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Cidade da Serra nos idos de 1917
Uma bela reprodução da paisagem da bucólica Cidade da Serra nos idos de 1917 - antiga Av. Gonçalves Dias, hoje, Av. Getúlio Vargas.Trabalho esmerado do artista plástico ten. Enildo Benedito Miranda, cuja obra reproduz em destaque, e pela ordem, à direita: a casa de Celso Cláudio de Freitas Rosa; o sobrado onde residiu o juiz Dr. Antonio Wanderlei Navarro Pereira Lins e a residência dos meus avós maternos - João Ferreira Netto e Silvina Maria Castello; à esquerda: o antigo cine " Sociedade Dramática Francisco Sales". Confira: www.historiadaserra2010.blogspot.com.brAdiante: o mercadinho municipal construído pelo prefeito Olavo Ferreira Castello; a casa comercial do Sr. José Nunes Barbosa Sobrinho ( pai do Sr Djalma Nunes), ainda por cima avistamos a residência de Da. Virgínia Loyola e o sótão do sobradão da praça da Matriz. Continuando, ainda à esquerda: a casa de Dª. Ocarlina Borges Nunes Pimentel e bem ao fundo a casa do sírio libanez - José Saad, onde meu pai Barnabé do Nascimento Neves, teve comércio de "secos e molhados" - 1929 à 1934.
Confira: UM AUTODIDATA www.historiadaserra2010.blogspot.com.br
Divisamos, ainda, por detrás do Cine, os fundos da casa do Sr. Presciliano do Nascimento Amaral e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Ainda como "pano de fundo" a montanha Mestre Álvaro, a nobre ataláia de nossa cidade.
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BALAIO
por Galbo Benedicto Nascimento
BALAIO
Balaio – um antigo cesto, objeto do artesanato indígena brasileiro e, também, da Bolívia, empregado em várias utilidades no dia a dia. Entre os modelos mais comuns temos o da foto abaixo, largamente utilizado como acessório nos muares e eqüinos (animais de “cargas”).A melhor qualidade e o mais resistente material para confecção do balaio é o cipó “São João” (cipó macambirra, como é chamado na nossa região), do qual fizemos um plantio de reflorestamento na propriedade - “Sitio do Galo”.
Além de o balaio ser muito empregado como equipamento nos animais de cargas, foi também largamente usado na colheita da produção agrícola ( mandioca, café e toda a sorte de cereais). Entres as família mais pacatas, no meio rural, era usado, também, pelas tecelãs e costureiras para guardarem os materiais, como algodão ,tecidos e toda parafernália da costura, na vida doméstica. Para melhor ilustração da história mandamos confeccionar um balaio, por um artesão do ramo.Referencia do balaio como folguedo, no folclore gaúcho – semelhante à quadrilha.
https://www.estanciavirtual.com.br/single-post/2016/06/27/BALAIO-DAN%C3%87A-GA%C3%9ACHA-OU-NORDESTINA
https://photos.google.com/photo/AF1QipNOHVIA0pR542YZv92QI_IzrUfSf1bmR573iOqk
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UM POUCO DA HISTÓRIA DO SERRA FUTEBOL CLUBE
por Galbo Benedicto Nascimento
A HISTÓRIA DO SERRA FUTEBOL CLUBE A organização do futebol na histórica Cidade da Serra parece ter origem no Grêmio 15 de Novembro – SERRA, que teve como protagonista o professor João da Cruz Pereira da Fraga, primo segundo de Barnabé do nascimento Neves, que deu início a essa agremiação em abril de 1908.
Esse professor lecionava na escola pública de Campinho da Serra e que diz ter organizado uma aula noturna lítero-esportiva na cidade para meninos e adultos, como vemos na cópia do documento colhida no APES, abaixo exposta e transcrita:
“Gremio 15 de Novembro da Cidade da Serra, 1 de Agosto de 1908 (sic). Ilmº. Exmº. Snr.
O Gremio 15 de Novembro pelo presidente abaixo assinado vem com o devido respeito perante V. Exª. solicitar uma subvenção pecuniaria para a sua aula noturna para meninos e adultos, que funciona desde Abril p. p. na sala de suas sessões e onde tem a sua modesta biblioteca. O seu professor é o mesmo presidente, que se incumbiu dessa ardua tarefa, depois de lecionar na escola pública de Campinho, que dista desta Cidade trez Kilometros. Assim este Gremio espera do patriotismo de V. Exª. que olha com carinho para esse ramo do serviço publico, astro luminoso que nos guiará na vanguarda dos povos cultos e progressistas, que atende tão justo apelo (ipse litere).
Saúde e Fraternidade
Ilmº. Exmº. Snr.
Dr. Jeronimo de Souza Monteiro
DD. Presidente deste Estado
O presidente do Gremio 15 de Novembro
João da Cruz Pereira da Fraga”. Em 1917 o time do Serra já se apresentava da forma categórica com seu uniforme a caráter – o traje típico da época: camisa branca de mangas compridas e calção preto até o joelho, chuteira e meião; como vemos hoje em novelas que retratam épocas antigas.
Nessa foto, cedida por João Baptista Machado, segundo ele, a pessoa que está com o nº 01 é Antenor Miranda e nº. 2 é Laudelino Miranda. Laudelino que nasceu em 1893 estaria nesse tempo com 24 anos de idade. Aparece, também, nessa foto, um grupo de mulheres com traje semelhante ao uniforme dos jogadores: blusa branca e saia longa preta. Não sabemos o que estava representando.
Na foto seguinte estão apenas assistentes e torcedores, com a galera feminina, na maioria, de roupa branca. Já nessa foto, a pessoa marcada cm o n°.1 é Dª. Carolina Fernandes Assumpção, esposa do Sr. Izael Fraga do Espírito Santo, avós de Afonso Izael Fraga de Miranda; nº 2 é Pedro Santos Pereira- tio segundo de Jéferson Fraga. E ainda a menina nº 3 é Zita Fraga, tia de Afonso.
Ainda nos meados do outono, no dia 12 de maio de 1940, o time do Serra foi a Santa Leopoldina exibir numa composição amistosa a qualidade do futebol amador do povo serrano.
Terminada a partida foi tirada uma foto daquela delegação esportiva, onde se vê os dirigentes da equipe , à esquerda e de terno: 1) Luiz Henrique de Leão Borges, oficial do registro civil da Serra – ES; 2) Agapito Luiz de Ltiltzer, Avô de Cláudio Ltiltzer Nascimento; 3) Theotonio da Costa Pereira (este pai de Roberto Siqueira Costa – que deu nome ao “Estádio Robertão”) e, ainda à direita e de terno branco 4) Moacyr Correia – finado sogro do Ten. Enildo Benedito Miranda; 5) Darcy Barcellos – tio de Paulo Ramires de Barcellos; 6) Sem informação.
Integrantes da equipe (seguindo a ordem pelo número de suas camisas): 1) - Alcyr Freire Castello – Goleiro - cunhado de Dr. Racine Leão Castello; 2) - João Alves (João de Lica) – lateral direita – avô de Guedes dos Santos; 3) Theotonio Ribeiro Pinto – zagueiro de direita – tio do Dr. Cilso Ribeiro;4) - Antonio José dos Santos (Antonio de Brígida) zagueiro de esquerda – cunhado de João de Lica;5) - João Fraga – volante – irmão de Dª Zola Fraga;6) - Anatolio Rocha – lateral esquerda – tio de Edilson Miranda;7) - Jadir Borges – ponta direita – sobrinho de Agapito Luiz de Ltiltzer;8) - Dário Mazzoco – meia direita – irmão de Miguel Mazzoco (viz. d/Telest);9) - João Pereira Barros – centroavante – primo de Roberto Siqueira Costa;.10) - Manoel Paulo – meia esquerda – este era de Santa Rosa – Aracruz – ES; 11) - José Netto Conceição (José Calhau) ponta esquerda – avô de Aldinete;12) - Aguilar Seraphim – Reserva – tio de Antonio Nunes Duarte.A moça com um buquê de flores era de Santa Leopoldina, madrinha “ad hoc” para compor a foto.
Dos anos trinta em diante o time do SERRA começou a se projetar com mais entusiasmo, até mesmo porque os meios de transportes davam melhores condições para promover excursões em outras cidades como Santa Leopoldina, Fundão, Santa Cruz e outras mais; haja vista que as rodovias, embora precárias, estavam se expandindo por todas as partes de nosso estado. A Cidade da Serra, por exemplo, começou manter intercâmbio com a Cidade de Vitória por meio de transporte motorizado a partir do natal de 1922, quando foi inaugurada a estrada de rodagem; vindo muitas personalidades ilustres de Vitória, em automóvel para assistirem as solenidades da festa e inauguração da estrada (Livro Tombo da Igreja – 1898/1935). Logo depois, em 1925, o comerciante e chefe político local - Belmiro Geraldo Castello - adquiriu um caminhão da marca e modelo Chevrolet/Gigante. Esse fato eclodiu por toda redondeza da cidade.
Venício Luciano Pereira, nosso saudoso vizinho de propriedade em Mutrpeba- Timbui, município de Fundão – ES, que faleceu com cento e um anos de idade, em 2016, com toda lucidez de um ancião saudável, como pode ser confirmado por pessoas que tiveram o prazer de dialogar com esse cidadão.
Entretanto, num lapso de tempo de mais de vinte anos tivemos a satisfação de prosear com esse vizinho por muitas e muitas vezes; ele, porém, dizia ter conhecido muita gente antiga daqui da Cidade da Serra; disse ter vindo de Mutrapeba a pé para trabalhar no morro Mestre Álvaro.
Certa feita disse que, quando estava no colégio em Putiry, interior da Serra, lá pela idade dos dez anos, a sua turma de colégio veio na Serra ver a chegada do primeiro caminhão trazido por seu Belmiro, como todos chamavam Essas conversas com pessoas mais vividas, nos ajudou, de certa forma, a esclarecer muitos fatos que ainda estavam envolvidos na nebulosidade do tempo. Com o time em plena evidência pelas circunvizinhanças da cidade, fazia com que aquelas pessoas mais inspiradas cantassem em prosa e versos o desempenho e habilidade da turma desportista. Surgindo, então, com o serrano Alarico Cláudio de Freitas Rosa os versos musicalizados:
A TURMA MADEIRA DO SERRA (por Alarico Cláudio de Freitas Rosa)
Também, a partir dos anos de 1930, o Serra Futebol Clube teve registrados os seus estatutos como sociedade desportiva organizada. Em 1953, é dado início à construção do prédio, na Rua Benjamim Constant, hoje Rua Rômulo Leão Castello. Esse prédio foi construído pelo chefe político Rômulo Leão Castello, na gestão do prefeito Osório Martins Pereira, que depois de pronto foi doado ao clube para nele ser instalada a sua sede social. Sendo nesse local realizados muitos eventos como formaturas, solenidades da municipalidade e muitas outras.
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HINO EVANGÉLICO: PRECISAMOS DE JESUS
HINO EVANGÉLICO:
PRECISAMOS DE JESUS
Quando o sol brilhar em qualquer lugar, Tu precisas de Jesus; Quando escurecer, tudo fenecer, Tu precisas de Jesus.Eu preciso de Jesus, Tu precisas de Jesus; Pecador, vem para a luz que resplandeceu na cruz. Tu precisas de Jesus.Pra obter perdão, plena salvação, Tu precisas de Jesus; Para caminhar firme, sem errar; Tu precisas de Jesus!Mesmo havendo paz, calma mui veraz, Tu precisas de Jesus; Na perseguição, na tribulação, Tu precisas de Jesus!Quando a morte entrar em teu próprio lar, Tu precisas de Jesus; Ante o tribunal, decisão final, Tu precisas de Jesus!
VÍDEOS: https://photos.app.goo.gl/kDqiV5XvCujLy6BV8
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DOUTOR AFFONSO SCHWAB
por Galbo Benedicto Nascimento
DOUTOR AFFONSO SCHWAB - E A MEDICINA DA ATUALIDADE
Em Vitória – ES, ainda, antes da abertura da estrada de rodagem havia um grande médico especialista em doenças internas – Dr. AFFONSO SCHWAB – tendo ele prestado relevantes serviços ao povo da pacata Cidade da Serra.
A minha mãe – Julite Castello Nascimento – não se cansava de relatar, quando o meu pai - Barnabé do Nascimento Neves – falava de Dr. Affonso Schwab. Ela comentava que seu avô – Manoel Cardoso Castello Junior (Cardozinho) - então, dono da Fazenda “Descalvada”, onde, hoje, estão os bairros “Querozene” e Divinópolis. Se alguém da família do seu avô estivesse muito doente, Cardozinho selava dois cavalos e ia para Vitória, depois de ter acertado por telegramas, para trazer o Dr. Affonso até sua fazenda e após medicada a pessoa o levava de volta para Vitória. Pois, era difícil ou quase impossível se remover um doente até Vitória.
Anos seguintes, já havia falecido o avô de minha mãe; na década de trinta o meu pai, ainda, não havia conhecido a sua futura consorte – Julite. Nesse tempo já se tinha construída a precária estrada de rodagem – Vitória a Serra – e a cidade dispunha de um mísero ônibus, que saía às 8:00h. e voltava às 17:00h. Pois, mesmo com todo desconforto da época era possível se levar o doente até o médico, em Vitória. Devido o meu pai ser comerciante de “secos” e “molhados", ele tinha uma certa vivência na Capital e por isso, quando tinha alguém doente em sua família, irmão, irmã ou sobrinho, os levava ao Dr. Affonso Schwab para serem medicados, obtendo bons resultados clínicos. Portanto, esse médico era de notória fama, não só na Capital como também em todo o Estado do Espírito Santo, razão pela qual foi candidato ao governo do estado em 1950, pela chapa PTB, não alcançando êxito, pois fora eleito governador o Dr. Jones dos Santos Neves. O meu pai – Barnabé – como era descompromissado com bajulações politiqueiras, mas reconhecedor da integridade de pessoas probas, no dia das eleições, no pátio do Grupo Escolar Prof. João Loyola – Serra –ES, no meio de cobras, lagartos e surucucus, fez questão de, em alto e bom tom e com a mão direita estendida aos céus, dar um viva ao seu candidato, bradando: “viva o Dr. Affonso Schwab, o melhor médico do Estado do Espírito Santo”.
No tempo de Dr. Affonso Schwab, médico das doenças internas, o consulente era diagnosticado e ficava aos cuidados do médico, que se dedicava de corpo e alma para restabelecer a saúde do enfermo. Se visse que o caso não atinha jeito, dizia logo: o mal já está avançado, se você tivesse me procurado a tempo poderia se reverter a situação; então, depois de receitar algum medicamento, recomendava ao acompanhante, leva essa pessoa para casa e dê o que ela pedir; foi o que aconteceu com a pessoa da receita acima – irmã do barnabé. O importante é que o médico era um só abaixo do Senhor DEUS Todo Poderoso, pois quando assumia a causa do paciente se dedicava com todo empenho; até mesmo nas horas de repouso, muitas vezes na madrugada acordava e começava a pensar no caso de seu paciente. De repente uma ideia lhe aflorava à memória, aí estava a solução do problema. Levava avante aquela inspiração divina, em poucos dias a pessoa estava com a saúde restabelecida, só restava-lhe seguir os conselhos do médico para consolidar a cura.
Não precisamos ir muito longe, nem citar profissionais especializados. Na Cidade da Serra-ES, podemos citar o médico prático – Presciliano Biluia de Araujo, “Seu Biluia”, como era conhecido. E, em Timbui – Fundão – ES, José Mattos, conhecido por “José Farmacêutico”. O primeiro, Seu Biluia, atendeu o povo humilde da Serra até 1942, quando faleceu; e o segundo, José Farmacêutico até os anos de 1980. Verdadeiros possuidores de intuição divina, conforme depoimentos de pessoas contemporâneas. Esses dois práticos da saúde resolviam casos que pareciam verdadeiros milagres, trazendo seus paciente a são e salvos sem nenhum recurso técnico que hoje a medicina dispõem.
Isso porque, neles havia mais a vontade de curar do que lucrar em razão da prática vocacional. Não queria receber nenhum pagamento, quando alguém se dispunha a pagar. Simplesmente as pessoas reconhecedoras dos benefícios recebidos retribuíam com donativos de sua produção.
Hoje em dia segue-se mais a cartilha política da medicina do que a inspiração divina, é preciso que haja um místico de corpo e alma para a obitensão da cura. Então, são muitos profissionais da saúde que cuidam do paciente deambulante; vai-se a um médico, desse passa para outros: dois ou três. Nem todos tem o pendor da intuição divina, nesse caso fica conflitante e o paciente acaba virando “ bola de ping-pong”.
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AJUNTAMENTO
por Galbo Benedicto Nascimento
AJUNTAMENTO
Nos tempos que já ficaram bem para trás o atual “mutirão” era chamado genericamente de “ajuntamento”. Não raramente ouvia-se nas bodegas, casas de comércio a varejo, onde nos dias de sábado ou à noite dos demais dias da semana, os trabalhadores das roças vinham comprar o mantimento da família para a semana seguinte e comentavam: tal dia vai ter ajuntamento para capinar o cafezal de “Mãe Candinha”, ou, sábado que vem vai ter ajuntamento para embarrear a casa do Aldano. - É mesmo, cumpade Zé Rosa? - É, Ardano vai casá no mês de julho, já está com a casa quase pronta, só farta mesmo é embarreá; sabo nóis vai lá tumá aquele parati e cumê aquela galinha ao môio pardo.
No mês de janeiro começava-se a capina dos cafezais com foco na colheita para os meses de março e abril. Então era comum organizar-se um comensal e convidar o pessoal da redondeza para o adjutório da capina do cafezal. Isso, porque, com mais pessoas ficava mais rápido e mais proveitoso.
Para cada semana planejava-se um determinado cafezal para ser capinado. Então, os trabalhadores das roças encontravam-se na casa de comércio de Barnabé Nascimento Neves, principalmente os do “Morro da Serra” – Mestre Álvaro – onde havia lavouras de café em profusão; terreno frio, propício à espécie arábica.
– Oh, amanhã vai ter “juntamento” pra capiná o cafezá de Luiz Fraga. – Ah, eu não fui convidado, não, mas vou lá, disse o João Guaraná franzindo os beiços depois de tragar o gole de parati de uma só vez. Em seguida completou o João de Julho: aquela “galinha ao molho pardo” que Dona Adelaide prepara não é p’ra se perder, sem se falar da carne de porco ensopada, boi com abóbora – é uma verdadeira fartura. Todos que estavam presentes, imbuídos do mesmo propósito, bradaram uníssonos: nóis tamos lá pra tumá aquela cachacinha qui num farta.
Acontece que até a meação do século XX as confraternizações nos meios rurais mais pacatos eram promovidas dessa forma: reunia-se o pessoal das imediações, promovendo-se um rústico banquete em contrapartida dos préstimos dispensados nas tarefas mais urgentes que careciam ser realizadas em tempo recorde, por exemplo: a capina de um cafezal; o embarreio de uma casa de estuque ou, então, a colheita de uma lavoura de feijão muito grande. A lavoura de feijão, principalmente o ”feijão de quente”, que é plantada no mês de setembro; colhe-se com três meses depois de semeado, em dezembro, época de muita chuva, por isso era preciso fazer a colheita com a rapidez de uma semifusa, porque na hora que o feijão fica "pino", isto é, começa a cair as folhas, chovendo muito o prejuízo é total. O ajuntamento resolvia o problema a tempo.
Já a lavoura de “feijão de frio” é plantada em março e colhe-se em junho; época geralmente sem chuvas, por isso não há necessidade de correria para colher.
O Ajuntamento trazia uma disposição de ânimo
Nos cafezais havia muitas cobras – principalmente a temível “preguiçosa” que pelo nome já se pode imaginar. Se uma pessoa estivesse trabalhando ou mesmo andando mato à fora, bulisse nessa espécie de cobra sem perceber, deveria estar certa de que seria surpreendida por ela, na primeira oportunidade que tivesse em alcançar essa pessoa. E o alvo mais propício eram os pés; isso porque, os roceiros tinham o mau hábito de trabalhar descalço. Porém, bastava a cobra ser bulida, não precisava ser machucada, não ia embora como as outras qualidades de cobra, amoitava-se enrodilhada com a cabeça ereta no centro da rodilha em posição de ataque e isso podia durar horas, dias ou até meses, conforme a agressão sofrida.
Mas, nas empreitadas de adjutório havia um enlevo de espírito entre aquele grupo: dez; quinze homens cantando as modinhas da época - por exemplo: “Madame e Iaiá” - de modo que as cobras desapareciam e as enxadas comendo soltas nas moitas de saião, perugaios e os borboletais nas beiras das cachoeiras.
Gengibre-branco, Borboleta, Jasmin-Borboleta, Lágrima-de-moça, Lágrima-de-vênus (esses são nomes populares).Nome científico: Hedychium coronarium Planta muito comum nas cachoeiras da montanha Mestre Àlvaro
Borboletal: verdadeiro celeiro de cobras
Cachoeira do Morro da Serra - Mestre Álvaro
No Sítio do Gallo, em Mutrapeba – Timbuí – Fundão/ES, estamos construindo um “Quitungo” à moda antiga. Para melhor demonstração da história edificamos uma casa de estuque, cujas paredes são um trançado de varas apoiadas numa soleira, (viga de concreto ou madeira) sobre os alicerces e pregadas nas traves de sustentação do telhado.
A construção da casa teve as seguintes etapas:
1 - Engradamento para colocar o telhado.
2 - Engradamento para as paredes (Casa de Estuque).
Nesse trançado de varas é lançado o barro, para a vedação da visibilidade; tanto de dentro pra fora, como de fora para dentro. Ajuntamento para embarreio No dia 26 de outubro de 2013 foi feito o embarreio motivado por um grupo de amigos – o antigo Ajuntamento, hoje mutirão.
Primeira etapa - O barro é amassado com os pés para obter uma boa liga. Nessa foto, da esquerda para a direita, em círculo, estão: José Adalto, João Almeida ("Primo"), Gabriel, Edson Cavalcante; Aldemiro das Neves e Daniel Apolinário. No meio do círculo estão: Galbo Benedicto e Luiz Carlos Cavalcante (Zeca).
3 - Início do embarreio da casa. Vê-se nessa foto José Adalto, Galbo e Aldemiro.
4 - Galbo entregando barro a Daniel Apolinário. Finalizando o embarreio.
Casa embarreada pronta para a instalação do Quitungo.
A Casa já está com as portas funcionando e com luz instalada.
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ANOS DOURADOS
por Galbo Benedicto Nascimento
ANOS DOURADOS
A história registra em âmbito nacional nos anos 50 a fase áurea, quando muitos acontecimentos importantes vieram à tona. Um verdadeiro avanço sócio-econômico, científico e cultural.
A cidade da Serra também teve os seus anos dourados. Depois de um período bastante conturbado, que se instalou junto com a Segunda Grande Guerra – 1939 a 1945 – aqui, o marasmo perdurou até o final da década de cinquenta; de 39 a 59, nesses anos nada deu certo mais, quando não ficava inacabado, enguiçava depois de pronto, sem se falar das calamidades interpessoais.
PRIMEIRA GESTÃO DO PREFEITO NALY. No 1º ano de seu primeiro mandato - 1959 foi um tempo de modulação. A partir dos anos 60, surge uma aurora no horizonte serrano. A implantação da força e luz, pela Escelsa, trazida de Vitória pelo, então, prefeito Naly da Encarnação Miranda; em 1961, a criação de uma fundação educacional, que disponibilizou ao povo serrano menos privilegiado alçar rumos mais alto pela formação do conhecimento – surge o Ginásio Serrano, da “Fundação Educacional Lourenço Braz”.
Em 1962, foi implementado o serviço de melhoramento do abastecimento de água, inaugurado pelo seu sucessor, em 1963. Construção da caixa dágua no "morro do Urubu" abastecida por encanamento de ferro de 6' (seis polegadas), vindo da cachoeira do "Morro da Serra" - Mestre Álvaro.
Depois de uma pausa de três tempos, em 1967 a Serra é despertada para se revestir da beleza panorâmica, inicia-se o serviço de pavimentação de ruas – a rua Floriano Peixoto até a praça João Miguel e a praça da Igreja são revestidas de calçamento a paralelepípedos.
Inicia-se, também, nesse mesmo ano os preparativos para se formar uma banda de música e, ainda a construção de dois núcleos habitacionais – pela COHAB – um no “Morro do Urubu”, junto ao reservatório de água da cidade, que recebeu o nome de conjunto São Judas Tadeu, hoje conhecido como bairro São Judas Tadeu; e, outro no bairro São Domingos. Cria-se também em 1969 a 1ª Escola Normal da Serra (preparação de profissionais para o Magistério).
Como tudo tem a sua fase áurea, a Banda de música Estrela dos Artista também teve seus anos dourados. No início foi bastante criticada por ter, no seu minguado repertório inicial, a música Maria Bonita. Os antipatizantes apelidaram a banda de “Maria Bonita”. Mas, quando, em 1972, a Estrela dos Artista brilhou, foi vitoriosa num certame de música, com preliminar em Colatina (executando dois dobrados: Coronel Rabelo e Dobrado 222) e finalista em Vitória-ES, no Ginásio SESC (executando os dobrados: Palhaço, de Prispo de Almeida e Dobrado Brasília, de Élcio Álvares). Ficando em 1º lugar de classificação no âmbito estadual.
No dia da vitória finalista, quando a banda desembarcou na praça principal da Cidade da Serra, o povo parecia querer devorar os músicos com tantos abraços e cumprimentos. Foi até difícil para o maestro, Antísthenes, fazer a reprise de como fora executados os dobrados em Vitória; logo a banda segue pelas ruas da cidade fazendo aquele carnaval, e a multidão delirava sob a fúria daqueles músicos que pareciam querer voar pelos ares com instrumentos e tudo.
Diante de todo esse frenesi, passaram a denominar a Banda Estrela dos Artistas de “A Furiosa”. Mesmo diante de tanto sucesso, por questões políticas, a banda não foi contratada para os festejos do Natal, em 1972. Simplesmente, em atenção ao povo, se apresentou na tradicional puxada do mastro de São Benedito, no dia 26 de dezembro, na retaguarda da banda de música da Polícia Militar, sendo aplaudida pela multidão como a melhor banda do estado e a mais querida dos serranos.
Nos anos seguintes, a galera tradicional da Serra começou a formar “banco” de proteção aos músicos, evitando o empurra-empurra.
Esse banco era formado por rapazes de mãos dadas, que embalados pela euforia dos músicos e das músicas executadas (Macunaíma, Ilu Ayê, A Chuva Cai e muitas outras), parecia levitar nos ares da empolgação; o prefeito Aldary Nunes foi pessoa inseparável desse agrupamento durante vários anos, o que muito contribuiu para o perfil moral e relevante da banda de música, sem se falar de vereadores. Os anos de ouro foram nos anos 70: 1972 a 1978.
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FUTEBOL – IDOLATRIA POPULAR
por Galbo Benedicto Nascimento
FUTEBOL – IDOLATRIA POPULAR
O esporte é um complemento de nossas atividades. Bem dosado, serve como estimulante do corpo e relaxamento da mente, mormente para aqueles que são voltados ao trabalho intelectual. Todavia, o que atrapalha é o fanatismo de muitos. A consagração de ídolos faz com que uma minoria de aproveitadores crie uma plataforma de exploração.
Mesmo sendo muito remota a noção histórica do esporte; por exemplo: na China, 2.500 a. C.; no Egito, pinturas em cavernas davam ideia de pessoas movimentando o corpo. Mas, é na Grécia que o esporte entra em destaque com todas suas diretrizes. Lá não havia atletas profissionais, porque ninguém endeusava um atleta por melhor que fosse. Os atletas eram cidadãos comuns, passavam parte do dia exercitando-se e praticando os mais variados esportes no Ginásio. E o faziam porque acreditavam que um corpo capaz e saudável era tão importante quanto uma mente culta.
Dentre muitos, é o Futebol o esporte mais ralé e mais grosseiro. Pois, conta-nos certa curiosidade histórica que ele teria nascido de lutas entre gladiadores que, após derrotar seu adversário, decepava-lhe a cabeça e saía chutando-a como regozijo de sua competição. Entretanto, as enciclopédias registram o caráter violento, bárbaro e até mesmo fatal do futebol. Por isso, Eduardo II, rei da Inglaterra, o proibiu em 1314, mas não lhe obedeceram e, em 1349, Eduardo III ordenou que cumprissem a proibição. Mas, de nada adiantou, o povo continua na mesma cegueira, a ponto de matar uns aos outros pelo futebol.
Se o nosso povo não desse muito crédito a ídolos, seja qual for, vivesse mais atendo às coisas importantes, seria mais difícil ser enganado. Mas, embebido na urgia, no fanatismo desenfreado, como é o caso do futebol, o elo de comunicação das massas incautas, cujo sentimento é como dos insetos, não vivendo com prudência; caindo sempre na armadilha enganosa das “aranhas” do "mundo invisível" - o subconsciente de cada um. OS DEZ PRINCÍPIOS IGNÓBEIS DO FUTEBOL I - NASCEU DE UMA BRUTAL COMPETIÇÃO - De lutas entre gladiadores; II - É PRATICADO COM O PÉ - Do inglês "foot", que se assemelha ao português fútil (coisa sem expressão); III - ENRIQUECE O FÍSICO; EMPOBRECE A MENTE; IV - COMO TODO JOGO, TEM FUNÇÃO ENGANOSA - (driblar o adversário); V - A AMBIÇÃO DE GANHAR A QUALQUER PREÇO (deixar o adversário na lona); VI - POSSUI A INFLUÊNCIA NEGATIVA DO JOGO - (cauterizar a mente); VII - O MAIS IDOLATRADO PELA "GRANDE MASSA"; VIII - UM JOGADOR ANALFABETO PODE SER MUITO MAIS REMUNERADO DO QUE QUALQUER OUTRO PROFISSIONAL ESPECIALIZADO; IX - É INCENTIVADO PELOS CARTOLAS (MAGNATAS) PARA "DISTORCER" OS TORCEDORES; X - E, FINALMENTE, SÓ ESTÁ POR CIMA QUANDO RASTEJA BEM (bola rasteira é a boa qualidade do Futebol). Para brindar, oferecemos um simples SONETO (decassílabo) - UMA SÁTIRA À IDOLATRIA FUTEBOLÍSTICA. SONETO Do povo quem é menos avisado,
E atento não vive ao arrebol.
Na vida tudo passa enganado,
Dando crédito mais ao futebol.
Com a bola rasteira bem jogado,
Na área trançada qual cipó.
Nesses lances ele fica encantado,
Fazendo o papel de arigó.
Pois, é nessa grosseira idolatria,
Que os grandes enganam a maioria,
A rebuscar o ânimo da massa.
Porém, o povo sempre na alegria,
E com a esperança n’outro dia,
De poder conquistar de novo a taça.
Autor: Galbo Benedicto Nascimento
Acadêmico cad. nº 07
ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DA SERRA – ALEAS SERRA – ES
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UM BATIZANDO CONVICTO
por Galbo Benedicto Nascimento UM BATIZANDO CONVICTO
Corria o ano de 1960 e Gallo ainda não tinha sido batizado. Nesse ano ele iria fazer quinze anos em 01 de julho. O ano de 1960 fora marcado por uma das maiores enchentes da segunda metade do século XX. Nesse mesmo ano o carnaval ocorreu nos dias 28/02 à 01/03, tenha-se em vista que era ano bissexto. A enchente começou no dia 02 de março, indo até o dia onze. Foram dez dias de intensa chuvarada; aguaceiro após aguaceiro, permeados de poucos minutos de esteada, e, isso, entrava dia, saia noite. Do dia dez amanhecendo para 11 foi uma madrugada de enorme tempestade de modo que, quando amanheceu o dia, dos fundos da nossa casa que ficava de fronte para o Morro Maracapuaba se divisava, por entre a mata, a cachoeira que se precipitava, dando até mesmo para se ouvir o ribombar daquela enorme correnteza de água espumante.
Nesse ano, também, se ouviu pela primeira vez o comentário de que Vila Velha – ES – tinha sido inundada pela sublevação do mar, devido à enchente. Em vista disso a Igreja Batista deu ênfase ao fato, citando algumas profecias bíblicas.
Terminado o temporal, os dias de sol voltaram a brilhar e o povo da cidade, que na maioria vivia da pacata agricultura, retomou os seus afazeres na roça. Gallo nesse tempo era um assíduo companheiro do seu pai (Barnabé), na lavoura, no Morro da Serra (Mestre Álvaro).
Numa tarde, já final de verão, num dia que não tinha ido para a roça com seu pai, Gallo conversava, na sala de visitas, com uma parenta sua, uma senhora de uns cinqüenta anos aproximadamente, conhecida por Anita de Adauto – católica fervorosa, uma verdadeira beata, era irmã do padre Irineu Neves.
Naquela tarde de um arrebol exuberante, quando o sol já bastante declinado vai dando lugar a um frescor suave e aromático trazido pela brisa, chega o meu pai da roça, entra na sala portando o facão na cintura e um bornal a tiracolo; saúda os presentes com uma simpática “boa tarde”
Dona Anita devolve a saudação com a mesma “boa tarde”. Chegando da roça, Barnabé? Barnabé, quando nós vamos batizar Galbinho?
Isso, porque o povo não dava trégua; inconformados, devido o Barnabé não ter o filho batizado, já naquela idade, todos murmuravam às escondidas, e os mais chegados, inclusive parentes, combatiam abertamente aquela atitude.
Baseado no princípio cristão e tendo plena convicção de sua posição como bom estudioso do Novo Testamento de Nosso Senhor Jesus Cristo, achava que batizar uma criança inconsciente daquele ato não estava certo. Era seguir apenas um simples artifício da Igreja Católica. Pois, Cristo, quando procurou João Batista no Rio Jordão para ser batizado, tinha trinta anos.
Diante da resposta do Barnabé, que disse: agora ele já está grande, o interesse de ser batizado deve partir dele, isto é, ser iniciado nos mistérios da fé cristã, segundo o rito da Santa Igreja Católica e Apostólica Romana.
- Dona Anita volta-se para mim e pergunta: Galbinho, você quer ser batizado? Então, lhe respondi: sim, quero.
- Dona Anita chamou Barnabé, que já tinha ido para o interior da casa, e disse-lhe: Galbinho falou que quer ser batizado.
- Barnabé com aquele semblante sereno: tudo bem, só tem uma coisa, a pessoa que eu tomei para ser o padrinho dele, não sei por qual motivo, deixou de falar comigo e eu não vou chamá-lo, como também não vou chamar outra pessoa para batizá-lo.
As pessoas que estavam certas para me batizar eram: Oscar Amorim (Lourival Soldado) – padrinho – marido de outra Anita, esta era minha tia; a madrinha – minha avó materna – Silvina Maria Castello, sob a proteçao de Nossa Senhora da Conceição - madrinha de fé - invocada pelos meus pais.
- De novo dona Anita ao assunto: “a madrinha dele é Dona ‘Servina’, né?; quanto ao padrinho nós arrumamos um no dia. No outro Domingo nós vamos trazer o ‘nosso padre’ e batizar Galbinho aqui na sua casa.”
“Nosso padre”, era a maneira carinhosa que dona Anita dispensava ao seu irmão, o pe. Irineu Neves.
De fato, justamente no dia vinte e sete de março de 1960, um domingo – Domingo Laetare – aguardávamos ansiosos. Terminada a missa, de repente para um automóvel furgão dirigido por Argentino Barbosa de Jesus. Esse automóvel fora cedido pelo, então, sargento Mauro Pereira, conhecido na intimidade por Pingo, para trazer a comitiva: o pe. Irineu Neves; um seminarista que o acompanhava – Elias José Vicente - representou o padrinho; a minha avó materna – Da. Silvina Maria Castello - (madrinha) e dona “Anita de Adauto”, a intermediária do evento. A Cerimônia foi direta e rápida. O padre mandou que todos ficassem de pé, perguntando-me: Galbo, você quer ser batizado? Sim, quero! Você crê em Deus? Sim, creio! Você renuncia contra Satanás e todas suas pompas? Sim, renuncio! Então, me pediu que rezasse o Credo, repetindo cada artigo junto com ele. Em seguida disse que em nome de Deus, representando a Santa Igreja Católica e Apostólica Romana, estava ministrando os sacramentos do batismo, impondo a mão direita sobre minha cabeça, derramou água sobre ela, como símbolo da purificação do espírito; colocou uma pitada de sal na minha boca, que representa a imunidade do corpo ante as impurezas do mundo e ungiu-me a fronte com óleo santo que representa a força do Todo Poderoso. Era essa a forma ritualística que a Igreja Católica iniciava os seus seguidores nos sagrados mistérios da Eucaristia. Hoje, mudou muito, porque se deixa levar pelas pressões do mundo mutável. Pois, Deus é imutável: uma Força Viva que foi, é e sempre será.
Pouco tempo depois do batizado, o Lourival reconheceu a sinceridade do meu pai - Barnabé - e que não havia motivos para continuar indiferente àquela amizade de bons concunhados e compadres; continuando sendo meu verdadeiro padrinho a quem tomávamos bênçãos.
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ALFERES MIGUEL PEREIRA DO NASCIMENTO NEVES
por Galbo Benedicto Nascimento
Pelo inventário procedido no ano de 1902, essa pessoa, Miguel Pereira do Nascimento Neves, era o serrano mais bem sucedido economicamente no contexto da cidade. Possuía, na época, um patrimônio de Rs. 25: 998$500 (vinte e cinco contos*, novecentos e noventa e oito mil e quinhentos reis).
Levando-se em consideração o preço da arroba do café da época (1902) Rs 4$500 (quatro mil e quinhentos réis) e a de hoje, R$75,00 (setenta e cinco reais). Esse patrimônio corresponderia, hoje, aproximadamente a R$4.000.000,00 (quatro milhões reais).
Devemos lembrar que em 1942, pelo DL n°. 4.971, foi introduzido o “cruzeiro” como nova moeda brasileira. Até então a moeda era o REAL, que fazia o plural em RÉIS. (“Novo Dicionário” da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo, vol. 2 – Lisboa- 1899). Em 1994, a moeda volta ao antigo REAL, desta vez, fazendo o plural em REAIS, devido ao acordo ortográfico celebrado entre Brasil e Portugal em 17/08/1943, sob a denominação de Formulário Ortográfico, contendo 17 tabelas. Em 1880, o alferes Miguel ocupou o cargo de chefe de polícia, na capital do Estado do Espírito Santo – Vitória. Quando faleceu em 1902, era promotor público na Comarca de Nossa Senhora da Conceição da Serra – Cidade da Serra –ES.
Além de possuir casa de sobrado em Vitória - ES, na Cidade da Serra possuía muitas propriedades: a Fazenda Joá, às margens do Caminho de Jacaraípe, com casa de vivenda, pastos, cafezal e outros bens de raiz; casas em diversas ruas da cidade da Serra, inclusive, no “Largo de Dom Pedro II” possuía uma casa térrea coberta com telhas e chão anexo. Mais tarde, em 1935, seu neto, Luiz do Nascimento da Rosa Loureiro construiu numa parte desse chão anexo uma casa de platibanda com uma fachada exuberante que causava admiração a todos. Antes de ser denominado “Largo de Dom Pedro II”, esse local fora denominado “Largo da Conceição”. Essa primeira denominação se deve ao início da construção de outra matriz, em 1870, cuja obra parou nos alicerces, não prosperando a ideia de se construir uma outra matriz dedicada à Nossa Senhora da Conceição.
Como o terreno para construção da nova matriz fora doado pelo alferes Miguel e a obra não foi adiante, a doação ficou sem efeito, passando esse terreno a constar do inventário, pelo falecimento do proprietário.
Na casa (nº 1) ficou residindo a viúva do Alferes Miguel, logo em seguida foi vendida para Belarmino Loyola, em seguida adquirida por Manoel Cardozo Castello Jr. (Cardozinho), depois por José Rodrigues de Barcellos (Zezinho Pereira) e por último para João Elpídio Ferreira (João Cajute), ficando até os dias de hoje com pessoa da família.
A outra parte restante de chão, do lado da rua, à esquerda, fora cedida para Sebastião Alves da Silva – “Sebastião Ferreiro”, que construiu sua casa de morada, e a outra metade, nos fundos, cedida para José Rodrigues, vulgo “Zeco de Fábio” Miguel Pereira do Nascimento Neves fora casado com Da. Maximina Maria da Conceição, filha de Luiz Pereira de Loyola, cujo casal teve uma e única filha: Da. Claudina do Nascimento da Rosa Loureiro, esta casou com Luiz da Rosa Loureiro Sobrinho, genitores de Luiz do Nascimento da Rosa Loureiro (Lula Barão), que por sua vez casou com Claricia Ferreira da Conceição Loureiro. Deste último casal descende Antísthenes Loureiro – fundador da Banda de Música Estrela dos Artistas da Cidade da Serra.
O alferes Miguel, como todos o conhecia, era filho de Manoel Francisco do Nascimento e Maria Pereira do Carmo; era bisavô pela parte paterna de Antísthenes Loureiro, e, também, tio de outro Manoel Francisco Nascimento, pai de Barnabé do Nascimento Neves, inclusive de Izaias do Nascimento Neves que era o avô do maestro Marcos Antonio Rosário Neves.
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UMA PALAVRA DE SAUDAÇÃO
por Galbo Benedicto Nascimento
Oito de dezembro, dia consagrado à Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Cidade da Serra – ES, marco protagonista de sustentação em que se fundamenta a vida existencial da cidade no lapso de 456 anos de fundação do município que passou por diversas metamorfose: a princípio, Aldeia de Nossa Senhora da Conceição da Serra, até os anos de 1752; depois, Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Serra, cuja administração ficava a cargo da Paróquia (exercida pelos padres) até 1833, quando em 19 de março desse mesmo ano deu-se a emancipação do território da paróquia, sendo, desta forma, criado o município sob a denominação de “Vila de Nossa Senhora da Conceição da Serra”, com instalação da primeira Câmara de vereadores, tendo como primeiro presidente o vereador sargento-mor Luiz da Rosa Loureiro, irmão de Francisco Luiz de Araujo (Chico Luiz). Estava, assim, a Serra com vida própria sob o ponto de vista da administração pública legal. Em 1843, surge a Comarca dos Reis Magos, com sede na Vila de Nova Almeida, incluindo a Vila da Serra. Em 23/12/1864, através da Lei n° 22, a Vila da Serra criou a sua própria comarca, desmembrando-se da Comarca dos Reis Magos, com a denominação de “Comarca de Nossa Senhora da Conceição da Serra” Em 1875, a Serra ganha o foro de Cidade da Serra. O município de Nova Almeida, também, emancipado na mesma ata e na mesma data - em 19-08-1833 - não alcançou o mesmo privilegio, o foro de cidade. Passou por aldeia, foi a freguesia, depois vila, sendo a primeira sede de comarca da região norte do estado do Espírito Santo, e, sob todos esses aspectos foi extinto como vila em 1921, dando lugar a criação do município de Fundão, instalado oficialmente em l933. Nova Almeida, a partir de 1938, teve a sua sede anexada ao Município da Serra e os demais distritos passaram a integrar o recém-criado município de Fundão. Antes, porém, o município de Nova Almeida, se confrontava com o município da Serra pelo Rio Jacaraípe.
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DIA DA MÚSICA E DO MÚSICO
por Galbo Benedicto Nascimento
No dia 22 de novembro, dia da música e do músico, consagrado à Santa Cecília, não poderíamos deixar de prestar duas homenagens: a primeira ao saudoso maestro Antísthenes Loureiro; a segunda a um jovem talentoso – Marcos Antônio Rosário Neves.
A Antísthenes Loureiro: porque, este dedicou uma vida ao estudo da música. Seguiu carreira militar, estudou música durante todo tempo que permaneceu no Exército, aperfeiçoando-se nos cursos de: teoria e solfejo; arranjo, harmonia e instrumentação, além de tudo, em canto orfeônico. Por ter um ouvido especializado para captar as pequenas nuanças dos sons e suas particularidades, quem lhe cantasse uma melodia, ele escrevia a partitura como quem escreve um ditado em português, fazia isso com a rapidez de uma semifusa. “Antísthenes sabe música para dar, vender e botar fora”. Essa era a expressão de Dr. Naly da Encarnação Miranda a respeito de Antísthenes, como maestro.
Naly, como presidente da Sociedade Musical Estrela dos Artistas, dava plena e irrestrita autoridade ao maestro Antísthenes para dirimir quaisquer assuntos relacionados à banda de música e aos músicos, mesmo que a banda fosse convidada diretamente ao maestro, por um desafeto seu. Apenas, Atísthenes comunicava-lhe o convite e ele, prontamente, pode ir, não tem problema. A Marcos Antônio Rosário Neves, pela audácia de, mesmo tendo pouca vivência no mundo da música, se lançar, sob esforços arrojados e distribuir o seu pouco conhecimento, cuja semente deitada em terras férteis, têm tido bons proveitos. Em razão de todo esse esforço, fica aqui de público registrado o seu depoimento.
Para quem não sabe: Antísthenes Loureiro foi o Fundador da Banda de Música Estrela dos Artistas. Ele era bisneto pela parte paterna do antigo promotor de justiça, o alferes Miguel Pereira do Nascimento Neves. Este era tio de Manoel Francisco do Nascimento, bisavô, também, pela parte paterna de Marcos Antônio Rosário Neves. Que beleza! Tudo em casa!
DEPOIMENTO DE UM MÚSICO
Ex-Conselheiro da Sociedade Musical Estrelas dos Artistas
"Como comecei aprender música e chegar até formar uma orquestra"
"Sempre tive vontade de aprender música. Quando ainda criança via a Banda de Música Estrela dos Artistas passando pelas ruas, tocando seus dobrados, era extasiante, e, também, por ter músicos na família que tocavam nessa banda.
Comecei a aprender música com o maestro Galbo Benedicto Nascimento, no ano de 1993. Nessa turma tinha aproximadamente 35 alunos, todos meninos. Desses apenas cinco conseguiram seguir adiante: Marcos (eu), Bérgson, Alexandre, John e Júnior.
No começo foi muito complicado para mim, eu não tinha conhecimento algum de teoria musical e muitos que estavam ali só queriam brincar. A vontade era desistir. Mas, a vontade de tocar um instrumento era maior, que me fez vencer a dificuldade de divisão e solfejo. Na teoria ficava meio perdido no meio daquelas figuras musicais que é pura matemática.
Contudo, venci todos os obstáculos, seja na parte teórica, seja na prática. Logo comecei a desenvolver no instrumento, solfejando um dobrado para aprendiz, fui me animando e, no dia 19 de março de 1994, os cincos novatos foram incorporados à banda, estreamos pela primeira vez na procissão de São José no Bairro São Domingos – Serra – ES. Daí para frente o aprendizado foi melhorando de modo que, no final desse mesmo ano, perfilamos com a banda, tocamos na festa do Natal e de São Benedito. Diga-se de passagem, na puxada do mastro, o evento mais importante que a banda sempre participou.
Anos depois, comecei frequentar a Igreja Assembleia de Deus, e, logo passei a me entrosar na banda da igreja. Ficando a banda em falta de maestro, e como já tinha preparado dois músicos na Banda Estrela dos Artistas – Eder (meu irmão) e João Florentini Barcelos – aceitei o convite para assumir a direção da banda da igreja, pondo mais uma vez em prática o pouco conhecimento de música que adquiri com o maestro Galbo. Fui bem sucedido. Organizei uma escolinha de música, consegui preparar um bom número de novos músicos, dando uma performance mais completa à banda. Pois, cheguei a organizar até mesmo uma pequena orquestra.
Na banda da igreja, além dos músicos já existentes, iniciei com um bom número de aprendizes: Acácio, trombone de vara; Alan, trompete; Douglas, sax alto; Cléber, trompete; Ormilda, clarinete; Thayse, clarinete; Roseli, clarinete; Cássia, clarinete; Jandison, trompete; Oemil, sax alto; Micaias, sax tenor; Túlio, flauta transversal e, depois, sax tenor; Jessyca, violino; Alice, flauta transversal. Essas são algumas pessoas, mas, se for relacionar todas, são muito mais.
Desses que preparei na Igreja, dois deles muito contribuíram com a banda “Estrela dos Artistas”: Acácio e Douglas, porque mesmo tomando conta da banda da igreja sempre colaborei em todos ensaios e apresentações da banda 'mater', até o ano de 2005.
Atualmente, estou na Igreja Assembleia de Deus do bairro Barcelona – Serra-ES; agora com pouco tempo disponível, pois, tenho que trabalhar em duas empresas, e, ainda, fazendo curso superior – Tecnólogo em Logística - sobretudo, os encargos de família, pois, tenho um casal de filhos. Assim mesmo sempre arranjo um tempinho para fazer o que gosto – lidar com a música.
Em Barcelona já formei outra pequena orquestra. Para isso preparei e continuo preparando novos músicos." Marcos Antônio Rosário Neves
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OLAVO – O GUARDIÃO DAS GOIABEIRAS
por Galbo Benedicto Nascimento
Ao lado do antigo solar da família de Belmiro Geraldo Castello havia muitas fruteiras, um belo pomar em toda a extensão do quintal. Havia, também, ali, por perto da avenida, muitas goiabeiras exuberantes. No Outono as goiabas sobejavam e a garotada não perdia tempo; até as meninas subiam nas mirtáceas para colherem seus preciosos frutos e, despreocupadas, não percebiam a aproximação de algum garoto.
Pois, o alvorecer da puberdade desperta muita curiosidade e anseio de idéias vislumbrantes. Havia, nesse ínterim, aqueles garotões mais tímidos, introspectos, mas cheios de efervescência. Mas, também, aqueles mais audaciosos de instinto impulsivo. Um desses atirados era o meu primo, Cesar, de temperamento frenético, encarando tudo com a maior serenidade. Então, entre o grupo de garotos começa aquele rumorejo: oh, as meninas estão tirando goiabas, tem duas em cima da goiabeira; vamos lá olhar elas tirando goiabas, talvez a gente veja mais “alguma coisa”, murmurou o Cesar. Nisso o Olavo, negociante de “secos e molhados”, estava por perto, na calçada de sua venda e de olho nas goiabeiras – patrimônio histórico da família. Percebendo que os garotos aproximavam-se do local por de traz da muralha balaustrada que Rômulo Castello havia construído. Olavo começa a caminhar de mansinho em direção das goiabeiras, e vai subindo as escadas da muralha com aquele pigarrozinho seco como que se estivesse avisando a sua chegada, e, no dever de bom chefe de família, guardião da moral e dos bons costumes, vai de encontro aos garotos e os repele com aquela voz rouca: o que vocês querem seus moleques? caiam todos fora daí! A debandada foi completa.
Cesar que não era brincadeira disse: esse Olavo ainda me paga!!! Anos depois, já de maior idade, adquiriu um “jeep”, e nos finais de semana gostava de tomar umas quentonas com os amigos de infância, era solteiro e morava em Vitória-ES, na casa de sua mãe, professora aposentada, Dª Maria da Penha Ferreira Nascimento, que era também minha tia pela parte da minha mãe – Julite Castello Nascimento.
Num desses finais de semana, lá pelos idos de 1958, pouco mais ou menos, numa manhã de verão, pegou o “Jeep” e veio para a Serra. Chegando aqui encontrou logo dois amigos, ex-colegas do curso primário: Didifas e Alvinho. Ei Cesar logo cedo por aqui, quais as novas? Rapazes, estou a fim de tomar umas cachaças por aí, entra no “Jeep”. E saiu pelas pacatas ruas da cidade, que eram apenas três e todas sem calçamento. Acelerava o carro sem dó nem piedade, mas o pé esquerdo quase sempre na meia-embreagem, como precaução de evitar um imprevisto. Vez por outra paravam num botequim e tomavam umas. Finalmente resolveu ir lá para a rua do “saco” (Rua Floriano Peixoto), onde morava nossa avó, Dª Selvina. De lá desceu quente, sempre acelerando sob meia-embreagem para assustar os transeuntes. Quando chegou na Praça João Miguel, Mirza, irmão de Olavo, saiu da venda assustado com aquele barulho, vendo que era Cesar com mais dois no “Jeep”, gritou enfurecido: cuidado seus condenados! Estão querendo morrer?
Vendo e ouvindo Mirza gritando, Cesar lembrou o episódio das goiabas e pensou: é hoje que Olavo me paga; vou subir com o carro na calçada da venda dele; encostar na porta acelerando, como se fosse entrar dentro da venda com o carro , ele vai tomar um baita de um susto. A venda de Olavo ficava na mesma rua, uns cinqüenta metros à frente da venda de Mirza.
Quando o Cesar ia acelerando, preparando-se para subir na calçada, avistou um garoto sentado na ponta da calçada, o que lhe fez dar uma guinada no volante para fora e voltar novamente em direção à calçada, já fora do garoto. Nesse momento ele vacilou o pé na embreagem e foi com tudo de encontro à parede e a porta da venda, derrubando parte da parede de estuque da frente da casa. Por pouco Olavo não foi atingido por uma vara grossa que se desprendeu violentamente da parede. Quando Olavo viu aquilo se desesperou, saindo para a rua furioso e quase sem poder soltar uma palavra, visto o seu estado de saúde – afônico. Manifestava-se mais por gestos. Então, aquelas senhoras da vizinhança vendo aquele desastre e o Olavo atônito e supernervoso vieram em solidariedade ao vizinho: dizia uma, que horror, como é que se faz uma coisa dessas; outra mais moralista, ele (Cesar) vai ter que pagar o prejuízo, não é coisa que se faça; e outra: Olavo, fica calmo, tudo vai ser resolvido. Coitado de Olavo. Olavo irritadíssimo, já não era tanto pelo abalroamento do carro e mais ainda por aquela paparicação das mulheres.
De repente aparece Dr. João Castello, outro irmão de Olavo, com um caneco de água na mão, toma água Olavo, você levou um grande susto. Dessa vez Olavo se irrita ainda mais, já chateado pelas mulheres, perde o controle, esbravejando: eu não quero água e coisa nenhuma; num gesto obsceno exclama: eu quero é b#♀a.
Nesse momento, as mulheres caíram fora, envergonhadas e indignadas. Diziam todas uníssonas: cachorro, atrevido, não respeita ninguém, a gente se compadecendo dele e ele com má-criação e sem-vergonhice.
Durante toda essa algazarra o Cesar não parava de acalmar o Olavo: pode deixar; Olavo, você não vai tomar prejuízo, vou fazer um cheque até a mais. Você, amanhã vai a Vitória e retira o dinheiro no banco. Nessas alturas, Olavo já se sentia mais aliviado, pois as mulheres tinham caído fora, já não mais lhe azucrinavam com aquela conversação ao redor e, por fim, no dia seguinte (segunda-feira) iria a Vitória, sacaria um dinheirinho até mais avultado do que o prejuízo e ao mesmo tempo dava um passeio na capital.
Tudo deu errado, porque o Cesar na hora de assinar o cheque, ao invés de colocar sua assinatura, colocou o nome de Olavo – Olavo Ferreira Castello.
Mas o Olavo tão entusiasmado com o valor do cheque, porque tinha estipulado o valor do prejuízo e o Cesar tinha colocado um pouco a mais, ficou cego, não prestando atenção aos demais requisitos do cheque. No dia seguinte, mais uma decepção.
Chega no caixa, apresenta o Cheque, o atendente pega o cheque, confere e vê que este é do talonário de Augusto Cesar Ferreira Nascimento e a assinatura de Olavo Ferreira Castello. Então, o caixa pergunta: Quem é Olavo? Ele responde: Olavo sou eu. Novamente o caixa pergunta: Como o senhor adquiriu este cheque? A assinatura está errada, o cheque de Cesar com a assinatura de Olavo.
Olavo toma o cheque, olha e vê que caiu numa armadilha, correndo risco de até ser preso como estelionatário. Fica enfurecido mais uma vez e sai esbravejando, indo diretamente na casa da mãe do Cesar, que ficava em Vitória, na Av. Nossa Senhora da Penha. Chegando lá, toca a campainha, aparece tia Maria da Penha. Olavo, novamente enfurecido: “Maria Ferreira, veja o que seu filho anda fazendo: derruba a parede de minha venda com o carro, diz que me paga o prejuízo, e ainda me faz passar por ladrão. Olha o que ele fez. Tia Maria toma o cheque em suas mãos, olha e vê a assinatura de Olavo no cheque de Cesar, meneia a cabeça e conclui: Cesar não tem jeito! Pegou o seu talonário, preencheu o valor e trocou pelo cheque que Cesar havia dado.
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PROFESSOR JOÃO LOYOLA PEREIRA BORGES
por Galbo Benedicto Nascimento Enviado por email a pedido do vereador Auredir Pimentel, atendendo solicitação:
Dando mais ênfase ao 6º parágrafo da postagem de 09/06/2011, sobre a educação no município da Serra, vamos apontar uma gama de homens que se voltaram para a missão do ensino público, mas poucos ou quase nada tiveram seus nomes badalados no contexto da sociedade, isto é, na história. O professor João Loyola nascido em 04 de maio de 1873 e falecido em 02/11/1922, que a partir de 18/02/1938 passou a dar nome ao antigo grupo escolar Santos Pinto ( Prof° Ignacio dos Santos Pinto), deu sequência a uma plêiade de mestres que se notabilizaram no ofício do magistério no município da Serra como:
Afonso Duarte do Nascimento – Fundão – Nova Almeida.
Demétrio Pereira do Nascimento – Jacaraípe.
Ignacio dos Santos Pinto – Timbohy - 12° quarteirão da Serra.
José Pereira Duarte do Nascimento – Queimado.
João da Cruz Pereira da Fraga – Sede.
Manoel Corrêa do Nascimento – Sede.
Manoel Francisco Duarte do Nascimento – Sede.
Presciliano do Nascimento Amaral – Campinho da Serra.
Este último deixou o magistério para ocupar o cargo de coletor federal, cargo em que se aposentou.
JOÃO LOYOLA PEREIRA BORGES – patrono da Cadeira n° 23, da Academia de Letras e Artes da Serra – ALEAS, ocupada, inicialmente, pelo saudoso Wilton Simas da Rocha casado que foi com a profª. Maria de Lourdes Leão Borges da Rocha.
Ainda hoje, as lembranças do ditoso passado fazem da Escola de 1º Grau João Loyola a âncora do futuro de quantos foram alunos do grande mestre, por crescerem irmanados no saber oriundo das escolas masculinas de então. Discípulos como Xenócrates Calmon de Aguiar, Mirabeau da Rocha Pimentel, Francisco Clímaco Feu Rosa, Álvaro Castello, Rômulo Leão Castello, Gerson Loureiro, José Celso Cláudio, Odilon Castello Borges, Robinson Leão Castello, Thaurion Rocha Pimentel, dentre outros, levaram a pujança cultural serrana em plagas distantes ou intemporais.
Foi, durante 49 anos, a presença viva da elegância e o dinamismo altruísta do mestre, distribuídos por Campinho, Jacaraípe, Serra (Sede) e, finalmente, Vitória, na direção do sólido Grupo Escolar Gomes Cardim, por reconhecimento do ex-aluno, secretário Mirabeau da Rocha Pimentel.
Num domingo de sol, o casal ten. Henrique de Loyola Pereira e Anna da Silva Borges Pereira (Moç’Aninha) se encontrava em Maracapuaba, residência dos sogros e dos pais, o major João da Costa Silva Borges e Don’Ana, quando nasce João Loyola. Era o dia 04 de maio de 1873.
Imediatamente o pai enviou mensageiro aos avós paternos, o juiz municipal Ignácio de Loyola Pereira e Luíza da Conceição Pereira, que viajaram para a casa do major.
O menino João teria de partilhar, no decorrer dos tempos, sua vida com nove irmãos: Ignácio da Silva Pereira (pai Dr. Ignácio da Silva Pereira, afilhado de Olindina Leão Nunes); Ana Borges Pereira Miguel (avó materna de Antônio José Miguel Feu Rosa); Luíza Loyola Borges (mãe das professoras Ocarlita e Carmelina Borges Castello); Amélia Loyola Borges (mãe de Henrique Zacarias); Idalina Loyola Borges (mãe de Jairo Leão, pai da cantora Nara Leão); Afonso Henrique da Silva Borges (pai de Odilon Castello Borges); Belarmino Loyola Borges; Elpídio Wanderley e Teotônio Pereira da Silva Borges.
O Prof. João Loyola iniciou seus estudos em Campinho da Serra, com o Prof. Manoel Laureano do Bonfim Júnior, passando à cidade da Serra para concluir o curso primário, sob a direção do latinista e prof. Manoel Correia do Nascimento. Aprovado com louvor seguiu para Vitória, onde ingressou no Ateneu Santos Pinto e concluiu o curso de Humanidades.
Apto a ensinar, difundiria seus conhecimentos através do sacerdócio, na localidade de Campinho da Serra, de onde saiu na infância. Já em 1920, passou a dirigir a Escola Padrão, na capital do Estado, permanecendo aí até a sua retirada do mundo, numa quinta-feira chuvosa de 02 de novembro de 1922, sem férias ou licenças, com mais de 30 anos de atividades no magistério.
Casou-se, aos 23 anos, num sábado de 1897, com a jovem Grata, filha de Victória Maria do Sacramento Leão e de Luiz Barboza Leão, tenente-coronel da Guarda Nacional, deputado estadual e presidente do governo municipal da Serra. Construiu, então, a descendência hígida e solidamente preparada para a vida social e moral, nas pessoas de José Câncio, Durval, Lucilla, Luiz Henrique, Manoel Avany e Victória Maria (Sinhá).
Ao grande nome da educação serrana, Prof. João Loyola, couberam as homenagens da Academia de Letras e Artes da Serra, como Patrono da Cadeira nº 23, em 28/08/1993.Do Livro: Patronos – Academia de Letras e Artes da Serra – ALEAS.
Nota:
1) ( Extraconjugal) - O Professor João Loyola Pereira Borges perfilhou:
a) Com Carolina Teixeira, tendo uma filha de nome Ormandina Pereira Borges, sendo esta a mãe de Melício de Deus Amado Pereira, exímio trombonista da antiga banda de música “Lira Estrela do Norte”; foi, também, conselheiro da Sociedade Musical Estrela dos Artistas; Melício nasceu em 14/01/1917, tendo falecido recentemente em 20/05/2012, contava 95 anos de idade;
b) Com Anna Nunes Barbosa (Anninha Paca), tendo um filho de nome: Mário Nunes Borges;
Anninha Paca era filha legítima do tabelião José Nunes Barbosa e Dª. Albertina da Silva Borges; era ao mesmo tempo prima primeira do professor João Loyola; Esse apelido (paca) deve-se à convivência amorosa que ela, Anninha, tivera com o engenheiro Joaquim Pinto Pacca casado com Dª Emilia Martins de Azamburja Pacca. Esta era filha de João Martins de Azamburja Meirelles e Dª Izabel Maria da Victoria, e aquele filho do também engenheiro Joaquim Adolpho Pinto Pacca, naturais do Castelo do Itapemirim – ES.
Contavam os antigos que, revoltada com aquele concubinato, a mulher legítima do Pacca, Dª Emília, debaixo de um capote, no “Campo da Igreja” como era chamada a “Praça da Matriz” aqui na Serra, foi descendo sorrateiramente dando de cara com o “belo casal” conversando, desferindo um tiro certeiro na face do traidor. Pelo que ficou registrado: falecido, num pleno sábado, em 29/12/1906, às duas horas – Joaquim Pinto Pacca Jr. – morte proveniente de congestão cerebral, consecutiva do ferimento fronto-malar direito”.
2) Por que Morro de Don’ Anna? Em 1845, Dª. Severiana Pinta da Victoria, passou escritura de ratificação confirmando a doação feita em vida pelo seu falecido marido – Joaquim Vicente Pereira – da legítima paterna deixada pelo seu falecido sogro e pai (o quinhão do “Campo Grande”), ao Alferes João da Costa Silva Borges.
“Campo Grande” era a fazenda onde, hoje, se situa o Bairro Jardim Bela Vista – Serra/Sede – Serra-ES, cujo termo dessa fazenda ia até o Morro Maracapuaba, sendo que parte desse morro pertencia à fazenda, que depois da morte do Alferes João da Costa Silva Borges em 01/07/1869, passou a denominar-se “Morro de Don’Anna”, Sendo que em tais imediações morava a viúva Dª Anna Pereira da Silva Borges, onde o Prof. João Loyola teria nascido.
3) O prof. João Loyola foi membro da sociedade musical “Estrella do Norte”, sendo tesoureiro reeleito. Confira recorte do jornal - “A Serra”- abaixo:
4) Em 11 de dezembro de 1910, o professor João Loyola publicou, na 12ª edição do jornal “A Serra” (2ª página), as notas de seus alunos, conforme se vê abaixo:
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A TEMPORADA DO CIRCO NA CIDADE DA SERRA
por Galbo Benedicto Nascimento
A TEMPORADA DO CIRCO NA CIDADE DA SERRA
Durante o ciclo do abacaxi aqui na Cidade da Serra – ES – 1955 a 1971 – tivemos uma época muito movimentada. Nesse tempo a economia local estava mais adstrita ao eito da roça. O café já estava sendo erradicado devido o aparecimento da “broca” em 1950. O abacaxi foi uma salvaguarda do povo que se valia mais da agricultura rudimentar.
Nesse curto lapso de tempo o dinheiro sobejou com mais facilidade no bolso do povo, tanto dos produtores, donos de roça de abacaxis, quanto dos que nela trabalhavam. Então esse foi um período em que a oferta circense esteve bastante presente entre nós.
Por aqui apareceram boas companhias de circo: “Show Circo de Bartolo”, “Circo Irmãos Campagnoli” e alguns mais. Esse último, Irmãos Campagnoli, foi um dos melhores produtores de espetáculos que a Serra já conheceu. Segundo informação, por email, de pessoa da família Campagnoli, até 1960 o Circo Campagnoli encontrava-se no Rio de Janeiro. Em 1960 houve o “cisma circense”. Essa família dividiu-se, uma parte permaneceu no estado do Rio de Janeiro e a outra parte veio para o estado do Espírito Santo.
Foi então, que aqui tivemos a temporada do Circo Irmãos Campagnoli em 1962, mais ou menos. Nesse tempo o município da Serra estava entrando pela porta larga do desenvolvimento, haja vista que tinha acabado de ser instalada na cidade a nova força e luz da Escelsa, implantadas pelo, então, prefeito Naly da Encarnação Miranda.
O circo brilhou nos raios dessa nova fase da cidade. O povo entusiasmado com os novos acontecimentos: dinheiro sobrando no bolso de muita gente pela ascensão do abacaxi; as ruas da cidade iluminadas desde o por ao nascer do sol, coisa que não acontecia há mais de 20 anos. A primeira luz instalada na cidade em 1926, muito boa, mas só funcionava até às 22 horas, e só perdurou por uns dez anos. A segunda, o gerador acionado por uma máquina a vapor (caldeira) não deu certo, em vários aspectos. Então, a partir de 1960, aos domingos e dias de feriados festivos, à noite, o povo delirava pelas ruas, da primavera ao outono. As morenas desfilavam em profusão, umas com os namorados ou maridos; outras com colegas, à cata de “um bom partido”.
Com tudo isso a favor da cidade, houve uma aproximação do pessoal do circo com pessoas experientes daqui que, certamente, relatavam o passado glorioso da “terra”, de forma que essa aproximação fez surgir, por parte dos artistas e até mesmo algum músico experiente sendo que esse circo dispunha de uma boa orquestra, a bonita valsa: “Serra – Cidade de Morenas”, que aqui procuramos reproduzir com a letra e a música.
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FLÁVIO MORAES
por Galbo Benedicto Nascimento No primeiro quartel do século XX chegou na bucólica cidade da Serra um cidadão de notória inteligência. Ele tinha apenas o currículo do curso primário. Naquele tempo a pessoa que tivesse o curso primário completo e se dedicasse à leitura, ao aperfeiçoamento, estava apto a desenvolver qualquer atividade. Esse cidadão chamava-se Flávio Moraes. Chegou aqui casado com a senhora Emília Capovila, natural de Cachoeiro de Itapemirim-ES, e ele nasceu em Vitória em 1901.
Tendo casado em Cachoeiro de Itapemirim, o primeiro filho, Moacyr Iberê de Moraes, nasceu naquela cidade em 19 de janeiro de 1929, casando-se na Serra – ES, com Dª Olza Corrêa Loyola uma das 5 filhas do Sr. Manoel Amado de Deus, em 27 de setembro de 1952. Da 1ª esposa de seu Flávio houve 5 filhos: Moacyr, Coimira, Jussary, Coêmia e Araribóia. Este último morreu solteiro, por afogamento, na lagoa peral.
Chegando aqui na cidade da Serra seu Flávio dedicou-se ao magistério. Era professor de alunos do sexo masculino. Possivelmente um dos últimos professores dessa singularidade. Numa classe de mais de 40 alunos abrangendo todos os níveis do curso primário podemos destacar: Edson Juracy Borges Miguel, Alaor Christóvão Miranda, Egídio da Fraga Nunes, Elpídio Fraga Nunes, Argentino Barbosa de Jesus e Djalma Nunes.
O curso primário nesse tempo contava: 1º ano “A”, 1º ano “B”, 1º ano “C”, 1º ano, 2º ano, 3º ano e 4º ano. Ao todo o aluno estudava durante 7 anos seguidos. Depois de renovado o sistema de ensino com o surgimento da escola mista, meninas e meninos estudando juntos em uma mesma classe, o ensino ficou mais a cargo das professoras.
Um professor do curso noturno
Com o surgimento da escola mista os professores já não tinham mais lugar no currículo primário. O professor Flávio Moraes como era de uma cultura eclética seguiu o ramo de dentista prático, mas a vocação pelo ensino não o deixava em paz. Então, com a construção do novo prédio (Grupo Escolar Profº. João Loyola) inaugurado em 18/02/1938, que encampou o Grupo Escolar Santos Pinto, o prof. Flávio organizou um programa de aulas noturnas para favorecer àqueles que já tinham ultrapassado o tempo de frequentar a escola durante o dia, até mesmo porque eram de maior idade e tinham que cuidar da vida profissional, fosse na lavoura, no comércio, ou outras ocupações.
Desta forma fora criada uma classe noturna para ensinar pessoas adultas que quisessem aprender a ler, assinar o nome, e até mesmo desenvolver mais o grau de conhecimentos. Nessa turma de interessados encontrava-se um varão já de boa idade, o nome dele era Cícero das Neves Ramos, mais conhecido por Cícero Ramos, um senhor alto e magro, claro, falava “grosso”; diziam que era um tanto valente, e que cinco não davam conta dele, no braço ou na pernada. Também, freqüentavam as aulas noturnas aqueles rapazotes que ainda não tinham terminado o curso primário. Pois, haviam alcançado a puberdade e já não lhes era mais permitido continuar estudando no meio dos impúberes.
Inscreviam-se no curso, também, aqueles rapazolas curiosos para se divertirem com as gafes daqueles alunos “cabeçudos”; um desses jovens era Antísthenes Loureiro, conforme o próprio contava. Vez por outra surgiam aquelas gargalhadas, mas tudo dentro de uma certa dose de respeito. Até porque o professor Flávio na sua cultura de mestre tinha conhecimento dos métodos socráticos. Sócrates, o grande filósofo e educador grego, empregava a maiêutica e a ironia: perguntava-se muito, fazendo-se com que o aluno desse à luz idéias; também, ria-se bastante para chamar a atenção dos erros cometidos.
Como de costume, o professor Flávio começou as aulas com a instrução do abecedário, mostrando aos alunos como se denominava corretamente cada letra do alfabeto; depois a formação das sílabas. Por exemplo: “BA, BE, BI BO, BU...; LA, LE, LI, LO,LU”. Nesse jogo de formação de sílaba, para depois formar palavras.
Numa dessas aulas o prof. Flávio chamou o aluno Cícero (Cícero Ramos): Seu Cícero (naquele tempo era a forma como o professor se dirigia ao aluno, até mesmo se ele fosse um pirralhozinho) responda comigo: B, O? Seu Cícero com aquele vozeirão, BÓ; L, A? De novo, Seu Cícero, LÁ. Agora, Seu Cícero, juntando tudo BO mais LA, como fica a palavra? Seu Cícero pensou, pensou..., de repente soltou aquele vozeirão: “VEADO!” Nesse momento, a turma caiu na gargalhada. Seu Cícero meio encabulado e com aquele bocejo espalhafatoso, vira-se para os colegas e, novamente, com aquele vozeirão, exclama: “vocês estão rindo porque não sabem o que é pegar no cabo da ‘rabilonga’ o dia todo”. Queria dizer, com isso, que estava cansado de trabalhar o dia todo no cabo da enxada. Nessa hora, alguém contemporizou: ah! ele falou ‘veado’, porque está pensando em jogar no veado amanhã. Assim ia correndo o tempo; uns aprendendo, outros se divertindo.
Daí para frente, seu Flávio dedicou-se à profissão de dentista prático. Por sinal, um excelente dentista. Como estava no sangue, essa profissão passou de pai para filho chegando até os netos.
Nos anos quarenta seu Flávio conhece uma segunda esposa: Aracy Cordeiro, com quem teve três filhos: Imoã, Moema e Bartyra. O mais velho, meu contemporâneo e vizinho, morava na Rua Dom Pedro II, na 3ª casa, depois da casa de meu pai.
Em 1949, surge uma 3ª família, desta feita com Dª Elizete Queiroz do nascimento, com quem teve mais quatro filhos: Jurema, Ubiratan, Potiguar e Paraguaçu. Em 1957, foi para o Rio de Janeiro para tratamento de saúde, onde faleceu em 02/09/1958.
Seu Flávio também foi um estudioso da fitoterapia. Muito amigo do seu Flávio, Barnabé, em 1955, estava fazendo extrações de dentes com ele. Nessa época houve uma corrida pelo uso do chá de urtiga, os jornais o rádio não cansavam de chamar a atenção do povo para o uso dessa planta, dizia-se que a urtiga atendia a uma série de sintomas benéficos ao organismo humano. Aqui na cidade seu Flávio levantou a bandeira, aderindo a essa corrente fitoterápica, aconselhando as pessoas a fazerem uso do chá da urtiga. Numa dessas idas para extração de dentes, seu Flávio procurou convencer o Barnabé a fazer uso do chá da urtiga.
Como o velho Barnabé trabalhava na lavoura desde garoto e conhecia a ação urticante dessa erva, protestou: “não, seu Flávio, eu não tomo um chá dessa planta nem que me pagasse muito dinheiro”. Nessa altura seu Flávio já tinha se dirigido à esposa: “Elizeth, traga um copo do chá da urtiga para Barnabé!”
Quando ela chegou na sala com aquele copázio, numa bandeja, parece uma coisa que estou vendo; o meu pai “pulou de banda”: “seu Flávio, o Sr. é um dos melhores amigos; mas, tomar urtiga, nem morto. Farei qualquer coisa que o senhor mandar, menos isso; tomar chá de urtiga!” Então não teve jeito, seu Flávio entendeu aquela repulsa e disse: você não sabe o que está perdendo para a sua saúde. E, assim, continuaram bons amigos.
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A HISTÓRIA DE CHICO LUIZ
por Galbo Benedicto Nascimento
Nos tempos que já se vão bem longe comentava-se na cidade da Serra sobre um tal “Chico Luiz”, homem justiceiro e de grande envergadura moral, que todos o respeitavam. Esse era um modesto proprietário dono da “Fazenda Carrapatos”, onde dispunha de uma pequena fábrica de açúcar (engenho de açúcar e melado). Dizia-se, também, que todo terreno (Coroa da Areia) que ficava junto à Fazenda Carrapatos lhe pertencia, o qual mais tarde foi adquirido por Danti Nicoletti, que pertenceu anteriormente a Luiz Barbosa Leão, por falecimento de sua 1ª esposa, detentora de uma legítima materna.
O meu pai, Barnabé, era bisneto de Chico Luiz e contava muitas histórias a respeito dessa pessoa. Dizia que ele mandava na cidade e relatava casos fantásticos. Uma dessas histórias relata o seguinte: se alguém praticasse uma má ação e “Chico Luiz” tomasse conhecimento, dizia: “pode deixar”. Então, preparava um banquete e convidava essa pessoa para jantar em sua casa, na “Fazenda Carrapatos”. Durante o jantar conversava sobre muitos assuntos e chegava ao que lhe interessava, sem que o convivas percebesse. Se ficasse convencido de que não havia motivo sério para incriminá-la, essa pessoa ia embora de sua casa sem nenhum problema; mas, se descobrisse a má índole de tal pessoa, ela estava ferrada: quando estivesse transpondo a porteira da fazenda, Chico Luiz gritava de lá: “tira o couro”. Então, o Tibúrcio, cabra de confiança, executava a ordem na base da carabina. Esta história ainda está viva na memória de algumas pessoas (trinetos de Chico Luiz). Outra história: Um certo indivíduo, nos idos de 1830, pouco mais ou menos, vindo para a Serra-ES, tinha o topete de se postar à entrada da Igreja Nossa Senhora da Conceição e queria cumprimentar todas as famílias que chegassem à igreja. Como regra de conduta era de costume o cavalheiro aguardar a manifestação do cumprimento, se ele fosse mais novo, principalmente estranho. Pois, isso estava incomodando as famílias consideravelmente, porque todos os domingos acontecia a mesma coisa. Então, Chico Luiz soube e pôs fim àquele atrevimento. Certo domingo preparou a família e, segundo a etiqueta (traje masculino), além da cartola e o fraque, uma bengala era inseparável. Chegando à igreja, sua família fora logo recebida pelo importuno. Aí a bengala comeu solta. Nunca mais esse indivíduo atreveu-se a cumprimentar alguém desconhecido, principalmente mulher. A notícia correu por toda redondeza. A minha avó materna Selvina Maria Castello que também era bisneta de Chico Luiz, já em 1968, quando eu estava cursando o segundo ano ginasial e me preparava para integrar à banda de música Estrela dos Artistas, solfejava um trombone na sala, de repente chega a minha avó: “que bom, aprendendo música para tocar na festa de São Benedito”! Diga-se de passagem, essa foi a última vez que tomei benção a minha única avó que conheci. Pois, faleceu no ano seguinte, estava morando em Vitória na casa de sua filha Maria da Penha Ferreira Nascimento. Nisso, conversa vai, conversa vem, o meu pai, não sei por qual motivo, começou a falar de Chico Luiz, também, seu bisavô. A minha avó, sem comentar relação de parentesco interpelou: “Chico Luiz era um homem muito mau, certa vez ele mandou o Tiburcio matar um padre. O padre estava trabalhando na horta no lugar denominado Caiada e vez por outra enxugava o suor que lhe escorria pela fronte, exclamando: ‘Valei-me meu Senhor Jesus Cristo’. Chegando lá de tocaia, o Tiburcio empunhou a carabina mirando no padre. Nisso, observou que no lugar do padre aparecia Jesus Cristo. Baixou a Carabina, olhou, era o padre que estava lá; preparou de novo a pontaria e, novamente, aparece Jesus Cristo; arriou a carabina de novo. Pela terceira vez, a mesma coisa. Ai não teve jeito, desistiu da empreitada e foi-se embora; o padre ficou são e salvo sem saber o que lhe acontecia ao redor”. Nesses idos de tempos quem atuava na freguesia era o padre Manoel d’Assumpção Pereira ou o Padre Miguel Antunes de Brito. CURIOSIDADE
Ouvindo muito esses comentários no seio da família, principalmente meu pai e minha mãe tinham uma comunicação incansável e isso nos despertou muito para o estudo e a pesquisa. Em 1995, começamos a procurar investigar os fundamentos dessas histórias. A primeira investigação foi pedir uma busca nos inventários antigos existentes no Cartório Maria Amado. Apareceu o inventário do capitão Manoel Cardozo Castello. Que alegria! Em seguida aparece o inventário de Francisco Luiz de Azeredo Nascimento; outro achado importante. Mas, esse era o avô paterno de meu pai. Ora, Chico Luiz era bisavô. Então partimos para o Arquivo Público Estadual e lá encontramos as pastas contendo o rol dos eleitores antigos da Vila ou Cidade da Serra. A primeira a ser consultada foi a pasta de 1880. Lá encontramos o eleitor Manoel Francisco Feu Araujo, cujo pai era Francisco Luiz de Araujo. Chegamos ao início do fio da meada. Pois, já conhecia o nosso trisavô materno, Manoel Francisco Feu Araujo, pela certidão de nascimento de minha avó Selvina. Então, esse era o famoso “Chico Luiz”! Estava, assim, revelada uma parte da história. Nessa mesma pasta de nomes de eleitores encontramos outros filhos de Chico Luiz. Em seguida, procuramos a Cúria Metropolitana em Vitória onde se encontram os livros de registros de batismos, casamentos e óbitos, pois antes da instituição do Registro Civil a Igreja Católica era encarregada de fazer esses assentos, inclusive os assentos de registros de propriedades. Lá encontramos uma fonte de informações que jamais imaginávamos, haja vista que os livros da Freguesia Nossa Senhora da Conceição da Serra estão todos sob custódia da referida cúria.
No anseio de ampliar mais o leque do conhecimento da genealogia da família serrana, e, principalmente da minha família, recorremos ao arquivo do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, através de requerimento encaminhado a esse egrégio sodalício, fomos autorizados a proceder pesquisas em inventários antigos, dentre os quais encontramos processos que revelaram de forma cabal, muita coisa que ainda tínhamos dúvidas. Esta história baseia-se no inventário da mãe de Chico Luiz – ano de 1813.
ASCENDENTES
Francisco Luiz de Araujo, foi o primeiro filho de Luiz da Fraga Loureiro e Thereza Maria de Jesus e ao mesmo tempo neto materno de Pedro de Araujo Lima e Inez do Couto. Esse Luiz da fraga Loureiro, um dos antigos, era contemporâneo de outro Luiz da Fraga Loureiro casado com Catharina Pereira, ambos, provavelmente, teriam nascido, pouco mais ou menos em 1750. Sobretudo, esses eram meus tetra avós paterno e penta avós maternos, uma verdadeira miscelânea.
No entanto, “Chico Luiz” foi o nome mais focado durante esse longo tempo. Faleceu com 70 anos, em 19 de março de 1850, ainda na vigência do segundo matrimônio com Rosa Maria da Conceição, sendo que sua primeira esposa chamava-se Maria Pereira das Neves, da qual sou descendente. O mais importante mesmo é lembrar que Chico Luiz era um homem de “pulso forte”. A fama ficou viva na memória do povo uns cem anos depois da sua morte. Em 1948, quando um trineto seu cometeu um patricídio , as pessoas mais antigas comentavam às escondidas: “também pudera, ele é da raça de ‘Chico Luiz’!” Chico Luiz era o dono da Fazenda Carrapatos. Essa fazenda fazia parte do quarteirão do caminho de Jacaraípe – lista de eleitores de 1847 – cujos proprietários de terras eram liderados por ele, inclusive seu sobrinho Antonio das Neves Teixeira Pinto, delegado atuante na Vila da Serra, que atuou nos embates e capturas dos escravos fugitivos e, também, presidiu a cerimônia de enforcamento do escravo “Chico Prego”, no episódio “Insurreição do Queimado”.
Contudo, a antiga denominação do atual Bairro São Domingos –Serra/Sede - até 1965 era “Canudos”. Isso se deve ao episódio desencadeado no sul da Bahia em 1896, pelo fanático Antoninho Conselheiro – a guerra do arraial de Canudos. Nesse tempo o temor ainda estava vivo na memória do povo serrano, que não tardou em associar os fatos em razão dos mandos e desmandos aqui praticados pelo grupo liderado por Chico Luiz, e com isso apelidar o “Caminho de Jacaraípe” por “Canudos”. Por ironia do destino, um descendente de Chico Luiz, nas imediações de 1965, movimentou o bairro com abertura de uma rua, causando uma grande celeuma. Nesse ínterim, desenrolava-se na América Central – República de São Domingos – uma guerra ferrenha. O povo Serrano, como sempre, espirituoso, devido às incursões de polícia, fiscal da prefeitura; ora tentando impedir a abertura da rua, ora fechando o que já havia sido aberto, começava a gracejar: “Oh, não vai para São Domingos, não, lá está pegando fogo!”. Essa brincadeira era constante e em todos os pontos da cidade. Dessa forma o apelido pegou e hoje ninguém sabe mais o que significa esse topônimo – “Canudos”- aqui na Serra. COLATERAIS E DESCENDENTES DE FRANCISCO LUIZ DE ARAUJO (“CHICO LUIZ”)
CLATERAIS - Os irmãos de Chico Luiz eram por ordem de nascimento: 1) Luiz da Rosa Loureiro casado com Rosa Pinto de Viterbo. Este foi o primeiro vereador e presidente da primeira câmara municipal da Vila da Serra, formada em 19/08/1833. Era, também, avô do grande jurista Afonso Claudio de Freitas Rosa e bisavô do monsenhor Luiz Claudio de Freitas Rosa. Era, ainda, trisavô de Alarico Cláudio de Freitas Rosa, autor da tradicional música do Serra Futebol Clube: “A Turma Madeira do Serra” e também da “Valsa Jacaraípe”; 2) Manoel Francisco Feu casado com Thereza Maria de Jesus; 3) Thereza Maria de Jesus casada com João Francisco Pinto e 5) Catharina Ribeiro casada com Manoel Ribeiro de Lyrio. FILHOS DE FRANCISCO LUIZ DE ARAUJO COM Dª MARIA PEREIRA DAS NEVES: 1) José de Andrade Neves Araujo, nascido em 1809, casado em primeiras núpcias, com Luiza Maria da Conceição e em segundas com Constança das Neves Carreira; 2) Manoel Francisco Feu Araujo, nascido em 1812, casado em primeiras núpcias com Maria Pinto Loureiro e em segundas com Victória Maria de Jesus: 3) Thereza Maria de Jesus casada com João Ferreira da Fraga; 4) Maria Pereira das Neves casada com Luiz Barbosa Leão; 5) Luiz da Fraga Loureiro Araujo casado com Claudina de Santa Maria Magdalena; 6) Francisco Luiz de Araujo Jr. casado com ? Com a segunda mulher (Rosa Maria da Conceição) Chico Luiz só teve uma filha: 7) Anna Maria da Conceição que casou com João Ferreira do Nascimento. NETOS (por estirpe): (1) a) Anna Maria da Conceição, casada com José Pereira de Aguiar; b) Anna das Neves Araujo, casada com Francisco Luiz do Nascimento; c) Maria das Neves Araujo Norbim, casada com Rogério dos Reis Norbim; (2): a) Manoel Francisco Feu de Araujo Jr; b) Joaquim Frco. Feu Araujo; c) João Frco. Feu Araujo casado com Amélia de Alvarenga Simões de Araujo; d) José Frco. Feu Araujo casado com Anna da Penha Feu; e) Victoria Maria de Jesus casada com Manoel da Rocha Pimentel; f) Anna Maria de Araujo Machado casada com Sebastião Vieira Machado e g) Thereza Maria de Jesus casada com Manoel Cardoso Castello Jr; (3): - dentre muitos que não deixaram descendência ficou – a) Maria Pereira das Neves casada com Gustavo Pereira; b) Cândida Maria da Conceiçao casada (1ªs núpcias) com Luiz da Fraga Loureiro, (2ªs. núpcias) com Manoel Francisco do Nascimento; (4): não houve descendência; (5) ?; (6) ?; e, finalmente, (7): - ficou uma enorme descendência – a) Joaquim Luiz do Nascimento casado com Maria dos Santos Machado; b) Francisco Luiz do Nascimento casado (1ªs. núpcias) com Anna das Neves Araujo, (2ªs. núpcias) com Anna Catharina Ribeiro; c) João Ferreira do Nascimento casado com Anna Maria Pinto da Conceição; d) Maria Rosa do Nascimento casada com Aureliano Soares Feu. BISNETOS (por estirpe): (1) a) João Pereira de Aguiar casado com Cantídia Miranda da Conceição, estes são os pais de Otália Aguiar Pereira que foi casada com Theotônio de Adolpho; b) Affonso Simphronio do Nascimento casado com Olga Pereira (1ªs. n.), Esther da Conceição Nunes (2ªs. n.) e Ignacia Bittencourt Nascimento (3ªs. n.), Maria Rosa do Nascimento casada com João Clímaco do Nascimento; c) Heraclides de Araujo Norbim casado com Isaura Queiroz, José de Araujo Norbim casado com Alvina Miranda, Joaquim de Araujo Norbim (Arnaud) casado com Enedina Fraga, Gentil de Araujo Norbim casado com Euridice Barcellos Norbim, Lídia de Araujo Norbim casada com Ozias Bartholomeu Nunes e Constança de Araujo Norbim (Senhora Rogério) conviveu com Américo Miranda; (2): c) dentre nove filhos - Anna Simões de Araujo, Maria Simões de Araujo casada com Francisco Rodrigues da Fraga Loureiro (2ª núpcia); d)- dentre outros - Ayres da Fraga Araujo casado com Amália de Almeida Silva; e) dentre outros – Anna de Jesus Pimentel casada com Domício Coitinho Monjardim; f) Dentre outros - Ovídio de Araujo Machado casado com Hermenegilda Monjardim Machado e g) João Anízio de Araujo Castello casado Maria Ribeiro, Aldonça Wanzeller Castello casada com João Antídio Nunes Borges, Corciana Zinzer Amorim casada com Manoel Santos Amorim, Delfina Maria Castello Casada com Afonso Pereira da Silva Borges, Selvina Maria Castello casada (1ªs. núpcias) com João Ferreira Netto e (2ªs. núpcias) com Manoel Ribeiro da Rosa, Anna Machado Castello casada com Alvino Plácido da Silva Borges, Manoel Cardozo Castelo Netto casado com Felhinilla Ramalhete Batalha e Pedrolino Marçal Castello casado com Diva Augusto Pereira; (3): a) Lúcia Pereira de Barcellos casada com João Ribeiro Pinto de Barcllos; b) Rosa Maria de São José casada com Melchiades do Amaral Carreira Vizeu, Luiz da fraga Loureiro casado com Adelaide Borges de Barcellos, Alice da Conceição Ferreira casada com João Ferreira Filho (filhos do 1º matrimônio); Aldano Fraga Nascimento casado com Maria Miguel do Nascimento, Nicácio Fraga Borges casado com Elvira do Nascimento Neves e Barnabé do Nascimento Neves casado com Julite Castello Nascimento (filhos do segundo casamento); (7): a) João Rosa Machado casado com Ignacia Queiroz, Geraldina Nascimento Ramos casada com Antônio Rodrigues Ramos, Teonila Nascimento Letltzer casada com Agapito Luiz de Letltzer, Lidina Nascimento Pimentel casada com Antonio Francisco Pimentel, Odilon Cypriano do Nascimento casado com Mariana Marques Nascimento e Alvim Nascimento casou com Judith; b) Affonso Simphronio do Nascimento, Maria Rosa do Nascimento, Ignacia Queiroz casada com João Rosa Machado, Benedita Nascimento Costa casada com Francisco Lopes Costas (Xixico), Luiza Ferreira da Conceição casada Francisco Nascimento Neves; c) Abdon Nascimento casado com Maria Souza Costa e, finalmente, José Soares do Nascimento casado com Adir Loureiro do Nascimento. VALSA JACARAÍPE (por Alarico Cláudio de Freitas Rosa - sobrinho trineto de Francisco Luiz de Araujo)
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