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[chanbaek] baekhee
Os longos fios castanhos permaneciam espalhados pelo travesseiro confortável, o corpo delineado parcialmente coberto por um lençol branco, o rosto suado, com alguns fios grudados na face, mais sereno e calmo do que outrora, as orbes mirando fixamente cada movimento do amante, mas não com o olhar superior e impenetrável como era de costume ser visto pelos corredores do colégio, e sim estranhamente encantadores. Era assim que se sentia por Park Chanyeol, encantada, ainda que o observasse ali, da cama bagunçada depois de uma transa agitada, vendo-o queimar o cigarro e soprar a fumaça despreocupadamente próximo a varanda do quarto, ainda sentado na poltrona que havia ali perto, onde costumava sentar para aproveitar um bom livro.
Naquele momento, estando ali no território alheio da forma que se encontrava, Baekhee se sentia vulnerável, ainda que lutasse para esconder pois odiava se sentir daquela forma perto de alguém, mas naquele momento o que mais queria era carinho do cara a sua frente. Respirou fundo tentando jogar esses sentimentos no fundo de sua existência, observando o de fios loiros retribuir o olhar que a garota lançava, naquele momento fazendo-a se sentir exposta, como se ele enxergasse o seu desejo, algo além de seu corpo nu.
— O que você sente quando olha pra mim? — a garota perguntou calma, ainda encarando o rapaz que apenas soltou uma risada nasal, tragando o cigarro mais uma vez, sugando a fumaça para depois liberá-la novamente.
— Que pergunta é essa? — o rapaz perguntou, relaxando na poltrona enquanto observava a Byun
— O que você sente quando olha pra mim, aqui, neste momento? — perguntou novamente, apoiando no cotovelo para erguer o tronco melhor, ajoelhando-se no colchão enquanto segurava o lençol sujo em frente ao corpo, evitando a nudez por mais que o rapaz já tenha experimentado cada pedaço do seu corpo.
Viu quando ele respirou fundo, apagando o cigarro no cinzeiro velho e deixando a bituca ali, caminhando até parar em frente a garota. Afastou os fios de cabelo dos olhos, encarando as íris amendoadas observando-a pela segunda vez na noite lançar-lhe um olhar submisso, o que achou engraçado já que Baekhee sempre encarava todo mundo com superioridade.
— Sinto que tenho sorte de ter transado com uma menina tão bonita quanto você — respondeu, observando uma certa frustração na expressão alheia — Novamente.
— Só isso? — estava insatisfeita, queria ser elogiada pela inteligência, pela personalidade, queria ouvir alguma palavra sobre os sentimentos dele por ela, os amorosos mais precisamente.
Por mais assustador que possa parecer para ela, ela sentia algo pelo Park, algo forte que não dava para ser considerado banal, mais forte para dizer que era atração sexual e ainda fraca para dizer que era amor. Precisava descobrir se era, de alguma forma, recíproco. Observou o rapaz enfiar as mãos nos bolsos da calça de moletom, encarando-a com certo desdém, vendo a forma como ela apertava o tecido do lençol ainda esperando alguma resposta.
— Você não está querendo chegar naquele papo de namoro de novo, né? — perguntou um tanto desacreditado, rindo incrédulo em seguida — Caralho, Baekhee, a gente já falou sobre isso, nós não vamos namorar
— É sempre a mesma coisa, você me chama, a gente transa, às vezes assistimos alguma coisa, rimos e conversamos, passamos um tempo legal, você me faz ter alguma esperança para logo em seguida acabar com tudo — a garota se exaltou, estava nervosa de verdade por ter entendido os sinais de maneira errada, mas foi inevitável não criar algum sentimento ou nutrir alguma expectativa — Por que você não pode namorar comigo? Não vem com a desculpa de que é cedo porque já faz 5 meses que estamos nessa, então me responda, Park
Após alguns longos segundos sem resposta, Chanyeol observou a garota levantar-se às pressas, procurar pelas roupas jogadas no cômodo e começar a vestir-se com agilidade, caminhando até parar na frente do mais alto segurando a jaqueta jeans nos dedos, apertando o tecido.
— Me responda alguma coisa, qualquer coisa, eu mereço uma resposta — encarar a expressão indiferente e o olhar frio foi, certamente, a parte mais complicada para a Byun. Era isso, então? Só um objeto para saciar as vontades do Park?
— É meio escroto namorar com alguém que você não sente nada
Achava que estava preparada por um fora, levou alguns na vida e não morreu por isso, mas era Park Chanyeol ali, o rapaz que sempre chamou sua atenção, que sempre alertavam sobre o perigo de avançar em algo com ele, que passou a desenvolver alguma espécie de carinho e sentimentos bons, o cara completamente oposto do aceitável por seus pais, o cara por quem arriscou algumas coisas e teve algumas primeiras vezes.
Chanyeol, por outro lado, não conseguiria sair como certo daquela discussão. De fato não sentia nada por Baekhee além de carinho e atração sexual, mas não era suficiente para engatar em um relacionamento sendo que nutria um sentimento forte por outra mulher. Errou em continuar se envolvendo com a garota e agora sentia-se sujo por ter feito algo tão errado como usar uma garota incrível apenas por desejo sexual e satisfação em estar com uma Byun, já que o ódio entre as famílias Byun e Park era mútuo.
— Baekhee… — tentou tocar-lhe o rosto com a ponta dos dedos, vendo a recuar e afastar a face, evitando olhar nos olhos do rapaz, deixou o braço cair até estar ao lado do corpo, observando-a rir baixinho enquanto secava o rosto com a mão livre apressadamente como se tentasse esconder que estava chorando por aquilo.
Observou a garota sair às pressas do quarto, calçando os tênis largado na entrada e bater a porta ao sair. Aquela noite foi a última vez que teve Byun Baekhee em sua cama, mas foi a primeira que ela lhe visitou frequentemente nos pensamentos, como nunca fizera antes.
história: sarah
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[baekyong] plenitude
Baekhyun estacionou o carro em frente ao enorme prédio iluminado, observando as conhecidas letras garrafais formarem Daiwon C&A Holding logo a frente. Ajeitou o casaco grosso e quente que vestia, saindo do carro e dando a volta até encostar-se na porta do carona. Levantou o pulso a fim de observar a hora, escondendo as mãos frias dentro dos bolsos do sobretudo que vestia logo em seguida, tentando achar alguma maneira de aquecê-las enquanto aguardava o expediente do namorado acabar para encontrá-lo.
Alguns poucos minutos depois, Taeyong passou pela saída do prédio extremamente agasalhado e encolhido, caminhando às pressas até o carro que lhe esperava. Um sorriso contornou os lábios de ambos e assim que se aproximaram o suficiente, juntaram os lábios em um selar de saudades.
Sem condições de ficarem expostos ao frio trocando carícias, Baekhyun abriu a porta do passageiro para que o namorado entrasse, dando a volta e entrando ele próprio no carro em seguida. Ligou o aquecedor e o rádio, esfregando as mãos para dar uma rápida aquecida antes de ajeitar o cinto no corpo e dar partida direto para casa.
一 Passei no mercado antes de vir. 一 Byun disse calmamente, abrindo um sorriso quando Taeyong virou-se quase instantaneamente para trás, sorrindo largo ao observar as sacolas largadas nos bancos 一 Vou fazer seu prato favorito hoje!
O mais velho riu da animação do rapaz que não conseguia esconder a felicidade que estava sentindo naquele momento por finalmente matar o desejo de comer o que tanto queria, feito pela pessoa que mais gostava.
一 Quando eu falo que tenho o melhor namorado do mundo, não estou mentindo.
O caminho para casa foi regado de conversas sobre o dia de cada um, em detalhes. Assim que chegaram ao apartamento, largaram os sobretudos e sapatos logo na entrada.
Enquanto Byun ia à cozinha para continuar a preparar o prato que o namorado tanto gostava, Lee se direcionava ao quarto para tomar um banho quente e relaxante para se livrar do estresse e sujeira do trabalho.
Após se lavar e colocar o pijama mais quente que encontrou, foi até a sala tentando adivinhar a canção que soava baixinho da vitrola ao lado da televisão. Sentiu o coração dar um solavanco no peito quando a cintura foi envolvida com as mãos delicadas do namorado que o guiava no ritmo lento da música, sorrindo enquanto observava a expressão no rosto dele. Foi inevitável querer beijá-lo inteiramente, adorava tudo no rapaz. Tudo.
一 Eu até ficaria dançando com você aqui na sala, mas a cozinha está cheirando tanto a macarrão com camarão, molho branco e vinho que eu preciso ir até lá imediatamente. 一 a voz saiu manhosa enquanto os braços pesaram sob os ombros de Baekhyun, que apenas fez beicinho.
一 Você me trocaria facilmente por um prato de macarronada e um copo de vinho, tenho certeza disso!
Ambos riram antes de caminharem até a cozinha. Comeram em um silêncio confortável e enquanto Taeyong lavava as louças, era vez de Baekhyun ir para o banho.
Gostavam bastante da vida e rotina que levavam, gostavam da cumplicidade, companheirismo e amor que compartilhavam e do lar extremamente acolhedor que o esperavam após um dia longo de trabalho. Se tivessem qualquer chance de trocar tudo aquilo por qualquer outra coisa, certamente não o fariam.
[...]
As respirações aos poucos iam se acalmando. Baekhyun permaneciam com as mãos rodeando o quadril do namorado que estava sentado em seu colo, tão frágil e vulnerável enquanto focava em regular a respiração. Byun se remexeu no sofá apenas o suficiente para ficar confortável e voltar a encarar Lee que agora lhe encarava de volta. Os corpos, contrário ao clima frio que desprendia fora das paredes do apartamento, estavam quentes e suados. Taeyong ficava lindo após uma transa, com a expressão cansada, serena e satisfeita, Byun não se cansaria de admirar a beleza do namorado.
Baekhyun abriu um sorriso, afastando alguns fios da testa do mais novo, percorrendo a tez clara até a bochecha levemente rosada enquanto observava cada cantinho do rosto dele, tendo os olhos alheios presos nos seus.
一 Eu te amo 一 Taeyong segredou em um sussurro baixo e próximo.
Apesar de se gostarem muito, era muito raro para Lee escutar as mesmas palavras da boca do namorado. Baekhyun falava pelas atitudes, ele sabia disso e às vezes se sentia um idiota por querer tanto ouvir dos lábios dele as três palavrinhas com mais frequência quando as atitudes gritavam que era recíproco.
Sentiu uma estranha sensação na barriga enquanto encarava as orbes alheias, aguardando alguma resposta que não sabia se viria. Sabia também que era difícil para ele, depois do último relacionamento conturbado que estivera, e Taeyong acima de tudo respeitava isso, respeitava o processo dele, o tempo dele.
Baekhyun sorriu mostrando alguns dentes, acariciando os cabelos castanhos da nuca do rapaz com ternura.
一 Eu te amo muito mais!
Estranhamente, o garoto sentiu uma súbita vontade de chorar ao ouvir aquilo. Já tinha ouvido "gosto muito de você" ou "amo você" mas era a primeira vez que recebia um "eu te amo muito mais". Tinha um peso diferente.
O sorriso estampou o rosto e os olhinhos marejados ficaram pequenos enquanto escondia o rosto no pescoço do namorado, esse que o envolvia em um abraço demonstrando cuidado e afeto. Lee Taeyong poderia se sentir seguro dentro de um apartamento cercado de câmeras e sistema de segurança, mas sentia-se ainda mais nos braços de Byun Baekhyun como nunca se sentiria em qualquer outro lugar.
história: sarah
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[chanbaek] quem tem olhos para ver
A tarde não estava tão quente quanto o começo do verão, a brisa fria já começava a soprar, ainda que fosse insuficiente para acender alguma lareira e se aquecer com chá quente e mantas de tecido grosso. Enquanto caminhava calmamente por entre as árvores que cercavam a floresta, arrancava as pétalas de uma flor que pegara no começo do campo, sibilando "mal-me-quer, bem-me-quer" a cada pétala retirada do miolo e jogada a grama, percorrendo o caminho tão conhecido e decorado, sentindo o coração acelerar um pouco mais quando pode finalmente ouvir o barulho da cascata d'água caindo no lago ali presente, bem escondido pelos troncos. Ergueu o rosto após retirar a última parte do lírio, escondendo-se atrás da árvore próxima enquanto observava a figura mais bela já desenhada pelo Soberano todo poderoso, retirando a túnica branca com calma e paciência, deslizando o tecido fino pelos ombros e tronco, deixando-a cair aos seus pés, expondo-se completamente para ele.
Baekhyun singelamente percorreu o olhar pelo local, sorrindo minimamente quando viu apenas a cabeleira castanha e encaracolada do maior, mordendo o inferior carmesim com o canino, voltando em seguida sua atenção para a água que se banharia. Ele sabia que estava sendo observado, sempre no mesmo horário, a cada três dias e não se importava nem um pouco com o fato de ter um par de olhos escuros zelando por cada movimento que fazia, na verdade gostava ainda mais de saber desse detalhe, da pessoa que o observava, amava se exibir com o quadril largo, as coxas grossas, a bunda arrebitada, passando os dígitos por cada parte da pele imaculada enfeitada por pintinhas espalhadas aleatoriamente por todo o corpo. Chanyeol costumava pensar que se ligasse cada uma delas formaria uma bela constelação. Baekhyun era um universo inteiro.
Continuou ali meio escondido, fazendo o que sabia de melhor, exaltar Byun de longe, pedindo perdão aos céus toda vez que descia o olhar até às partes mais íntimas do rapaz, desculpando-se com o Divino por desejar tanto aquilo que não poderia ter para si. Respirou fundo, deitando a cabeça no tronco meio úmido, atento a cada mínimo movimento do menor, sentindo o peito acelerar quando um sorriso desenhou os lábios bonitos e revelou a fileira de dentes brancos e bem cuidados enquanto o corpo balançava dentro da água em alguma coreografia que aprendera nas aulas de ballet que frequentava escondido, com o corpo meio coberto pela água. Os fios loiros, pela mistura de leite e camomila, desprendia um aroma doce de frutas vermelhas que teve a oportunidade de sentir um dia quando se trombaram na feira, em uma cena vergonhosa e jamais esquecida, ansiava pelo dia que trocaria mais do que um pedido de desculpa e alguns milésimos de segundos com o corpo miúdo nos braços.
O baixo ventre repuxou quando foi flagrado pelos olhos selvagens presos ao seu, em uma troca de olhar intensa onde mesmo tendo conhecimento que o menor sabia que ele era espectador de cada ato dele naquela cachoeira toda as vezes, não evitou sentir-se envergonhado e levemente arrependido por praticar algo tão errado que era participar de um momento tão íntimo como aquele. Todavia, as bochechas ficaram rubras no momento que Baekhyun sorriu maliciosamente em sua direção, com um olhar tão carregado de luxúria que fora inevitável não sentir a guinada que seu pau sofreu. Estava tão ferrado quando fosse para o juízo final.
Contudo, as expectativas foram ao chão quando se encolheu ainda mais atrás da árvore a fim de se esconder quando ouviu passos mais próximos, sentindo o coração doer um pouco quando observou Sehun se despir e acompanhar Baekhyun em seu banho, fazendo tudo que Park sonhava fazer com Byun. Tocava-lhe a pele, beijava-lhe o pescoço e a boca, juntava os corpos nus e sentia o calor desprender dele enquanto, mais importante que qualquer outra coisa, tinha não só a permissão do loiro, como os suspiros de prazer e o sorriso mais travesso. Escondido no mesmo lugar, Chanyeol bebeu dos gemidos e expressões deleitosas de Baekhyun, sendo cúmplice de mais uma tarde de sexo entre o casal, sentindo o peito apertar a cada jura de amor trocada pós-sexo. Desejava mais do que tudo morar no abraço e no coração do caçula dos Byun.
Quando o casal foi o embora juntos, Park se permitiu caminhar até a beirada do lago, franzindo o cenho quando observou uma caixinha de metal largada perto das grandes pedras, abrindo-a com cuidado pela mão que carregava a aliança de noivado, e observando o lenço decorado que Baekhyun costumava usar no pescoço nas noites de festa na vila, junto de um pedaço de papel mal dobrado o qual tratou de abrir quando a curiosidade falou mais alto do que a inconveniência, sentindo um leve frio na barriga ao observar a caligrafia desenhada preenchendo o papel branco.
"Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, se convence que os mortais não podem ocultar nenhum segredo. Aquele que não fala com os lábios, fala com as pontas dos dedos: nós nos traímos por todos os poros."
— BBH
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Home Sweet Home
[chansoo] home sweet home
Chanyeol corria como se a vida de KyungSoo dependesse daquilo. Os postes iluminavam cada arvore e casa daquelas ruas os quais passavam como flesh’s aos olhos do garoto, que sentia cada partícula do seu corpo em combustão, o desespero bombeava seu coração e escorria a cada rede sanguínea do sistema cardíaco. Park havia recebido uma ligação do seu amigo, ele o ligara e sussurrava aos prantos que precisava dele ali.
Park, já não era tão garoto assim, estava a flor da pele claro, com seus 25 anos. Mas já era um homem, um daqueles que sabia muito bem o que queria, não foi à toa que quando teve o primeiro contato a uns anos atrás na festa da empresa com os Byun, o casal, Park se sentiu encantado, era lindo os orbes dos dois enquanto se encaravam e o garoto analisou de longe como um historiador que acabou de encontrar uma museália, Park viu aquilo que nunca seria.
Foi quando chegou na esquina desejada, que Chanyeol se deu o luxo de descansar por alguns segundo, analisou aquela porta amarela que um dia foi mais intensa e representou tão bem a família que morava dentro dela, já que amarelo, segundo alguns psicanalistas, significava alegria. Os segundos suficiente para que o medo se instalasse em seu peito e como em muitos filmes e histórias, não havia impulso que o fizesse passar por aquela porta, Park não tinha coragem para lidar com toda situação passada pelo amigo minutos atrás, por isso resolveu discar seu número novamente.
Esperou o primeiro, o segundo, o terceiro... a cada toque o garoto de fios caramelo ficava mais nervoso, e sabia, ah como Park sabia que KyungSoo não atenderia, por isso foi a passos curtos e medrosos que Park andou pelo caminho de pedra do jardim tão bem cuidado, ali o aroma da gardênia chegava ao seu olfato e se não soubesse quem havia a colocou ficaria surpreso. Parando frente a porta, pegou na maçaneta gélida, pintada de vermelho com alguns detalhes charmosos, e a girou. Com o pouco da luz da rua, conseguia ver a bagunça que se encontrava a sala de estar e para analisar melhor esticou suas mãos no resistor, onde tão bem sabia onde ficava, conhecia cada detalhe daquela pequena casinha.
Fechou a porta atras de sí, seus olhos foram pela parede bege a esquerda, observou o grande retrato enquadrado, a escada de madeira e parou na antiga mesinha de centro, havia duas garrafas de vinho Merlot, e o aroma da uva madura atingiu seu olfato rapidamente pelo vinho que escorria pela mesinha se encontrando com o tapete felpudo, foi entrando dentro da casa e parou de lado para a cozinha escura que tinha um melhor aspecto no momento, e virado para escada resolveu chamar por Kyungsoo, que provavelmente estava no quarto próximo a escada, era o quarto do casal, afinal.
— Soo... — Não gritou pela falta de necessidade, sabia que o homem ouviria.
— BAEK!!! — Ofegante, cabelos avoaçados Kyunsoo apareceu no fim da escada, de olhos arregalados, rosto inchado e pés descalços. E após ver Park, uma lagrima desceu pelo rosto dando início a outra e mais outra, uma avalanche atingiu o peito vazio do homem de fios pretos.
O Byun mais velho, KyungSoo, nos auge dos 30, tinha tudo o que muitos gostariam de ter, tanto na vida profissional, onde era influente no seu campo de trabalho, ele projetava e fazia acontecer os maiores eventos de grandes marcas de perfume. Quanto na vida amorosa, era casado e muito bem casado. Park Chanyeol quem o diga. Era casado com Baekhyun, e ele era tudo para KyungSoo, nunca que um dia, eles se veriam longe um do outro, afinal se 8 anos de amizade era o suficiente para que amigos nunca se afastem, esse conceito também deve prevalecer para um casamento, de grandes confidentes. A relação dos Byun estava longe de ser perfeitas, mas sempre foi o suficiente para os dois e isso bastava.
— Ele foi embora Chan... — O sussurro abafado de KyungSoo que se encontrava com o rosto entre os joelhos foi ouvido por Park que parou perto do corpo que soluçava, esticou suas mãos aos fios do cabelo curto do homem, afagava na tentativa de deixa-lo mais calmo e estava funcionando.
Depois de bons minutos parado na escada com o amigo, Park decidiu que ficaria ali naquela noite, e cuidaria do homem a sua frente. Começou olhando para o fim do corredor não muito longo, no chão havia um carpete marrom, gostoso de passar os pés, Park tirou as mãos dos fios da Kyungsoo e o chamou, indicando o banheiro para o garoto
— Tome um banho, vou te esperar no quarto. — A cada palavra Chanyeol sentia seu pulmão perder o ar, o coração bombeava forte, lhe dando uma sensação de canseira, mesmo depois de ter se recuperado da corrida, deu as costas para o homem entrando no quarto a direita da escada.
Com um suspiro Park lembrou o quanto tudo ali é remetido a Baek afinal, eles só moravam nessa pequena casa devido a personalidade forte e simples do Byun de cabelos claros, era aconchegante como a personalidade dele, cores quentes nos tecidos, e amadeirado nos moveis, o quarto estava uma bagunça, os as portas do guarda roupa abertas, roupas no chão, a cama ali, era a única intocada. Talvez esse saber que Byun não estava mais ali tenha deixado Park sufocado, percebeu que sem o Baek, KyungSoo não era aquilo que o encantou. As orbes não brilhavam, não sentia o pertencer do amante.
Quando o Byun mais velho apareceu se arrastando, com os fios molhados pingando pelo carpete, Park só sentia pena. Pegou o homem e o secou. Foi atrás de roupas, o ajudando a se vestir e a deitar. As lagrimas escorriam pelo rosto do homem, que se encolheu ali olhando para Park.
Os minutos ali que tanto pareceram eternos, esclareceram as coisas que ele não compreendia desde quando as coisas com Baek ficaram confusas. KyungSoo encontrava no Park, a aquilo que nunca encontrou nos orbes tão pertencentes... No lar tão aconchegante que era o Byun mais novo. Encontrava o mar, a praia, as pessoas. Estar com Park era tão libertador. KyungSoo sentia seu pulmão se sucumbir de água, ficava dificil de respirar, mas logo o ar entrava e seu coração bombeava tanto, tanto quando o de Park enquanto corria até ali, pra ser seu acalento.
Mas... sabia que o oceano de Park Chanyeol, não era o quarto quente de Byun Baekhyun.
Olhando os olhos perdidos do garoto de fios caramelos, o homem selou seus labios, e aproveitou como um amante do mar, mergulhou fundo naquelas águas tão claras e refrescantes. Se despediu naquele momento da areia, das pessoas, de um verão quente.
[...]
Para KyungSoo que tanto dependia dos braços seguros de Baek, talvez seja difícil recomeçar. Mas ele já tinha um ponto de partida, quando Park o deixou depois de um beijo fogoso. Voltaria pra casa finalmente, não a Baek, mas a sua própria.
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