featnina
𝒎𝒖𝒎𝒖 + 𝒏𝒊𝒏𝒂 !
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featnina · 1 year ago
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noah;
Quando a diretora pediu para Noah tutorar uma colega, ele ponderou recusar de primeira. Não porque não quisesse ajudar alguém, mas tinha que pensar na família um pouco - os pais, por vezes, precisavam de sua ajuda. Mas foram exatamente eles que o disseram para aceitar a monitoria. Seriam apenas algumas noites, e ele ganharia mais uma experiência acadêmica para o seu currículo. Quem sabe, depois de tudo que já havia se dedicado, poderia ganhar uma bolsa de estudos integral. Seria um sonho.
Em meio a biblioteca vazia, listava todas as coisas que deveria fazer naquela semana, enquanto esperava por Margot. Ela estava atrasada, mas ele não era muito de se importar - aproveitava o tempo para adiantar suas tarefas e estudava um pouco, curtindo aquela calmaria. Sabia vagamente da sua situação, apenas o que a diretora compartilhou com ele. Era uma menina inteligente, mas com tantas coisas para fazer, negligenciava um pouco as notas e a mais velha temia que ela repetisse de ano. Então, nada melhor que o novato com boas notas para ajudar a moça. 
O silêncio, porém, foi interrompido por caminhadas, que se aproximavam de onde estava. Sorriu gentil quando foi avistado pela moça, tentando lhe assegurar que estava tudo bem. “Não se preocupe, aproveitei e organizei o resto da semana.” Sempre tentou ver o lado positivo das coisas. E também, não era como tivesse realmente algo de importante para fazer no dia. “É um prazer, Margot. Sou o Noah.” Pelo menos, ela não parecia ser uma pessoa ruim. Soltou uma risada com o comentário alheio, negando com a cabeça. “Se eu fosse outro, talvez, mas eu gosto de estudar e de ajudar os outros. Aliás, parece que sua companhia vai ser agradável, então não me importo de estar aqui.”
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gratidão preencheu o âmago de margot ao notar a simpatia alheia, e como ele felizmente não parecia estar zangado por seu atraso, por mais que fosse perfeitamente compreensível caso estivesse. como fogo e água, o caos que era margot pareceu ficar ainda mais evidente ao contrastar com a calmaria que o rapaz parecia emanar. algo que ela, há um bom tempo, não via em sua vida. “oh, wow!” a afirmação dele sobre ter organizado sua semana fez com que o semblante de margot mostrasse surpresa e admiração, com as sobrancelhas erguidas, e um pequeno sorriso tímido. sua vida era tão corrida e sempre acostumada a estar no modo automático, que sequer conseguiria se imaginar tendo a disciplina - ou o tempo - para organizar sua semana. no final das contas, também não era como se fosse adiantar alguma coisa, já que tudo parecia sempre estar fora de seu controle. não era o ideal ser refém das decisões alheias, mas era como sobrevivia. “noah... espera, você é o garoto novo, não é?” questionou assim que ligou o nome que corria os burburinhos pelos corredores do colégio à face alheia não ser-lhe familiar. com um sorriso divertido, margot brincou “já vi as pessoas entrando pros times de esportes e indo às festas pra se enturmarem, mas confesso que você é a primeira pessoa que eu vejo que entra pra tutoria... você deve ter notas ótimas pra ter entrado logo de cara nisso, não? e bastante coragem, também. afinal, já que tem a possibilidade de te taxarem de nerd, né?” tagarelou, só dando-se conta de suas palavras após dizê-las, e então sem perder tempo, tentou corrigir-se “quer dizer, não que eu te ache um nerd... ou que tenha algo de errado em ser um e...” percebendo que só piorava sua situação, pausou em uma careta, por fim rindo sem jeito ao acrescentar “desculpa, às vezes eu falo demais e nem sei o que acabo falando... por favor, não ligue pras coisas que eu falo. especialmente depois de ter o meu cérebro massacrado por uma manhã inteira de aulas, e ter ele frito - tipo, quase literalmente - por um turno na lanchonete.”  recorrera, por fim, à graça para amenizar a situação. “o que eu quero dizer é obrigada, sabe, por estar se disponibilizando a me ajudar. você não tem nem noção do quanto está me salvando, sério... e eu juro que sou uma boa aluna, ok? não é difícil pra mim entender a matéria, só... é difícil eu ter tempo pra me dedicar aos trabalhos, e estudar para as provas, sabe? enfim, eu juro que não vou te dar muito trabalho!” dissera, por fim, erguendo as mãos em rendição como forma de brincadeira. “ah, e, é claro, pode contar comigo pra te ajudar a se enturmar! não que eu ache que você teria algum problema pra isso, mas... sabe como é, é mais fácil quando tem alguém quebrando o gelo inicial, não é?” dando de ombros, ofereceu cordialmente e de coração o que era, talvez, a única coisa que poderia dar em troca pela monitoria. além do mais, sendo carismática como era, margot conhecia praticamente todos da escola, então era provavelmente a pessoa mais indicada para apresentar noah aos demais.
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featnina · 2 years ago
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december 20th, 2022 ⸻ take me back to the night we met ;
poderia ser eufemismo falar que margot se desdobrava em várias para dar conta de tudo: estudos, trabalho, cuidar da casa, e também de seu irmãozinho. entretanto, desde o falecimento de sua mãe, ela simplesmente não tivera outra opção se não dar conta de tudo. infelizmente, ainda era apenas humana, o que fazia com que acabasse nem sempre fazendo o melhor em cada função, ainda que desse o seu melhor. e apesar de todos lhe falarem que os estudos seriam sua porta de entrada para um futuro melhor, era difícil que margot acreditasse nesse sonho, quanto mais se empenhasse para tal, já que já tinha as mãos cheias. não havia muito tempo para pensar no futuro quando estava ocupada preocupando-se com o presente, com o dinheiro contado que pagaria as contas do mês e ainda precisaria alimentá-los. dessa forma, já era completamente esperado que os estudos caíssem no esquecimento, porque afinal, teria mesmo a chance de usar um dia o que deveria aprender na escola? fórmulas de bhaskara não enchiam a barriga! entretanto, fora forçada a dedicar-se um pouco mais aos abandonados estudos ao que a diretora da escola, sabendo superficialmente da situação vivida pela burke, ameaçara acionar o conselho tutelar caso margot não se dedicasse mais à escola, aumentando sua frequência e também as notas que, diga-se de passagem, estavam lastimáveis para uma garota tão esperta. sendo assim, fora-lhe dada a oportunidade de ser tutorada por algum aluno destaque, e margot a agarrou com unhas e dentes. poderia lidar com uma diminuição do salário, ou até procuraria outro emprego se fosse demitida, seria capaz até mesmo de furtar comida se assim fosse necessário, porém jamais poderia ser separada de seu irmãozinho. e era justamente o que ela sabia que aconteceria se acabassem acionando o conselho tutelar para seu caso. podia felizmente nunca ter vivido a realidade, mas sabia muito bem como o sistema funcionava. dessa forma, assim que seu turno na lanchonete terminou, margot montou em sua bicicleta e pedalou em disparada de volta à escola, apenas mandando uma mensagem a seu pai avisando que chegaria mais tarde - mentindo que precisaria trabalhar um pouco mais -, antes de finalmente entrar correndo na escola. um pouco descabelada, esbaforida e ainda vestindo o uniforme fedendo a fritura, margot encontrou a figura solitária na biblioteca da escola. afinal, quem em sã consciência que não fosse obrigado estaria lá àquela hora?! “oi! me desculpe, me desculpe, me desculpe!” já disparara em adiantamento ao que se aproximava, sentando-se na mesa e largando as coisas na cadeira ao seu lado “eu sei que combinamos às sete da noite, mas o movimento estava uma loucura na lanchonete e eu acabei me atrasando...” já se explicava, ainda tomando algum tempo para recuperar o fôlego e o raciocínio. “desculpe, eu nem me apresentei, né?” rira ao perceber, finalmente estendendo a mão ao rapaz ao se anunciar “prazer, sou margot.” e, é claro, precisava também agradecer mais uma vez pelo rapaz ser seu anjo da guarda e ter topado aquela tutoria, especialmente num horário em que ele provavelmente gostaria de estar fazendo qualquer outra coisa “muito obrigada, aliás! mesmo! digo, por estar me ajudando...” oferecera por fim um sorriso, simpático como sempre, porém que transparecia sua sinceridade e gratidão. com uma brincadeira, então, deixara o questionamento no ar “você deve ter jogado uma boa pedra na cruz pra te fazerem estar estudando aqui comigo em plena terça-feira à noite, huh?”
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