grumpyju-blog - Tumblr blog

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tem muitos dias que não apareço por aqui.

também tem muitos dias que não fico sozinha em casa à noite.

eu, eu mesma e meus pensamentos.

poderia ter aproveitado a circunstância, e ter marcado de ver o Pedro e ficar horas falando das contradições da vida. ou ver a Clara. ou fazer um encontrinho com a Amanda pra beber vinho e filosofar [o tempo frio e chuvoso tá bem convidativo, mas a Amanda não sai às terças].

tem tempos, dias, meses que não faço isso. falta tempo.

mas também fazia muito tempo que não ficava sozinha.

e mais tempo ainda que não me reconectava comigo mesma.

soa um tanto cafona essa "reconexão comigo mesmo".

mas fazia tempos que não encontrava comigo mesma.

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o capitalismo tá roubando minha alma na única coisa que eu sei saber fazer, que é escrever. 

[escrevi em um momento de surto reflexivo, e estava perdido no bloco de notas do celular] 

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“Alegre era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma.”

me deparar com esse trechinho de Guimarães Rosa foi tão providencial neste momento de ansiedade com a avalanche de responsabilidades [ou seria um esgotamento emocional mesmo mesmo?] 

o fato é que essa frase funcionou como um acalento, um cafunezin na cabeça, me deu uma sensação de leveza igual aquela provocada pela maconha que eu fumei ontem: “calma, respira, uma coisa por vez e vai ficar tudo bem”. 

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hoje eu descobri a origem do medo. aquele medo de desagradar, pior: aquela necessidade - necessidade ?, obrigação, né? - de agradar sempre.

cobrança.

expectativa alheia.

eu tinha que andar na linha: ser a melhor filha, a melhor aluna, a melhor amiga, a melhor pessoa. e se não fosse?

medo. punição. medo. punição.

pior que punição: de não ser amada.

descartada.

e acho que isso diz muito sobre as questões que sempre levei pra terapia, e minha psicóloga sempre me perguntava: mas e você, o que VOCÊ QUER?

quais as SUAS expectativas?

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cê me abraça, e eu transbordo. 

eu escrevi isso um tempinho atrás, quando você me deu um abraço tão gostoso antes de ir embora, que ali, dentro dele, eu senti que o que existia entre a gente era algo diferente. diferente. bonito. único. forte. intenso. [assim como as músicas da nossa banda preferida.]

e foi isso que eu senti quando a gente se abraçou forte ontem. ali dentro, de novo, eu transbordei de felicidade. 

agora cá estou triste. triste. chateada. envergonhada. e isso tá me matando por dentro. 

ainda existe um espaço dentro do seu abraço pra mim? 

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autoajuda

tem dias que cê precisa da cia de alguém 

tem dias que o silêncio é necessário. 

tem dias que, mesmo cê já tendo bebendo igual uma pomba gira na semana, cê precisa beber AND ouvir música, que é pra ver se cê [assim MESMO cê] se reconecta consigo mesma.  

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adicional de [in] salubridade

dias assim - de muita doidera - no meio da semana é o que fazia a vida [tudo] valer a pena. 

noite adentro, manhãs [ela adorava ver o dia amanhencendo naquele janela grande, mas alta. não dava pra ver o céu, só a luz do sol, e era bonito, ela, mesmo chapada, ficava viajando na luz, coisa que sempre gostou, e era meio que um trófeu - uma medalha de corrida, talvez (?) -  por estar ali horas bebendo, mas o fato é, que sempre amou ver o dia nascer - bêbada, sóbria. o lance da merda toda é esse] com os passarinhos cantando [nem sempre mas desde que tivesse luz. e eu podia seguir isso aqui num fluxo de consciência. mas não, cansei. joyce, me  julgue [deixei a terceira pessoa]. com um EGO gigante. Joyce JAMAIS me leria, mas tá bom deixa fluir por um parêntese. colchete, aliás. quem sabe um post escrito a tarde, vire um coadjuvante] dia inteiro. 

[...]

virados. 

as conversas intermináveis sobre tudo, as músicas que eles compartilhavam, o futebol, o caos, o instinto meio destrutivo de beber até perder a memória, ou não conseguir mais beber, o sexo, o gozo intenso, tudo aquilo era um refúgio em meio ao caos entediante [ou seria tédio caótico?] do dia-a-dia. 

era como se entrasse em um portal, e esquecesse a vida lá fora. e eles se entendiam assim. same energy, baby. ódio, usar linguagem de redes sociais. 

e, ironicamente, era aquilo tudo que fazia com que, no dia seguinte, ela quisesse voltar pra rotina. que também não deixava de ser um refúgio. 

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Stand by me, nobody nows the way it's gonna be

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motorista no Uber hoje:

- a senhora dirige?

- não.

eu, sempre muito falante, continuei: ah, nunca quis dirigir, tenho preguiça. quando meu pai me levou na auto-escola pra fazer aula, eu disse pra ele usar o dinheiro com coisa mais importante.

aí ele diz: tô perguntando isso, porque uma vez eu perguntei pra outra mulher se ela dirigia, e ele me respondeu.

- não, eu tenho um trouxa lá em casa que dirige pra mim.

(...)

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cê me abraça, e eu transbordo.

talvez, eu te ame.

é. 

não. se isso não é amor, é um cocô.

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já diria Samuel Rosa: "e quantas páginas o amor já mereceu?"

da baranguice à baranguice cult, milhares. ainda bem. o amor é lindo. um brinde ao amor.

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por que você só fica rindo?

- deboche;

- você tá sem graça?

- ou é só porque seu sorriso é gato mesmo?

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serotonina, pfv volte. nunca te pedi nada.

[prometo beber menos esta semana]

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eu quero ouvir Smashing Pumpkins até amanhecer de novo

Bj

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você é minha doidera preferida.

depois de [mais] alguns vários minutos conversando sobre aquele relacionamento, "meio insustentável a longo prazo" da forma que se seguia (ele namorando, confuso/dividido entre duas mulheres incríveis, perdido na vida), ela começou a refletir sobre a decisão de seguir com tudo aquilo. ia dizer a ele que se fosse a pessoa mais normal do mundo, se seguisse com a razão ou com que fosse mais pragmático e normativo a ser feito, jamais estaria ali com ele, pagando pra ver até onde iriam. mas, não, longe dela ser aquela pessoa. era melhor, muito melhor, continuar vivendo aqueles momentos de conversas intermináveis sobre tudo, de olhares apaixonados, de sexo intenso. era como se a cada vez que estivessem juntos, eles entrassem em um portal, como se o mundo parasse e os problemas ficassem para trás. e ela, de alguma forma, se sentia amada.

foi quando ele disse:

- você não gostaria de Smashing Pumpkinks se fosse uma pessoa normal. você é diferente.

ela não lembrava o que falavam pra ele dizer aquilo, pois estava absorta demais refletindo sobre a história entre eles, mas essas palavras funcionavam como a síntese perfeita entre tudo o que ela pensava, o que era e porque os dois queriam tanto ficar juntos.

[...]

- você é minha doidera preferida.

(do mesmo roteirista de: "vc é a pessoa mais esquisitamente fofa que eu conheço".)

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as 5 coisas que eu mais gosto:

smashing pumpkinks

faith no more

sonic youth

trail of dead (o madonna é o melhor disco)

david bowie

Neil Young não entra, porque é Deus.

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"você é a pessoa mais esquisitamente fofa que eu conheço".

isso foi quase como um: eu gosto (muito, muito de você), só que muito, muito melhor.