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Igualdade de Verdade
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igualdadedeverdade-blog · 7 years ago
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Introdução
Esse blog foi idealizado pelos alunos do Centro de Ensino Médio 03 do Gama Ana Cecília Miranda, Gizellen Gonçalves , Laila Candido, Laryssa Gonçalves, Neemias Neiva e Rafael Henrique,  O propósito dele é reduzir a desigualdade enfrentadas por pessoas que sofrem de déficits físicos e mentais de qualquer tipo, pois acreditamos que informação e conhecimento é a principal ferramenta no enfrentamento e combate à desigualdades e preconceitos de todas as ordens. Para isso, fizemos um compilado de informações sobre alguns tipos de deficiências físicas e mentais, bem como um bate-papo com dois alunos que sofrem de tipos comuns de deficiência mental.
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igualdadedeverdade-blog · 7 years ago
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VISITA AOS ALUNOS ESPECIAIS DO CEF 15
Estivemos com os alunos Natália e Derik do Centro de Ensino Fundamental 15 do Gama para um bate-papo descontraído e nesse meio tempo algumas perguntas foram surgindo e consequentemente algumas respostas por parte deles.
Natália tem 29 anos e sofre de paralisia cerebral que é um conjunto de desordens permanentes que afetam o movimento e postura. Em geral, esse conjunto de desordens acontece antes do nascimento, ainda na formação do feto e são, na maioria das vezes, de origem incerta ou desconhecida. Os efeitos dessa paralisia variam caso a caso. Quando perguntada sobre suas maiores dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, ela respondeu que sofre bullying, não necessariamente pelos colegas de classe, mas principalmente em casa. Ela enfatiza a dificuldade de relacionamento interpessoal principalmente com os primos “Eles são muito preconceituosos”, ela disse.
Diferente de Natália, Derik disse não sofrer bullying. Ele tem 22 anos e sofre de de deficiência intelectual ou cognitiva, uma espécie de déficit mental que reduz a compreensão de atividades básicas do dia a dia como autocuidado. Pessoas que sofrem dessa deficiência tendem a ter dificuldades de interpretação de coisas abstratas como metáforas e problemas matemáticos entre outras interpretações um pouco mais complexas. Quando perguntado sobre suas maiores dificuldades no dia-a-dia, Derik respondeu que tem dificuldades em ler e escrever. Mostrou-se também um apaixonado por esportes com ênfase no futebol. Ele gosta não só de assistir como também praticar o esporte “Queria poder jogar melhor”, disse ele.
Derik e Natália são exemplos de pessoas comuns como tantas outras que sofrem de algum déficit e são marginalizadas por isso. 
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igualdadedeverdade-blog · 7 years ago
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Deficiência física
Deficiência física ou deficiência motora é uma limitação do funcionamento físico-motor de um ser humano ou animal[1]. Normalmente, os problemas ocorrem no cérebro ou sistema locomotor, levando a um mau funcionamento ou paralisia dos membros inferiores e/ou superiores.
A deficiência física pode ter várias etiologias, entre as principais estão os: fatores genéticos, fatores virais ou bacteriano, fatores neonatal, fatores traumáticos (especialmente os medulares).
As pessoas com deficiência de ordem física ou motora necessitam de atendimento fisioterápico, psicológico a fim de lidar com os limites e dificuldades decorrentes da deficiência e simultaneamente desenvolver todas as possibilidades e potencialidades. A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema ósteo-articular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida.
As deficiências físicas podem ser de origem genética ou podem ser adquiridas ao longo da nossa vida. Vamos conhecer agora alguns destes fatores que podem ocasionar as deficiências.
Doenças relacionadas:
Lesão Cerebral (paralisia cerebral).
Malformações congênitas.
Sequelas de queimaduras.
Lesões por esforços repetitivos (LER).
Meio Ambiente:
Acidente de carro.
Erros médicos.
Acidentes de trabalho.
Violência urbana (tiros, facadas).
Uso de drogas.
Epidemias/endemias.
Quais são as causas da deficiência física?
As causas da deficiência física são variadas, congênitas e adquiridas; vão desde lesões neurológicas e neuromusculares até malformações congênitas. Entre as principais causas adquiridas estão os fatores virais ou bacterianos, fatores neonatais, fatores traumáticos (especialmente os medulares) e hidrocefalia (acúmulo de líquido no interior da caixa craniana).
As enfermidades e condições que mais comumente levam a deficiências físicas são prematuridade, anóxia perinatal, desnutrição materna, rubéola, toxoplasmose, trauma de parto, subnutrição, acidente vascular cerebral, aneurisma cerebral, ferimento sobre a medula vertebral, processos infecciosos ou degenerativos, causas vasculares, traumas, malformações congênitas e artropatias.
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igualdadedeverdade-blog · 7 years ago
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Deficiência Mental
A deficiência mental é classificada como um conjunto de problemas que afeta o intelecto de um indivíduo, porém não altera as demais funções do cérebro como muitos acreditam. É caracterizada pelo déficit de inteligência, ou seja, quando o quociente de inteligência (QI) do indivíduo é inferior a 70, valor considerado limite. Também pode ser caracterizada por qualquer limitação funcional inferior aos padrões normais de funcionamento do organismo humano. Os indivíduos que apresentam deficiência mental necessitam de tratamentos especiais e acompanhamento médico em diversas especialidades como fonoaudiologia, fisioterapia, pedagogia e outros que auxiliarão no seu problema, buscando minimizar os problemas que surgem e que poderão surgir. A deficiência é dividida em níveis, a saber: limite ou boderline que apresenta um pequeno atraso na aprendizagem, ligeiro que apresenta um atraso mínimo nas áreas receptivo-motoras, moderado que apresenta dificuldades em leitura, escrita e cálculos, severo que apresenta problemas psicomotores e profundo que apresenta significativamente problemas sensório-motores e de comunicação. Pode haver problemas relacionados ao equilíbrio, coordenação, locomoção, ansiedade, perturbações de personalidade, falta de autocontrole e outros.
Autismo
O QUE CAUSA
As causas que provocam o autismo ou TEA são desconhecidas.
A complexidade desse Transtorno e o fato de que os sintomas e severidade podem variar (Espectro), provavelmente são quadros resultantes da combinação de diferentes genes.
Alguns problemas genéticos acontecem espontaneamente e outros são herdados.
De fato, estudos sugerem uma herdabilidade muito alta, mais ainda quando se considera a presença de traços do espectro autista numa mesma família. Em muitas delas parece haver um padrão de autismo ou deficiência relacionados, apoiando ainda mais a tese de que esses Transtornos têm uma base genética.
Apesar de nenhum gene ter sido identificado como causador de autismo, pesquisadores estão procurando mutações do código genético que as crianças com autismo possam ter herdado.
Estudos recentes indicam também que o autismo não é regido apenas por causas genéticas.
O termo autismo surgiria em 1912 – então, considerado apenas uma “alienação” em pacientes com esquizofrenia. Só em 1943 o austríaco Leo Kanner falou de autismo como um transtorno propriamente dito. Na época, achava-se que a causa era o ambiente em que a criança era criada. A culpa era dos pais. Hoje se acredita que a síndrome é causada por uma constelação de fatores diferentes, que não incluem influências psicológicas. Mas, finalmente, a ciência começa a encontrar padrões de variação genética comum entre autistas. Em um estudo publicado em 2010 na revista científica Nature, foi identificada em autistas uma prevalência 20% maior de uma anomalia rara em que se duplicam ou apagam certos genes – especialmente os relacionados ao desenvolvimento da criança.
Essas pequenas pistas estão muito distantes de uma eventual cura. Mas isso não quer dizer que nada possa ser feito. Quando o diagnóstico é precoce, a criança pode ser tratada com ajuda da terapia familiar e desenvolver certas aptidões, como socializar-se um pouco mais e melhorar a linguagem. Terapia comportamental, que reforça comportamentos positivos com prêmios, pode ensiná-lo a mostrar o que quer. E remédios também atenuam alguns sintomas. Embora não haja medicamentos específicos para o autismo, eles atenuam sintomas como agressividade e depressão.
Agora vai uma historia
Quando o menino Russell nasceu, parecia perfeitamente “normal”. Só que seus olhos, de um profundo azul, logo diriam tudo. Ele não fixava o olhar em ninguém, nem na mãe, nem no pai. Um ano, e ele mal falava. Na escola, não brincava com ninguém e, se brincava, não conseguia entender os joguinhos. Não tinha amigos, pois não se interessava por ninguém. Vivia fechado em seu mundo particular. Alguém diria que era insensível, que vivia no “mundo da lua”. Pois tudo o que fazia era ficar num canto, empilhando objetos, repetindo frases, sozinho.
 Russell é autista – um mistério da mente que, apesar de uma prevalência maior que a da síndrome de Down, é ainda pouco compreendido. Para começar, não é um transtorno, mas um grande espectro de diferentes transtornos de causas desconhecidas, que se convergem em 3 traços fundamentais em comum. Primeiro, o autista não vê as pessoas como indivíduos, mas como objetos. E, sem empatia, vive em um mundo só seu. Segundo, tem grave dificuldade de comunicação e, portanto, é incapaz de demonstrar o que quer ou sente. E, terceiro, é preso à rotina. Ele repete comportamentos obsessivos por muito tempo, seja falar a mesma frase várias vezes sem contexto, seja organizar objetos a esmo.
Perda de memória
A perda de memória pose ser um sintoma de disfunção cerebral. É um dos motivos mais comuns para que as pessoas, especialmente mais idosas, procurem um médico. Muitas vezes, familiares notam e relatam a perda de memória.
A principal preocupação para o indivíduo, familiares e médicos é se a perda de memória é o primeiro sinal da doença de Alzheimer, uma forma progressiva e incurável da demência (tipo de transtorno cerebral). Pessoas com demência perdem a capacidade de pensar com clareza. Em geral, se a pessoa estiver ciente da perda de memória a ponto de se preocupar com ela, a pessoa não tem demência precoce.
As lembranças podem ser armazenadas na memória de curto prazo ou de longo prazo, dependendo de quais são e quão importantes são essas lembranças para a pessoa.
A memória de curto prazo reserva     algumas informações de que o indivíduo precisa temporariamente, como uma     lista de compras do mercado.
A memória de longo prazo,     como o nome sugere, armazena lembranças (como o nome da escola em que o     indivíduo estudou) por mais tempo.
A memória de curto prazo e a memória de longo prazo são armazenadas em partes diferentes do cérebro. A memória de longo prazo é armazenada em muitas partes do cérebro. Uma parte específica do cérebro (hipocampo) ajuda a classificar informações novas e associá-las a informações semelhantes já armazenadas no cérebro. Esse processo torna memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. Quanto mais as memórias de curto prazo são lembradas ou repetidas, mais provável é que se tornem memórias de longo prazo.
Causas
Causas comuns
As causas mais comuns de perda de memória são:
Alterações relacionadas com a     idade (mais comuns)
Comprometimento cognitivo leve
Demência
Depressão
Alterações relacionadas com a idade (chamada perda de memória associada à idade) referem-se ao declínio normal e leve do funcionamento do cérebro que ocorre conforme envelhecemos. A maioria das pessoas idosas apresenta alguns problemas de memória. Lembrar-se de coisas novas, como o nome de um vizinho novo ou como usar um novo programa de computador, demora mais. Pessoas idosas também precisam repetir novas lembranças com mais frequência para que elas sejam guardadas. Pessoas com esse tipo de perda de memória ocasionalmente esquecem-se de coisas, como onde deixaram as chaves do carro. Mas para eles, ao contrário de pessoas com demência, a capacidade de executar as atividades diárias ou de pensar não está comprometida. Dado tempo suficiente, essas pessoas geralmente se lembram, embora, às vezes, mais tarde do que seria conveniente. Esse tipo de perda de memória não é um sinal de demência nem o início da doença de Alzheimer.
      Síndrome de Down
A síndrome de Down (trissomia do 21 ou SD) é uma alteração genética caracterizada pela presença de um cromossomo extra nas células de um indivíduo. Tal condição causa problemas no desenvolvimento corporal e cognitivo, promovendo características físicas típicas e deficiência intelectual em diferentes graus.
Estima-se que, a cada 700 nascimentos, 1 bebê tenha a condição. As chances aumentam à medida em que a mãe envelhece, sendo um dos maiores fatores de risco a gravidez acima dos 35 anos de idade. No Brasil, há cerca de 270 mil pessoas com síndrome de Down. Trata-se da condição genética e forma de deficiência intelectual mais comum no mundo.
A alteração se manifesta com a mesma frequência em todos os sexos, em pessoas de todas as etnias e grupos sociais. O comportamento dos pais durante a gestação não aumenta nem diminui as chances da criança nascer com a síndrome. Não se pode culpar nenhum dos pais pela condição na criança, uma vez que ela acontece, na maioria dos casos, por uma combinação aleatória de chances.
 Como ocorre, causas e tipos
Para compreender os tipos de síndrome de Down existentes, precisa-se, primeiro, compreender como ela ocorre:
Normalmente, os seres humanos possuem 46 cromossomos em cada célula do corpo. Esses cromossomos são separados em pares que vão desde o 1º até o 22º par, chegando, então, nos cromossomos sexuais (XX ou XY). 23 desses cromossomos são herdados da mãe, enquanto os outros 23 vem do pai.
Geralmente, o erro ocorre por conta de uma não-disjunção, caracterizada pela incapacidade de um cromossomo se juntar ao seu par, dando origem, então, a um cromossomo extra, que costuma se ligar ao 21º par em uma célula completa.
Na fecundação, ocorre a junção do espermatozóide com o óvulo, devendo resultar numa célula com o total de 46 cromossomos. Depois, essa célula se divide, dando origem a uma nova célula clone, com todas as características da célula original. Dessa maneira, dá-se o desenvolvimento normal de um embrião. Quando a célula original acaba tendo 47 cromossomos, todas as células seguintes terão, também, 47 cromossomos.
É importante salientar que, apesar de se saber, atualmente, como a síndrome ocorre, não se tem evidências do que causa a alteração. Portanto, na maioria das vezes, não se pode dizer porquê uma criança nasce com a síndrome.
Os tipos de síndrome de Down se diferem em como e quando ocorre a não-disjunção, ou seja, quando o cromossomo extra aparece. 
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igualdadedeverdade-blog · 7 years ago
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Deficiência visual
O que é a deficiência visual?
É o comportamento parcial (de 40 a 60%) ou total da visão. Não são deficientes visuais pessoas com doenças como miopia, astigmatismo ou hipermetropia, que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou em cirurgias.
Segundo critérios estabelecidos pelo Organização Mundial da Saúde (OMS) os diferentes graus de deficiência visual pode ser classificados em: 
- Baixa visao (leve, moderada ou profunda):
compensada com o uso de lentes de aumento, lupas, telescópios, com o auxilio de bengalas e de treinamentos de orientação.
- Próximo à cegueira 
Quando a pessoa ainda é capaz de distinguir luz ou sombra, mas já emprega o sistema braile para ler e escrever, utiliza recursos de voz para acessar programas de computador, locomove-se com a bengala e precisa de treinamentos de orientação e de mobilidade.
- Cegueira
Quando não existe qualquer percepção de luz. O sistema braile, a bengala e os treinamentos de orientação e de mobilidade, nesse caso são fundamentais.
O diagnostico de deficiência visual pode ser feito muito cedo, exceto nos casos de doença degenerativas como a catarata e o glaucoma, que evoluem com o passar dos anos.
Causas da deficiencia visual 
Qualquer um pode adquirir uma deficiência visual, sobretudo devido à falta de cuidados e os aparecimento de doenças graves. Segundo um levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia , essa condição aparece cada vez mais cedo devido à falta de cuidados. Cerca de 30 mil crianças no Brasil estão cegas devido a doenças que poderiam ser evitadas e prevenidas, como a ambliopia e o estrabismo. Em grande parte dos casos, há falta de testes infantis simples, como o teste do olhinho logo ao nascer, ou a falta de consultas ou orientações médicas frequentes, o que abre uma margem para problemas como glaucoma congênito, retinopatia da prematuridade e toxoplasmose ocular congênita.
Entre os adultos, dados da OMS mostram que, com a prevenção e o diagnóstico precoce, seria possível evitar 80% dos casos de deficiência visual no mundo. Já uma pesquisa do World Report on Disability 2010 e Vision 2020 revela números ainda mais preocupantes: a cada 5 segundos, 1 pessoa se torna cega no mundo. Além disso, até 2020 o número de deficientes visuais deve dobrar, sobretudo nos países subdesenvolvidos. Entre as principais causas estão doenças como:
Glaucoma, que representa 12,3% dos casos de cegueira irreversível no mundo;
Degeneração macular, doença hereditária altamente ligada à idade;
Catarata, doença que mais leva à cegueira no Brasil e atinge mais as pessoas acima dos 60 anos;
Retinopatia, uma alteração causada pelo diabetes;
Alta miopia ou atrofia do nervo óptico;
Opacidade da córnea e tracoma (uma espécie de inflamação nos olhos), entre outras.
Quando se trata de casos de cegueira congênita, o diagnóstico se dá geralmente durante a gravidez. Por isso, é fundamental que a mulher realize todos os exames necessários para identificar essa e demais condições. A partir daí, a família passa a ser orientada para entender o que é deficiência visual e como deverá ser o desenvolvimento da criança assim que vier ao mundo.Felizmente, hoje em dia existem muitos apoios e aparatos aos deficientes visuais. Cada vez mais vemos muitos cegos e pessoas com baixa visão com total autonomia, realizando qualquer tarefa inerente a todos: estudar, trabalhar, passear, namorar, acessar a internet, frequentar diversos lugares, entre outras ações. Essa inclusão social é extremamente importante e cabe a toda a comunidade entender seus parâmetros.
Inclusão dos deficientes visuais ainda é desafio
As cidades, as escolas, os cinemas, os prédios públicos, enfim, a sociedade brasileira está apta a servir e incluir os deficientes visuais no seu dia-a-dia? No geral, a resposta é não. Às vezes, até a própria família não se mostra preparada para viver com um deficiente visual. Na novela América, da Rede Globo, a personagem Flor (vivida por Bruna Marquezine) não consegue integrar-se à sociedade em razão da superproteção de sua mãe que não a vê preparada para enfrentar o mundo.
Por que uma deficiência faz de alguém um cidadão diferente ou com menos direitos? Essa pergunta parece absurda, mas a ausência de projetos de acessibilidade para os deficientes mostra que ela, muitas vezes, é verdadeira.
A educadora Elizabet Dias de Sá conhece bem essa história. De uma família com oito irmãos, cinco deles, incluindo ela, cegos em razão de uma doença supostamente hereditária, ela enfrentou dificuldades desde a infância. “Nasci com baixa visão, usava óculos com lentes grossas e lupas. Tinha dificuldade para ler, escrever e enxergar à distância. Caminhava pisando em ovos, tropeçava com freqüência, caía e não conseguia distinguir pessoas e objetos a não ser bem de perto. Percebia cores fortes, mas não conseguia ver letras miúdas, lia com os olhos colados no papel e sentava grudada na televisão”, diz.
Coordenadora do Centro de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual de Belo Horizonte, ela acredita que é preciso “promover mudanças estruturais para provocar mudanças de mentalidades e vice-versa”. E completa, “precisamos criar ambientes favoráveis e acolhedores que operem positivamente na formação de mentalidades, de valores e de princípios que incorporem as diferenças como condição natural do ser humano e não como deformação ou negatividade.”
Para Elizabet, é necessário que se trabalhe em cima das potencialidades dos indivíduos e não sobre suas incapacidades ou impedimentos. Ela mesma é um exemplo dessa atitude. Quando era estudante de magistério, trabalhava com crianças que tinham dificuldade de aprendizado. “Aquelas crianças não tinham deficiência. Elas aprendiam comigo o que não conseguiam aprender na escola. Elas lidavam bem com a minha dificuldade de enxergar e eu com a delas de aprender os conteúdos da escola”, fala.
Em relação à legislação, a educadora acredita que ela nunca é suficiente. “Numa sociedade democrática, os direitos vão se ampliando e ao conquistarmos determinados patamares, surgem novas necessidades, invenções e novas conquistas. Por outro lado, a legislação brasileira, neste aspecto, ainda guarda ranços de assistencialismo, uma vez que os direitos fundamentais ainda não foram devidamente assegurados para as pessoas que se encontram em condições de risco ou de vulnerabilidade social agravadas pela deficiência”, diz.
E, completa, “além disso, as leis brasileiras costumam ser ignoradas ou descumpridas. Se fossem cumpridas, a rigor, certamente o acesso e a permanência na escola e no mundo do trabalho bem como em outros setores da vida em sociedade para estas pessoas seriam mais satisfatórios.”
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