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envelhecercomdignidade · 11 months
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O papel do idoso na sociedade e sua reinserção no mercado de trabalho
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Envelhecer é um processo natural que envolve mudanças físicas, psicológicas e sociais que afetam cada indivíduo de maneira subjetiva dependendo do contexto de vida de cada um. Nesse sentido, é necessário uma atenção especial para o processo de envelhecer, visto que junto dele surgem diversas questões, como por exemplo, perdas diversas, aposentadoria, crise de identidade, etc. Portanto, é preciso considerar que o número de idosos no país aumenta de maneira recorrente em razão da evolução da medicina, da farmacologia e do reconhecimento dos idosos com seus direitos, com isso é importante lidar com a velhice de maneira a acolher essas pessoas para que elas se sintam úteis na sociedade e consigam passar por esse processo natural da maneira mais tranquila possível. 
O Brasil é um país com o modelo econômico capitalista, esse é um modelo econômico que visa o lucro acima de qualquer situação, portanto, o dinheiro é o que mais importa. Dessa maneira, na nossa sociedade capitalista o envelhecer está conectado com a falta de utilidade, pois a partir do momento que o indivíduo se aposenta, ele não é mais útil para a economia do país. Nesse sentido, é preciso analisar como esse tipo de questão é recebida pelas pessoas idosas e como isso está entrelaçado na sociedade brasileira, sendo algo que é passado transgeracionalmente e pode refletir no fato de alguns idosos se sentirem sozinhos e sem perspectivas de vida.
De acordo com Mendes et al, a aposentadoria costuma causar uma crise nos indivíduos perante a baixa autoestima com a retirada da vida em competição e o sentimento de utilidade. No início, a maioria dos idosos se sentem satisfeitos com a ideia de poderem finalmente descansar, mas com o passar do tempo sentem que sua vida se tornou sem perspectiva e a tristeza ganha um espaço relevante na vida desse idoso. Portanto, o ambiente de trabalho tem um papel importante na vida de qualquer pessoa, visto que é um lugar onde ocorre a formação de relações, onde o indivíduo pode se expressar e conservar sua identidade criada durante todos esses anos. O papel do emprego é tão relevante na nossa sociedade que muitas vezes é atribuído como uma identificação, é com orgulho que as pessoas costumam expor suas profissões e com o que dedicaram anos de estudo.
Mediante o exposto, podemos citar o quão importante é reinserir o idoso no mercado de trabalho e como ele ainda pode auxiliar significativamente no crescimento do país. Nesse sentido, o mercado de trabalho busca cada vez mais pessoas novas para vagas de emprego e com uma quantidade quase inalcançável de experiência para tão pouca idade, algo fora da realidade de muitas pessoas que vivem no Brasil e não podem se dedicar somente aos estudos. Portanto, no caso dos idosos aposentados, é visto o quanto de experiência esses indivíduos carregam e podem agregar no contexto de trabalho, além de serem pessoas com maior maturidade emocional por já terem lidado com diversas situações em suas vidas e assim, mostrarem maior gratidão também por conseguirem a vaga de emprego, visto que é algo que dará um objetivo para eles.
Conforme citado por Fernandes-Eloi et al, “O trabalho, além de contribuir para a sobrevivência financeira dos indivíduos, proporciona uma rede de relações e de contatos, estruturando o tempo de cada indivíduo e construindo espaço na sociedade através de direitos e obrigações.” Dessa maneira, a aposentadoria afeta o emocional dos indivíduos de maneira que prejudica significativamente as relações sociais desse idoso. Portanto, é necessário rever esse estereótipo de incapacidade que foi criado para as pessoas idosas e aposentadas, visto que são pessoas com enorme capacidade e experiências de vida, também, com uma disposição invejável de aprender sobre os avanços da modernidade para se inserirem nesse meio. 
Para finalizar esse post, uma indicação de filme para um domingo à noite que trata sobre o tema discutido: Um senhor estagiário. Filme que trata sobre a reinserção no mercado de trabalho por um senhor aposentado e que se destaca fortemente na empresa onde foi contratado, trazendo diversas reflexões e ensinamentos sobre o papel do idoso na sociedade em que vivemos. 
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Referências:
MENDES, M. R. S. S. B. et al.. A situação social do idoso no Brasil: uma breve consideração. Acta Paulista de Enfermagem, v. 18, n. 4, p. 422–426, out. 2005.
ELOI, Juliana Fernandes; LIMA, Maria Eliara Gomes; SILVA, Angélica Maria de Sousa. Reinserção de idosos no mercado de trabalho: uma etnografia de tela do filme Um Sr. Estagiário. Pensando fam.,  Porto Alegre ,  v. 23, n. 1, p. 199-212, jun.  2019 .
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envelhecercomdignidade · 11 months
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É importante ponderar os benefícios individuais e as preferências pessoais. O trabalho na terceira idade pode ser uma jornada recompensadora, trazendo uma riqueza de experiências e contribuições valiosas para a vida.
Referências: 1- Telmachuk MSL. Sentidos do trabalho para idosos em exercício profissional remunerado [Dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2005. 2- CAMARANO, A. A., BELTRÃO, K. I. O idoso no mercado de trabalho. In: Como vai? População brasileira. Brasília: IPEA, Ano III, n. 3, 1998. 3- DEBERT, G. G. Política de atenção à terceira idade. In: MPAS. Discutindo a assistência social no Brasil. Brasília, p. 141, 1997. 4 - Costa IP. Qualidade de vida de idosos no contexto do trabalho e suas Representações Sociais Paraíba: Universidade Federal da Paraíba; 2015. 5 - Ribeiro P, Cristina C, Almada DSQ, Souto JF, Lourenço RA. Permanência no mercado de trabalho e satisfação com a vida na velhice. Ciência Saúde Colet. 2018;23(8):2683-92.
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envelhecercomdignidade · 11 months
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"O envelhecimento saudável é um processo contínuo de otimização da habilidade funcional e de oportunidades para manter e melhorar a saúde física e mental, promovendo independência e qualidade de vida ao longo da vida." Organização Mundial da Saúde - OMS
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envelhecercomdignidade · 11 months
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“O pior vizinho do mundo” e a saúde mental de pessoas idosas.
Otto é um senhor rabugento que vive sozinho em bairro residencial, com fama de mal-humorado e pavio curto, acaba indiretamente como “presidente” da associação de moradores, mesmo tendo sido deposto devido ao seu humor sempre peculiar. Ao longo do filme a complexidade da vida de Otto vai fazendo com que o público simpatize e entenda suas atitudes, vendo que entre respostas ríspidas, Otto tem um coração bondoso e solícito, mas frágil devido aos acontecimentos vividos.
Em certo momento uma família chega a vizinhança e de forma acolhedora tenta inserir Otto nas atividades e tarefas da nova casa. No início, o personagem não aceita o contato e evita certa intimidade, mas depois de um acidente, Otto acaba cedendo e construindo laços com as crianças, mas principalmente com Marisol, a mãe da família.
Otto era visto como “inútil” na vizinhança, mas, assim como retrata no filme, seu auxílio em trabalhos manuais era excelente e a maioria dos vizinhos pedia ajuda. Porém suas ideias eram vistas como ultrapassadas e alguns moradores acabavam sendo grosseiros e preconceituosos, em certo trecho uma vizinha grita na porta de Otto a seguinte frase: “Nós deveríamos colocar todos os velhos dessa rua em um asilo”. Essa é uma das formas de ódio e preconceito com pessoas idosas retratado na nossa sociedade, onde são vistas como pessoas que não podem mais contribuir para a construção e desenvolvimento do país, o que além de grosseiro é inverdade, pois na realidade do Brasil e nos dados atualizados, 4,094 milhões de trabalhadores são pessoas com sessenta anos ou mais e estão ativos no mercado brasileiro em 2023 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Além disso, o acolhimento e a saúde mental das pessoas idosas deve ser de extrema prioridade, pois segundo a pesquisa do governo federal, em 2019, 13,2% dos indivíduos com mais de sessenta anos tinham sido diagnosticados com depressão.
O filme “O pior vizinho do mundo” é uma grande ferramenta de visibilidade para a saúde mental da pessoa idosa, pauta que deveria estar em alta, pois um a cada quatro idosos brasileiros com mais de 60 anos tem depressão e já pensaram em suicídio. Assim como relata no filme, a velhice agrava diversas questões da saúde física e mental, pois é um período considerado delicado, vem acompanhado do luto, que pode ser relacionado a perder alguém especial ou o luto da mobilidade física, financeira e estético que atinge diretamente a independência e autoestima dos indivíduos. Por isso, é papel dos profissionais da saúde e familiares que convivem com pessoas com mais de sessenta anos o cuidado e a atenção à saúde física e mental, para que este período seja vivido de forma saudável e com dignidade.
REFERÊNCIAS:
Gavras, Douglas. Informalidade atinge mais brasileiros a partir dos 60 e deve pressionar Previdência, São Paulo, 30 de setembro de 2023. Disponível em:https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/informalidade-atinge-mais-brasileiros-a-partir-dos-60-e-deve-pressionar-previdencia.shtml#:~:text=Pelos%20dados%20mais%20recentes%2C%20do,no%20quarto%20trimestre%20de%202015.
. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/observatorio-nacional-da-familia/fatos-e-numeros/5.SADEMENTALLTIMAVERSO10.10.22.pdf
O PIOR VIZINHO DO MUNDO, Diretor: Marc Forster. Estados Unidos, Sony Pictures, 2022. Netflix
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envelhecercomdignidade · 11 months
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Propostas de Intervenção
A partir da entrevista realizada na Sociedade Porto Alegrense de Auxílio aos Necessitados (Spaan), percebemos a demanda de pensar em uma intervenção que, de alguma maneira, ajudasse os idosos a se “reinserir” na sociedade - tendo em vista que nem sempre o papel social que o idoso ocupa em um determinado espaço é visto em sua complexidade. Propomos que a intervenção seja realizada no CRAS Centro Sul (uma das unidades de Porto Alegre), pois é uma unidade próxima à Spaan - o que nos leva a acreditar que o perfil de idosos que frequenta essa unidade tem similaridade com o perfil relatado na entrevista feita com a psicóloga da Spaan. A ideia principal é que os idosos tenham um convívio social, pois "os grupos de convivência para idosos são espaços de promoção da saúde, que trabalham autonomia e independência, repercutindo na capacidade funcional, bem como na autopercepção de saúde, da qualidade de vida e do bem-estar" (SANTOS; SANTANA; BROCA, 2016), mas também pensamos em algo que forneça ferramentas para que os idosos possam se reinventar e se reinserir no mercado de trabalho - uma vez que a expectativa de vida aumenta e os idosos muitas vezes precisam se reinventar para poderem se manter ativos em suas vidas profissionais (e nem sempre são bem recebidos pelo mercado formal). Com tudo isso em mente, apresentamos nossa proposta de intervenção:
I. Oficinas de artesanato:
Com a Legião da Boa Vontade (LBV) como inspiração, a primeira frente da intervenção é possibilitar oficinas de artesanato para os idosos, pois ajuda com a autoestima dos participantes e também incentiva o trabalho manual - importante nessa fase da vida, mesmo que alguns idosos encontrem um pouco mais de dificuldade por causa de seu funcionamento motor - que tende a naturalmente se tornar mais lento. Além de colaborar com a autoestima e incentivar a atividade motora, é também uma possibilidade para fonte de renda: os idosos podem vender os produtos que aprenderão a fazer nessas oficinas. A sugestão é que sejam feitos encontros semanais com os voluntários que trabalham com artesanato, cada encontro com a duração aproximada de 2 horas (tendo em vista que os idosos precisam de um tempo para aprender e “botar a mão na massa” sem que se sintam pressionados em fazer algo rápido, sem respeitar o tempo de realização das atividades que tende a ser naturalmente mais lento). Inicialmente propomos que as oficinas durem 2 meses, podendo prolongar a duração de acordo com disponibilidade dos voluntários, do espaço cedido pelo CRAS e a aderência dos idosos da região.
II. Rodas de Terapia Comunitária:
A segunda frente da intervenção é a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), que é uma prática de intervenção coletiva que visa criar e fortalecer os laços sociais. A TCI é desenvolvida em formato de roda. Cada participante da sessão é corresponsável pelo processo terapêutico individual e coletivo. A partilha de experiências favorece o resgate da identidade, a restauração da autoestima e da autoconfiança e a ampliação da percepção. A prática está fundamentada em cinco eixos teóricos: pedagogia de Paulo Freire, Teoria da Comunicação, o pensamento sistêmico, a antropologia cultural e a resiliência.
O trabalho realizado pela TCI reforça a autoestima, promovendo redes solidárias de apoio e otimizando recursos disponíveis da comunidade. A possibilidade de ouvir a si mesmo e aos outros participantes traz outros significados às suas vivências, conquistas, potencialidades e aos seus sofrimentos, diminuindo o processo de somatização e complicações clínicas.
Propomos, inicialmente, encontros a cada 15 dias, com a duração de 1 hora - a depender do número de idosos participantes. Os encontros não acontecerão no mesmo dia das oficinas de artesanato, pois acreditamos que as duas intervenções se conectam de algum modo pois, de jeitos diferentes, tem como proposta principal promover um convívio social e uma troca de experiências. Com duração esperada de 2 meses, prevemos 4 encontros, sendo possível prolongar de acordo com recursos necessários e a aceitação dos encontros pelos idosos.
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Referências para a construção da proposta de intervenção:
Capacidade de execução das atividades instrumentais de vida diária em idosos: Etnoenfermagem: https://www.scielo.br/j/ean/a/mRwXKLVsKYCDYP89DFHM5Cj/?lang=pt
Legião da Boa Vontade: https://www.lbv.org/
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