Administrado por DalsochioLoko, este blog tem como objetivo produzir criticas construtivas sobre a comunidade do Habbo Hotel.
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O PROBLEMA DO INCÔMODO
Qualquer animal terrestre se adapta, usa seu espaço para sobreviver, seja em um local precário ou privilegiado, mas todos eles procuram maneiras de se manterem vivos, de continuar o ciclo de vida. Os humanos, por outro lado, inventam maneiras de adaptar o meio em que vivem, tanto para o ser individual quanto para a sociedade num todo, e claro, no Habbo Hotel não seria diferente.
Ouça este post!
Você já deve ter notado que o Habbo não é mais aquela grande comunidade pixelada que marcou a memória dos adolescentes dos anos de 2006 a 2011, porém, a rede ainda existe, ela não foi apagada. Apesar de sentirmos falta dos games centers que existiam naquela época e da antiga gerência, continua sendo o mesmo.
É fato que apesar da crise que o Hotel vem passando, existe uma outra crise maior ainda acontecendo entre os hóspedes: o espírito de comunidade está morrendo.
Ok, ok, temos problemas com scripters novamente e isso tem afetado algumas coisas dentro do jogo, uma delas é essa “maquiagem” fixa no navegador de quartos que sempre mostra os mesmos locais durante quase o dia inteiro por causa dos logins de lotação, mas, vamos focar naquele espírito de comunidade que mencionei anteriormente.
Nos anos de 2009 e 2010 nós tivemos o ponto auge do servidor, o momento chave de divulgação do Habbo no Brasil. Tínhamos grandes parceiros dentro do Hotel como a MTV, Disney, Avon, Giraffas, algumas marcas associadas a Coca-Cola (como Sprite e a Fanta, por exemplo), gravadoras musicais, ONGs, fundações/associações de causas sociais entre várias outras. Claro que tudo isso era magnífico e ótimo para o marketing, contudo, vamos analisar aquele momento sistêmico do jogo:
O Battle Ball e Snowstorm já não existiam mais;
O traxmusic estava morrendo com a chegada do beta;
Wireds ainda não existiam;
Não haviam visuais comprados na loja;
Clube do Arquiteto nem sonhava em nascer;
A feira-livre só viria mais tarde, com a morte do Habbo Antigo e com a consolidação do Flash que usamos hoje.
Mencionando tudo isso, podemos analisar uma coisa: a comunidade daquele tempo era bem criativa e unida, mesmo com um jogo cru, com poucas coleções de mobis e quase nenhum sistema específico de criação ou automação, víamos centenas de ideias que usavam imaginação ou habilidades de cliques, como simuladores de vida (que incluía brincar de viver: adotar um filho, construir uma casa, namorar, casar e etc), jogos de quarto (geladeira, cadeira, corridões, fujas por exemplo) e RPGs como o marcante mundo dos bruxos, que foi inspirado em Harry Potter.
Lembra da reflexão que fiz no início desse post? Então, o Habbo de 2009 e 2010 era formado por milhares de cabeças divertidas que usavam o pouco para inovar. Em comparação com a versão atual do Hotel, nós HOJE temos dezenas de novos recursos importantes que dão muito mais liberdade ao jogador para que ele possa criar coisas novas o tempo todo, porém, temos um problema: o incômodo.
O Habbo Hotel é uma rede social, apesar de classificarmos ele como um JOGO, é perceptível a falta de competição ou sistematização de jogo dentro dele, por isso, consideraremos aqui neste blog que fazemos parte de uma rede social interativa, com interfaces visuais e venda de produtos digitais.
Agora pensando em redes sociais, vamos fazer um resumo sobre como as pessoas mudaram dentro delas.
Antigamente, na época do extinto Orkut, a opinião popular sobre política ou sociedade do Brasil era quase que a mesma, sempre muito automatizada, influenciada pelo que a imprensa mostrava, ou seja, tínhamos um público “sedado” e satisfeito com o que tinha no momento, porém, alguns anos depois, aquela rede do Google começou a perder voz. É natural que a evolução aconteça em todos os níveis de uma sociedade, e claro, ela aconteceu na internet com a chegada do Facebook. Naquele momento foi quando começamos a interagir mais e entender melhor quem eram essas pessoas que estavam aparecendo na tela. Os smartphones surgiram, os toques em telas vivaram rotina e até nossos avós se conectaram, tornando a internet então uma segunda vida, um segundo lar.
Bom, agora vamos ver essas mudanças dentro do Habbo.
Se você notar, sempre tivemos um passo a diante de qualquer outro meio de comunicação virtual da época. Por exemplo:
"O MSN trabalhava basicamente com comunicação em tempo real;"
O Twitter com pequenos textos;
O Orkut com perfils e suas personalizações;
Em 2009 já tínhamos a Habbo Home, grupos e fóruns, o que basicamente competia diretamente com o Orkut. Nossa comunicação sempre foi baseada em pequenos textos e em tempo real, competindo com o Twitter e MSN.
Repare que as personalizações no Habbo sempre foram maiores de que qualquer outra rede social da época. Já lidávamos com questões políticas e sociais dentro do jogo desde sempre, pois haviam protestos no Teatro e campanhas de conscientização no Infobus que falavam de assuntos delicados o tempo todo.
Eu havia falado que o problema do jogo é o “incômodo” e você pode achar que estou fugindo um pouco do assunto, mas não, vamos lá, hora de entender tudo que foi dito até aqui:
Participamos de uma sociedade secundária, um mundo virtual feito de pixelart, e isso por si só já deveria empolgar seus usuários. Atualmente existe um sentimento de “viúves” dentro da nossa comunidade, uma falta de empolgação, pouca criatividade, um fortalecimento de bolhas tóxicas de grupos que só estão ali para reclamar e não fazem nada para ajudar. Apesar disso, estamos em um momento de eventos globalizados, os fã sites são reconhecidos e podem inovar quando quiserem, os próprios usuários podem apresentar suas idéias de jogos (ou entretenimento como o teatro de bots) e isso por si só já deveria ser o suficiente. Infelizmente o mundo tem estado mais chato, mais acomodado com as tecnologias e exige sempre que tudo seja mais fácil e o Habbo sabe disso e tem acompanhado, por mais que as pessoas discordem mas, estamos em tempos de usuários produzindo para usuários e ninguém tem aproveitado.
Você deve me conhecer do Espaço Cultural Habbo, um local que é o Hall para as peças de teatros feitas com BOTs, algo que só existe em nossa comunidade, nenhuma outra possui algo parecido. Algumas pessoas não curtem o projeto e eu entendo perfeitamente, pois é algo diferente do usual. Criamos outra maneira de entregar emblemas para quem não gosta de jogos, e também trouxemos entretenimento para quem estava entediado. Apesar disso, criamos os editais, uma época onde qualquer pessoa pode enviar sua história e ganhar a peça montada lá no Espaço. Essa ideia só foi possível porque hoje os meios de envio de “jogos” são facilitados.
É tão triste caminhar pelos quartos e apenas ouvir reclamações de que o Hotel não está divertido. Me indigno ao ver que as pessoas só sabem fazer isso: RECLAMAR!
Concordo plenamente que a Sulake não tem investido em marketing e nem feito grandes parcerias, mas isso não quer dizer que o Habbo morreu, ele ainda está lá, é o mesmo. Precisamos parar de jogar pedra e ajudar nossa comunidade a crescer, a melhorar. O dados de final de ano, publicados pelo Puhekupla nesse link, mostram que ainda estamos em crise, porém, isso não deve ser motivo para arrumar “as malas” e ir embora. Se realmente amamos o Habbo, devemos mostrar que ele é importante com nossos próprios meios. Não precisamos que a empresa nos veja sendo legais, precisamos que a comunidade nos veja, que os novos jogadores nos achem receptivos, que as ideias comecem a serem criadas por diversão e não por competição ou para se achar o maioral.
Nós Habbozinhos precisamos nos unir e inovar da nossa maneira como fazíamos no passado. Onde foram parar os fujas? Os corridões? As danças das cadeiras? Os jogos de rima e até os RPGs? Por sorte ainda temos uns realitys e competições de fã sites que mantém o jogo rodando, mas cadê o resto? As coisas que produzíamos com apenas mobis do inventário? Por que paramos de improvisar?
Digo e repito sempre: faça mais, reclame menos!
“Se você tem um novo projeto e consegue criar um esboço dele para apresentar, me procure, vamos conversar e ver como podemos encaixa-lo na comunidade, como podemos expandir isso e tornar algo divertido para os usuários. Chega de reclamar, todos já sabemos das dificuldades atuais e dos problemas de administração, então não é mais preciso ficar repetindo as mesmas coisas. Vamos voltar a se divertir, mesmo que o Hotel morra logo, vamos inovar, vamos produzir, criar, quem sabe essa crise não seja vencida com esses poucos hóspedes que ainda se mantém fiéis ao Habbo?”
Com essa reflexão eu, DalsochioLoko, inauguro este blog, um lugar de opiniões e críticas pessoais. Fique livre para opinar, se opor ou elogiar, mas lembre-se: seja educado.
Forte abraço e até mais!
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