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Eu nunca amei ninguém.

Esse talvez seja o meu Karma. Nunca poder amar de verdade. Amar só na minha cabeça, porque é onde dói menos. Onde não existe a opção abandonar. Onde ninguém pode me magoar. E então fingir que isso foi amor. Viver uma história de amor na minha cabeça onde nada de ruim pode acontecer. E então me entregar apenas para quem eu não tenho intenção alguma de amar.

Eu nunca amei ninguém. Não de verdade. Já me deitei em camas que tinha o aroma do vazio e beijei bocas fingindo um amor que não eu sentia. Mas eu nunca amei ninguém. O amor é tudo que eu mais temo no mundo e isso é engraçado porque geralmente as pessoas tem medo da morte. Vai ver o amor para mim é como a morte para as outras pessoas. Eu não tenho medo da morte, mas me desfaço em pensar amar alguém de verdade.

O amor nunca ficou. Nunca ficou porque eu nunca tive paciência; O amor nunca ficou porque em algum momento eu estraguei tudo com medo demais de dar certo; O amor nunca ficou porque ele é incompatível com a minha ansiedade; O amor nunca ficou porque eu achei que era uma piada; O amor nunca ficou porque eu tranquei a porta.

Eu não quero passar por essa vida sem nunca ter amado ninguém de verdade. Escrevendo sobre amores que eu inventei e nunca vivi. Quero deixar esse amor florescer como e onde ele quiser, porque dói viver contida numa bolha, sempre fugindo dos sentimentos que a vida quer me oferecer.

Por hoje, talvez, essa seja a atitude mais corajosa que eu tomei. Me permitir amar alguém de verdade, sem os medos que eu crio na minha cabeça, que me afastam de tudo e todos dizendo que é impossível que alguém me ame na mesma intensidade. Se não for quem eu escolhi, então que seja alguém algum dia, ou então que seja eu mesma.

O importante é que eu parta desse mundo com mais histórias de amor reais pra contar do que com arrependimentos demais que me impeçam de ficar em paz.

- Letícia Dlarosa (@escrevasereia) • o texto é meu, é seu, é nosso! Mas se for compartilhar, lembra de creditar a pagina

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Eu não me sinto confortável na minha própria pele.

Isso dói.

Dói porque eu queria ouvir mais vezes o quanto eu sou bonita.

Dói porque eu queria ser bonita para todas as pessoas que eu conheço.

E normalmente elas só me lembram por meio de piadinhas o quão fora dos padrões eu sou.

Dói porque os elogios que eu recebo, são de mulheres que também se sentem insuficientes de alguma forma e elas Deus elas são tão verdadeiramente bonitas. Na minha cabeça, elas só me elogiam porque são tão bonitas que querem me levantar junto com elas. Querem que eu me sinta melhor. Nunca funciona.

Eu sei que a beleza não é o essencial. Ou que a beleza não dura pra sempre. Mas a beleza me parece abrir todos os caminhos possíveis para uma mulher cheia de sonhos.

Não me sinto suficiente na minha própria pele.

Todos os dias antes de dormir, fico imaginando como seria mais fácil se eu fosse bonita. Se eu fosse padrão. Se eu tivesse o cabelo como dela ou se eu tive a curvas daquela outra. E então eu me pego pensando quais partes da minha essência vou precisar mutilar pra conseguir ser bonita.

E no dia seguinte, eu acordo rezando para que ninguém faça uma piadinha estúpida sobre meu corpo. E Deus como eu queria saber que aquilo foi só uma piada de mau gosto e que as pessoas não me acham feia.

Porque dói nunca ser suficientemente bonita, legal, interessante, talentosa, inteligente. Dói nunca ser suficiente.

Queria outro corpo, outra mente, outro coração. Queria ser outra pessoa.

E eu não queria me sentir assim.

Mas é assim que eu me sinto.

Todos os dias.

Todos os segundos.

Eu não me sinto confortável na minha própria pele.

- Letícia Dlarosa (@escrevasereia)

• O texto é meu, é seu e é nosso. Se for compartilhar, lembra de creditar a pagina tá?!

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Terça feira, meia noite Coração acelerado Enxergo meus cortes cicatrizados. Ogunhê meu pai Ogunhê meu pai Ogunhê, você me ensinou a lutar Onde o medo fez morada O senhor cravou sua espada Pra minha coragem enraizar Quando o ódio contaminou O senhor me segurou E me lembrou que nem toda guerra É digna de se entrar Meia noite, segurou minha mão e disse Por onde andar, sereia, Serei o seu escudo Pro mal não entrar Pra amor raso não se instalar Pra falta de coragem não enraizar Me colocou sua armadura Me deu sua espada. Me levantou e se pôs a caminhar Ogum passa na frente. Lutou comigo, todas as batalhas A minha vida inteira Silenciosamente me fez continuar Mas dessa vez, ele trazia um sorriso Eu finalmente tinha entendido Que sereia também sabe guerrear

 - Letícia Dlarosa (@escrevasereia)

O texto é meu, é seu, é nosso! Então se compartilhar não esquece de creditar a pagina aqui tá? ♥

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suas cores

Eu me apaixonei pela idealização que eu fiz de você, mas nunca em toda a minha vida, conheci amores reais. Eu sempre permaneci aqui escrevendo sobre olhos bonitos e como você poderia ser finalmente aquele me salvaria. Minhas concepções de amor mudaram, e muito. Passei a noite inteira tentando entender, o que eu posso fazer pra que nossas energias possam se sintonizar e você possa me enxergar de uma forma bonita, sem esse descaso incessante que me faz querer vomitar só de ouvir seu nome. Percebi que você não sabe quem eu sou. Eu não sei quem você é. Talvez, você veja que existe muita luz em mim. Muito mais até do que eu era capaz de enxergar a alguns meses atrás, quando tudo que eu tinha era uma tristeza interminável e um coração partido. E se você conseguir ver a luz, talvez as estrelas se alinhem pras nos dois. Me ensinaram a gostar do que vejo, mas jamais apreciar o que desvendo. Construí histórias de amor em cima de mascaras e padrões de beleza aos quais eu não pertencia. Com você eu simplesmente não posso seguir a mesma rotina. Eu preciso te conhecer, preciso te desvendar e entender cada nuance dos seus tons frios que combinariam tão perfeitamente com minhas cores quentes. Suas cores, é delas, por elas, que eu pretendo me deixar apaixonar por você. - Letícia Dlarosa (escrevasereia) o texto é meu, seu e nosso mas se for compartilhar lembra de dar créditos a pagina. não copie, crie 💛

[escrevasereia]

Será que você é incapaz de enxergar A mulher forte que habita em você? A mulher que enfrenta todos os dias? Uma depressão que te impede de caminhar Uma ansiedade que coloca fogo nas suas veias As lembranças que te arrancam o sono pela madrugada O medo que te paralisa. Mesmo assim você continua aqui Você não desistiu Você não fracassou Você caminha ao seu ritmo E tem dias que ele nada mais é Do que um flamenco triste Mas em outros, você incendeia Como uma rumba Agitando e colorindo tudo ao redor Vê quanta força e beleza existe em você? Às vezes é difícil de enxergar Quando a nossa  visão parece tão nublada Mas se te acalma o coração Segue, mesmo desmoronando Aos poucos você chega lá Mesmo com todas as dificuldades do mundo Existe lugar ao sol para todos nós E porque com você seria diferente? É do seu ser resistir Suas ancestrais olham por ti E velam teu caminho Pra que você possa continuar a caminhar E você continua Porque você é uma maré inteira De poesia, dor e amor Você é real E ainda que aos pedaços Não deixa de encarar a vida nos olhos E dançar no fogo Será que você não vê? A força é tão natural em você Que até quando você pensa estar desistindo Você ainda sorri e continua resistindo. 

- Letícia Dlarosa (escrevasereia)