Don't wanna be here? Send us removal request.
Photo

@blckdmnds-blog-blog @bazingamadelyn @caracteresepixels-blog @raquelbranco
Ray-Ban Sunglasses
0 notes
Photo

@blckdmnds-blog-blog @bazingamadelyn @caracteresepixels-blog @raquelbranco
Ray-Ban Sunglasses
0 notes
Photo

@blckdmnds-blog-blog @bazingamadelyn @caracteresepixels-blog @raquelbranco
Ray-Ban Sunglasses
0 notes
Link
When you see this message, you are lucky to have a famous glasses holiday promotion for as little as $24.99.
@veganfoody @veganfeelsgood @veganfoodtolove @aspoonfuloflissi @vegan-yums @guardians-of-the-food @woodeyes @loft @whatshouldieatforbreakfasttoday @placeofyourdreams @sonyaesman @tooweirdto-live-toorareto-die @myidealhome @homedecorobsession @inter1or-world @a-room-with-a-view @moviesincolor @paperlilie-blog @jornalismovaicomdeus @scottlava @benzank @sweethomestyle @pauleka @esdanielbarreto @thisincentive @famousworkspaces @raquelbranco @naocalvo-blog @marialouceiro @dinakelberman @annstreetstudio-blog @iwdrm @blckdmnds-blog-blog @maxwanger @vogue @comoeumesintoquando
0 notes
Text
Cinco Minutos
Naquela manhã em que a chuva se apresentava como um tedioso domingo, o silêncio foi quebrado por Joana.
-Por que você insiste em deixar o jornal espalhado pelo chão?
-Por que você insiste em me atormentar com isso? – Disse Bruno, ainda olhando para o caderno de ilustrações.
A mesa era pequena e obrigava os dois a ficarem perto um do outro, o que incomodava Joana profundamente, pois odiava a perna de Bruno roçando na sua logo pela manhã.
-Eu comecei a escrever minha tese.
-Aham – Bruno ainda olhava para o caderno de ilustrações.
-Decidi falar sobre a superproteção que os pais tem com os filhos atualmente.
-Você não tem experiência alguma com isso.
-Não preciso ter experiência para fazer uma pesquisa.
Joana parou por alguns instantes, observou Bruno e tomou uma decisão.
-E quero me separar também.
Bruno, finalmente, soltou o jornal.
-Você decidiu isso agora?
-Sim
-Decidiu em cinco minutos destruir dez anos?
-Decidi parar de lutar por algo que já nasceu destruído.
-É uma pena – Bruno voltou a ler o caderno de ilustrações.
Joana levantou, tirou o jornal da mão dele delicadamente.
-Vamos, aproveite que é sábado e vá fazer suas malas. Sua mãe ficará feliz em recebê-lo.
0 notes
Text
Pedido
Apresentação
Era final de outubro e Janaina teve a certeza de que o verão havia chegado. Dentro do ônibus apertado ela não se mexia e sofriacom o calor e a ingratidão que vinha de todos aqueles braços suados. Ela foi demitida naquela tarde e ia para o supletivo que não entendia porque ainda frequentava. Era uma garota de 25 anos, com uma inteligência mediana e pouco bonita. Era daquele tipo que não se destaca, sem muitos amigos e dona de um nome que nenhum dos professores davam conta de decorar.
Dividia apartamento com uma amiga que tinha graves problemas com relacionamentos, que insistia sempre no mesmo tipo de cara: violento e drogado. Janaina pouco se metia nessas histórias insanas, apenas limpava o sangue derramado e tentava abraçar todas aquelas lágrimas desperdiçadas.
Janaina era uma garota doce, mas havia se esquecido disso.
Telegrama
Naquela noite da demissão chegou em casa em estado de prostração. Sua amiga não estava e descobriu que a luz havia sido cortada. Pois é, além de tudo, a amiga não pagava as contas em dia. Ela sentou no sofá próximo a janela e as molas soltas a incomodaram até que se ajeitou entre os buracos feitos no tecido. Começava uma garoa fina e melancólica quando ela cogitou, pela primeira vez, ir embora sem rumo.
Na mesinha à frente, em meio a garrafas e bitucas de cigarro, tinha um punhado de correspondências o qual ela começou a ver com displicência, até que chegou ao telegrama enviado por seu irmão.
Jana,
Precisamos que você venha para casa o quanto antes. João está com uma diarreia sem fim e já não sabemos mais o que fazer.
Seu irmão.
Janaina não se mexeu por uns instantes, provavelmente João não resistiria. Criança naquela idade, com uma diarreia intermitente e morando naquele buraco, com certeza chegaria para o enterro. Ela já não chorava mais e via na morte uma liberação da vida desgraçada. Na verdade, estava se sentindo feliz por João e também uma pequena pitada de inveja.
Decidiu partir logo cedo, pretendia se despedir do pobre menino.
Viagem
O ônibus estava cheio de muambeiros, alguns levavam papagaios e camundongos, outros sacos de lixo cheio de roupas e sapatos, mas também haviam os que são mais conhecidos como “ninguém” que não levavam nada, a não ser a roupa suja do corpo e algumas feridas na mão.
Janaina teve a má sorte de sentar no corredor, ao lado de uma senhora que pesava aproximadamente cento e vinte quilos e não parava de roncar. Passou em torno de dezessete horas no ônibus até que chegou na rodoviária onde seu irmão te esperava.
-Que bom que veio. D. Eulália acha que ele não passa de hoje.
-Deus queira que não.
Janaina olhou com certa nostalgia pela janela do carro até chegarem na casa de sua família, onde o pobre João estava com os olhos virados pelas tripas que lhe torciam a barriga. Decidiu vela-lo durante toda a noite e passou o tempo olhando aquele corpo magro, de pele escura, que refletia sua displicência e sua falta de amor.
João era o primeiro filho de Janaina, mas de sua terceira gravidez. As duas primeiras foram abortadas e marcaram com profunda vergonha sua honesta família. Naquela noite, ela voltou a rezar e pediu, com fervor e desespero, que fosse acometida pela mais terrível doença e pagasse seus pecados. Pegou no sono enquanto rezava, segurando a mão do filho até que o suor pingasse. João amanheceu frio, com as mãozinhas duras e a boca roxa. Ela não chorou e na hora do almoço, enquanto a mãe lhe servia seu prato predileto disse:
-Coma. Deus ouviu suas preces.
Janaina foi velada e enterrada junto com João, ainda naquele dia.
1 note
·
View note
Text
Viagem de Trem
Era domingo e Diana resolveu levantar quando olhou no relógio, assim como já havia feito ao longo dessa noite tenebrosa, e ainda eram 05h15 da manhã. A coisa que Diana mais lamentava era perder o sono quando podia dormir o quanto quisesse. Olhou pela janela e se entristeceu por não ter nenhum pretexto para pular. Ela realmente não tinha motivos e riu de si mesma. “Deve ser meu velho hábito da infelicidade”.
Foi para cozinha preparar um chá e algumas torradas e conversou durante um certo tempo. A solidão fazia com que seus personagens mais estranhos ganhassem vida. Sim, ela sempre gostava de conversar com os mais estranhos.
-Como foi ontem?
-Legal, dançamos em volta da fogueira feita por uns mendigos e fomos embora depois de bebermos uns drinques. E você, não vai fazer nada hoje?
-Acho que não.
-Mas são 05h20 da manhã. Você cometerá suicídio até o final da tarde se ficar nesse apartamento.
Diana não era de ouvir conselhos, mas resolveu pegar o trem e encontrar nas pessoas algo que lhe trouxesse conforto.
Enquanto esperava na estação vazia, ouvia Joanna Newsom e rabiscava seu caderno com palavras soltas, vazias de significado ao mesmo tempo que impregnadas de insatisfação. O trem chegou e ela embarcou no último vagão. Procurou ficar isolada, para que pudesse olhar pela janela e talvez chorar com um pouco de privacidade.
Sem que percebesse, um rapaz sentou ao seu lado. Era jovem, mas já com cabelos grisalhos aparentes e com uma leve cicatriz no queixo.
-Você não acha os domingos tristes?
-Sim – Respondeu Diana sem desviar o olhar da janela.
-Eu sempre saio em busca de algo que faça meu domingo melhor.
-Você encontra?
-Às vezes, em dias de sorte como esse.
-Eu sempre espero que os domingos cheguem para eu ter tempo de viver, mas quando isso acontece, gosto de aproveita-los dormindo.
A luz da manhã batia suave sobre os dois jovens, era uma manhã fria, mas o sol acalentava os corações aflitos, transformando a paisagem de fora inspiradora.
-Eu gosto de dormir a noite só. Em domingos assim, gosto de comer bem e trocar algumas palavras decentes com alguém.
Foi a primeira vez que Diana olhou para o rapaz. Ele estava ofuscado pela luz, mas ela podia ver em seus olhos transparentes a beleza daquele dia perdido. Diana lhe perguntou qual era o seu destino, sem responder, ele deu de ombros.
-Não tenho destino aos domingos.
Eles ficaram em silêncio, compartilhando o penhasco que se precipitava além dos trilhos. Passaram algum tempo assim, observando, compartilhando a mesma música, os mesmos pensamentos, a mesma solidão.
-O que está escrevendo?
-Nada de mais, da ponta do lápis só sai bobagem ultimamente. Estou presa a inutilidade de pensamentos vagos.
-Se não tem nada para escrever, por que escreve?
-Não sei.
-Eu também faço coisas que não sei porque.
-Deve ser o mal dessa geração moderna.
O rapaz pegou delicadamente na mão de Diana e os dois caíram no silêncio novamente, perdidos em reflexões.
-Às vezes sinto vontade de pular da janela, mas num salto sem fim.
-E por que não pula?
-Esperança, eu acho.
-Do que exatamente?
-De trocar palavras decentes com alguém.
O trem chegou no final da linha e dali ele retornaria.
-Você quer voltar?
-Quero alguém que tenha sensibilidade na ponta dos dedos.
-Tudo bem, mas antes decida se quer voltar.
Diana voltou, em silêncio absoluto. Desceu do trem sem se despedir e olhar para trás. Quando chegou em casa, escreveu um e-mail corajoso que mudaria sua vida dalí por diante. No banco do trem ela deixou cair um pedaço de papel:
“Mesmo que sozinha, hoje quero dormir calmamente. Esforçar-me para afastar os sonhos que me confundem. Torcer pelo silêncio e por não ser enganada pelas paredes que se movem, tornando meu quarto pequeno, sufocante, traiçoeiro com a beleza de tudo que está distante, inalcançável. Muitas coisas estão inalcançáveis ultimamente, inclusive meus pensamentos soltos que insistem em se desgarrar e se perverter nesses dias de frio que se aproximam. Sacrificando dias belos em inundações transparentes e doloridas, que brotam sem razões aparentes, provavelmente pelo hábito. O hábito da infelicidade.”
0 notes
Text
Carta de Arrependimento
As desculpas são ingratas. Não te fazem esquecer oque te fez sofrer e te obrigam a aceitá-las, pois vieram de um coração sincero e arrependido.
As desculpas são muletas. Capazes de ajudar em momentos de crise, nos momentos em que os impulsos de um ciúme inescrupuloso te fez agir como um estúpido.
As desculpas são enganosas. E combinam muito com pessoas que não param de errar, passando a vida a se desculpar sempre pela mesma coisa.
As desculpas são ditas o tempo inteiro. Mas são tão pouco aceitas com honestidade e pureza de forma a apagar o passado.
As desculpas são meras desculpas. Inúteis, apenas um remédio para algo dolorido que não fora prevenido.
Apesar de tudo isso, peço desculpas por tudo que te fiz de mal. Por ter matado sua esperança no amor, por ter te decepcionado e ter traído sua confiança. Desculpa pelos ataques de histeria, pela veia pulsante que grita sem motivos concretos, pelo choro dramático e sem razão. Pela depressão, pela mal interpretação, pelo desrespeito a mim e a você. Desculpa por não saber controlar meus sentimentos, por explodir sem uma faísca se quer. Desculpa também pelo dia ruim que te proporcionei, por acabar com sua festa e por ter te abandonado no dia seguinte.
Sei que não vai esquecer de nada disso e que daqui muito tempo ainda remoerá todos esses descontroles, mas minha consciência e meu amor imploram por sua desculpa.
0 notes
Text
11 Meses
Minha impressão ao acordar do lado dela hoje foi terrível. Veio uma onda de pensamentos doloridos, causados por alguns sentimentos incompreensíveis. Senti saudade de quando as ligações eram gratuitas. Vindas de um coração aberto, sem experiências ruins e com um amor legítimo para compartilhar.
Me perguntei se o tempo que já estávamos juntos (fazia 11 meses naquela manhã) tinha desbotado nossas paixões. E me perguntei ainda se a gente se amava menos depois de termos libertado nossos defeitos e frustrações por todos os lados.
Ela dormia bem quieta, como sempre se mexia pouco. Os braços estavam cobrindo um pedaço do rosto, mas uma leve fresta de luz me mostrava o que já se tornara tão comum, tão cotidiano. Eu não queria sentir aquilo. Estava desesperado, queria amá-la incondicionalmente, com paixão, tesão e todas as firulas de recém casais.
Ela demorou para acordar e eu achei melhor não arredar o pé. Pensava em ainda sentir algo de especial, um frio na barriga e a vontade de sorrir que te faz sentir estúpido. Ela ainda tinha esse poder! Me perguntei insistentemente se o problema estava em mim, na incapacidade de passar muito tempo apaixonado.
Esperei ainda mais quando ela, finalmente, acordou. Estava com os olhos inchados e a mão na frente da boca para esconder o hálito adormecido.
-Bom dia…
Eu não pude fazer nada a não ser sorrir e me sentir feliz por me deliciar em tamanha doçura.
0 notes
Text
Contraditório
Aquele lugar tranpirava tristeza, pobreza e um cansaço deanos, chegava a me causar claustrofobia. Uma sorte que fazia das crianças maliciosas e dos adultos violentos. Sentei numa padaria por onde eu, descuidadosa, passava. Fiquei durante um tempo que não contabilizei. Observando aquelas pessoas que entravam descalças pedindo pão, outras que contavam moedas para pagar um café e houve ainda aqueles com as mãos rígidas, os dentes cerrados e a respiração pesada. Mas, depois de algum tempo, entrou um casal que destoava de tudo. Estavam eufóricos e, estranhamente, felizes.
Eles foram categóricos, sentaram-se a mesa, cada um pediu um café e um pão na chapa. Mas o rapaz acabou com minha admiração ao colocar um bilhete nas mãos da garçonete enquanto a ingênua moça buscava uma água na geladeira. Ali eles ficaram durante um tempo, eles riam baixo, passavam as mãos nos rostos sorridentes suavemente e muito discretamente. A moça o admirava com tanto amor e doçura, e isso me fez sentir uma grande repulsa por aquele rapaz descarado.
Meu café finalmente chegou e fiquei distraída, escrevendo os pensamentos perdidos daquela semana. De repente, a moça traída começou a chorar, também muito baixinho, olhando para dentro do copo de café e ela não tirava a mão da boca, só chorava. O rapaz riu, pegou o copo de café e tirou uma aliança de dentro, pediu a mão da moça, que tremia incessantemente, e a vestiu com todo seu amor. Ela apenas acenou que sim, mais nada foi necessário.
A tristeza continuava naquele lugar, tão aparente e forte como sempre foi. Mas isso não parecia atingir aquele casal que, muito provavelmente, sofria dos mesmos contratempos que aquelas pessoas. Eles estavam alheios, imunes aquele mundo. Foram inseridos no mundo especial e não saíram mais de lá...
Eu peguei meu café e tentei lembrar porque mesmo eu estava ali...
0 notes
Text
A Descoberta
Introdução
Como num dia típico de catástrofe, chovia muito quando Sara chegou aos prantos na casa de Luiza que, já de pijamas, abriu a porta.
-Estou apaixonada! Não podia me acometer maior tragédia!
Sara era uma menina de 19 anos encarnada num corpo de 25, sempre foi a mais cobiçada da universidade e se aproveitava disso descaradamente. Tinha uma fala mansa e mãos delicadas, que pareciam frágeis e ligeiras ao contrário do seu olhar que causava embaraços e um cheiro de erva doce que embebedava quem se arriscasse a passar muito tempo por perto. Quanto as pernas, causava inveja e desejo por todos os cantos. Era independente, esperta e não perdia tempo de se apegar com homem nenhum.
- Faz-me um favor, o dia que estiver de quatro por algum homem, me mate.
Ela tinha casos por todos os lados e sem pudores dizia a cada um deles, fosse na cama, na cozinha ou na sala: "nao se prenda por mim". Mas não adiantava, por mais que traçasse trajetos de fuga sempre lhe sobravam rabichos e as flores no dia seguinte eram inevitáveis.
O Último Deles
Já fazia tempo que ela estava rondando seu professor de biologia. Era um homem velho, casado, com filhos a perder de vista e uma integridade invejável.
Sara insistiu em encontrá-lo para um café, disse que não entendia as diferenças práticas entre os anelídeos e artrópodes. Ele pouco se convenceu, afinal, sabia da capacidade da garota, mas, a fim de amenizar sua fama de antipático, resolveu aceitar.
Foi num final de tarde de uma sexta-feira. Estava um sol invernal, que trazia calor para a temperatura que só baixava naqueles dias.
Não deu outra, Sara traçou o pobre coitado em poucas horas de conversa e a paixão dele veio à tona. Os poemas vinham em doses exacerbadas, sangravam de forma assustadora e deixava Sara entediada.
- Eles me cansam. Como pode um homem naquela idade, com família, choramingar feito um bebê nos meus pés? Acredite, literalmente, nos meus pés.
Luiza ria-se em meio a todas histórias de Sara. Lamentava não ser como ela. Sofria do mal do amor sem remédio. Do amor com a saudade sem data. Do amor brega. Ela se julgava a pessoa mais brega do mundo
A ela, Sara dava dicas de sobrevivência. Aliás, ao contrário que era com os homens, tratava Luiza com um apresso fora do comum. Via Luiza todos os dias e nela encontrava o ponto de equilíbrio, o ponto de desabafo, o lugar onde a honestidade tinha alguma chance.
Em outro dia, se deliberava da farra da noite anterior, abusava dos detalhes e deixava Luiza boquiaberta.
A Última Delas
Nos últimos tempos, desde o professor de biologia, Sara passou a frequentar mais a casa de Luiza e cada vez menos se relacionar com qualquer homem. Começava a estranhar o tempo que passava e ainda não tinha despertado o desejo infalível por ninguém. Tinha dentro de si que tudo era fruto de um avanço da idade, inclusive via rugas e flacidez onde não tinha.
Era véspera de férias, Sara e Luiza estavam sentadas no bar da frente da faculdade almoçando, quando Luiza, um tanto acanhada, contou a Sara sobre uma ida ao sex shop naquela manhã. Sara fingiu um espanto desconcertante e intimou a pobre garota a mostrar tudo.
Já no quarto, Sara se deliberava com lembranças, experiências e uma explicação didática para o uso de todos os instrumentos. Luiza ouvia e se envolvia. Um envolvimento que fazia daquela noite confusa, tortuosa e muito, muito divertida.
Regadas a um porre que lhe renderiam uma bela dor de cabeça no dia seguinte, as duas brincaram a noite toda, com muita liberdade e descaramento. Pela primeira vez, Sara era tocada pela delicadeza de um olhar e de um belo par de bundas.
No dia seguinte elas riram e debocharam. Luiza se dizia leve. Gostou da falta de compromisso que Sara já provara tantas vezes. Mas Sara disfarçou o sentimento estranho, que ela mesmo não entendera e se perdeu em pensamentos soltos.
Na noite em que chegou na casa de Luiza chorando, já havia refletido, se distanciado, repensado e estava certa da desgraça que a cometera. Debruçou-se no colo de Luiza pedindo perdão e que nada mais podia fazer para evitar aquilo. Um sentimento primário, arrebatador e surpreendente. Ela soluçava e pela primeira vez se arrependia. A pobre Luiza estava perdida, sem ter o que dizer. Ainda esperava casar, ter 2 filhos e um considerável número de cachorros. Já a pobre Sara não haveria de se apaixonar de novo e nem se arriscar a enfrentar outra mulher.
0 notes
Text
Esquecimento
Assim como seria com meu lirismo barato, sinto sua falta de forma irremediável. De forma que me perco nos raros momentos de romantismo de um passado que parece ter se perdido a tanto tempo. Sem desculpas e sem maneiras explicáveis e compreensíveis.
Lamento pelo fracasso das poucas horas, das poucas palavras e dos poucos gestos. Eu estou tentando me perdoar pelo futuro podado por conta das horas que passam rápido demais, por conta de uma crise embolorada, contaminada pela dúvida e pela culpa de ser insuficiente. Uma crise latente, crônica...
Não fiz justiça a toda minha espera, roubei espaço do seu amor, por competir contra sua própria capacidade de me amar.
Lamento por desacreditar e ser dominada pela estupidez. Por não ter te procurado nos meus dias confusos e por não ter te contado que eu realmente nutria um sentimento por você, um sentimento que poderia ser puro, pleno e sincero. Uma paixão que me fez arriscar coisas importantes, mas a mesma paixão que me fez vacilar e desencadear nesse desfecho trágico.
Vou sentir falta da sua retórica e da capacidade que tem de me envolver quando ri alto.
Vou me perder nas noites solitárias sem seu hálito quente e suas mãos macias. E ficarei confusa quando não receber suas mensagens de “boa noite”.
Mas o pior mesmo vai ser quando eu esquecer de você. Quando sobrarem apenas essas palavras de um carinho que não sentirei mais.
0 notes
Text
A Volta
Hoje acordei antes que o relógio despertasse. Passei por aqueles segundos em que um sentimento confuso te deixa na mão e te larga numa cilada sem qualquer escrúpulo. Aquela fração que você olha pra alguém e não sente nada além da vontade de continuar olhando, com uma mente vazia, desafogada e tranquila. Acho que esses sentimentos malucos deixam a gente ousado ou, como você já preferiu me chamar, imprudente. Mas, se isso que estou sentindo é relativo a imprudência, torço para morrer a pessoa mais imprudente do mundo, com aqueles ímpetos da velhice que te permitem fazer o que bem entender.
Fui preenchida de forma avassaladora, mas não me precipito com expectativas perdidas, que te largam no limbo e em pouco tempo te afundam em perfeita angústia e decepção. Mas confesso, cá entre meus conflitos, estou mesmo querendo algo que desate meus nós e tire meus sapatos, uma ação tola, que te lança na babaquice e te deixa na mão quando pretende ser calculista e te entrega descaradamente com um sorriso histérico. O fato é que fui pega no pulo, numa primeira noite em que esperava ser a última. Tudo se sucedeu como que do avesso, mas posso logo adiantar que foi bem bom e um bocado inspirador. Todas as palavras que eu disser a partir disso são seguidas por um perigo constante. Palavras capazes de me expor e te assustar. Pois tudo é tão complicado, tudo é tão ao contrário, diferenças que surgem do prato de comida, do gosto pela literatura, da normalidade do cotidiano. Diferenças encantadoras, capazes de transformar uma relação conturbada em uma tragédia divertidíssima.
Agora estou me sentindo a pessoa mais criativa do mundo. Acho que sou daquelas escritoras fuleiras que dependem de inspiração para escrever e não de uma habilidade previamente construída com um esforço dedicado ao propósito de ser alguém. Estou envolvida numa energia indecifrável, mas familiar desde que me deparei pela primeira vez, só que agora com um boa dose de realidade ou posso colocar os pés no chão e interpretar como uma ilusão profunda, sem volta. Há pouco, estava perdida na confusão de sentimentos aleatórios buscando a solidez para me manter lúcida, mas agora, com a surpresa da brisa de final de tarde, cá estou eu, com os olhos cegos e os pés descalços, suscetíveis as mais terríveis avarias.
Pois é, o fulano voltou a aparecer...
0 notes
Text
Recuperação Anunciada
Faz dias que acordo pensando nos processos de transição, mas a dominação das oscilações, que vagueiam pela capacidade de ser feliz e infeliz, dá uma preguiça indescritível. Paira um estado de prostração e muita dor nas pernas. Como se o caminho tortuoso piorasse a cada sonho desesperado, a cada tentativa de recuperação, a cada tempo que se perde em lamentações. Como aqueles suspiros que soltamos antes de dormir. Fica a sensação de “será que eu disse?” Enquanto o outro lado pensa, “será que ouvi direito?”.
O fato é que não sei ao certo em que momento esses sintomas se apresentaram, mas tenho pra mim que algo se perdeu no caminho através de um ato involuntário. Suponho que seja o tesão, o entusiasmo pela criação, a vontade de acordar. Pensar em justificativas para tanto é muita insensatez e, por isso, não pretendo cair nessa, já que estou naquela busca pela lucidez e sobriedade que sempre admirei nos seres humanos comuns e que, num certo tempo, cheguei até a cultivar dentro de mim.
As manhãs se iniciam com a coragem comparada ao salto livre sem equipamentos básicos de segurança, mas sempre terminam com a frase que vai sendo repetida, até se perder num sono cansado. A motivação inútil que te leva à esperança de um novo dia. A cama traz uma saciedade insólita e se torna envolvente a ponto de impedir despedidas e dormir fora de casa se tornou uma ação inconcebível, aterrorizante. O labirinto dos pensamentos escritos na parede do quarto traz um ar de reconhecimento e conforto, então me curvo à vontade das cobertas, fecho-me a discrição de um choro baixo e pouco me atento às soluções sugeridas.
Talvez falte a valorização da simplicidade, dias como aquele em que meus dedos rosados comemoravam o contato com a areia e a água salgada. Dias que a solidão torne o cérebro produtivo. Dias que a companhia agradável seja sugada e aproveitada com coragem.
Mas hoje o dia nasceu um pouco diferente, acho que mais translúcido. Percebi que as árvores que despencaram nos dias de chuva já estão renascendo e isso me trouxe algumas reflexões.
1 note
·
View note
Text
Irene
Depois de alguns acontecimentos, assumi a reclusão social e busquei incessantemente a abstração por meio de meditações internas. Não que tenha me tornado místico, apenas cansei do papo alheio e das supostas preocupações vindas da pura xeretagem. A minha frustração já havia dado conta de me arrancar esperanças do ser humano. Irene soube bem como acabar com meu entusiasmo. Sua sedução e capacidade de me irradiar com uma poesia quente e aconchegante haviam me enfeitiçado e me feito esquecer todas as palavras da minha mãe no dia em que a conheceu. Ela ficou mesmo desesperada, me ligou durante dias e disse que Irene só podia ter pacto com o diabo, que ninguém poderia ser assim como ela. Eu concordei, ninguém poderia ser tão perfeita. Um tempo depois, percebi que na verdade ninguém poderia era ser como eu, tão estúpido.
Depois do dia que Irene aceitou meu convite para ir a um bar numa quarta-feira, as coisas saíram do lugar. Não via mais os amigos, nem minha família e a jogatina de quarta passou a ser cancelada descaradamente, sem pudores. Meus amigos, claro, me achavam um imbecil, mas eu ainda não sabia disso na época, acreditava que tudo se dava assim mesmo depois que as pessoas começavam a namorar. Não me dei conta que comecei também a negar o que era. O cabelo foi cortado do jeito que ela quis, as calças largas jogadas fora e as camisas estampadas feitas de pano de chão. Eu estava tomado pela paixão desmedida e acreditava que a perda de identidade era uma leve consequência de uma relação mútua e que isso de nada alteraria o fato de eu viver. Temo que tenha sido um pensamento ingênuo e que nada tenha sido mútuo nessa relação conturbada.
O sentimento que me lembrava de Irene era doce, tranquilo e seguro, mas o que me dizem é que vivíamos uma relação pomposa, coberta por uma manta que escondia as manipulações, mentiras e escárnios. Fui descobrir depois do derradeiro dia, que Irene andou espalhando por ai que eu era ruim de cama, que tinha bafo de camelo e que chorava feito um bebe em dias de chuva. Gostaria de entender o porque de saber apenas agora, mas todos me garantiram que eu já havia sido alertado. Me recuso a acreditar em tamanha infelicidade, estive fechado as falácias verídicas e aberto a escravidão voluntária. É como se dentro do office do amor, viesse a ignorância, agregada à contemplação a falta de bom senso. Acho que entendo porque os gênios não amam. É realmente muita burrice.
Ela não se deu ao trabalho de me justificar o que via, apenas disse que aquilo aconteceria de qualquer forma e que eles não poderiam evitar. Minha vista escureceu e apareci deitado em casa, com uma compressa de água quente na testa. Todos me contaram categoricamente todos os passos de traição de Irene, desde as olhadas para meu primo Mauro na festa de aniversário da tia Quitéria, até todas as saídas descaradas para um hotel fuleira que ficava no centro da cidade, o qual caí de gaiato por conta de uma reportagem do jornal naquele dia fatídico. Fomos chamados para cobrir uma matéria sobre suposto tráfico de animais silvestres naquele prédio e lá encontrei pelo corredor Irene, de camisola de cetim e cabelo solto. Não lembro de mais nada depois disso, o restante conto com a verdade dos outros. Ainda não me agarro a absoluta certeza de tudo que vi e ouvi. Inseguro quando os fatos se perdem em meio a correrias e se sustentam pelas fofocas. Mas o fato é que hoje Irene me ligou e pediu um encontro. Ela deve ter algo a dizer que seja capaz de me trazer um bom e esclarecedor desfecho para toda essa história. Afinal, as pessoas vivem se confundindo o tempo todo e eu não posso ser injusto à justificativa dela.
0 notes
Text
A Mesma História
Depois de tempos, me permiti sentir o frio na barriga, a reação causada pela ansiedade da paixão descoordenada. Me estrepei, claro. Sabe quando você se ilude e se estrepa sem pudores? Foi assim que se sucedeu. Errei no ponto, no momento e no fulano. Errar na paixão é o primeiro passo para alguém se estrepar e fiz isso bem feito, categoricamente. Me daria uma nota máxima pela excelência alcançada. Encarnada em uma adolescente que busca por uma paixão irracional e espasmos torturantes, isso só poderia terminar mal.
Neste caso, esqueci que as coisas são mais práticas, que as relações se manifestam por interesses estranhos e que o risco do desacerto é muito incomodo. Acho que não sou dada para este planeta, onde tudo é comedido e a incerteza te limita de sair do chão. Meu gosto é pelo voo impensado, pelas mãos trêmulas e coração na boca. Meu gosto é contraditório, ousado e pede pela excitação das palavras e por aquele entusiasmo contagiante, que me faz abstrair.
Depois de tudo, pensei no fechamento das portas, declarar greve por descaso. Mas mais vale se perder na espontaneidade do acaso de uma paixão do que morrer na dúvida. Dizer que a dúvida me incomoda é pouco. A dúvida me enlouquece, me faz coçar e cair em nervos e o extremismo faz parte das minhas entranhas e me torna uma histérica ou melhor, histérica não, intensa sim - gosto de como o eufemismo pode me ajudar nesses momentos.
Tudo isso é fruto de uma busca sem ponto fixo. É aquela luta de quando o entusiasmo de escrever uma história te faz esquecer que antes de tudo deve estabelecer o começo, a motivação e o desfecho. Gostaria de controlar minha vida por um organograma, assim como faço com meus personagens. Levar minha vida ao clímax e transformar minhas paixões das mais doces, cativantes e sinceras. O único problema é que meus finais são sempre trágicos e isso me traria doloridas experiências e um fim um tanto solitário. Sim, além de histérica, sou catastrófica.
2 notes
·
View notes
Text
Consolação
Eu vendia bolo e café com leite na estação consolação desde menina, quando vim pra São Paulo com minha tia Lucia. Todos os dias eu trombava com todo tipo de gente. Gente feia, gente bonita, gente pobre, gente rica e sempre tinha um povo muito esquisito, que falava sozinho, que brigava por qualquer coisa ou então saia correndo desesperado para pegar a condução, como se nunca mais fosse aparecer outra. Foi nessa confusão que conheci Vidal. Ele me chamou atenção, primeiro porque trazia um cachorro de pelúcia amarrado numa coleira, segundo porque sempre estava de terno azul e terceiro: ele passava duas horas sentado, todos os dias, no banco perto da minha barraca e era muito misterioso. Ele nem me olhava, mas eu não conseguia tirar os olhos. Sempre estava de óculos escuros, com os ombros retos. Era daqueles homens com cara de rico, sabe? Bem aprumado.
No início ele só dizia um “Oi”, se sentava e abria o jornal. Depois de um tempo passei a puxar uns papos, falar do tempo, do noticiário e coisas assim. Ele começou a ficar mais simpático e eu fui ficando mais perto. Ele tinha uma esquisitice que me chamava atenção, sempre muito enigmático e charmoso. Sabe, aquelas coisas que te fazem ficar em casa pensando e te deixa o estômago frio quando vê? Então, fiquei assim, acho que poderia dizer que estava apaixonada. Eu era sozinha e ficava muito triste em casa. Mas depois que conheci o Vidal, nada mais preenchia minhas ideias. Era ele o tempo todo. Comecei a me arrumar todo dia pra ir pra estação, não dava para ir como se não tivesse nada, como se não fosse encontrá-lo lá. Escovava o cabelo, passava batom e ainda me perfumava. Ele começou a me olhar diferente com o tempo, pelo menos eu achava isso, sentia que as coisas andavam a meu favor. Mas você sabe como homem é parado, né? Custou, custou e ele não fez nada. Daí eu decidi falar. Isso pode não ser coisa de mulher bem vista, mas com minha idade, já não posso mais perder tempo.
Sentei do lado dele, com a cara lavada que deus me deu e disse: “Vidal, quer tomar um café?”. Ele não entendeu, achou que eu estava oferecendo o café da garrafa, que estava ali na minha barraca. Ainda tive que explicar o que tava dizendo. Daí, ele demorou para responder e já fiquei com medo, achei que tinha me enganado e me iludido com o desejo de ter ele por perto. Minha mão tava suando! Parecia uma garota de quinze anos, confesso que não imaginei que sentiria isso de novo, ainda mais depois de tantos anos, já estava beirando as teias de aranha. Mas ele aceitou e eu fiquei mole, acho que ele queria mesmo me deixar nervosa.
Combinamos para o sábado. Eu lavei toda a casa, joguei perfume pelo quarto e sala, espalhei flores por todo lado. Minha amiga Catarina disse que mais parecia que eu esperava um defunto para um velório, mas não me importei, sempre achei flores algo muito romântico. Passei um tempo grande no banho naquele dia, coloquei pra quarar um vestido antigo, que já cheirava a guardado e tinha manchas amarelas. Confesso que fiquei bonita, não me lembrava de gostar tanto de um espelho como naquele dia. Ele chegou com flores e uma caixa linda de chocolate em forma de coração e ainda me entregou um bilhete com um poema, que, muito tempo depois, descobri que não havia sido ele que tinha escrito.
A partir desse dia, Vidal começou a me ajudar nas vendas e foi morar comigo. Minha casa era mais perto e maior e eu também não queria sair do meu canto, né? Quando a gente fica velho, só quer saber de uma cama quentinha e um cobertor de orelha. E eu, já quase no fim da vida, merecia ter um aconchego. Com o tempo fui vendo que Vidal era ainda mais estranho do que aparentava, mas fechei os olhos a tudo isso e assumi o quanto era bom tê-lo por perto, até o dia em que ele desapareceu durante uma semana e voltou com uma criança de sete anos. Me disse que tinha recebido um chamado urgente de uma prima lá do nordeste. Tentei acreditar, mas sempre tive impressões sobre as coisas e aquilo me cheirava mau, a história se tornava, ao passo que eu pressionava, cada vez mais fantasiosa. No fim, descobri que o pivete era filho dele, irmão de mais outros cinco, tudo com idade parecida, e que a tal prima era uma de suas duas mulheres. Depois disso, nunca mais voltei para consolação. Decidi virar manicure e não ter mais contato com homem algum. Sei que assinei um atestado de solidão, mas nada mais posso fazer, a não ser unhas.
0 notes