nos concede ao colocar-mos a vista em cima, todo um sentimento inexplicável, como se tudo não passasse de uma mera leitura, d’um sonho escaldante, d’uma alucinação nocturna causada pelos nossos próprios desgostos. O ser, representado, é-me como uma visão minha sobre ti, entrelaçado nas artes, preso no seu próprio mundo, e com um corte de cabelo similar ao teu.