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E se eu flor?
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Pela ultima pétala.
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ese-flores · 5 years ago
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Eu não sou boa em versos como você, não sei rimar e mal tenho vomitado tudo no papel. Gosto de dizer que talvez tenha me perdido em uma dessas esquinas e pode ser que tenha me perdido. Gostaria que tivesse me conhecido alguns anos atrás, quando tudo era arrumadinho aqui dentro e fazia total sentido. Costumava levantar cedo quando o céu ainda estava apagado em breu e olhar tudo tomar cor, dar um “time” pra sentir o cheirinho de café e sentir seu doce em meu paladar - nunca fui fã dos amargos - sentar no chão em algum lugar de olhos fechados sentindo o vento, deitar e ver chuva de meteoros, aprecisar os finais de tarde e levantar das auroras, desenhar e espalhar minhas cores, ler e ler e ler, escrever mais… Mas, os problemas chegaram aos tropeções - assim como você - e eu não conseguia me expressar como antes - ainda não consigo - escrever machucava porque eu tinha que lembrar pra fazer o lápis dançar e lembrar me causava dor. Aos poucos deixei meus hábitos, me fragmentei e fui me perdendo a cada brisa suave, me deixei levar. Tentei me encaixar nos padrões de “adolescentes não esquisitos”, isso também não deu certo; tantas coisas aconteceram e tanto entra e sai de pessoas… Minhas dobradiças perderam o óleo e eu perdi minha essência. Fui empurrando com a barriga que a angústia me deu - comer me relaxa - uma realidade dolorosa. Deixei de fazer o que gostava para fazer coisas que outros gostavam. Descobri que devo fazer as coisas por mim, porém, ao descobrir isso já era tarde demais. Cada pessoa que passou por aqui levou e deixou algo. Me remontei! Me fiz Frankenstein de alma triste. As pessoas foram embora de vez, deixaram os pratos cheios de cuspe na pia, os copos na mesa ainda estão com o cheiro de vodka barata, a fumaça tomou conta do céu cinza e espalhou-se, os lençóis na cama estão com perfumes de outros(as) e com um gozo horrível - terei que jogar todos fora - no momento estou tentando varrer a terra dos sapatos pra baixo do tapete… Ah, é… Eu sei que é errado, mas não sei onde está a maldita pá - aplausos para a ansiedade, como você diria “tá de parabéns”. Enquanto todos estão ausentes, estou cuidando de arrastar os móveis de lugar - até pediria ajuda, mas você pode quebrar algo, não cito os móveis. Já ouviu falar que pelo amor não se procura? Já te mandaram regar flores? Sempre me vinham com a história do jardim regado e cultivado para que as flores atraissem borboletas, que assim como o amor, elas pousariam em meus girassóis; detesto essa história clichê de ruim e como as rodas tem saido dos meus trilhos. Estou tentando fazer com que os vagões entrem em ordem, sou péssima nisso de direção, por mais que para os trens existam as linhas e poucas escolhas de rota. 05:33 Queimei os lençóis sujos de antes. Um trabalho tão impecável que me obriga a não levantar e acordar cada vez mais tarde, os sonhos me ajudam fugir do mundo real, mas tenho pesadelos e quando acordo - seja madrugada ou tarde - os monstros em baixo da minha cama gritam e me assustam, estou rezando para voltar aos pesadelos. Desculpa a bagunça em todo o texto, é meu reflexo no momento. Tenho espalhado tantas desculpas no ar que estão deixando os átomos sem espaço. Sou meio errada, eu sei. Lembra das borboletas, jardins, girassóis? Tirei um tempo pra essa história e editei, você não precisa regar nada… Você só precisa de alguns minutos de instagram e segundos de loucura e DAMDAM o amor “pousou na minhNÃO PERA na sua flor do dia” ou melhor, me respondeu no direct. Fui na sua cidade, você veio na minha. Desculpa mesmo não ter te convidado pra entrar, mas como mencionei está uma
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e também me desculpa - foi mal ai oxigênio, hidrogênio e resto da tabela periódica- por não ter oferecido algo pra beber, estou sem copos. Tenho te chamado bastante pra minha cama, é força do hábito e nesse instante meu lugar favorito na Terra, AH QUE SE FODA EU SOU SAFADA MESMO… Talvez você um dia aceite este convite em específico, será o dia mais feliz da minha vida, ler o corpo do MEU HOMEM em braile em metros quadrados no escurinho do meu quarto ou do whats, não estou me importando com os lugares desde que neles você esteja… Também não me importo com a claridade, porque CARALHO EU JA ESTOU CEDA df amires pir to. Não sei como finalizar ou como continuar, mas queria que você entendesse essas mudanças por aqui, sou Tec. Edificações e não em Design de interiores e meu interior está péssimo. Agora estou pintando as paredes, algo me diz que precisam de mais que tinta. Voltei a pôr livros nas prateleiras, está é uma notícia boa. Nada está como antes, não sou a mesma pessoa que você nunca vai conhecer - do início deste texto. 06:20 Está nublado, assim como seu primeiro dia de chat comigo, mas dessa vez não me importo com a palavra “nublado” porque se chuver, posso brincar, correr na chuva. Vai ser triste não ter seus braços se enrolando na minha carcaça… Posso também pular nas poças, porém também estarei descontente por não ter conchinhas no chão e nem bolsos para encher. E mesmo não tendo visto o sol, dou o sorriso que você ama, porque mesmo tendo várias nuvens e anos luz de DISTANCIA, sei bem onde está seu melhor raio e sei que meu coração frio e azul está consigo.
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ese-flores · 5 years ago
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se bukowski a conhecesse, no livro mulheres não haveria plural. seria sobre ela, exclusivamente, sobre ela. a tua partida seria tão dolorosa, que tim maia, não cantaria sobre. porque quando alguém assim parte, parte que fica, morre. a tua ausência faz parecer os sofrimentos do jovem werther, o ápice da felicidade.
seu jorge se arrependeria, após uma noite em claro, e se recusaria a compor “quem não quer sou eu”. caetano teria sorte de se imaginar com ela somente às vezes no silêncio da noite. por que você não cola em mim? diria. os pedaços que restassem, não colariam jamais.
com você, eu sumiria igual belchior. e por você, belchior não sumiria. djavan compreenderia, porque sem você, todo dia é frio. ao te conhecer, criolo perceberia que sp transborda amor.
você é a falta que domingos sentia de um bem. é a insônia de jorge ben jor. o tempo não para, cazuza cantou uma vez. com você, ele entenderia que, o tempo não passa. o tempo não existe, os ponteiros não correm, e toda eternidade é pouca, quando se trata de você.
teu jeito me faz entender que, você é o ela de cada escritor. o ela de todo compositor. o ela de cada poeta, de todo poema, dona de cada verso.
você é o ela de todo romance.
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ese-flores · 5 years ago
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video games tocava de fundo e ela tocava meu rosto como se eu fosse uma arte rara, It’s you it’s you it’s all for you, eu toquei o céu e permaneci deitada nela, são esses momentos que sacode meu peito e canto:
o paraíso é um lugar na terra com você
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ese-flores · 5 years ago
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Passei a contemplar o céu arredondado visto daqui, por que quando se chega ao fim do fundo do fundo do fundo do poço, não tem nada mais a fazer além de subir.
Desconhecido
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ese-flores · 5 years ago
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coração e mente
inexplicavelmente estamos sós sós para sempre e era pra ser desse jeito, não era pra ser jamais de outro jeito - e quando a luta com a morte começar a última coisa que quero ver são rostos de pessoas rodeando sobre mim - melhor apenas meus velho amigos, as minhas próprias muralhas, que apenas eles estejam lá. eu fui só mas raramente solitário. saciei minha sede na fonte que há em mim mesmo e este foi um bom vinho, o melhor que já provei, e essa noite sentado olhando pra escuridão agora finalmente compreendo a escuridão e a luz e tudo que há entre elas. chega uma paz no coração e na mente quando aceitamos o que há: ao nascer nessa vida estranha nós temos que aceitar o desperdício de aposta que são nossos dias e obter alguma satisfação no prazer de  deixar isso tudo para trás. não chore por mim. não sofra por mim. leia o que escrevi depois esqueça tudo. beba da fonte que há em você e comece de novo.
BUKOWSKI, Charles. Maldito deus arrancando esses poemas de minha cabeça, p. 153-155.
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ese-flores · 5 years ago
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ese-flores · 5 years ago
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eu tenho esse medo impregnado em tudo o que eu faço, por isso meu instinto sempre é fugir. mas às vezes, por mais que eu tente, não dá pra se esconder... algumas prisões são metafísicas. e eu corro para os mesmos lugares em busca de rumos diferentes, mas o que muda, em todos os casos, sou eu. desisti de procurar uma salvação, só me deixo cair nesses abismos confortáveis, ainda que soe paradoxal. porque lutar, por vezes, é sofrer. eu também cansei de tentar ser luz, enquanto tudo aqui dentro está apagado, porque eu compreendi que as minhas mãos são curtas pra abraçar todo o mundo e o peso dos erros já me doem demais a pele.
"quando a poesia morre, você faz o quê?", escuto daniel caldeira sussurar pra mim, em um toque calmo e triste.
eu morro, concluo.
estou morrendo.
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ese-flores · 6 years ago
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ese-flores · 6 years ago
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ese-flores · 6 years ago
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ese-flores · 6 years ago
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sua existência, para mim, é como apreciar uma pintura ou ler poesia. é olhar o céu e sentir-se infinito.
sou grata por saber que você existe no mundo.
quando me perguntarem o que é o amor direi seu nome.
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ese-flores · 6 years ago
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Coco Chanel ca. 1909
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ese-flores · 6 years ago
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é joseph tu conhecia tão bem as minhas extremidades
mas quando chegou no meio
não soube me ler
e ao menos tentou
(Você realmente me amou?)
(silêncio.)
(algumas perguntas doem mais que qualquer resposta.)
adeus.
A garota da imensidão
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ese-flores · 6 years ago
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"Se o amor fosse comida, eu teria passado fome com os ossos que me deu."
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ese-flores · 6 years ago
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metade do que eu sinto ecoa em silêncio e a outra é o que desliza pelas mãos e nunca encontra firmamento é a areia,  o tempo e todas as metáforas sobre perdas e quedas que não enfrento. - g.s.
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ese-flores · 6 years ago
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a solidão te devora e te cospe.
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ese-flores · 6 years ago
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se eu estivesse apaixonada escreveria um poema de amor
um poema que falasse dos olhinhos puxados pequenos e castanhos
de pipas sonhos e promessas
que sorrateiramente elogiasse o jeito como o cabelo cresce e por preguiça ele não se importa  
afogando o sono dele em minha cama  
eu o deixaria virar a noite
e depois me virar ao avesso
porque a gente é tudo isso que se transforma
e porque está tudo bem na forma como ele se mexe
ainda que essa pressa me assuste inteira
eu gosto da forma como ele me despe
tudo se desmorona em instantes e logo fica se expandindo pelos salões de todas as festas
eu não me arrependendo de ter escancarado as portas
foi quase espiritual a forma como ele chegou
já não havia a imposição do tempo sobre as nossas vidas
mas teve muito da força do querer
do meu querer desesperado e sem freios
olha, a luz ainda está conosco
se eu estivesse apaixonada escreveria um poema de amor
um poema de amor para você
seus joelhos encostando nos meus e o café na mesinha de madeira
uma pipa a desdobrar-se no céu enquanto você fala
enquanto você fala sobre as pessoas que agora estão vivendo o intervalo tênue
entre a paz e a pólvora
o amor é um bicho tão mutante
mas entre nós ele não existe
no entanto ele grita
ele grita palavras de revolução
quando você se levanta eu desejo que você não volte nunca mais
e então eu fico aperriada por não saber o que sinto
mas eu sinto
teu abraço quente fez parecer que choveu
mas não choveu
só estamos molhados
fomos parar em mundo superlotado e foi como se eu estivesse fotografada e nua na tua íris
se eu estivesse apaixonada escreveria um poema de amor
leia as quatro leis da espiritualidade ensinadas na índia
tudo começa na hora certa, nem antes e nem depois
mas eu entendo mais de improvisos  
e agora tenho o perigo atravessado na garganta
se eu estivesse apaixonada escreveria um poema de amor.
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