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Fragmentos de mim.
Sou feita de linhas, de traços partidos,
Um corpo curvado, mil ecos perdidos.
Minha mão segura o que resta de mim,
Um rosto sem vida, um começo sem fim.
No vazio profundo que o escuro moldou,
Carrego perguntas que o silêncio calou.
Quem sou eu, se não pedaços dispersos,
Um fio entrelaçado nos próprios versos?
O dedo aponta, mas não há direção,
A verdade se esconde na contradição.
Olho-me nos olhos e vejo o abismo,
Um ciclo eterno de puro cisma.
Se existir é desatar e refazer,
Que sejam os fios minha forma de ser.
Pois no caos das linhas, no quebrar da razão,
Sou arte inacabada, busca e criação.
— Hadassa M.
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