Loucuras, pensamentos, meditações, desabafos e uns palavrões que passam na minha cabeça.
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Recebi vários feliz dia das mulheres: obrigado.
Obrigado homens e mulheres que, fuçam nas minhas redes sociais para criticar minha vida.
Obrigado para você homem, branco, cis que não respeita uma mulher no ambiente de trabalho, que manda msg no privado fazendo ameaças e coação moral.
Obrigado para vocês que dizem que não temos perfil de mãe, de mulher séria pq bebemos, pq nos divertimos, pq não usamos roupas que escondam nosso corpo e marcas.
Obrigado queridos, por falar: mora sozinha, não tem namorado, deve ser insuportável. Sim, sou insuportavelmente independente ao ponto disso gritar na sua cabeça.
Obrigada mulheres, pela falta de sororidade e pela competição sem sentido.
Obrigado a todos vocês que nos chamam de feia, gorda, velha, vagabunda, encalhada, não serve pra ser mãe, mulher no volante perigo constante, burra, emocionalmente instável, profissionalmente incompetente.
Sem vocês eu não me esforçaria tanto para esfregar que sou tudo isso e tudo mais que eu quiser ser.
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Essa semana eu entraria no último mês de gestação.
Eu com certeza estaria com uma barriga enorme, daquelas que o imbigo fica pra fora.
Com pés e nariz inchados e me sentindo a mulher mais linda do mundo.
Eu estaria preparando as lembrancinhas, fotos, roupinhas, toda suja de glitter por causa do carnaval e esperando tudo com o maior amor do mundo para sua chegada. No dia que vc nascesse eu teria você no meu colo e com um respirada profunda sentiria seu cheirinho.
Vc estava programada para chegar até dia 15/03, pisciana! Assim como seu pai, assim como meu aniversário de casamento.
Eu imagino você todos os dias, bem gordinha e cheia de dobras, uma perfeita bonequinha Michelin. Com o cabelo preto e olhos de jabuticaba. Será que vc chuparia dedo?
Vc ia se parecer mais comigo ou com seu pai?
Será que seus irmãos iam gostar de vc?
Hoje me deparei olhando o escritório, cheio de livros e vinhos roses. Mas por trás desse monte de vinhos eu consigo ver seu berço e a mala pronta para o hospital.
Eu ainda acompanho sua evolução no App. Minha maior felicidade foi ver (em 3D) seu dedinhos e mãozinha, pezinhos e rostinho, sabendo que só vou ver por ali.
Estou num mixed feeling esse último mês, pq as últimas ligações com vc, se acabarão.
Quando uma mulher perde um bebê todo mês é despedida. E quando, o dia que vc ia nascer, vai chegando parece que o coração fica pequeno, a frustração aumenta. Eu daria a minha vida em troca da sua, meus vinhos e livros em troca de um berço, a luta contra tristeza aumenta, mesmo sabendo que o parto não vai acontecer, voce fica esperançosa, nostálgica.
E nesse último mês, só me resta agradecer por vc ter sido minha filha, agradecer o acolhimento dos amigos e familiares.
Nosso dia não chegou ainda, mas eu sei que ele vai chegar… e eu terei minha pequena estrela no colo.
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Carta para minha filha, Amélia.
Oi filha, essa semana foi a pior semana da minha vida. Tive que contar para amigos e familiares que você tinha virado estrelinha. Para a maioria eu mandava um texto igual, para outos eu não falava nada esperava que a vida contasse de forma orgânica, mas para alguns foi bem difícil. A Tia Fabi disse que estaria comigo no dia em que vc nasceria, quando contei pra ela, ela me mandou uma msg que mamãe não conseguia responder sem chorar. E foram tantas e tantas mensagens de apoio que mamãe se sentiu amada e conseguiu ter uma noção, mesmo vc vivendo só por um mês, o quanto amor e carinho vc receberia.
Essa semana mamãe chorou mto, ter que se desfazer de todos aqueles planos é mto doloroso. A mamãe é ótima em mentir que está bem, uso sempre uma piadinha para mudar de assunto, mas na verdade filha, a mamãe está muito triste ainda. É uma dor no peito, seguido de falta de ar, um no forte na garganta e lágrimas que caem sem eu conseguir controlar direito.
Quando eu fiz o procedimento para que vc pudesse virar estrelinha, eu me senti tão triste, entrar na pro matre e ver todas a flores e enfeites de portas, ouvir choro de bebê, ver a cara de pena das pessoas, dói! Vem aquele sentimento de incapacidade materna bater no peito de novo.
Indo para o centro cirúrgico agradeci ao universo por ser escolhida para uma jornada tão curta mas tão cheia de carinho e acolhimento ( em alguns momentos vinham sentimentos de raiva e vontade de chutar as plantas e flores que estavam nas portas, mas estava numa cadeira de rodas).
Quando me deitei na cama da cirurgia (sim, com o avental de bundinha de fora) eu estava muito mais forte do que quando descobri que você estava no forninho. Então fechei meus olhos: disse bem baixinho: obrigada Amélia. Mamãe sempre vai te amar e apaguei. Dps de tantos dias sem dormir direito nada como o efeito de uma boa droga pra dormir. Acordei com alguém me chamando e eu respondendo de uma forma enrolada e toda babada! Deu tudo certo e a Nasa pode procurar que tem mais uma estrela cadente no céu!
Passei mais algumas horas no hospital e viemos para casa.
Viemos, seu pai e eu. Seu pai me acompanhou em todos os momentos, felizes, tristes e aqueles de chorar de vomitar. Vc seria uma menina mto feliz com o pai que o universo tinha te dado. Tenho mta certeza disso.
E agora eu estou escrevendo essa última carta para você. Pra tentar deixar eternizado esses momentos de aprendizado e evolução e materializar meu maior amor do mundo.
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Meu amor maior do mundo - 1 mês!
Era o dia de ouvir seu coração batendo.
Era dia de alegria e comemoração.
Papai veio buscar a mamãe bem cedo, antes do combinado.
Chegamos no hospital para nosso segundo ultrazoom, eu tinha feito uma pastinha para vc com todos seus documentos, que eu lia e relia todos os dias.
Passamos pelo saguão do hospital cheio de mães, com malas e expectativas dum futuro feliz! E eu pensei : um dia serei eu, com mala, seu pai e a vovó.
A médica estava atrasada, só para deixar a mamãe mais ansiosa.
Entramos naquela sala gelada, mostramos os exames anteriores e a enfermeira deu aquele avental preparatório do exame que deixa a bundinha de fora.
Começa aquele exame indelicado, a médica vira daqui, vira dali e começa a te medir: 3cm. Notei uma cara de ué na médica, mede de novo e de novo e de novo. E não saímos dos 3 cm. Naquela hora eu comecei a entender que tinha uma coisa errada. A Dra com a voz trêmula fala bem baixinho: não tenho boas notícias, nesse exato momento, eu entendi pq ela estava te medindo tanto.
-Gabriella, o embrião não evoluiu desde a última ultrassom, a caixa cardíaca… e eu já não ouvia mais nada eu só queria acordar daquele pesadelo horrível, mas nesse momento eu senti uma mão quente no meu ombro, pensei: obrigada Deus, chegou minha hora, estou pronta para ir para o reino dos escolhidos! Mas era seu pai, nitidamente atordoado, olhando pra mim e perguntando se eu tava bem, acenei que sim com a cabeça, mas na real eu não tava nada bem.
Eu fui mãe por 1 mês, por um mês eu amei vc com a maior força que alguém pode amar alguém, eu fiz planos, eu achei que teria alguém gritando manheeeee pro resto da minha vida e num período de 15 mins eu tava segurando as lágrimas pq eu precisava passar forças para seu pai, obviamente abalado e desnorteado.
Acabamos o exame, e a Pro Matre me deu todo o suporte que eu precisei. Lembra aquele saguão do hospital cheio de mães esperando para ver a primeira vez o rosto do seu filho? Sim, tive que passar por ele novamente, segurando meu atestado de incapacidade materna, um pedido de coletagem, que foi agendado para daqui uma semana. Como eu me sinto as vezes? Um cemitério de embrião.
Mais uma vez aquele sentimento de incapacidade, de não conseguir, de não ser capaz, parado bem no meio da minha garganta. As lágrimas já rolavam meus olhos, molhando a máscara, a roupa, seus documentos…
O seu pai nessa hora não sabia nem quem era. A enfermeira nos passava a instrução e nitidamente seu pai não estava ali para entender. Eu não sei o que se passava pela cabeça dele, mas eu sabia que ele não estava bem.
Nisso sua avó me ligando e eu não sabia como contar a ela: a real é que eu não tinha forças mais. Eu não conseguiria, então o papai fez o trabalho sujo.
Eu até agora não entendi o que aconteceu. 1 mês e tudo mudou. E em menos de 1 horas tudo tinha mudado de novo.
Eu chorei muito, aquela choros que eu tenho de faltar ar e vomitar. Chorei até não ter mais o que chorar. Escondi todas as coisas que ganhei e comprei pra vc num armário, nesse momento lembrei de um livro que tinha comprado pra vc, que falava sobre o luto. Eu nunca tinha lido e naquele instante li para vc e para mim tb. Chorei de novo, chorei mais um pouco, chorei até cair no chão. Chorei até os olhos arderem. Chorei. Chorei e chorei.
Depois de 10 anos! 10 caralhos de anos tentando porque isso aconteceu comigo?
Faz dois anos que eu só perco. Eu tive que ligar que para seu avô para avisar que a bisa tinha morrido e agora eu tinha avisar todo mundo que eu tinha morrido. Que o maior sonho da minha vida tinha morrido. Que os meus planos tinham morrido, ali numa sala de ultrassom gelada.
E eu queria muito acabar essa carta com uma mensagem linda, de superação, falando que agora vc vai virar estrelinha e brilhar lá no céu mas EU NÃO CONSIGO! Simplesmente não dá! Não cabe aqui.
E eu não desejo a nenhuma mãe a dor de não ver o rosto do seu filho a primeira vez. Eu não desejo a nenhuma mãe não sentir o cheirinho do filho. Eu não desejo a nenhuma mãe ter que jogar todos os sonhos dentro de um armário.
E hoje filha, a única coisa que eu queria de verdade é estar com vc. Onde quer que vc esteja.
Te Amo muito.
Sua mãe de 1 mês.
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Amigo estou aqui! - 4 semanas
Oi filha, mamãe de novo, melhor se acostumar.
Lembra que te falei sobre família ser igual a amigo secreto que não dá pra escolher, então o editor da vida deu uma opção para a gente escolher as pessoas que amamos e trazer para nossas vidas, chamamos eles de amigos.
Quando eu descobri que estava grávida de vc, eu não sabia o que fazer, fiquei sentada na privada com aquele teste na mão por alguns minutos (ou horas, não sei dizer até hj), se eu contasse para sua avó ela não ia acreditar e capaz de ter um infarto. Então nesse momento que eu não sabia o que eu faria, eu pensei: quem pode me acolher, me dar conforto e ser leal ao meu segredo: sim, foi a tia Bruna.
Ela me recebeu na casa dela, junto com o tio Cesinha e com o Seu Oswaldo. Ela cuidou de mim naquele dia que eu precisei tanto, o nome disse é conforto! E eu espero que vc sempre tenha muitas pessoas para te confortar.
Alguns dias depois eu me senti a pessoa mais sozinha do mundo, parecia que era só eu e vc contra o mundo. Ninguém entendia aquele momento nosso e como eu estava tão feliz mas ao mesmo tempo eu estava tão desamparada. Daí lembrei da tia Renata, que tinha acabado de dar a luz a Nina. Conversamos muito e ela me acolheu. Me ouviu e me fez sentir menos sozinha. Ela compartilhou como a sua vida de mãe estava sendo de duros aprendizados, mas que não trocava isso por nada! O nome disso é empatia e eu espero que sua vida cheia de gente empática, incluindo vc!
Quando eu queria conversar sem ser julgada, dar umas risadas e se sentir em paz com meus pensamentos eu mandava msg para as Pres!
A gente ria, falava mal dos políticos, falava de signos, mandava meme uma pra outra, e elas faziam uma coisa que a mãe delas fazia com maestria: elas me acolhiam. Faziam eu me sentir bem e mais calma! Ter Madrinhas, Simones e Ericas na sua vida é essencial, mas seja um pouco delas para os outros tb!
E nesse período da gravidez a mamãe pode notar que ela tem vários amigos, uns não entendem a gestação mas entendem a minha felicidade.
Uns me fazem rir quando eu quero chorar.
E outros são meus conselheiros e meu Porto Seguro, não importa o que aconteça eu sei que eles estarão lá com uma dose de busca vida e ótimas risadas.
Alguns amigos tinham certeza que vc era filha deles! Falam sobre como seria seu quarto, não gostavam do seu nome, me ligavam todos os dias e se preocupavam genuinamente com a gente. Esse amigos são aqueles que vc pode contar para o que der e vier, não importa a distância e nem o tempo.
Se você me perguntar hoje qual a minha melhor amiga: a minha mãe!
É pra ela que eu corro quando o baguio fica louco! E ela que briga comigo e eu com ela.
É ela que me conhece até do avesso!
Eu queria muito que vc soubesse: Eu sempre serei sua amiga.
Sempre vou querer o seu bem e sua felicidade, sempre estarei por perto.
Te darei dicas de looks e maquiagens e puxarei sua orelha em caso de cagadas tá! Afinal, amigas são para isso tb!
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Família ê! Família ah! Familiaaaaa - 3 semanas
Filha! Hoje vou te falar sobre o que é família.
Família é que nem presente de amigo secreto, você não escolhe. Se tiver sorte vai ter uma família bacana, se tiver azar vai ter uma família com a qual vc não se identifica ( nenhuma família é ruim!) e se vc tiver muita sorte a família pode vir com etiqueta pra vc trocar depois.
A família da mamãe é muito pequena, a vovó mede 1,47! Brincadeira. Hehehehe
A vovó não tem irmãos e a batchan (a pessoa que tem o nome igual o seu!) e o ditchan vieram de muito longe, mas primo e prima a vovó tem de monte, quando eu era criança eu chamava todos de tio e tia pq nunca sabia o nome deles (e vc vai notar que além dos nomes estranhos eles colocam uns apelidos, tipo tia gorda, tio sorveteiro, tia de pinheiros 🤷🏻♀️)
A família do papai também é bem pequena mas ele tinha uma irmã: a Madrinha, o papai também tinha um irmão: o Roberto que virou estrelinha logo que nasceu.
A madrinha me deu três primos: o Kleber, a Simone e a Erica. E uma das minha maiores alegrias era passar as férias e o natal com eles. Eles são como irmãos mais velhos só que nasceram de outro útero.
Infelizmente vc não vai conhecer: a Batian, o Ditchan, a Vó Jô ( mas foi quase, a bisa virou estrelinha com quase 100 anos!), o bele e a madrinha. Essas pessoas foram muito importantes para a mamãe. Se eu sinto falta? todos os dias, mas as lembranças boas superam qualquer sentimento de perda.
Daí agora vamos falar do tio Guilherme e da tia Jessyca! O tio Guilherme é irmão da mamãe e apesar de todo mundo falar que ele é a minha cara ele nega! #Recalque.
O tio Gui e a Mamãe brincávamos muito quando éramos criança. Fazíamos barraquinhas de lençol e muros de colchão ( a mamãe inclusive era reconhecida pela família pelas habilidades de engenharia civil!) a gente se divertiu muito quando era criança! As festas de aniversário eram ótimas! Tinha uma parte da festa que o vovó estourava um bixigona de balas e doces e tudo caia em cima da gente! Ahhhh glicose controlada é vida!
Daí filha nessa parte a mamãe quer ter um papo reto! A mamãe não consegue controlar o futuro e então a mamãe não sabe se vai conseguir te dar um irmão. Se a mamãe conseguir a gente tem que fazer um acordo tá: vc não pode falar que seu irmão foi trocado por qlqr coisa! Não é bacana falar isso. Precisamos ser empática com nossos irmãos.
E agora vamos falar da nossa família. A nossa família é um pouco diferente das famílias que te falei. Somos nós duas e seremos nós duas pra sempre ( ou por um longooo tempo) Algumas pessoas poderão te falar que sua família não é tradicional ou não é normal e eu sei que vc vai ficar chateada as vezes. Não vão entender muito bem pq vc tem um meio irmão ou pq papai e mamãe não tem o mesmo CEP.
Mas quando a mamãe decidiu ter esse família ela só pensou que essas construções não são sentimentos, são padrões ( mamãe não falou que é errado, mas quer dizer que não cabe a ela), faz algum tempo que descobri que família tem a ver com sentimentos, como por exemplo: o amor, o tio Kleber é casado com o tio Victor e não importa o que os outros falem eu vejo muito amor ali.
Uma família tem a ver com parceria, você sabia que a Tia Simone não tem filhos? Mas ela se preocupa com os filhos do tio Alixandre como se fossem dela.
Uma família tem a ver com acolhimento e segurança, todas as vezes que a mamãe se sente sozinha ela liga para a vovó, só para ouvir a voz dela e saber que vai ficar tudo bem.
Uma família tem a ver com lembranças boas e todas as vezes que a mamãe queria ficar com o coração quentinho ela lembra da madrinha, da vó Jô, do bele, da Batian e do ditchan.
E por último uma família tem a ver com ser legal, ser divertido e ser estar junto pro que der e vier. Vc sabia que o tio Gui chama a tia Jessyca de Tia Dita?
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Ahhh pára! Vc tá me zoando. É sério isso? - 2 semanas
Filha! Deixa eu te contar uma coisa sobre a mamãe. O maior sonho dela nunca foi pisar na lua ou escrever um livro ou abrir um empresa. Meu maior sonho sempre foi: ser mãe.
E a mamãe tentou por anos e anos, fez a simpatia do chá de ervas, tomou remédios, fez centenas de exames e nada. Depois de 10 anos tentando a mamãe desistiu, desistir de um sonho é doído, sofrido, vem aquela sensação de fracasso, e quando eu desisti do meu sonho eu desisti de tudo. Nada mais fazia sentido! E papai e eu acabamos nos separando, cada um foi viver sua vida.
A mamãe viveu sozinha por um bom tempo até você chegar. E foi bom! Me ensinou muitas coisas sobre mim. Ser sozinha não é algo ruim, desde que você aprenda a gostar de sua própria cia.
Quando eu aprendi a gostar da minha cia, eu aprendi a delimitar limites, a não aceitar coisas que me faziam mal. Estava vivendo num pólo bem racional das relações, daí veio o editor da vida e colocou mais um risquinho no meu teste, talvez pra eu entender que viver num pólo só é desperdício de vida.
Eu queria contar para todo mundo! Que agora seríamos dois risquinhos e quando a mamãe contava para as pessoas que eu estava esperando por vc, ninguém acreditava. As vezes nem eu.
A melhor reação foi da vovó e do vovô. Eu comprei um body escrito: vovó e vovô preparem o colinho, pois estou a caminho. E entreguei para eles. A vovó leu em voz alta, seu vovô continuava a ler os livros da minha prateleira, e eles não falaram nada. Guardaram o body na sacola e continuaram a fazer o que estavam fazendo. Naquele momento fiquei preocupada: achei que seu vô estava surdo e sua vó dando sinais precoces de Alzheimer, daí tive que ser sútil, gritei: heyyy, vocês vão ser avós! Eu estou grávida! Isso foi tipo aquele tapinha que vc dava no orelhão pra ficha cair.
A maioria da reação das pessoas eram assim. E eu sinceramente, amava ver essas reações, pq toda vez que “caia a ficha” de alguém, a minha caia junto.
As vezes nem a mamãe acreditava, era bom demais pra ser verdade! Mas sim, era verdade e eu te vi no nosso primeiro ultrazoom!
Sabe esses dias tenho pensado muito numa frase que eu falava muito:
Sonho que se sonha sozinho é só um sonho, sonho que se sonha junto é realidade.
Aham, meu cu!
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Dois risquinhos
Oi Filha! Aqui é a mamãe, mas até de manhã eu não sabia que eu era mamãe.
Minha menstruação nunca foi regrada, nada na minha vida é, a menstruação não seria o alecrim dourado.
Fiz o exame como sempre faço, abre a caixinha faz xixi no potinho, na mão, na tampa da privada e pinga na roupa, no tapete, em tudo. Coloca a fitinha lá e um risquinho! Show, vida que segue. Claro que nesses 3 mins vc pensa no nome, no bercinho, no tema de cada mesversario até os 20 anos da criança, faz o mapa astral com a projeção da data e hora, enfim, cria expectativas ( um dia vou te explicar o que é isso tá, e como criá-las demais pode te fazer sofrer e como não criá-las pode te deixar na inércia!) até esse dia todos os meus testes tinham dado 1 risquinho, mas esse dia foi diferente, deram dois risquinhos. A reação da mamae foi mais ou menos assim: olha dois risquinhos! ( pensando que dois são um), olha dois risquinhos! ( dois é diferente de um né! Olha a caixa.) olha dois risquinhos ( sorrindo), olha dois risquinhos ( chorando), olha dois risquinhos ( pálpebras tremendo!)
Sentei na privada com o teste na mão e um monte de coisa passou pelo meu coração e pela minha cabeça.
Dois risquinhos e tudo vai mudar! E eu sempre quis tanto que tudo mudasse e agora vai mesmo!
Liguei para tia Bruna e ela fez a melhor coisa para quem acabou de ver dois risquinhos, ela me acolheu! Vc sabe bem melhor do que eu o que é útero de mãe e foi assim que eu me senti, acolhida que nem útero de mãe!
Apesar das dúvidas, medos, incertezas eu tinha ela ali, me filmando a cada minuto!
Nessa noite eu não dormi direito, os pensamentos iam longe e voltavam, dançavam valsa comigo, gritavam e ecoavam na minha cabeça. A única certeza que eu tinha, era que agora eu tenho mais um risquinho na minha vida, agora somos dois risquinhos!
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Sobre ser divorciada… ou DIVORZIATA!
Foram 10 anos, os melhores e os piores da minha vida. Foram viagens, festas em família, choro, briga, dormir agarradinho e dormir em quartos separados.
Foi uma decisão pensada e não sentida. É difícil você não sentir mais nada onde se tinha amor, amor mesmo, daqueles de jogar tudo pro alto, de ter um frio na espinha, mas nem sempre o amor fulminante é o amor da vida.
E eu queria falar sobre isso, falar sobre amor que se modifica com o passar dos anos, falar também do luto que te amadurece na dor.
Queria falar sobre a solidão que passa a ser seu companheiro diário. No começo você foge desesperadamente dele, mas depois de um tempo ele vira seu contatinho mais prazeroso.
Fez um ano desde o não, me lembro dos motivos do sim, apaguei da minha memória os motivos do não, dos inegociáveis. Falar sobre isso ainda dói mas sinto que não falar vai doer mais. Precisamos parar de gratiluz e colocar aquilo que não é positivo na mesa também!
Se divorciar é doloroso, ter uma pessoa lendo sua história a partir de um documento ( sim, a temida minuta do divórcio) sabe como é deprimente, da vontade de parar e falar: porra cara, coloca mais sentimento aí, foram 10 anos.
Tenho o maior carinho pelo meu ex, fomos felizes sim, por 10 anos. Evoluímos e decidimos seguir por lados opostos. Sem crises, sem ameaças. Acho que é isso, nosso amor amadureceu e saber que ele está bem me faz bem também. Sou muito grata a ele por tudo que conquistamos e por tudo que vou conquistar.
E se eu pudesse dar um conselho para a Gabi de 10 anos atrás seria: NUNCA PEGUE A PORRA DO SOBRENOME!
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Retiro
11/03 - Dia 1
Malas prontas, carro alinhado e tanque cheio (valeu Bolsonaro!), Waze no esquema.
Tudo certo! Menos eu.
Primeira viagem sozinha ( Gabriella querida, tu vai dirigir 3 horinhas, tu não vai pro Japão) é um sentimento de ansiedade, vontade de chorar no colo da minha mãe e dor de barriga.
Eu sempre estive acompanhada, desde criança, quando o Tio Antônio e a Tia Noemia iam buscar a gente em casa para levar na escola, inglês, natação. Foi o tio Antônio que me deixou na casa da minha Batian numa quinta-feira dps da natação e eu passei a tarde mais deliciosa com ela! Foi nossa despedida, no sábado ela nos deixou.
Viajar na infância era o programa preferido em família, meus pais sempre gostaram muito de viajar. Ahhh ir para o Nordeste era uma alegria, eu sempre fui da água e amava ficar no mar. Voltava para casa beeem moreninha e minha mãe vermelha 🤷🏻♀️
Sem contar as viagens na caminhonete ou no barco do padrinho e da madrinha, ali eu era rainha ( e filha única por alguns dias).
Depois vieram as viagens com os amigos, no começo mais low cost, leia-se pinga barata e alimentação duvidosa, com certeza as viagens mais emocionantes e aventureiras.
Obs: salve para a bandeira de Copacabana!
Aí vieram as viagens com o Marido, as viagens mais estressantes! 🤐
E hoje sou eu com eu mesma, no banco do passageiro: um maço de cigarro, minhas neuras e inseguranças (bem melhor isso do que o bigode falando a cada 3 mins como eu devo dirigir). No rádio a playlist da Bruna. E no coração um sentimento de solidão com liberdade.
Quando eu cheguei na porta do hotel eu tinha uma criança pulante dentro de mim, por fora, eu era uma mulher super acostumada a viajar sozinha, mais independente que eu só o dia 7 de setembro.
Fiz que nem cachorro, saí farejando tudo, fuçando tudo, observando tudo. Quando entrei no meu quarto, eu cantei Gilberto Gil: a paz, invadiu o meu coração… quarto mais acolhedor que útero de mãe. Uma rede na varanda, sem internet, barulho da cachoeira. Oh glória! Vou me mudar para cá!
Jantar vegetariano, eu, carnívora, fiquei meio sem entender o que seria um bolinho de tofu. Mas estamos de coração aberto, então provei um pouco de tudo e amei! Para finalizar um chá de rosas.
Depois do jantar fui aos meus aposentos me retirar ( olhaaaaa já to no clima!), eram 20:30 e eu estava cansada, querendo dormir e relaxar. Tomei meu banho, coloquei meu pijaminha e era hora da naninha!
E quem disse que essa fdp veio?
Vira para um lado, vira para o outro, pensa na vida, pensa na morte, pensa no que poderia ter sido, dança Ragatanga na cama, reflete sobre as escolhas que tenho feito, projeta a vida daqui 5 anos, se questiona sobre seus sentimentos, fuma uma cigarro, acende o outro na bituca desse, essa merda de lugar não tem internet, barulho de cachoeira me da vontade de fazer xixi, barulho de bichinhos chato para dois caralhos, lembra das suas avós e madrinha, chora, nariz escorre, o creme que passou no rosto entra no olho e arde.
23:30 e nada de dormir!
Acho que ficar tanto tempo fugindo do “quartinho escuro” transformaram ele numa grande mansão mal assombrada!
Como cantaria Toquinho: Noite longa…
12/03 - Dia 02
Bom dia meu povo!
06:06 da matina, o barulho da cachoeira e da chuva se misturam numa bela melodia para te dar mais preguiça. Vejo as atividades do dia na tabela (as malucas do Excel piram!) e leio meu livro na rede. Enfim, a tranquilidade de se estar só!
Estar só por mais 10 mins!
Sociável que sou, com 4 gêmeos no mapa astral fiz uma nova amizade: o Rafa! Palmeirense da mancha (gente boníssima) com uma sensibilidade fora do comum. Suas características mais marcantes: a coragem de entrar na cachoeira, a forma como ele expressa seus sentimentos através de desenhos pelo corpo e como ele atraia todos os animais do lugar.
Depois do café uma preguicinha, mas eu queria tanto ver a cachoeira que fui, contemplação sem banho e voltei!
Meio dia, banho de ofurô! Ahhh que delicia, mais um momento só meu. Quando eu entrei na sala eu tinha certeza que ia entrar um Princeso, flores vermelhas, velas. Pensei, poatz que lugar romântico para uma divorciada convicta! Mas o cenário romântico não durou 10 minutos, eu naquela água quente, quase virando canja a CAPRESE de tanto manjericão, encostei minha cabeça na borda do ofurô, bem em cima de um bowl com água gelada, meu cabelo ficou encharcado e quando eu levantei a cabeça os pingos de água escorriam pelo meu pescoço fazendo com que eu tivesse um leve choque térmico! Nada de muito romântico dura comigo 🤷🏻♀️
Almoço! E o bendito do tofu olhando pra mim. Nhé!
A tarde eu fiz uma aula de como fazer pães, mas não se empolguem eu continuo a não entender nada de culinária, a nutricionista ia falando e eu ia fazendo, mas peguei a receita impressa caso alguém se habilite ( Alô mãe!).
Depois dessa aventura na cozinha, fiz uma massagem chamada ponto de luz, com uma senhora de cabelos lilás, magrinha, um jeito de avó bondosa mas com uma energia, sabedoria e mãos mágicas. Só digo uma coisa: QUE DELICIA de pessoa, de massagem, de energia, sai da sala de massagem flutuando. Eu conseguia respirar de verdade, sentia toda energia circulando pelo meu corpo, uma experiência única! Mil sensações boas passando por mim.
Ao chegar na recepção fui dar uma olhada no painel com os profissionais da casa e achei o “cv” da Tina, logo no começo estava escrito uma frase que ficou comigo o resto da viagem, quiçá, para o resto da vida: seja a cura, não a procure fora de si mesmo. Fiquei pensando sobre isso por horas e pensarei sobre isso, quiçá, a vida toda.
Hoje no jantar tinha bolo de laranja com recheio de maracujá e calda de chocolate com morangos, fiz a obrigação em 5 mins (obrigação = comer salada) e devorei o bolo com um brigadeiro de amendoim e uma chazinho de maracujá! Glória!
Depois dessa orgia alimentícia fui para o meu quarto ler um pouco. Minha última noite aqui e me peguei pensando, será que eu cumpri meu objetivo?
Mas qual era o objetivo dessa viagem mesmo?
Eu achei que era provar para mim mesma que eu consigo viajar sozinha, mas na real meu objetivo era me encontrar, tentar responder a pergunta que a Marília ( minha terapeuta) faz e eu finjo demência: quem é a Gabriella sem a demanda do outro? Sem a demanda do trabalho? Sem a demanda da família? Qual é a demanda da Gabriella?
Então Marília, sinto te informar mas eu ainda não sei te responder. Eu não sei responder nem a pergunta: quem é a Gabriella?
Eu mudei tanto e continuo mudando, cada dia eu acordo querendo algo mais, algo diferente, algo que nunca tive. Cada dia eu acordo com uma desafio diferente, com uma vontade diferente, com uma nova visão de mim e dos que me cercam. ( Programem a gravidez de forma que seus filhos não sejam GEMINIANOS, eles sofrem, os que se relacionam com eles sofrem, todo mundo sofre. Assine o abaixo assinado para tirar o signo de gêmeos do zodíaco).
E hoje para encerrar tem um show de blues, mas eu to tão submersa no meu livro que minha demanda hoje será essa!
O show tem que continuar…
13/03 - Dia de dar tchau
Hoje eu faria mais um ano de casada, seriam bodas de açúcar.
O açúcar, assim como o amor, se usado de forma exagerada: enjoa, se esquecido: fica sem graça!
Mas qual a quantidade ideal de açúcar para o relacionamento dar certo?
Acho que na relação não temos receita, é tudo meio no olho. Fazer a orquestração dos ingredientes depende muito do feeling do casal.
Tem dia que falta açúcar, tem dia que você “taca” pimenta e vão ter dias que vc vai querer fazer jejum! E tá tudo bem!
Já vi pratos feios mas cheio de sabor e já vi casais lindos mas sem nenhum amor.
Então, pra mim, a questão é sentir!
Sentir o cheiro, o sabor de cada sentimento, as vezes comer quente e pq não comer com a mão?
Arrumar uma mesa linda e aí sim, se lambuzar 😉
Lembram do pão que eu fiz ontem?
Hoje na hora do café eu fui buscá-lo. Que orgulho, fiquei namorando aquele pão, pensei em vários jeitos de comê-lo, com geleia, com requeijão, com azeite…. Foram tantas formas mas a que eu mais gostei foi: com a minha família. ( Alô Guilherme e Jessyca vão comer meu pão e fingir que tá ótimo sim!).
Após o café fiz shiatsu com a Marlene, mulher morena bonita com mãos e palavras mágicas. O que era para ser uma massagem se tornou uma sessão de terapia. Em algum momento da nossa conversa ela me disse: Gabi, viva o agora! O passado não se muda e o futuro não pertence a nós. Esse tem sido meu lema de vida desde que minha avó se foi. A gente nunca sabe quando vai precisar ser forte, então seja todos os dias.
No final da nossa sessão, ela me perguntou pq meu ponto da emoção estava tão inflamado, disse que eu era pq eu vivia no Brasil, eu sempre tento desconversar assuntos que podem me machucar, ela riu e me respondeu: acolha sua dor, não fuja dela e nem de você.
Essa simples frase foi como um soco no estômago. Estou tentando digerir até agora.
Massagem: ok
Banho: ok
Check out: ok
Partiu Casa!
Na volta um chuva grossa deixava a volta mais melancólica. Quantas sensações, pensamentos e ideias passaram por mim nesses três dias.
Volto pra casa com um sentimento de dever cumprido, eu consegui! Os vidros do carro aberto, uma música alta no som, um cigarro na mão e o vento bagunçando meu cabelo, na minha cabeça ecoava: Eu sou livre para poder viajar e fazer o que eu quiser. Eu sou a Gabi!
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