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Uma outra voz em Chernobil
Uma outra voz em Chernobil
O ENCONTRO COM AS VOZES Eu não tinha nascido na época em que o acidente na usina nuclear de Chernobil aconteceu. Quando a União Soviética se extinguiu, eu tinha 3 anos de idade. Apesar de ter estudado esses dois assuntos no colégio, só fui perceber que eu ignorava muitas coisas a respeito do tema quando estive na zona proibida em agosto de 2017. Desde que eu voltei da visita a Chernobil não paro…
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A cicatriz
Faziam duas semanas que a minha vizinha tinha me dado de presente um skate, no meu aniversário de 10 anos. Empolgada com o novo brinquedo, eu sempre ia pra pista perto da minha casa treinar as manobras. O Arthur ia comigo, mas ele sabia tanto quanto eu: ou seja, nada. A gente aprendia junto e alternava o skate: às vezes eu, às vezes ele. Quando ele caía e se machucava, eu dizia que era para…
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Sacha - carta 3
Sacha – carta 3
Deixei passar seu aniversário de propósito. Foi na semana passada. Me lembrei uns dias antes e outros depois. No dia mesmo, esqueci. Você faria 33. Pensei que talvez não se deva comemorar aniversário de vida de quem não está mais aqui. Preciso pensar melhor sobre isso. Mas hoje, sete dias depois eu lembrei de você e chorei. Chorei porque terminei de ler um livro em que os protagonistas morrem,…
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Fernanda
Fernanda tem 11 anos e na escola é conhecida por ser mentirosa (é verdade). Recentemente denunciou um colega por ter pego o lanche de outro. Que injustiça! Apesar disso realmente ter acontecido, o ladrãozinho jurou de pés juntos que foi ela quem roubou. E por conta da sua fama, ficou de castigo em casa. Ruiva como uma abóbora e magra de achar que as costelas irão rasgar sua pele, sonha com os…
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Places I’d rather be – 1 Colagem de revista. Places I'd rather be - 1
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The ladies #eladizdisse #collageart
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Lauren Bacall - Miss Sereia Colagem de revista - Tamanho A4 Lauren Bacall - Miss Sereia
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Me deixe ser
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Colagem - Roadtrip
#eladizdisse#collage#collageart#collageartist#colagem#collagework#illustration#handmade collage#paperwork#handmadework#creative#create
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O maestro
Estava escuro. Não por falta de luz, mas porque assim era esse lugar: móveis e paredes pretas, uma iluminação quase inexistente. A cortina de veludo vermelho deixava o ambiente por vezes aconchegante, outras perturbador. O salão era amplo e o lugar estava cheio. Todas as mesas ocupadas da mesma forma: duas pessoas sentadas uma de frente para a outra. Tocava uma música clássica. O volume estava tão alto que ninguém conversava. Só se observavam. Não pediam para baixar o volume, elas não queriam falar. Manter o olhar uma para outra já estava difícil, acrescentar diálogo, era inviável.
No fundo do bar, do lado de dentro do balcão havia um homem alto, de terno, corpo esguio. Ele olhava para as caixas de som que estavam a sua frente. Observava de modo investigativo. Era o único que enxergava as ondas sonoras saindo da caixa e indo aos ouvidos dos que estavam sentados.
Perto da porta, haviam duas mulheres que se olhavam fixamente. Estavam assim desde que chegaram. As mãos sobre a mesa, muito próximo de se encostarem. Enquanto uma analisava o modo em que os cabelos pretos e longos caiam sobre o rosto da outra, esta percebia por onde os olhos da primeira rodavam. Enquanto esta fazia, aquela observava passivamente. Almas enlaçadas vivendo exclusivamente para a outra.
O homem do bar ensaiava orquestrar. Ele não era maestro e a música não era ao vivo, mas ele tinha algum controle sobre ela. Experimentava mexendo lentamente uma mão, depois a outra. Quando encontrou o ritmo, puxava as ondas sonoras para si, como se estivesse bebendo do vento em um dia de verão com sol escaldante. Sorriu. Foi a primeira expressão no rosto de alguém naquela noite. Aos poucos foi direcionando o que saía das caixas de som para o salão. Indicava para onde aquela música deveria ir e um som novo, estridente, começou a surgir.
Não abalou ninguém, apesar do barulho perturbador. Todos estavam concentrados demais olhando uns aos outros e não perceberam a mudança da música. O som passou a ficar sutilmente histérico, como um pedido de socorro de alguém encarcerado há anos. O maestro rodava o som pelo salão, numa velocidade cada vez mais intensa. Um tornado ensurdecedor se aproximava.
As pessoas. Os olhos fixos. Algo começou a mudar. Aquelas duas mulheres foram as primeiras a, lentamente, acordarem do mergulho no universo paralelo em que se encontravam. As cabeças mexiam devagar. Os dedos descolavam da mesa e os olhos esbranquiçavam. Dividiam o mesmo espaço, mas não eram capazes de notar a mudança que acontecia com a outra a sua frente. Estavam cegas, hipnotizadas por dentro. O maestro controlava o volume da música para um tom mais sóbrio e aos poucos o som deixava de ser estridente para ser um ruído baixo e contínuo, como o de uma geladeira ligada.
Uma luz entrou. Alguém abriu a porta. Uma nova pessoa chegou no bar. Abriu o cardápio e olhou em volta. Sentou sozinha na mesa, como todos naquele lugar.
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Aquilo que se vê
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Doeu em mim.
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Colagem - Sobre ansiedade e insegurança
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