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Eu, vocês e todas as faixas.
Sempre gostei muito de filmes, mas gostava ainda mais das trilhas sonoras. É incrível como a música consegue reunir as nossas emoções e fazer com que outra pessoa também consiga sentir, foi talvez graças a esse vício constante de expressar o que eu não conseguia dizer com palavras, que eu criei as playlists.
Você pode achar engraçado, assustador ou fofo, mas eu sempre dediquei listas de músicas as pessoas, mesmo elas não tendo a mínima ideia disso.
Em 2010 eram os cd's, mensalmente eu ia até uma loja do outro lado da rua em que estudava para comprar alguns cds virgens, passava horas e horas baixando músicas e gravando nos pequenos círculos, para no final escrever com um marca texto permanente algum título ou frase junto da data. Demi Lovato e Miley Cyrus marcavam o início de uma longa e deliciosa jornada.
Em 2013 havia um pen-drive, 4gb, lilás e alguns pastas dentro dele, mais uma vez com músicas e datas para pessoas especiais. "L.V, setembro", "A.B novembro", "N.L toda a vida". E não, não eram sobre garotos, ou garotas que estava apaixonada, eram sobre sentimentos que não sabia lidar: ódio, curiosidade, admiração, saudade... Pitty estava no repeat e Me adora era a trilha sonora daquela fase da vida.
Mas nunca eram sobre paixões, não conseguiria associar minhas bandas favoritas a alguém e depois não conseguir mais escutar qualquer música. A gente tem de ter cuidado com quem dedica uma canção.
Chegou 2015 e com ele o Spotify, não precisava mais baixar e renomear as músicas, elas simplesmente estavam lá. Minha banda favorita era Los Hermanos, a adolescência era doce e tranquila, foi quando cometi o erro que jurei nunca cometer, dediquei uma canção para uma paixão. Se eu pudesse voltar atrás, talvez hoje ainda fosse minha banda favorita. Enquanto ele passava por mim fingindo que nada daquilo aconteceu, Sentimental tocava repetida e dolorosamente.
Levou 5 anos para que eu deixasse de odiar, a música, ele eu nunca consegui odiar.
2019 e um turbilhão tomou conta do meu coração musical, a trilha sonora de Life Is Strange embalava as tardes de gameplay e confidências silenciosas entre eu e finalmente, o amor. Não um amor, mas O amor. As playlists ainda continuam, no Spotify, Youtube e na memória, várias pessoas e nossas histórias estão eternizadas nelas. Eu não preciso mais dar repeat ou salvar uma música pra mostrar o quão ele é especial, cada vez que vejo os doces olhos fechados em um sono tranquilo ao meu lado, Edward Sharpe sussura dentro de mim "Home is wherever I'm with you".
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Metas para 2022, desejos reciclados e frustrações
Faltam apenas 4 dias para 2021 acabar e mais uma vez eu deixei de cumprir metas recicladas desde 2013. Que sina! O engraçado das metas de ano-novo é que elas nunca são novas de fato, sempre fica um resquício de um desejo sólido que acabou passando batido (talvez por não ser tão sólido quanto imaginamos) ou um pequeno peso na consciência por ter deixado de lado uma promessa (que lá no fundo não queríamos cumprir).
As metas e os desejos aparecem de tantas formas diferentes, to-do lists, mapa dos sonhos, quadros de visualizações e diversas outras que juramos funcionar. A necessidade da lembrança constante de que temos uma meta para cumprir passa a falsa ideia de segurança, quando na verdade estamos nos forçando a algo que deveria ser orgânico.
Você não é uma empresa. Está tudo bem falhar. Alcançar mais ou menos objetivos que outra pessoa não deveria fazer diferença na sua vida, todos estamos preocupados com nossas próprias questões, nossos sonhos devem ser apenas nossos, e não instrumentos de comparação.
É claro que eu possuo planos, sonhos, objetivos para esse ano que está por vir, mas desta vez, só desta vez, não vou tornar nenhum deles obrigatório. Parece um papo muito goodvibes, mas é real, nada que temos como obrigação é prazeroso de ser cumprido. É apenas mais um degrau para a construção da frustração aparece no fim, afinal, um ano é pouquíssimo tempo para realizarmos todos os nossos planos.
Então, minha principal meta para 2022 vai ser: Não bater metas.
Simples, não é? Quero realizar meus sonhos e descobrir novos que não fazia ideia da existência, quero celebrar cada mínima conquista sem contabilizar tempo ou me culpar por não ter batido aquela lá, que venho adiando há anos. Será um ano de entrega e liberdade, sem formalidades ou pressões. Declaro, a partir de hoje, as metas em aberto!
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