garotatoxica
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garotatoxica · 3 years ago
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E Ariel está de volta
Que dia.
Passaram alguns meses depois da viagem a praia e eu e Ariel nunca mais falamos sobre o que aconteceu no carro.
Seguimos amigos conversando sobre coisas aleatórias e o assunto nunca mais voltou.
Até hoje.
Foi um daqueles dias estressantes e incansáveis em que você fica até tarde no escritório fazendo reuniões e resolvendo problemas. Eu já tinha perdido a conta de quantos cigarros havia fumado, ou quantas xícaras de café haviam entrado no meu sistema digestivo.
- Hey Ari, consegue entrar numa reunião? Preciso de um apoio.
- Claro, mas eu tenho outra reunião em 10 minutos.
- Tranquilo, é só pra me dar um apoio mesmo, não vai demorar.
Foram esses diálogos quase o dia todo.
Quando voltei do último cigarro antes da próxima reunião, percebi que o escritório estava quase vazio.
Ariel seguia sentado, com os fones, e uma chamada em aberto.
Sentei pra fazer o escopo da minha próxima reunião e analisar o último relatório pra passar para o cliente.
Olhei Ariel de canto. Até que ele era charmoso as vezes. HAHAHAHA
Apesar de ser bastante tímido, ele até que falava bem quando necessário, nas reuniões, mas o que me deixava arrepiada era o quão inteligente ele era.
Não só por questões técnicas de trabalho, digo falando sobre qualquer assunto mesmo.
Eu adorava conversar com ele sobre tecnologia, futuro, sobre política e comportamento humano. Sério, se vocês ouvissem, vocês também se arrepiariam.
E ele era exatamente um cara que se você visse passando na rua, não daria nada pra ele. Não tinha nada de chamativo, grandes tatuagens, ou um perfil alto, robusto, nada. Ele era comum, mas não ordinário.
Escritório vazio, Ariel em reunião e eu finalizando.
Finalmente. 
Olhei pra cima e dei um suspiro depois de finalizar a última reunião.
Quase 10 segundos depois, Ariel teve a mesma reação.
- Que dia longo. Achei que não ia acabar - comentei.
- Eu tenho mil coisas pra resolver, mas por hoje vou deixar assim. Preciso descansar.
- Eu também. Pilha ceva e um seriado?
- Ceva não, mas uma pizza eu topo.
- Beleza, Sua casa ou a minha?
- Vamo lá pra casa, tu  mora muito longe - ele disse rindo.
Fechamos o escritório e fomos pra casa dele.
Bom meus amigos, até aqui nada demais não é mesmo?
Dois amigos que trabalham juntos e tiveram um dia cheio. Conversamos no carro sobre nada demais, o trabalho, a vida, filmes, músicas que tínhamos escutado nos últimos dias.
Apesar do assunto não vir a tona, eu continuava com a mesma mania de enfiar os braços entre as pernas quando sentava no banco do carona. E logo que a conversa começava eu esticava o braço até o banco do motorista. Entre uma risada e outra eu bagunçava o cabelo dele enquanto eu ria. Era simples e inocente.
E aí quando estávamos quase chegando, eu tive um estalo.
Lembrei do que aconteceu na viagem pra praia, do perfume da camisa dele, das mãos agarradas às minhas coxas, minha pele esfregando na calça dele...
Abri o vidro do carro.
- Que calor a essa hora - comentei. Devo ter ficado corada, mas tentei tirar a sensação da cabeça.
- Ah nem tá tão quente. Tu que é fresca.
Ele não tinha entendido. Tudo bem, nem eu entendia.
Chegamos na casa dele, pedimos pizza na tele entrega e botamos um seriado pra rodar. Coca cola e sofá.
- Ari, cê me empresta uma camisa? Não se importa se eu ficar mais confortável ne?
- Claro que nao, pega ali. - ele falou apontando com a cabeça pro quarto.
Peguei a primeira camiseta da pilha, ironicamente uma camiseta de banda. A do Blink. Sim, a camiseta da outra história.
Tirei a calça jeans e a camisa social e joguei a camiseta por cima, voltei pro sofá.
Enquanto eu caminhava de volta pro sofá notei um leve desconforto da parte dele. Não necessariamente um desconforto, mas ele pareceu se distrair no momento em que saí do quarto. Chegou a engasgar com o gole de refrigerante.
- Acho que ta bom. Tá confortável pelo menos - comentei rindo e sentei no sofá ao lado dele.
Ele não disse nada, seguiu olhando pra TV.
E como sempre, acontece aquela cena engraçada que deixa a gente desconfortável nessas situações.
Dois melhores amigos; ela era apaixonada por ele e ele não sabia, até o momento em que numa festa, depois de muito álcool e algumas drogas ilícitas, eles se pegaram.
- Gostei dela.
- Quê?
- Gostei dela. Tem atitude, parece comigo. - comentei rindo e dei um leve empurrão nele com o braço.
Ele sorriu olhando pra mim.
- Ah não precisa ficar sem jeito, a gente nunca mais tinha voltado nesse assunto. Mas se não quiser falar sobre isso tudo bem.
- Ah tudo bem, tu quer falar sobre isso?
- Não exatamente falar sobre, mas sei la. Foi legal não foi?
- Foi, foi bem - ele olhou pra baixo, tímido - bem legal.
- Cê acha que seria um problema se, talvez - eu virei pra ele. - acontecesse de novo?
Nesse momento usei todo o poder de sedução que eu pensava que tinha.
Tinha sido uma semana estressante e transar seria ótimo. Ainda mais transar com Ariel de novo. Sempre cheio de mistérios e poucas palavras.
- Ah cara, sei lá, não sei se afetaria no nosso trabalho...
- Mas não afetou da primeira vez, afetou?
- Ah. Acho que não. Se a gente ver pelo contexto geral - eu cheguei um pouco mais perto enquanto ele falava. A voz começou a hesitar um pouco - Não... Afetou... Nada demais... Eu acho.
- Mas tu não disse ainda se quer repetir ou não.
Eu havia entrado no modo de predadora. Quando Ariel percebeu eu já estava de joelhos no sofá com o rosto próximo ao dele.
Ele não disse nada, mas notei que a respiração alterou por um momento. Os olhos castanho mel fixos em mim.
Tirei o copo de refrigerante da mão dele devagar, e coloquei no braço do sofá.
Aos poucos fui subindo pro colo dele, nosso olhar estático.
Que sensação incrível, adrenalina estourando dentro do meu corpo, subi a temperatura subir, eu estava febril. 
Enrolei meus braços no pescoço dele e sacudi a cabeça pro cabelo se soltar e desfazer o coque improvisado que o segurava.
- Cê tem certeza? - perguntei.
Ele só assentiu com a cabeça.
E então eu beijei Ariel. Mais uma vez.
O que é estranho já que são poucas pessoas com quem me envolvo mais de uma vez.
Dessa vez, pra minha surpresa, ele me derrubou no sofá e subiu por cima de mim.
Confesso que no início estava receosa, não sabia se ele também queria, afinal não era fácil de analisar os desejos do Ariel. Nada era fácil de analisar nele, ele não era muito aberto nem expressivo.
Mas depois dessa atitude eu entendi que estava tudo bem. E que ele queria tanto quanto eu.
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garotatoxica · 3 years ago
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Ariel
Ariel era um cara diferente dos outros.
Não tinha nenhum dos atributos que me atraem em alguém. Não era alto, forte, bonito, não tinha atitudes predominantes, não se fazia presente nos espaços.
Era diferente, tímido, quieto, fechado. Um mistério a descobrir.
Não que ele soubesse que a primeira vez que bati o olho nele, revirou meu estômago. Era uma presa nova, com certeza. Mas não achei que fosse ser tão difícil chegar aonde chegamos.
Quase 1 ano depois do dia que nos conhecemos, depois de uma amizade massa cheia de coisas em comum, risadas, saídas e brincadeiras, depois de alguns meses atrás eu confessar bêbada que me sentia atraída por ele e que achava ele incrível, a história que vem a seguir, aconteceu.
- Cê vai pra praia no feriado? - perguntei.
- Vou sim, sabe que minha família tá lá.
- Eu tô indo pra Santa, cê não me dá carona até um pedaço do caminho?
- Claro, traz suas coisas aí, a gente sai do escritório e vamos. Sem galho.
Eu já tinha desistido dele. 
Eu realmente não entendia o que me mantinha presa a ele por tanto tempo, afinal eu interessava e desinteressava por pessoas o tempo todo.
Como eu disse no início dessa Crônica, ele não tinha nada demais, além do nome andrógeno, o que é bem irônico, já que gosto de todos os gêneros.
Ariel era inteligente, era tão eclético pra músicas quanto eu e tinha interesse nos mesmos gêneros de seriados. Mas ele não gostava de filmes. Não sabia nada sobre quadrinhos ou histórias de heróis. Não jogava jogos de console, só CS no computador. E essas pequenas coisas eram coisas que me faziam perder o interesse quase que instantaneamente, mas por que não?
Enfim, vamos voltar pra história da viagem.
Entramos no carro e pegamos a estrada. 
Fomos ouvindo a playlist de música do aplicativo dele, um silêncio congelante entre nós depois de 15 minutos.
Eu não conseguia conter meu desconforto, já que depois de me declarar bêbada ele disse que me via como uma ótima amiga. E era isso. Que eu era incrível, foda, e bem resolvida. E só. 
A ansiedade me pegou e enfiou minhas mãos entre as pernas enquanto meus joelhos se batiam levemente. Os dentes cerrados e o cérebro borbulhando um assunto qualquer pra quebrar o silêncio daquela situação estranha.
- Desculpa por te fazer me levar em casa na outra noite.
- Ah - ele riu - Sem galho. Eu sempre me meto nuns rolês estranhos com minas.
- Mas eu não sou mina, a gente é amigo né, - eu sorri, esperando alguma negação - É diferente.
- Acho que foi por isso que eu não fiquei de cara. Tá tudo certo.
Revirei os olhos.
- Sua família tá na praia? - ele perguntou.
- Aham. Mas eu não fico muito tempo com eles. A gente não tem um relacionamento muito legal.
E novamente o assunto morreu por mais uns minutos.
- Ah cara, olha só, eu acho que as coisas vão ficar mais fáceis se a gente resolver cara a cara, esse negócio de ficar trocando mensagem pra mim não serve. Eu sei que a gente é amigo, mas te confesso que tu feriu meu ego dizendo “Não agora”. Eu só quero um Não definitivo pra lidar melhor com a situação. Não é difícil sabe? Se eu nao fizer teu tipo ou sei la, ta tudo bem, e é só dizer, mas não me deixa nesse limbo. Eu não vou deixar de falar contigo se tu não tiver um interesse emocional/sexual. Tá tudo bem, amizade segue. E outra, mesmo se a gente tiver algo isso jamais vai interferir na nossa amizade.
- Eu sei meu. Já te falei que te acho tri bem resolvida. Tu é mais correria que eu. - ele falou e sorriu.
- Então o que é? Eu sou feia? Estranha? Cara, não tô te pedindo pra casar comigo, é só uma noite. E se amanhã tu quiser fingir que nada aconteceu ta tudo bem. Porque eu sempre ajo assim.
Ele riu de novo e não respondeu nada.
O problema do Ariel é que além de muito fechado, ele era muito gentil. E medroso. Imagino quantas gurias já tinham se envolvido com ele e que o final não foi tão feliz assim.
- Talvez eu não seja teu tipo na cama, mas se não for, eu vou falar sobre isso, a gente vai rir e a amizade segue. Fica bom pra ti? Cê quer uma chupada aqui no meio da estrada? Eu não me importo, é melhor do que nada.
Ariel começou a rir e a respiração ficou pesada.
Não sei se ele ficou chocado com a proposta ou se isso desbloqueou a imaginação dele.
- Cara, que caminho louco é esse que o GPS ta mandando a gente. A gente saiu no meio do mato.
- Relaxa que uns 3 quilômetros pra frente já tem uma saída e a gente volta pra estrada. Juro que não foi nenhuma armação minha pra ficar a sós contigo.
Ele riu de novo.
- Cara, cê sempre foge. Cê não consegue me encarar é isso? Eu não te entendo. Olha no meu olho e fala que não me quer! Não é difícil.
- Se eu fizer tu promete que a gente não fala mais sobre isso?
- Prometo. - resmunguei.
Ele parou no acostamento.
Virou o corpo pra mim.
- Cara, eu já te disse, eu te acho foda e incrível - ele começou olhando pra baixo.
- Olha pra mim. - eu disse e inclinei o corpo pra ele.
Ele levantou o olhar de baixo pra cima.
- É só que, eu não sei, quando eu curto alguém eu tenho que sentir um estalo e eu não - ele voltou a olhar pra baixo.
- Ariel, olha pra mim - eu repeti.
Quase que impulsivamente meu rosto se aproximou do dele pra ele olhar nos meus olhos. E aí amigos, eu avancei.
Ficamos uns 5 segundos olhando um pro outro, Ariel não disse nada, e então eu beijei ele.
Ele não se opôs, mas ficou rígido no início, como se estivesse querendo sair e não conseguia. Eu pulei do banco do passageiro e sentei no colo dele.
Entrelacei os dedos nas mechas do cabelo preto, curto. Eu não conseguia tirar minha boca da dele, e porra! Eu esperei por tanto tempo!
Quando me dei conta, as mãos dele estavam agarrando a minha cintura, e foi nesse momento que eu tive um lapso de consciência.
- Desculpa - eu disse baixando o rosto - Eu não deveria ter avançado, eu sei que a gente é amigo e eu te respeito. Mas já faz tanto tempo e eu só queria ter certeza. 
- Certeza do quê?
- Que tu não tinha nenhum interesse em mim. Mas pelo jeito que as tuas mãos tão me segurando eu não sei se tu tem tanta certeza.
Ele riu, meio corado.
- Eu não quero que isso estrague a nossa amizade e convivência, é só isso. E eu não sou de me envolver com ninguém, não quero nada sério. Ao mesmo tempo achei que tu tava apaixonada demais e que ia acabar te magoando.
- Então vamos combinar o seguinte: amanhã nada disso aconteceu. Se tu quiser nunca mais falar sobre isso, beleza. Se tu quiser repetir, me avisa, mas vai ter que partir de ti e não de mim.
Ele sorriu de novo, e antes que ele respondesse eu beijei ele de novo.
Ariel me tocava de um jeito diferente, meio tímido e desajeitado.
Eu voltei pro banco do passageiro e fui beijando seu pescoço, seu  peito, sua barriga.
E num salto ele colocou a mão sobre as calças.
Levantei o olhar pra ele.
- Relaxa e aproveita a viagem.
Coloquei minhas mãos sobre as dele e afastei devagar, abri o zíper da calça.
Então meus caros eu finalmente satisfiz meu ego.
Eu chupei o Ariel e transei com ele no carro no acostamento, de noite.
Adrenalina a milhão, mil coisas passando pela minha cabeça.
A parte interessante foi que depois que acabou, a gente seguiu estrada sem o climão. Rimos, conversamos sobre várias coisas aleatórias, cantamos músicas juntos.
E quando me dei conta, a gente já estava chegando na rodoviária.
- Valeu pela carona - eu disse quando desci do carro.
- Capaz. Quando precisar é só falar.
- Quando precisar de uma chupada é só chamar também - respondi rindo.
Ele corou e sorriu.
Acendi meu cigarro e fui indo em direção a estação pra pegar meu ônibus.
Meu celular vibrou.
- Bom feriado. Até segunda.
Até.
Segunda.
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garotatoxica · 3 years ago
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I’M BACK BITCHES!!!
Então, foi isso que aconteceu.
Ele estava estressado com o trabalho, com fome, frustrado com milhões de coisas na cabeça dele.
No momento eu senti um impulso quase inevitável e insaciável. Ainda estava fixa com a ideia na cabeça de que ele apareceria na minha porta a qualquer momento. E isso não aconteceu.
Chamei um táxi pra casa dele.
Eu ainda estava de camiseta e calça de moletom, enfiei um tênis e saí sem nem pensar no que dizer. Coloquei os hamburgueres na mochila e saí.
Mas o que ele ia pensar? Será que ficaria feliz mesmo? Será que ele me odiaria?
Já estava na metade do caminho, não tinha mais volta.
O táxi parou na frente do prédio e eu hesitei por um instante, até que o motorista me chamou atenção.
Desci e fiquei parada no portão do prédio olhando para os milhares de botões do interfone. Obviamente não eram tantos, mas estava tão nervosa que o número dobrou na minha cabeça.
Então toquei o interfone.
Ele demorou.
Estava quase desistindo, peguei meu telefone e estava chamando do táxi quando ele atendeu.
- Oi!
- Oi. – eu respondi.
- Quem é?
- É a Molly.
Ouve um breve silêncio. Achei que ele tinha ficado bravo. Então escutei o barulho da liberação do portão.
Eu caminhei pelo corredor e fui até o elevador. 14º andar.
Vocês não imaginam o quão longo foi esse trajeto e ao mesmo tempo tão curto.
Quando a gente vê essas cenas nos filmes, tudo acontece tão rápido não é mesmo? O mocinho pula do táxi, entra no prédio e em dois segundos dele no elevador, a porta se abre e lá está a sua amada, e eles se beijam apaixonadamente e depois outro corte pra cena de alguns meses ou semanas depois.
O elevador parou no 14º andar.
E eu fiquei ali parada olhando pro corredor. Eu não sabia nem pra qual lado ir.
O elevador começou a fechar a porta então a segurei com força pra ela abrir novamente e desci.
Ok Molly, é agora ou nunca.
Andei firme em direção ao apartamento dele que era praticamente na frente do elevador, e quase como se ele adivinhasse o exato instante, assim que eu cheguei a porta, ela se abriu.
- Oi, o que tu v... – e antes que ele pudesse terminar a frase eu beijei ele.
Sim, eu beijei ele.
Ele com quase 1,90 e eu com 1,60. Eu só o beijei.
E a sensação foi incrível. Nossa. Eu esperei tanto tempo. TANTO TEMPO.
Dois encontros desmarcados e 4 meses se falando todos os dias. Por Deus! Moramos na mesma cidade, temos os mesmos amigos. Eu frequento o bar que ele trabalha com meu melhor amigo! Guardei esse beijo por tanto tempo. Incontáveis suspiros e sonhos de mil formas desse momento. E finalmente, FINALMENTE tinha acontecido.
Eu tinha medo que não fosse bom, mas foi. Foi incrível.
Será que adiar um beijo pode deixar ele melhor ainda? Achei que não, já que tinha imaginado de milhões de formas e agora estava ali, acontecendo.
Ele me segurou pela cintura e eu empurrei ele contra a parede que tinha ao lado da porta. Então ele me virou contra a parede e empurrou a porta com a mão.
Era isso meus amigos! Eu finalmente tinha conseguido beijar o Tom.
Apertei ele forte contra o meu corpo e enrolei minha perna na sua cintura, ele me levantou contra a parede.
Parece que não eram só de beijos que ia ser feita essa noite.
Eu apertei seus braços, seu rosto, mordi sua boca e seu pescoço.
Então eu me dei conta que talvez a gente estivesse indo rápido demais.
- Oi – eu disse com os braços em volta do pescoço dele. Desenrolei minhas pernas da sua cintura e me coloquei de pé – Desculpa aparecer aqui mesmo você pedindo pra eu não vir. Eu não queria incomodar, eu só queria...
- Não ta incomodando – ele disse rindo.
- Eu, eu – me concentrei para não parecer uma idiota enquanto falava – Eu só queria te trazer hamburguer.
Ele soltou uma gargalhada e eu comecei a rir em seguida. Fiquei vermelha e meio constrangida então dei uma leve olhada pra porta buscando uma fuga rápida caso ele ficasse bravo.
- Claro. – ele disse. – Hambúrguer.
- Tá com fome? – perguntei sem jeito.
- Tô sim, mas tenho ainda coisas do trabalho pra terminar.
- É, eu sei. Eu só vim entregar mesmo, não quero te atrapalhar.
- Já disse que não tá atrapalhando. Eu só – ele olhou pra si mesmo – não to do melhor jeito, tô de pijama, estressado.
Ele estava de camiseta, calça de moletom e pantufas. Uma touca marrom de lã na cabeça e o cabelo caindo nos ombros. Cheguei a sentir um arrepio quando olhei pra ele.
Nossa. O desgraçado é lindo até em casa, despreparado.
- Tudo bem, eu só vim trazer os hamburgueres mesmo – puxei a mochila do ombro e deixei os hamburgueres em cima da mesa. – E te ver. Desculpa pelo que aconteceu antes, eu sei que tu é tímido, e talvez eu tenha sido um pouco afoita, mas é que a gente já conversa há tanto tempo e...
E ai meus caros leitores, ele me beijou.
Ele me beijou, me levantou e se esparramou por cima de mim no sofá.
Eu queria sua língua, seus dentes no meu corpo. Parecia que eu estava febril. Nossa química era eletrizante.
Ele subiu minha blusa e eu tirei. Ele desceu os lábios até o meu pescoço, depois até os meus seios.
Derrubei ele no sofá.
Subi em seu colo e o beijei, pressionando seu corpo contra o meu.
Tirei a camiseta dele.
O beijei de novo, mordi seus lábios. Desci até o seu pescoço, ate o seu peito, até o seu umbigo...
O olhei de baixo pra cima e desabotoei o seu jeans. Eu estava de joelhos perante ele.
E então...
- Eu tenho que ir – falei rindo.
- Quê?
- Eu não queria atrapalhar, eu só vim te trazer os hambúrgueres. – Levantei, peguei minha camiseta e fui vestindo enquanto pegava a mochila na mesa. – Mas me avisa quando tiver um tempo pra gente se ver. – enfiei os braços nas alças da mochila e saí pra fora.
Fui pelas escadas pra não correr o risco de ele me alcançar ou do elevador demorar.
Desci as escadas do prédio e saí pra rua. Fui caminhando em direção a parada de ônibus. Ascendi um cigarro.
Ah, eu estava satisfeita.
“Mas Molly? Como assim? Não era você que queria transar com o cara? Que estava subindo pelas paredes? Como assim? Tu finalmente conseguiu um momento a sós com o cara, ele estava na tua mão! Eu não entendo”.
E eu vos explico meus leitores.
Eu podia ficar, e eu queria. Mas provavelmente depois ele se sentiria culpado por deixar o trabalho de lado pra transar comigo. E outra, talvez depois do sexo ele não teria tempo pra me deixar ficar por estar cheio de tarefas. E que coisa ótima uma mulher do seu interesse atravessar a sua porta do nada, depois de você dizer que não, e transar com você e depois ir embora não é mesmo?
Seria realmente incrível.
Mas ele merece sofrer um pouquinho.
Lembram dos encontros que ele não apareceu? Dos 4 meses de conversas quase diárias em que ele não marcava nunca um encontro? De quantas vezes eu estava desesperada por sexo e ele não teve o mínimo de pena?
Senti meu celular vibrar no bolso da calça.
Desse jeito tu acaba comigo.
Espero que tenha sido um incentivo pra você marcar um encontro de verdade.
Mas voltando ao meu raciocínio.
Eu queria tanto quanto ele, mas ao mesmo tempo queria provocá-lo. Queria causar o caos na cabeça dele. Ele sentiu o cheiro da minha pele, sentiu minha boca, apertou minhas coxas, ele teve tudo que podia. Mas ele só teve tudo isso porque eu decidi pegar um táxi e ir até lá. Porque eu não queria esperar mais. Porque eu criei esse encontro. Então assim como eu criei esse encontro, eu também podia acabar com ele.
E foi o que eu fiz.
Conto o próximo encontro quando acontecer.
Beijinhos.
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garotatoxica · 10 years ago
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Pesadelo.
Suspiros, contorções então
WAKE UP!
Você está em casa, na sua cama, nos seus lençóis com cheiro de cigarro.
Levanta.
Caminha até o guarda roupa e coloca um cigarro na boca. Senta na janela ainda de calcinha e camiseta pra ver o dia nascer. São quase 6 da manhã.
Sonhei com você e seu carinho. Sua barba, seu sorriso idiota e lembrei dentro do sonho das brincadeiras. Se eu pudesse não acordar, eu morreria em sono profundo.
Sonhei com a "não realidade" que tivemos por uma noite, mas que eu queria que durasse a vida toda. E a partir daí lembrei de outras coisas que fizeram as coisas desabarem. O apartamento em que estávamos começou a se destruir e eu ouvia gritos e ruídos. Eu os ouvia me julgando e gritando comigo. Os ouvia rindo de mim e dizendo que eu ia ficar sozinha. Solidão. O meu maior medo.
Fechei os olhos um instante. E então...
WAKE UP!
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garotatoxica · 10 years ago
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Depois de tanto tempo, eu senti o click. Mas só eu senti. E quando eu olhei pra ele... não não, quando ele olhou pra mim, eu derreti. Inteira. Me desmanchei. Não literalmente, mas acho que só não literalmente porque eu estava alcoolizada. E eu queria beber mais, porque se eu ficasse sóbria eu ia me desmanchar. Então eu bebi o que pude, fumei o que pude, me alterei o quanto pude para não parecer nervosa, para não parecer estranha e elétrica ou espontânea demais. Eu estava fria, estava normal, era quase imperceptivel o alcool pulsando no sangue, não fosse o hálito de Whiskey.
E lá pelas tantas eu beijei ele. Enfim. Eu fiz o que eu queria fazer desde o começo e o meu coração explodiu, e eu senti o click. Com a mesma pessoa, pela segunda vez. A mesma pessoa. O segundo click. Eu agi como se tivesse sido só um beijo, nada além disso, mas ele sentiu, eu senti. Nós vimos a magia.
Tanto fazia. Eu havia esquecido os clicks, os romances, e toda vez que eu sentia algo parecido com borboletas no estômago, eu as esfaqueava, lhes tirava as asas.
Aquilo acabou comigo, com as minhas barreiras e muralhas. Então eu disse pra ele, mas também falando pra mim mesma: "Fugimos da realidade só por hoje, pode ser?". E nós vivemos a perfeita comédia romântica até as 9 da manhã do dia seguinte. Depois, vida real.
Foi o fim perfeito. Ele me leva até onde eu devo pegar meu transporte (um ônibus, um carro, um táxi, qualquer coisa), fica abraçado comigo lá, me dá um beijo de despedida e a partir dali, nada. Nada mais. Completos estranhos, ou conhecidos ou apenas amigos. E fim.
É assim que terminam os filmes. Essa é a pós-cena que ninguém não mostra, a vida real. Ele volta pra vida infeliz e eu volto pra minha solidão, meu whiskey, meus charutos. Nós agimos como se nada tivesse acontecido, como se aquela noite nunca tivesse existido.
Mas eu gosto de lembrar pra derreter de vez em quando.
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garotatoxica · 10 years ago
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Sobre Saudade
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Saudade do quê Tóxica? Do que nunca foi seu? De algo que começou já com prazo de validade curto? De algo que cê já sabia que ia te manter feliz, por ali, por enquanto. Tá, cê não esperava que esse por enquanto fosse tão pouco por enquanto.
Menina, cÊ fez besteira de novo. Gostou demais de novo, Se entregou de novo, e tudo bem, cê tá sempre aí, quando encontra alguém que vale a pena, cê investe, cê tenta, cê arrisca, porque vale a pena. Ah, se ele soubesse o quanto ele vale. Porra!
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garotatoxica · 10 years ago
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Chegamos no meu ponto. Ponto Final.
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Eu sou uma vadia cruel, por burrice mesmo, não por maldade. Por ser simples, por querer que as coisas sejam simples. Eu sou a vaca frígida que vocês querem, então sou. Mas não esqueçam de pesquisar o significado da palavra Frígida, ta?
Eu sou a louca que foge da sua casa as 6 da manhã de um dia qualquer. Aquela que deixa a chave pra dentro, bate a porta e vai embora. Sem bilhetes, sem beijos de despedidas, nem desculpas, nem nada. Sou a garota que aquece sua cama, perfuma seu travesseiro, mas quando você abre os olhos, já desapareci, como se nunca tivesse existido.
E então a única prova concreta que você tem de que eu existo, ou existi, por pior que tenha sido o sexo ou a conversa do dia anterior, é um número de telefone ou um perfil de rede social. Às vezes nem isso. Aí você pensa que eu fiz parte da sua imaginação.
Não vou perguntar se você tem carro, nem checar sua conta bancária, não vou deixar você pagar a conta sozinho, não serei uma dama. Não vou te levar pra minha casa, nem te passar meu telefone sem nenhum interesse. Vou fazer seus amigos se encantarem, suas amigas talvez não. 
Mas as coisas vão funcionar da seguinte forma: se eu me apaixonar, vou ser a melhor garota que você já teve. Vou ligar, mas não vou encher o saco, vou ser gentil, vou te dar carinho, cozinhar pra você e ser a melhor namorada que você poderia ter, sem você precisar me dar um compromisso afirmado. Mas babe, não foda meu coração, por que senão você será descartado. Eu sou como Molly, "Molly Chambers", quando você pensa que eu estou na sua é quando eu estou caindo fora. então não pense que farei tudo sempre por você. Eu sei me desapegar bem rápido.
Mas se quiser me trocar, me abandonar, ou nem ao menos me dar uma chance, tudo bem, você que sai perdendo.
Beijinhos ácidos.
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garotatoxica · 11 years ago
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Já se apaixonou?
"Já se apaixonou por alguém por quem você não devia ter se apaixonado?  Você sabe que é errado. Sabe que é ruim. Mas ainda assim caminharia de pés descalços por um quilômetro de vidro quebrado para chegar até essa pessoa, e quando ela surge você finalmente tem um instante de tranquilidade. O olho da tempestade. E aí essa pessoa mata você." - CONSTANTINE, John; A Mácula Vermelha.
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garotatoxica · 11 years ago
Conversation
Mozart and the Whale
Isabelle Sorenson: All this time, and you didn't call.
Donald Morton: I was gonna call.
Isabelle Sorenson: You were?
Donald Morton: Well just to tell you that I wasn't gonna call so that you wouldn't be aggravated, sitting around waiting and wondering when I was
Isabelle Sorenson: gonna call?
Donald Morton: Yeah. But in the end I figured that forcing myself into your life was probably not right. I would always do that. So the only nice thing I had left to give was just not to call.
Isabelle Sorenson: I hated you for not calling. Because you were always gonna be there, and when you weren't, it was as if you didn't love me anymore.
Donald Morton: So go home, I'll call ya.
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garotatoxica · 11 years ago
Quote
"As pessoas se sentem menos desnecessárias quando entram em pânico e pensam que estão morrendo".
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garotatoxica · 11 years ago
Video
youtube
It started out with a kiss
How did it end up like this
It was only a kiss, it was only a kiss
Now I'm falling asleep
And she's calling a cab
While he's having a smoke
And she's taking a drag
Now they're going to bed
And my stomach is sick
And it's all in my head
But she's touching his chest
Now, he takes off her dress
Now, let me go
'Cause I just can't look its killing me
And taking control
Jealousy, turning saints into the sea
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garotatoxica · 11 years ago
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These hard Nights
Nesses dias esquisitos, chuvosos, bad feelings. 
Eu fico deprimida e me perguntando porque diabos eu não consigo sentir o maldito "click". E quando estou a ponto de senti-lo, eu explodo tudo. Eu colido todos os asteroides de forma que eles destruam o click. Destruam qualquer tipo de sentimento de apego, afeição ou dependência. 
In these hard nights, eu costumo olhar pro espaço. Pro céu, pras nuvens, a Lua. Admirar a imensidão me fazia relaxar sobre as tensões da vida. Sobre tentar entender porque nunca dá certo e porque eu sufoco os clicks. Porque eu não queria sentir.
A imensidão me lembrava que há mais. Há mais pra se preocupar, há mais pra viver, Eu percebo que não preciso procurar por ninguém. Se alguém vier, vai ter que me achar.
Talvez já tenha me encontrado.
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garotatoxica · 11 years ago
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Don't touch me that kind
Não me olha desse jeito, não me toca assim, não me sorri, nem me chore, nem me nada. Se não vai ficar, não esteja, não finja perdurar, não finja entender, não finja querer estar. Só vai.
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Não me sorri com esse sorriso, esse que aparenta defeituoso, mas que é único. Esses olhos semi-cerrados, o cabelo desarrumado, a cara de cansaço. I'm just giving to you your own space. 
Deixe morrer, congelar a chama... Enrugar meus dedos. Me deixe afundar no meio da neve, morrer de frio e me sentir desprotegida, mal amada e falida. Fodida. Prefiro a ilusão de me dar bem na solidão do que esse sentimento esquisito de desconforto, dependência e ânsia de vômito.
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garotatoxica · 11 years ago
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garotatoxica · 11 years ago
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garotatoxica · 11 years ago
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garotatoxica · 11 years ago
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Sobre Sentimentos e Física
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E foi então que eu me encontrei nesse exato momento presente. Onde eu não estava apaixonada pelo físico dele mais, ou pelo seu sorriso, sua forma de andar. Foi o momento onde eu percebi que essas pequenas coisas, esses pequenos detalhes, eram apenas adições de outras coisas. Agora eu podia ver com clareza. E ainda assim não entendia. Mas essas coisas de se apaixonar, amar, não fazem sentido mesmo, certo?
Mesmo se seu rosto se deformasse, continuaria tendo o sorriso mais doce que já vi na vida. As piadas mais ridiculas que eu engolia o riso pra evitar que ele percebesse. Ainda teria aquele mesmo olhar preocupado, severo. Ainda teria a reboladinha ridícula quando caminha rápido.
Em um primeiro momento eu disse que poderia cuidá-lo, que teria forças pra segurá-lo, mas eu realmente não tenho. Só tenho essas escolhas obrigadas da vida, essas "escolhas maduras e melhores escolhas". E esse sentimento esquisito. Que me faz querê-lo e não querê-lo.
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