Tumgik
hiikamoto · 4 years
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* ✧ ⋆ Dreamland —  23 de novembro de 2020. Os olhos se abriram pra paisagem colorida de sua infância. A brisa do mar se chocava contra a sua face, mas não estava frio. O sol típico da primavera lhe aquecia a pele, e tudo parecia grandioso. Foi necessário apenas que ela erguesse a mão, a qual segurava seu sorvete vermelho de frutas, pra olhar seus dedos miúdos e entender que na verdade, ela quem era pequena novamente. 
Os olhos iam pra figura ao seu lado, e a paz de ver a figura materna era algo inexplicável. Branca, de olhos miúdos e o cabelo curto, que davam-na um ar divertido. Hikari sorria, usando a mão livre pra pegar a da mãe. E ficava assim em silêncio, por um longo tempo até saber o que dizer. 
— Okaasan... Eu tive um sonho estranho. Você não estava no sonho... 
A voz infantil escapava alta o suficiente pra que a mãe escutasse, e os dedos se apertavam nos dela. Devagar, as memórias vinham à sua mente. Primeiro, como uma goteira. Até que se transformasse num tsunami dolorido, estimulado pelo pingar do doce vermelho no chão. Vermelho... Como seu sangue. Sangue. Hikari soluçava e seus dedos já não eram miúdos, as coisas já não eram grandiosas e sentada ao lado da mãe, elas tinham o mesmo tamanho. 
— Okaasan... Ele me machucou. Ele tirou de mim o que eu guardei e... Eu não quero voltar, Okaasan... Eu não quero voltar pra ele... 
O sol já não parecia lhe esquentar. Mais uma vez, sua roupa era a yukata rasgada suas coxas desnudas suja pelo sangue, e Hikari se perguntava se todo aquele sangue sempre esteve ali. Era frio. Seu corpo tremia e ela soluçava, até que a mãe envolvesse seus braços ao seu redor, aninhando sua face junto ao seu peito enquanto a ninava. Uma menina grande, sendo acalentada pela mãe. 
— Okaasan... O que eu faço? Isso dói... Eu não sei o que fazer... Eu sinto sua falta... Por que você me deixou sozinha? Me leva com você, mãe... 
A cada segundo que passava, parecia mais frio. Seus dedos dos pés mal se moviam, os dedos da mão pareciam formigar. Os olhos se apertavam pra que tudo ficasse escuro, pois até a claridade daquele dia parecia lhe cegar. As lágrimas escorriam e secavam em suas bochechas, apenas pra que mais lágrimas escorressem por cima. E não saberia dizer por quanto tempo ela se manteve assim até ouvir a voz materna.
"Não cometa os mesmos erros que eu, Hikari... Você é livre. Não deixe ele, nem ninguém, machucar você assim... Ainda não é sua hora. Você precisa voltar." 
E o aperto do corpo de sua mãe sumia, como se abraçasse o ar. E era tudo preto. Flutuando no nada, até que conseguisse abrir seus olhos mais uma vez, agora pra observar o teto de uma casa. Haviam mantas por cima do seu corpo, e o cheiro, aos poucos, se tornava familiar. 
Hyunbae havia lhe encontrado. Ele sempre encontrava.
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hiikamoto · 4 years
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TW: estupro, agressão física, sangue.
* ✧ ⋆ Somewhere in Busan —  23 de novembro de 2020. — madrugada
A visão já não focava, e Hikari tinha dificuldade de decidir se era pelo cansaço, ou pelas lágrimas que sequer tinham forças pra escorrer. Talvez por isso, tenha tomado como um sinal o olhar se concentrar naquele enfeite pesado de metal, ao pé da lareira. Os dedos deslizavam pelo chão, e por mais rápido que aquele movimento fosse feito, na sua mente tudo era dolorosamente lento.
O agarrar dos dedos ao redor do metal pesado. E o impulso que era usado pra puxar ele, batendo com força na lateral da cabeça de Hwang, que caía gemendo de dor pro lado. Suas pernas formigavam mas ela precisava se levantar. Ele não ficaria desnorteado tanto tempo assim. E foi tropeçando na yukata suja e rasgada, se apoiando nos móveis pesados, que a mestiça se levantou e correu pra longe do escritório, trancando a porta pelo lado de fora.
Precisava sair dali antes que um dos homens dele lhe encontrasse. Hyunbae. Não queria que Hyunbae lhe achasse, ou era o fim. Sentia o coração batendo depressa, as dores em toda sua região pélvica, a dormência dos apertos de Hwang em suas coxas, em seus braços, seus seios. Estava suada, mas haviam coisas mais nojentas lhe deixando grudenta. Sangue, por exemplo.
A chave do seu carro era apanhada perto da saida, e rezando pra qualquer deus que quisesse lhe ouvir, pedia pra não ser encontrada. O elevador lhe levava pro estacionamento, descalça, trêmula. Dentro do carro, ela sequer hesitava antes de dar partida, saindo do prédio no sentiso contrário que normalmente faria pra ir pra casa.
Pelo que pareciam horas, ela dirigiu sem rumo, se afastando do bairro de Hwang. Ao menos, ela não percebia o rumo que havia tomado. Já não havia luminosidade natural, a temperatura caía a cada minuto, e a perda de sangue parecia começar a cobrar seu preço, deixando-a fraca. Tonta. Ou talvez fosse a pancada que havia levado em sua cabeça? Mas não parecia muito importante, enquanto o carro desacelerava junto ao "Farol da princesa", um local que tinha uma vista linda durante o dia.
O farol desativado costumava instigar a curiosidade da pequena Hikari, quando a mãe a levava pra passear pela região; tomar sorvete vendo o por do sol com a mãe era seu momento favorito. Ali, contudo, só havia o breu. A lua grandiosa, refletindo no mar tranquilo, e um frio desagradável que doía nos seus ossos. No escuro, as manchas rubras em suas coxas pareciam negras, e a lua lhe fazia parecer mais pálida que de costume no retrovisor, além dos olhos com maquiagem borrada.
O aquecedor era aumentado, e desajeitada, Hika pulava pro banco traseiro, onde seu casaco pesado e grande se encontrava. Era nele que a menina se aconchegava, desejando por um momento que fosse um sobretudo um pouco maior. E aquele frio incômodo era o suficiente pra mais uma vez, afogá-la num pranto intenso. Seus pensamentos confusos lhe sufocando, lhe dilacerando de dentro pra fora, e dor intensa em seu corpo parecia voltar.
— Okaasan... Por favor, me leve contigo...
Ela balbuciou, ou ao menos pensou que sim, antes de adormecer por pura exaustão.
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hiikamoto · 4 years
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TW: estupro, agressão fisica
* ✧ ⋆ Hwang's home, Yuheung.  —  22 de novembro de 2020.
Estava frio. Alguns dias eram mais desagradáveis que outros, quando o assunto era usar as yukatas floridas para Hwang. Tinha ele sentado na sua poltrona de couro escuro em sua frente, e ajoelhada no tapate, Hikari recebi um dos pés dele em seu colo, o cheiro do óleo de massagem só não sendo mais forte que o aroma da bebida escura em seu copo. Uísque, talvez.
Os dedos delicados da mestiça deslizavam pelo pé já conhecido, quente pelo atrito das peles, e ela fez questão que ele estivesse relaxado em seu assento antes de pigarrear baixinho, querendo sua atenção. E principalmente, permissão pra falar.
"Diga, Hikari... Precisa de algo? Sente-se aqui."
Ele batia os dedos na própria coxa, chamando-a. Apesar disso, a garota se levantava e se sentava no pequeno banco em sua frente, a cabeça baixa, sem ter coragem de olhar nos olhos masculinos pra falar. A voz tentava sair uma vez, duas, e os dedos se apertavam no tecido da Yukata com um pavor que parecia crescer no seu peito. A voz no fundo da sua mente dizia pra que ela não fizesse aquilo. Mas de repente, a voz doce e trêmula se fez presente no ambiente silencioso.
— Sr. Hwang... Eu sou muito grata, mas... Eu gostaria de parar... Eu não quero mais ser a sua gueixa...
Silêncio. O copo que antes Hwang bebia era posto de volta na mesinha ao lado da poltrona e um suspiro pesado escapava dos lábios dele, até que Hikari tivesse coragem de erguer a face e encara-lo. Sua expressão era enigmática, mas conseguia notar a veia saltada em sua testa. O maxilar travado. Por isso, se assustou com o riso dele.
"Que susto, Hikari... Não deveria brincar com essas coisas. O que foi? Quer uma viagem de formatura? Ou um carro novo? Você sabe que é só ped-..."
— Não estou brincando, Sr. Hwang.
A garota cortava a fala dele com toda a sua coragem, e em retribuição o tapa que recebia em sua bochecha fazia-a cair no chão. O ar escapava dos pulmões com o impacto, os olhos se enchiam de lágrimas. O empresário começava a pedir desculpas - "Olha o que você me fez fazer, me desculpe, você me tirou do sério" - e tentava tocá-la, mas os dedos femininos afastavam os dele com um tapa.
De certo, uma péssima decisão.
Os fios escuros e grossos, presos num coque bonito e cheio, eram agarrados sem piedade pelos dígitos de Hwang, erguendo-a com um puxar violento, que a fazia gritar de dor até que os pés conseguissem se apoiar no chão. A mão livre envolvia seu maxilar, os dedos apertavam suas bochechas e as lágrimas que já escapavam intensamente, e tornavam mais fortes com o novo e violento tapa que ele desferia no outro lado da face. Ela soluçava, mas aquilo não parecia lhe causar compaixao.
"Eu te sustentei... Tudo que você tem, é graças à mim... E agora você não quer mais? Eu até mesmo respeitei a sua virgindade... Mas talvez seja isso... Talvez a cadelinha no cio esteja insatisfeita por não estar sendo tratada como merece, não é?"
Na ponta dos pés como estava pra não sentir tanta dor pelos fios puxados, não havia equilíbrio. E sem equilíbrio, ser jogada longe pelos cabelos fazia dela uma boneca de pano, que ia violentamente pro chão. No caminho, sentindo sua cabeça bater numa das várias mesas de madeira ali presentes. Ela gemia de dor, chorava, sentindo tudo rodar. Focar a visão parecia impossível e Hikari tentava engatinhar pra longe, balbuciando coisas sobre como jurava que devolveria tudo pra ele.
Apesar disso, ele ignorava. Sentia o peso dele por cima de suas costas, os dedos voltavam a agarrar seus fios, e a respiração masculina - fedida à álcool - se juntava ao seu pescoço. Ela chorava aos prantos, implorava pra que ele lhe deixasse ir, e a voz no seu cérebro dizia que ela sabia. Sabia que aquele seria o único fim possível.
"Eu vou te tratar como a vadia no cio que você é... Como eu deveria ter feito desde que te conheci."
Ele lhe virava de barriga pra cima, e Hikari se debatia, mas seus 1.60 não eram suficientes pra nada perto de um homem adulto e forte. Em segundos, suas mãos estavam presas, os corpos encaixados, e por mais que implorasse pra ele parar, a dor que se seguiu subia por sua barriga, como se lhe partisse em duas. O grito parecia levar suas forças, até que cansada e com a cabeça latejando, ela desistia de lutar.
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hiikamoto · 4 years
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芸者 — Take it off
* ✧ ⋆ Sin city, Yuheung.  —  15 de novembro de 2020
O batom fora retocado uma última vez na frente do espelho, o kimono ajustado à cintura, um dos ombros caidos propositalmente. Era um daqueles raros sábados, onde sua outra faceta dava as caras. De olhar cortante e labios pequenos, que formavam um lequeno coração. A gueixa caminhava pra entrada do palco com sua pleaser de 18cm como uma entidade, superior demais pra ser tocada, como se fosse uma audácia até mesmo desejá-la. A máscara de kitsune lhe cobria a metade superior do rosto apenas no ultimo segundo, então ela atravessava a cortina.
Verdade fosse dita, ela até que gostava, um pouco. Ou talvez fossem as carreiras finas que ela havia cheirado a poucos minutos, mantendo sua mente anestesiada e ao mesmo tempo, eufórica. Os lábios dormentes por ter esfregado os resquícios do pó branco no interior de sua boca, sem sequer segurar o sorriso que surgia em seus lábios. Sabia que aquele gesto poderia ser encarado como provocação, por mais que pra si não passasse de deboche. Afinal, era patético.
Ao longo do comprido e estreito palco a garota caminhava entre os homem engravatados, sem mostrar espanto às notas que eles jogavam aos seus pés. Antes mesmo de se despir. De sequer cogitar. No meio do caminho ele parava, os dedos tocavam a barra do pole e usava esta enquanto rodava lentanente, olhando as figuras sem face naquela luz vermelha. E por mais que fosse dificil distinguir pessoas usando aquela máscara, havia apenas um que lhe importava.
Olhando de longe, sem sequer se sentar. Afinal, ele não era cliente. Estava ali pra garantir sua segurança, mas em momentos como aquele... Céus, ele não podia garantir um pouco mais que isso? De costas para a barra a gueixa rebolava seus quadris de forma lasciva, descendo devagar e então subindo, deixando o corpo levemente inclinado pra frente ao fazê-lo. Quem estava com uma visão frontal sua, poderia ver o decote farto, parecendo tão meio. Quem estivesse lhe vendo por trás, teria a bunda macia engolindo não apenas o kimono entre suas polpas, mas a barra encaixada bem ali.
Ela provocava ele, e sabia que ele sentia, mesmo a metros de distância. Mandava beijos pros clientes abaixo de si, mas era pra ele que rla olhava de forma vidrada, como um predador à espreita. O laço lentamente era desfeito em sua cintura, e então caía no palco. Os dedos eram os únicos responsáveis por segurar o tecido pesado e bordado no lugar, mas are mesmo esse lentamente era abandonado, em meio a falsas ameaças e uma lentidão dolorosa. Até enfim se expor aos olhos famintos dos ali presente.
Ela girava em seu próprio eixo, com um ar de "gosta do que vê?", totalmente desinibida. Claro, não estava totalmente nua. A calcinha era pequena, mas existia. Assim como o sutiã. Ambos negros, contrastando na pele palida, apertando suas curvas bem distribuídas. As notas já se acumulavam no chão abaixo de si, e a garota não hesitou antes de se afastar da barra pra pegar impulso e entao agarra-la, subindo com uma maestria invejável.
Era quase etérea,  maneira como a cascata de cabelos negros se movia, os seios balançavam e ela girava como uma bailarina, a quase dois metros do chão. Com as pernas firmes ao redor do metal, o corpo amolecida pra trás, se permitindo rodar lentamente, se sentindo prestes a flutuar pra bem, bem longe dali. E de fato, iria. Afinal, logo estaria vestida de novo.
A máscara estaria guardada junto do kimono. A face estaria limpa e ela seria escoltada até seu apartamento pelo homem bonito que continuava lá, no mesmo lugar, lhe observando seminua. Então ela chamaria ele pra lhe fazer companhia antes de dormir, e com sorte, ele entraria por alguns minutos, alimentando aqueles desejos platônico um pouco mais.
"Voce gosta do que vê, Bae?"
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