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lykos
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guess ya need a little hell
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dreamzevil · 4 years ago
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what the hell is going on?
Oct. 04, 2020.
Foi enquanto andava pelos corredores do dormitório, indo em direção ao quarto, que Dohyun notou a súbita mudança de clima no instituto. O frio repentino fez o seu corpo todo arrepiar intensamente, e não demorou muito para notar a névoa esbranquiçada se espalhando pelo ambiente. Em outras circunstâncias, ele não daria a mínima atenção para o que estava acontecendo, afinal, é comum até demais eventualidades estranhas acontecerem no instituto praticamente todos os dias. Porém, alguma coisa sussurrava distante que algo muito errado estava acontecendo. De qualquer forma, não era responsabilidade dele lidar com a situação e muito provavelmente estaria tudo resolvido em pouco tempo, tinha certeza que alguém avisaria caso precisassem de ajuda. Continuou, então, caminhando em direção ao quarto, e foi quando parou em frente a porta que sentiu a primeira pontada de dor atrás da cabeça. Ótimo, dor de cabeça logo agora. Pensou. 
Demorou alguns poucos minutos, tempo o suficiente para ir até o banheiro e jogar água no rosto, mas a dor retornou e, dessa vez, mais forte. Dohyun curvou o corpo para a frente, apoiando-se com a mão canhota sobre a pia enquanto a oposta foi até a área onde sentiu as pontadas. A dor continuou, com intervalos de poucos segundos, e não demorou muito para dispersar por toda a cabeça. Ele sentia como se o seu cérebro fosse explodir a qualquer momento, estava insuportável a ponto de não conseguir sequer pensar sobre o que merda estava acontecendo ali. Várias vozes distintas soavam na cabeça do semideus, em tons e idiomas variados, desde gritos claros à sussurros desconexos, ele soube nesse momento que tinha perdido o controle da sua necromancia. 
Só não contava com o descontrole, também, das suas habilidades ilusionistas. E dentre tantas vozes diferentes, uma se destacou: a de Hades. “Controle-se.” O Deus disse, e honestamente, não era como se o filho já não tivesse pensado nisso. — Eu... estou tentando. — Dohyun esbravejou, rosnando de raiva e mirando o punho fechado no espelho do banheiro, despedaçando o vidro em inúmeros pedaços. Era uma dor insuportável e estranha já que ele não estava, de fato, utilizando suas habilidades em alguém. Não que ele soubesse, pelo menos... ou algo havia engatilhado o descontrole dos seus poderes e, talvez, estivesse afetando a si próprio — o que ele nem imaginava ser possível. 
A voz distante de Hades continuou insistindo com suas tentativas de tirar o filho daquele transe. Tudo ficou mais preocupante quando as chamas negras começaram a aparecer envolta do corpo do semideus, que acabou cedendo a fraqueza e caiu sobre os joelhos no chão do banheiro. As mãos automaticamente cobriram as orelhas em uma tentativa clara de afastar os sons incessantes das vozes do submundo e talvez diminuir a enxaqueca, sem surtir o efeito esperado já que tais sons ecoavam dentro da mente do rapaz; e o descontrole, dessa vez, foi das próprias ações, descontando toda a sua frustração no que estivesse pela frente. 
Ele não sabe quando e nem como, mas depois de um tempo lutando contra a dor e as vozes, conseguiu reunir o que ainda tinha de forças para ir até a cama. Lá, o corpo acabou cedendo à exaustão e o semideus finalmente apagou, livrando-se do inferno que estava sendo o descontrole das suas habilidades. 
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dreamzevil · 4 years ago
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Take care of me.
Sep. 29, 2020. 
w/ Daisy Simmons. 
Como de costume, Dohyun estava deitado em sua cama folheando um livro qualquer para passar o tempo quando ouviu batidas leves na porta. De início, tentou ignorar, mas quem quer que estivesse do outro lado continuou insistindo até que o semideus desistisse do seu plano para ir até lá e descobrir quem estava o incomodando. — Quarto errado. — Disse no mesmo segundo em que girou a maçaneta e seus olhos encontraram-se com o de uma garotinha, provavelmente com seus nove ou dez anos de idade. “Você não é o Dohyun oppa?” E Imediatamente uma expressão intrigante estampou o rosto do homem. — Depende de quem quer saber.  
E assim, um dos piores pesadelos do filho de Hades parecia estar se tornando real — mesmo que temporariamente. A garota era uma plêiade e, de acordo com ela, o instituto ficou encarregado de designar uma criança criatura para os residentes dali com um propósito… Qual propósito? Honestamente, ele parou de prestar atenção no que a criança estava falando. Dohyun não lida bem com elas. — Seu nome? — Ele perguntou, mas a plêiade apenas mostrou-lhe um sorriso travesso e adentrou no cômodo com uma mala pequena de roupas; parecia até que estava de mudança. Repetiu a pergunta mais uma vez só para ter certeza de que não ia mesmo conseguir uma resposta. — Ok, vou te chamar de mini Lily.
A plêiade aparentava estar tão incomodada quanto o tutor com a ideia de passarem um dia juntos. Ele não gosta de crianças, ela não foi com a cara dele. Dohyun sugeriu que ambos ficassem quietos em seus respectivos cantos, fazendo algo que gosta ou simplesmente distraindo a atenção até o relógio marcar a hora dela ir embora; mas a expressão travessa no rosto da mini Lily denunciou que ela não pretendia deixar a paz se instaurar no ambiente. Era tudo o que tira a paciência do sul-coreano: energética, tagarela e teimosa. Irritantemente teimosa. Ele perdeu as contas de quantas vezes teve que tirá-la de cima da cama, ou ter que impedi-la de mexer em suas coisas. Em um determinado momento, ela saiu correndo porta afora e ele foi incapaz de acompanhar a velocidade estelar. — Ótimo, perdi a criança. 
Por um lado, estava profundamente grato por não precisar mais lidar com a criatura, mas por outro estava cismado com o que poderia acontecer se deixasse ela solta por aí. Enquanto procurava pelos cantos do dormitório, recebeu uma mensagem da sua irmã falando que precisava de ajuda. Bastou poucas palavras para ele dar meia volta e seguir em direção ao quarto de Daisy; e por sorte, ou não, acabou encontrando a mini Lily no caminho. 
Já no quarto da mais nova, ele deixou a plêiade junto com a criança que estava sob os cuidados da Simmons e não demorou para envolver a irmã em um abraço. Seria uma grande mentira se ousasse falar que entendia os sentimentos dela, ele não tinha a mínima noção do que era sentir o que ela estava sentindo, então limitava-se em apenas apertar ela em seus braços e passar alguma sensação de conforto — mesmo que mínima. Deixou Daisy chorar ali, enquanto os dedos acariciavam o cabelo dela em um cafuné lento.
Embora o resto do dia ao lado das pequenas criaturas não tivesse sido tão ruim assim, Dohyun teve mais certeza de que não quer isso para ele. Filhos. Pôde até sentir uns anos de vida sumindo da sua linha do tempo só de pensar na possibilidade. Na despedida, ainda foi surpreendido com um abraço da plêiade e uma provocação da mesma: “Você ainda não sabe meu nome, bobão.” Ela riu, saiu correndo novamente e deixou o mais velho com uma cara de incrédulo. 
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dreamzevil · 4 years ago
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Mission II.
Local: Rio Aqueronte, Grécia;
Objetivo: Recuperar a foice celestial e devolver à Urano;
Equipe: Lykos, Skott, Aioros, Luna, Caesar, Psychí, Matinta Perera and Jinx.
Sep. 20, 2020.  
Ser líder nunca estava nos planos de Dohyun. Nunca. Ele sempre preferiu trabalhar sozinho, seja por sua introversão ou porque não é realmente paciente para tal posição — mas não era a primeira vez que estava sendo intimado por Morfeu para liderar uma missão e, para ser totalmente honesto, mesmo que sentisse não levar jeito para isso, ele gostava da sensação de poder que vinha junto com a função. Manteve uma postura neutra quanto aos detalhes, parecia fácil ir até o rio Aqueronte, na Grécia, e recuperar a foice de Urano. A escolha do vice-líder também não foi difícil; apesar de não ter muito contato com o filho de Hécate, Jaeho, já estiveram juntos em uma equipe e, pelas informações que tem sobre o rapaz, acreditou mesmo que ele seria uma boa opção. 
A composição da equipe pareceu satisfatória inicialmente, um tanto quanto balanceada, e o filho de Hades se sentiu mais confortável por ter o irmão mais velho junto — Mikael. O que de fato o incomodou foi a matinta, Manoela, que não fazia ideia do que se tratava a missão e parecia estar achando que era tudo brincadeira. Partiram para o local às 13:00 do domingo, e por todos os Deuses, o líder sentiu uma pontada de estresse quando viu a brasileira surgir trajando roupas de banho. Todavia, ele estava com a cabeça cheia demais para se pronunciar sobre; lembrava perfeitamente bem de tê-la dito que era uma missão real, então ela que lidasse com as consequências das próprias conclusões. E se Dohyun também não fosse tão bom em ler as pessoas, poderia até jurar que ela estava fazendo de propósito. Esperar que tivessem uma viagem de ida tranquila foi um equívoco, embora a maior parte da equipe estivesse quieta e concentrada no objetivo. Ele estudava o mapa disponibilizado por Morfeu quando ouviu uma sonância estranha soar pelo ambiente, alguma coisa brasileira tocada pela colega de grupo. Respirou fundo, esfregando os olhos para manter a calma, mas antes que pudesse protestar contra, a música parou. 
Ao anoitecer parecia tudo mais calmo, estavam há algumas horas do destino e naquele dia, ele, Rubi e Jaeho ficariam como vigias noturnos. Até então não tinham encontrado nenhum perigo sério, mas de toda forma o Moon não iria dormir e aproveitaria a noite em claro para ficar atento a possíveis ameaças. A filha de Hécate afirmou que o acompanharia, assim como Skott fez um pouco mais tarde, mas cada um cobrindo um ponto diferente dentro do barco.
Ainda era cedo quando receberam os primeiros inimigos: empusas atraídas pela voz estridente e desafinada de Manoela, que do nada resolveu cantarolar uma música estranha qualquer a plenos pulmões. — Caralho. — Esbravejou, movendo-se rapidamente para o local onde havia deixado suas espadas descansando, tirando as duas da bainha. — Tentem não morrer. — Pediu, colocando-se em posição de combate quando uma das empusas foi em sua direção. E mais uma vez, estava lutando contra seres saídos da caixa de pandora assim como na missão anterior. Poderia até começar a pensar que isso era algo pessoal. Enfim, Dohyun sabia que o adversário estava tentando entrar na sua mente, queria persuadir e seduzi-lo, e por mais que ele tenha uma habilidade de resistência mental, não é exatamente um bloqueio — portanto, exigia uma certa concentração dele para bloquear qualquer ataque externo. O fio das lâminas negras que ele portava brilharam com a luz da lua e, com um giro de quadril, a espada parou rente ao pescoço da criatura, que segurou a lâmina com a própria mão para impedi-la de tocar sua pele. A empusa agarrou a arma e puxou o filho de Hades para perto, que por sua vez não cedeu, deixando o corpo ser atraído e usando o impulso para atacar mais ferozmente com a mão oposta. O oponente desviou de forma desajeitada, dando-o vantagem para tornar a postura anterior — mas dessa vez assumindo uma posição mais ofensiva, esperando a oportunidade perfeita para atacar. 
Ela era forte, a criatura. Deu para notar em poucos segundos de luta. Mostrava também uma agressividade que aumentava gradativamente, ele podia sentir a raiva exalando do corpo oposto — provavelmente por suas tentativas não estarem levando a nenhum lugar relevante. Sinceramente, Lykos estava adorando. A frustração alheia lhe fazia sentir-se superior, e um sorriso arrogante se fez visível em seus lábios enquanto defendia os golpes com facilidade, os anos de treino sendo postos em prática. Por vezes, ainda vacilava e era atingido, mas nada que pudesse nocauteá-lo e dar o gosto da vitória para a criatura de Hécate. Apenas uma abertura vulnerável da empusa fora o suficiente para o sul-coreano avançar contra ela com sua força, os punhos fechados seguravam firme o cabo das espadas com as lâminas voltadas para as laterais dando-o liberdade de desferir um soco atrás do outro sem precisar largar as armas. Após uma série de golpes que desnorteou a empusa por um mísero segundo, usou esse instante para atingi-la com um chute na altura do abdômen, lançando-a até a estrutura lateral do barco. Nesse momento, o semideus utilizou a sua sombra para prendê-la ali. Posicionou ambas as espadas envolta do pescoço como uma tesoura e sem nenhum resquício de hesitação ou misericórdia, cortou-lhe a cabeça — que caiu diretamente no rio. Com mais um chute, agora na área do peito, fez o corpo seguir o mesmo destino. Olhou ao redor, respirando com certa dificuldade pelo esforço exercido na luta. Buscou por alguém que precisasse de ajuda, mas para satisfação própria, a equipe pareceu ter lidado bem com as visitas indesejadas. 
Mais tarde naquela noite, quando a maioria dos tripulantes resolveram descansar ou simplesmente apagaram de exaustão e tédio, Dohyun seguiu para sua posição de vigia. Sentou-se no chão de madeira com as costas apoiada no mastro, os joelhos dobrados de forma desleixada. O braço esquerdo descansava atrás da cabeça, e em contrapartida, ele brincava com um anel dado por sua mãe que adornava o indicador destro. Manteve os olhos fixos no céu estrelado, mas ainda tinha todos os sentidos atentos a qualquer movimentação suspeita ao redor. Com isso, não foi pego de surpresa quando Rubi se aproximou. Sabia que a filha de Hécate prezava o silêncio tanto quanto si próprio, portanto a surpresa se deu quando a companhia sibilou uma provocação; a mulher reviveu o assunto de um beijo roubado durante um combate corpo a corpo de meses atrás. Ele piscou os olhos lentamente, inspirando todo o ar que seus pulmões suportam a fim de conter a irritação. — Se estivesse tão afim de me beijar mesmo, poderia ter falado. — Desviou o olhar para a latina, com um sorriso convencido nos lábios, os dentes prendendo o cantinho da boca entre eles. 
— O não estava pronto para escorregar da minha língua.
Sep. 21, 2020. 
Os primeiros feixes de luz fez o líder da missão fechar os olhos, apertando as pálpebras com força enquanto tentava bloquear a claridade com a própria mão. A brisa refrescante que o tocou no rosto fez uma sensação gostosa preencher seu âmago, mas ainda é chato o suficiente para querer fugir de um ambiente claro. Contudo, não demorou mais do que poucos instantes para chegar no exato destino da missão e o clima mudar drasticamente. Uma névoa espessa tomou o lugar e se não fosse por sua visão aprimorada, poderia se passar como cego. Uma aura pesada — típica do submundo — fez a sua nuca formigar, sinal de que estava perto demais do seu objetivo e, com isso, vem os problemas. 
Era manhã, sabia disso. Viu o dia amanhecer e os raios solares sumirem em uma fração de segundo devido a presença assombrosa de Caronte, o barqueiro de Hades. Lykos já havia o visto uma vez, quando estava na companhia do pai em sua primeira visita ao Mundo Inferior. Duvidava que Caronte lembrasse dele pelo rosto, mas talvez fosse possível sentir a sua ligação com o Deus. A carranca do barqueiro já era esperada, foi alertado pelos professores que ele não seria tão receptivo com a visita. Eles estavam invadindo um território perigoso e sem nenhuma alma para transportar, além de ser semideuses e criaturas — o que aumentava o percentual de inconveniência. 
Ele pensou rápido, criando inúmeros tipos de negociação que pudesse ser feita para liberar a passagem deles de forma pacífica. Poderia até haver uma batalha, e esperava por isso sem pôr muita confiança de que um acordo pudesse convencer o Caronte a deixá-los passar por ali. No entanto, a filha de Tânatos, Scarlet, se adiantou em iniciar um diálogo diplomático — na definição mais estranha possível. Observou atento a garota explicar sobre direitos trabalhistas ou algo dentro desse espectro, admite até que estava um tanto quanto interessado para ver onde a conversa iria chegar. 
Apostava em Caronte levando-a para dar um passeio pelo reino de Hades. 
O barqueiro parecia não estar nem um pouco cativado pela distração ou o que quer que a semideusa estivesse tentando com aquilo. Dava para sentir a paciência dele em seu limite, Dohyun até pensou em intervir, era o líder, afinal. Porém, Mikael logo assumiu a vez e mostrou-se o cara diplomático que é. Pode-se dizer que passaram um bom tempo em negociação, Caronte é bastante inflexível. Quando chegaram a um acordo, o barqueiro afirmou que os deixariam passar se sacrificassem uma alma. A recusa supostamente deveria ser imediata, a possibilidade de deixar alguém para trás deveria ser nula. Contudo, Lykos mirou o olhar por todos. Ele poderia facilmente se livrar de alguns deles, mas seus olhos pararam sobre Manoela. 
— A Manoela. — Anunciou, causando uma discussão entre os companheiros. Por mais que ele se mostrasse despreocupado com o sacrifício, não tinha planos de voltar com algum desfalque. A intenção era deixá-la lá pelo tempo de recuperar a foice e, na volta, a resgatariam. Para garantir que nada acontecesse com ela nesse meio tempo, Caronte deveria concordar em levá-la apenas quando a missão estivesse cumprida. 
A missão parecia estar levando uma eternidade, ou o semideus estava mais impaciente do que costumava ser. O mapa indicava que a foice celestial estava soterrada à beira do rio, mas não informava uma localização exata ou a profundidade que a arma poderia estar abaixo da terra, eles teriam um trabalho árduo procurando a mesma. Os espíritos próximos pareciam zombar de Dohyun, divertindo-se com a visão dele e seus companheiros se esforçando para achar algo que eles afirmaram saber onde estava, mas não compartilharam nem sequer uma dica — as chances de ser mentira pareciam altas. Ele passou os dedos na testa, tirando os fios de cabelo que insistiam em cair ali. Respirou fundo uma, duas vezes… e apenas se concentrou em ignorar a companhia desagradável dos seres espectrais. 
Naquele momento, não saberia dizer com exatidão quanto tempo levaram para que um deles anunciasse ter achado algo sólido depois de cavar um buraco consideravelmente grande, mas parecia ter levado um dia inteiro. Estavam prestes a retirar a arma do solo quando um tremor fora sentido abaixo dos pés. De novo e de novo. O barulho estrondoso e a agitação ao redor denunciaram que tratava-se de mais um inimigo que dessa vez surgiram no campo de visão do pessoal mesmo ainda distante. — Hecatônquiros. — Indagou. Eram os gigantes que estavam guardando a foice celestial, quem eles tinham certeza de encontrar. 
O grupo se dividiu em duplas e um trio, precisavam se separar para ter mais chances de lidar com os monstros de cem braços. Dohyun e Mikael formaram uma das duplas, o mais novo apressou-se para buscar suas espadas e o elmo da invisibilidade — presente de Hades —, talvez lutar invisível desse alguma vantagem. As lâminas de ferro estígio estavam revestidas com as chamas infernais conjuradas por si mesmo, e aproveitou estar fora da visão do hecatônquiro para se posicionar atrás dele. Flexionou os joelhos, deu um pequeno salto e perfurou com a espada a perna do adversário — que não mostrou em nenhuma das suas cinquenta faces alguma expressão de dor, mas foi possível ouvir um grunhido. Ele não estava sendo atacado com uma arma qualquer, afinal. Dohyun repetiu a ação com a outra espada e, enquanto Mikael lidava com o monstro pelo lado oposto, iria usar as lâminas para escalar ele e tentar atacar algum ponto mais acima. Esperava pelo menos desnorteá-lo tempo o suficiente para conseguirem escapar dali. 
Contudo, o semideus não conseguiu chegar tão alto. Com um movimento mais brusco, o gigante arremessou-o com força de volta no chão — não precisou enxergá-lo para isso, uma das centenas de mãos acertou exatamente onde ele estava. Lykos caiu sobre uma estrutura rochosa, levando a mão destra ao ombro esquerdo quando sentiu-o sair do lugar. Fora a dor por todo o resto do corpo devido ao impacto. — Merda. — Resmungou. O elmo ao menos protegeu a cabeça de alguma lesão mais séria, porém a fúria crescente dentro do homem o fez arrancá-lo, tornando-se visível novamente. Fogo negro surgiu nos braços dele, os olhos foram tomados pelo mesmo tom de breu, duas sombras se ergueram ao seu lado e correram na direção do hecatônquiro. Lançou esferas de fogo infernal no oponente, seus clones atacavam mais para distrair a atenção aos pontos do lado oposto de onde os irmãos estavam. Bastante diferente das empusas, eles não iriam conseguir matá-los. E Dohyun estava exausto, seu corpo movia-se de forma automática. Ele não lembraria com clareza mais tarde, apenas flashes de Joe e Skott lutando de um lado e as outras três garotas do outro; mas em algum momento foi possível escapar dos gigantes e retornar ao barco com a foice. 
Já no caminho de volta, aproveitou-se da escuridão para recuperar parte da sua energia, consequentemente gastando ela para ativar a habilidade de autocura. Estava com alguns machucados péssimos; nada grave, mas incômodo. Pediu ajuda ao irmão para lidar com ombro deslocado, alongando o braço quando sentiu o osso de volta ao seu lugar. — Vamos buscar a… — Apertou as pálpebras, tentando lembrar-se o nome da garota. — Manoela. 
Diferente do que tinha em mente, não foi nada complicado ter a colega de equipe de volta ao bando. Caronte parecia muito mais irritado do quando encontraram-no antes. Nem ele havia conseguido aguentar a brasileira e a entregou sem precisarem negociar ou resgatá-la sorrateiramente. 
Sep. 22, 2020. 
Depois de deixarem o rio Aqueronte para trás, o próximo passo era devolver a foice celestial para Urano e retornar ao instituto. No entanto, surgiu mais um problema; por esse, Dohyun não esperava. Riley, filha de Ares, pronunciou a sua vontade de não entregar a arma. O semideus arqueou a sobrancelha, a expressão de sarcasmo estampada em seu rosto. — Nós vamos devolver. — Afirmou, fixando o olhar na garota. Ela insistiu, não achava certo dar mais poder aos deuses.
— Eu não me importo com o que é certo ou errado aqui, Jinx. Temos uma missão e vamos cumprir ela, você querendo ou não.  — Apesar da postura relaxada, a voz soava com um tanto de arrogância. Não era como se ele fosse certinho demais e quisesse fazer tudo exatamente como instruído, mas considerando a situação, talvez conseguisse algo para benefício próprio posteriormente e era isso que motivava Dohyun. — Isso não está aberto a discussão, a decisão é minha. — Deu um passo à frente, aproximando-se da mais nova. A situação poderia seguir um rumo mais caótico, até que Scarlet interveio e tentou apaziguar a discussão. 
Dohyun não daria ouvidos para o que uma pirralha pensava, não poderia se importar menos com os argumentos de que os deuses têm poder demais. Não era nenhuma novidade, é um fato. Também não é como se fosse fazer alguma diferença não devolver a arma, Urano poderia aparecer diante deles em algum momento e tomá-la para si em um piscar de olhos. Honestamente, essas missões são basicamente para os deuses se divertirem com os seus filhos se esforçando para algo que eles fariam em cinco minutos.
Ele pelo menos gostava da adrenalina que percorria suas veias durante os confrontos. 
A equipe se dividiu. O líder confiou em Skott, seu vice, para guiar todos de volta ao instituto. Enquanto ele seguiria um caminho diferente para devolver a foice em segurança; Mikael se ofereceu para acompanhá-lo, e assim ambos se distanciaram do grupo. Os filhos de Hades só retornaram para o instituto na manhã do dia 23, depois de se certificarem de que a foice celestial foi entregue à Urano. 
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dreamzevil · 4 years ago
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eleusina ta magala.
Sep. 06, 2020.  
w/ Phelix Ibanescu and Margaret Brown. 
Dohyun nunca é facilmente encontrado no meio de multidões, muito menos quando está usando uma das suas habilidades para se camuflar entre as sombras. Contudo, naquela tarde do festival, foi fácil reconhecê-lo entre as pessoas; era só buscar pelo garoto de traços asiáticos, vestido de preto dos pés à cabeça, com os fones de ouvido e uma cara de quem não queria estar ali — mas que de alguma forma acabou aparecendo no evento. O de sempre. 
Não conseguia evitar torcer o nariz para aquele tanto de pessoas animadas, ainda mais sabendo que o Eleusina Ta Magala trata-se de um festival de honra à Perséfone — e Deméter —, a não tão adorável madrasta. Os poucos encontros que tivera com a Deusa foram o suficiente para enraizar um certo rancor no coração do filho de Hades, e rancor é um sentimento perigoso para essa prole em questão. Ele caminhava a passos lentos entre as pessoas, desviando a atenção de uma tenda para a outra. Mesmo que os motivos para aquilo não fossem agradáveis, admite que a decoração estava um tanto quanto bonita. Inclusive, acabou parando em uma das barracas de jogos, dando uma chance para tiro ao alvo e saindo de lá com um bicho de pelúcia que ele ainda tentou não levar — mas a atendente foi insistente até demais. 
Um pouco mais tarde, ficou sabendo sobre uma gincana que envolvia porcos de ouro e, para ser honesto, não sabe exatamente como foi parar em um trio com Margaret e Phelix. Já conhecia os dois, pelo menos. Isso contribuiu para uma boa interação entre eles, que logo de início decidiram deixar a liderança nas mãos da ninfa. O objetivo deles era encontrar os porcos de ouro e responder corretamente as charadas para, no final, conseguirem o prêmio. 
Na verdade, eles precisavam levar os porcos até as Deusas para conseguirem o prêmio, mas o Moon estava mesmo ignorando o fato de que muito provavelmente teria o desprazer de ver a cara de Perséfone. 
Não foi difícil encontrar o primeiro porco, e nem responder a primeira charada. “A profecia dizia que se ele não olhasse a própria imagem teria vida longa, mas morreu muito jovem.” Narciso, óbvio. Uma vez que responderam corretamente, a dica sobre o próximo porco veio rápida: estava escondido nos jardins. Logo, não demorou nada para que Phelix encontrasse e o trio prosseguisse com a brincadeira. Mais um porco, na área da piscina, foi encontrado por Maggie e o da floresta, por Dohyun. Responderam todos os enigmas restantes com facilidade, sem dúvidas formaram uma ótima equipe.
No final, depois de responderem a última charada, o famoso enigma da Esfinge, foram agraciados com o gosto da vitória. Entretanto, como dito, ainda precisava encontrar-se com as Deusas para receber os prêmios. E ficar cara a cara com Perséfone fez a cabeça do filho de Hades latejar de dor, tamanho o desprezo que sente por ela. 
— Não o esperava aqui, Lykos. — Disse a imortal, com um sorriso cínico nos lábios. Dohyun, portanto, não respondeu. Saiu dali no mesmo instante em que conseguiu a bênção de ambas, ainda precisava decidir se usaria ou não a viagem concedida por elas.
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dreamzevil · 4 years ago
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pov xi — i like you.
aug, 30: camping 2, day 2 w/ robin kwon. 
Dohyun estava ciente de que não deveria descontar o seu estresse em Robin, não importava o quão puto ele estivesse por causa dos acontecimentos fodidos daquela tarde, ele não tinha o direito de ser grosso com a semideusa que só estava tentando amenizar o aborrecimento dele. Mesmo que a brincadeira feita por ela tivesse realmente incomodado ele, poderia ter feito uma escolha melhor de palavras e tom de voz. 
Porém, para ser sincero, a sensibilidade exagerada da filha de Tânatos era outra coisa que estava irritando ele. Em todos os anos de amizade, ele sempre agiu dessa forma com ela. Não era cruel — como foi chamado uma vez por ela — de propósito, como se quisesse magoá-la intencionalmente, mas seu jeito sempre foi mais rude, indiferente e ele não é com ela nem metade do que é com qualquer outra pessoa com quem não tem tanta intimidade. As palavras normalmente escapam de forma natural, e talvez esse seja o problema. Dohyun fala sem pensar, mas ele não vê isso exatamente como um problema. É sincero, fala o que pensa, mesmo que colocando em poucas palavras. Com a Robin, portanto, ele tenta ser mais delicado — o que nem sempre funciona, levando em consideração a quantidade de vezes que ela fica puta com ele por causa de uma sentença ou uma opinião contrária. Se agindo das duas formas ele ainda não conseguia evitar uma chateação da mais velha, então que continuasse como sempre foi e pronto.
Talvez, o melhor fosse ela se afastar mesmo. Lidar com toda aquela situação estava começando a tirá-lo do sério. 
Contudo, o filho de Hades sentiu que ainda precisava conversar com a semideusa e, quem sabe, se desculpar pelo comportamento grosseiro. Ela não tinha culpa da frustração dele, não era justo descarregar a raiva nela e deixar por isso mesmo. Então, depois de tentar lutar contra o próprio impulso — afinal, se fosse seguir o seu orgulho ele deixaria, sim, as coisas acabarem assim —, resolveu procurá-la. 
Como já esperava, a mais velha tinha um tanto para falar, reclamar, brigar e encher os ouvidos dele com coisas que ele já havia escutado inúmeras vezes e que não parecia mudar mesmo com ele se esforçando para isso. O fato de que ele nunca ia mudar nunca pareceu tão real. Porém, ouvir todas aquelas coisas mais uma vez enfureceu Dohyun. Honestamente, ele não aguentava mais. Foi a gota d’água para ele. — Eu sei disso, Robin. — disse com um tom de voz mais alto, se aproximando da semideusa. — Eu sei de toda essa merda. Sou cruel? Foda-se. Nunca vou mudar? Nem queria mesmo. Eu estou de saco cheio de ter que controlar o que eu falo e qualquer brincadeira que eu faço contigo porque pode te deixar chateada, desde quando você ficou tão insuportável? 
As pessoas costumam falar o que não querem no calor da raiva, do momento, e com Dohyun não seria diferente. Proferiu as palavras com rispidez, o tom rude muito mais presente e ele quis assim. Pelo menos naquele momento, ele quis. E Robin certamente não ficou calada, mas ele já estava no limite. Foi então que aproveitou a proximidade para calar ela com um beijo. 
O filho de Hades segurou o rosto da amiga entre as mãos, colando as bocas em um beijo furioso. Não saberia dizer se o fez só para calá-la ou porque a vontade de beijá-la estava surgindo com mais frequência do que se lembrava. Quando afastou os lábios dos alheios, não deu tempo para uma reação dela e deixou que a frase tão contida dentro de si escapasse. — Eu gosto de você, caralho. 
A falta de uma resposta o fez repensar sua decisão. Talvez fosse melhor manter em segredo ou só ignorar, já que ele ainda não tinha total certeza de que gostava dela de forma romântica ou só da amizade colorida que tinham — mesmo com as pessoas falando que aquele gostar era sim algo a mais. 
— Precisamos voltar e terminar de arrumar as coisas para ir embora. 
Tornou a postura usual de indiferença, dando as costas para a filha de Tânatos e retornando para onde deixou a barraca desmontada pela metade. Não esperou que ela o seguisse, então terminou de desmontar os ferros de suporte com pressa e jogando de qualquer jeito dentro da mochila — o que não era recomendado, afinal poderia rasgar a barraca e talvez tirasse alguns pontos da capacidade dele de acampar e essas questões de sobrevivência? Nem parecia fazer sentido, mas nada do que ele estava pensando naquele momento realmente tinham algum sentido. 
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dreamzevil · 4 years ago
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pov x — not again... part ii.
aug, 30: camping 2, day 2.
O encontro com o touro não pareceu o suficiente para os deuses e, dessa vez, Dohyun encontrou um minotauro. Não havia visto muitos deles, aliás. Apenas alguns, casualmente, pelo instituto. Normalmente estas criaturas guardam a segurança dos portais. 
Ver um tão de perto foi, ao mesmo tempo, animador e enfurecedor. O minotauro deveria ter, no mínimo, uns três metros de altura e aquele físico realmente fazia parecer intimidadoramente forte. Só um passo da criatura causava um barulho pesado e alto no chão e a respiração não ficava para trás, parecia a de um touro. “Caralho, eu não passo por uma trilha pacífica.” Pensou, talvez alto demais a ponto de despertar a voz de Hades dentro da sua cabeça.
“Um minotauro? Interessante. Vamos ver se você não morre para ele. Eu ficarei profundamente triste se tiver que receber sua alma aqui embaixo.” 
Só deu tempo de proferir um xingamento quando o oponente avançou na sua direção com um punho fechado e maior do que a sua cabeça, passando bem próximo do seu rosto. Dohyun havia conseguido desviar do ataque no último instante, sentindo o vento da ação fazer voar os fios curtos que caía sobre a testa. Sacou as adagas gêmeas, se colocando em posição de ataque. Não queria precisar machucar gravemente nenhum dos habitantes da floresta, mas se não tinha escolha, não hesitaria. Era ele ou ele, afinal. 
O filho de Hades passou um bom tempo na defensiva, apenas desviando dos golpes e tentando defender alguns. Ele era bom em combate, fato. Porém, o minotauro ainda tinha uma força que por acaso parecia ser três vezes a do semideus. Quando tomou a postura de ataque, a lâmina das adagas golpeou a pele endurecida da criatura em pontos estratégicos e que, se machucados, poderia imobilizá-la e então o sul-coreano conseguiria passar por ali sem muitos problemas. 
Dohyun estava mais sossegado no acampamento, sem toda aquela sua vontade de combate e de sangue. Não queria perturbar os seres em seu habitat natural da mesma forma que não queria ser incomodado no instituto — mas isso acontecia com frequência — e, mesmo sem intenções realmente más, ele só queria derrotar aquele minotauro furioso e sair dali. Em um piscar de olhos, o corpo da prole semi-divina foi envolvido pelas chamas infernais que serviram de armadura e a aura do temor exalando dele. Avançou contra o oponente impulsivamente, desferindo golpes com os punhos e adagas, ainda buscando atingir os pontos vulneráveis para deixá-lo inconsciente ou só derrubado. 
E com um chute na perna, conseguiu fazer o minotauro cair sobre os joelhos, aproveitando a diferença de altura reduzida para aplicar um golpe na região do pescoço alheio, vendo a criatura cair desacordada. 
“Poderia ter sido melhor.” Hades se pronunciou novamente, provocando o filho que apenas gritou para ele calar a boca e abandonou o local tentando controlar a respiração e recuperar a energia gasta com o uso das habilidades.
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dreamzevil · 4 years ago
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pov ix — not again... part i.
aug, 30: camping 2, day 2.
Depois de levar a comida colhida para o restante do domingo até a barraca, continuou com o plano de explorar mais a floresta. Dessa vez, por algum motivo desconhecido, quis escalar. E sem nenhum equipamento de segurança, mesmo. Poderia ter escolhido uma árvore, ele é bom nisso e até passou um tempo subindo em algumas com a Bomi. 
Porém, exatamente por já ter feito isso que ele queria algo diferente.
Enquanto caminhava entre árvores, a trilha o levou exatamente para o objetivo dele: um paredão alto e que parecia seguro de escalar. Parecia. Acima dele era possível ver mais algumas árvores, então talvez fosse mais um lugar interessante para conhecer. 
Um pequeno salto foi necessário para se ter impulso, Dohyun flexionou os joelhos e atirou o corpo para cima, flutuando no ar por milésimos de segundos e, antes de tornar ao chão, suas mãos agarraram as rochas. Respirou fundo, equilibrando a força em cada parte do seu corpo para conseguir manter a suspensão e não cair. Porque aí precisaria repetir a ação, e ele não queria isso. O próximo passo foi usar as mãos para iniciar a escalada, esticando o braço para os dedos se firmarem na rocha de cima, seguindo com a outra mão e os pés pisaram onde as mãos estavam há poucos segundos atrás. Esse sucesso inicial foi necessário para prosseguir da forma mais natural possível, era como se o muro pudesse ser facilmente confundido com uma escada. Ele subia como se estivesse subindo em degraus. Um de cada vez, mais rápido do que ele próprio esperava. 
No topo, portanto, não encontrou a surpresa mais agradável. Depois de suas mãos alcançarem o final e ele ter lançado o corpo para cima a fim de concluir sua escalada, ele deu de cara com um touro de Colchi. O bicho estava tranquilo, não pareceu ter se incomodado com a presença do semideus, mas a última experiência de Dohyun com um touro mecânico não havia sido a melhor. — De novo n��o… — Suspirou, revirando os olhos ao proferir as palavras em um tom baixo. Não queria fazer barulho desnecessário e assustar a criatura que estava quieta até então. 
Contudo, o plano de sair furtivamente dali foi por água abaixo quando, por algum motivo desconhecido pelo filho de Hades, o touro mudou de comportamento de um segundo para o outro e o julgou como inimigo — ou sabe-se lá que merda se passa pela cabeça da criatura. O touro rosnou, batendo a pata dianteira três vezes no chão antes de impulsionar o corpo para correr na direção do semideus. Dohyun permaneceu parado, esperando o oponente estar próximo o suficiente para desviar do ataque e vê-lo, talvez, se chocando com uma árvore e sossegando. 
Não aconteceu. 
O touro continuou tentando acertar o semideus com seus chifres, mas Dohyun conseguia desviar das investidas com maestria. Porém, ele já estava ficando de saco cheio e queria, realmente, atravessar o peito da criatura com alguma coisa que o fizesse apagar e deixar ele em paz. A lâmina da adaga não parecia comprida o suficiente para o que pretendia fazer, então apenas invocou uma alma e esperou que ela distraísse o touro enquanto ele seguia tranquilamente para o lado oposto para continuar o passeio.
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dreamzevil · 4 years ago
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pov viii — a little tour.
aug, 30: camping 2, day 2.
Ainda era início de tarde quando decidiu dar mais uma volta para explorar o lugar. Ele só tinha conhecido uma área, afinal. Se fosse possível, ficaria mais alguns dias para explorar todo o território e descobrir o que aquela floresta meio mágica abriga, mas precisava retornar para o instituto mais tarde naquele domingo. 
Dessa vez, foi para o lado oposto ao dia anterior. Torcendo, bem lá no fundo, para não se encontrar com mais alguns daqueles ciclopes raivosos ou qualquer ser natural dali que se sentisse ameaçado com a sua presença. Dohyun só queria conhecer mais daquele lugar, descobrir pontos secretos, como uma caverna não habitada, ou uma passagem secreta por trás de uma cachoeira. É um ambiente descrito em mitos, certo? Então quase tudo parecia ser possível. Caminhou por campos mais abertos, locais com poucas árvores, mas muitas plantas rasteiras e roseiras. A vista era deslumbrante, e se permitiu admirá-la sem se importar com a luz forte do sol que incomodava até a sua alma. Não é como se tivesse algum tipo de sensibilidade à luz, como se fosse se desintegrar por passar alguns minutos sob o sol, mas como filho do submundo e fã do período noturno, aquele brilho todo fazia doer os seus ossos. Reconheceu algumas plantas como comestíveis, outras venenosas… Lembrou-se bem das aulas de botânica, as matérias relacionadas à natureza e seus perigos. Não era de se estranhar, Dohyun sempre foi uma pessoa inteligente e que absorve conhecimento com facilidade, mas não evitou se sentir um tanto quanto orgulhoso por saber que conseguiria sobreviver no meio do mato. Até então, parecia que sim. 
Seguiu pela trilha até encontrar uma cachoeira e, finalmente, um pouco de sombra para ele descansar. O local era bem simples, mas ainda bonito e, de certa forma, aconchegante. A água parecia misteriosa e convidativa, como se guardasse segredos no fundo daquele pequeno lago. E quando o filho de Hades se deu por si, já estava submergindo ali e descobrindo uma imensidão de plantas e seres aquáticos deslumbrantes. Se lembraria de fazer algumas anotações e questionar o professor nas próximas aulas, já que muitas das coisas encontradas naquele espaço eram desconhecidas por ele.  
Deixou a pesca para o rio mais a frente, não queria correr o risco de acabar capturando algum peixe mágico e enfurecendo algum ser da natureza. De gente assim, já era mais do que o suficiente Hades no seu pé. Como citado, no rio o semideus pescou alguns peixes para comer mais tarde antes de precisar retornar com os professores para o olympus.
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dreamzevil · 4 years ago
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pov vii — kinda coaching...?
aug, 30: camping 2, day 2 w/ kim subin.
Estar com Robin — da forma mais literal possível, se referindo a acompanhá-la — era como implorar para ter uma vida social. E isso é quase como um pesadelo para Dohyun, às vezes. Sabe muito bem que ser antissocial é um traço negativo da sua personalidade e, sejamos honestos, ser mais reservado não quer dizer exatamente que ele precise evitar contato com outras pessoas. Ele o fazia por não gostar, mesmo. Interações sociais nunca foi o seu forte e estava bem longe de ser, mesmo que no auge dos seus 25 anos ele ainda fosse repreendido pela mãe por essa atitude de fugir das pessoas. Pelo menos a filha de Tânatos fazia parecer mais fácil, e ele já estava um tanto quanto familiarizado com Lily e Subin. 
Acabou surgindo o assunto de treinar com o filho de Afrodite e, como o mais velho gosta desse tipo de atividade e o mais novo pareceu ter se interessado, concordou sem questionar. Seguiram até uma área mais propício para a prática e prontamente iniciaram o treinamento. Sem demoras, sem questionamentos ou enrolação. Dohyun não é o melhor professor, ele mesmo reconhece. Talvez tenha uma postura mais rude para a coisa e nem um pouco da paciência aconselhada para exercer a função, mas Subin parecia entender cada dica — que o filho de Hades podia jurar não ter soado de forma clara — e seguia as instruções corretamente, da forma que o mais velho mostrava. 
— Mais rápido. — Aconselhou, aplicando golpes contra o outro semideus. Sem a intenção de machucar, mas controlando a força para que ele sentisse apenas uma pressão. — Não dê abertura para o adversário te atingir. — Nesses momentos, Lykos proferia mais do que meia dúzia de palavras e sem se forçar para isso. A concentração da dupla de treino o estimulava a continuar com as orientações. Subin tem potencial para ser um bom combatente, é só continuar com os treinos e, com certeza, logo se mostrará tão habilidoso quanto qualquer um que se vira bem em uma luta. 
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dreamzevil · 4 years ago
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pov vi — the stars.
aug 29: camping 2, day 1. 
Incapaz de afirmar genuinamente estar cansado do treino sob a supervisão do pai, já que o ambiente escuro e céu noturno acima dele recarregam suas energias — mesmo que não totalmente, ele ainda não se sentia esgotado —, Dohyun apenas jogou o corpo na terra e encostou as costas no tronco áspero de uma árvore. Seus olhos miraram o inúmeros pontos brilhantes que embelezam o céu noite após noite, até mesmo em dias nublados elas estão lá, por trás das nuvens, esperando o momento de seu brilho alcançar os meros habitantes da terra e fascinar seus sabe-se lá quantos admiradores. 
O filho de Hades é um desses que gosta de admirar as estrelas por horas, contemplando aquela imensidão. Esse momento, no entanto, não tratava-se apenas de observar o céu e se deixar ser preenchido pela sensação aconchegante que o ato desperta dentro de si. Levando em consideração as condições do acampamento e a aula que Moros daria naquela noite mais tarde, o semideus tentava reconhecer as constelações e traçar rotas em sua própria cabeça como forma de tentar localizar-se usando as estrelas como uma espécie de bússola. Certo que seus estudos na faculdade de Astronomia fizeram com que ele consiga isso com mais facilidade, até porque uma das formas mais antigas de orientação era realizada através dos astros. O sol, a lua, as estrelas… Os viajantes, principalmente, costumavam se guiar por eles. A localização não chegava a ser exata, mas era essencial para ter uma noção. 
Da mesma forma que retornou para o instituto durante o dia ao se guiar pela iluminação do sol, faria o mesmo ao seguir a direção que julgou certa ao observar as estrelas noturnas — mas não naquele exato instante. Dohyun ainda queria passar mais um tempo ali, apenas aproveitando a vista privilegiada do céu e a tranquilidade daquele espaço em que estava; os sons dos animais soando como uma melodia agradável, o aroma doce que algumas flores próximas dali exalavam. Era o seu momento de paz.
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dreamzevil · 4 years ago
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pov v — the training.
aug, 29: camping 2, day 1 w/ hades.
Apesar de o dia ter sido um tanto quanto intenso, a noite havia começado de forma sossegada para o sul-coreano. Era irrefutável a tranquilidade dentro da barraca. Estava checando os machucados ganhos na fuga dos ciclopes quando decidiu acompanhar Robin para buscar alguns cogumelos para fazer uma sopa ou algo parecido. Honestamente, Dohyun não tinha dado muita atenção para o que a semideusa falava, apenas quis acompanhá-la mesmo assim. E como o melhor amigo implicante que é, o momento se mostrou oportuno para provocar a mais velha com suas brincadeiras e gracinhas que acabavam com toda a paciência que ela tinha — e com o rumo que a relação estava seguindo, as tentativas de irritá-la resultou em alguns amassos no meio do nada. 
Contudo, o filho de Hades tinha planejado algumas outras coisas para aquela caminhada noturna. Quando a filha de Tânatos retornou para o acampamento, deixando-o sozinho, ele logo buscou por uma área mais isolada e aberta para treinar. Podia se dizer que isso não era algo surpreendente, Dohyun gosta de treinar e não é por estar longe do instituto que ele deixaria de praticar suas habilidades — e até tinha levado as adagas consigo, então tentaria tirar algo útil daquele momento. 
A princípio, fechou os olhos e inspirou o máximo de oxigênio que seus pulmões puderam segurar, liberando o ar, lentamente, após alguns segundos. Repetiu o ato algumas vezes, se familiarizando com o ambiente, adaptando-se ao clima moderadamente frio — não a ponto de incomodá-lo, mesmo que isso fosse um tanto quanto raro já que a temperatura do próprio corpo o mantém aquecido sempre. Abriu os olhos depois da breve meditação, agora estava completamente focado e pronto para dar início. 
Começou pelo básico, um curto treino dos poderes. Quis testar sua invocação do fogo infernal, revestindo as lâminas das adagas gêmeas com o fogo negro e mantendo-as assim para contabilizar quanto tempo o fogo dura sem que ele o manipule para sumir. E com as armas nesse estado, praticou alguns golpes sem um alvo. Intercalando entre uma sequência de socos e chutes, esboçando um sorriso ladino por notar que estava conseguindo executar exatamente o que queria. No entanto, uma voz conhecida invadiu sua mente o fazendo revirar os olhos com a mais pura expressão de tédio no rosto. 
“Muito devagar, Lykos.” Hades disse. “Não se preocupe, irei ajudá-lo.” E aí estava aquele tom sarcástico que o semideus tanto repudia. E nem sequer teve tempo para respondê-lo, logo um esqueleto surgiu diante dos seus olhos — evidentemente enviado pelo Deus do submundo —, atacando sem deixá-lo um segundo para pensar. A criatura de ossos parecia ser igualmente habilidoso, aplicando golpes fortes e precisos. — Sério? Tem que vir encher o meu saco até aqui? — Perguntou com os dentes cerrados, ele sabia bem porque o pai estava preocupado com o seu desenvolvimento em termos de habilidades de combate e controle dos poderes. 
“Sim.” Respondeu, curto e grosso. “Esquerda.” Alertou e, quando os olhos de Dohyun miraram o lado esquerdo, viu o punho de ossos na sua direção e conseguiu desviar de forma impressionante, contra atacando em seguida.
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dreamzevil · 4 years ago
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pov iv — the scape.
aug, 29: camping 2, day 1.
Os ciclopes encararam o semideus com desconfiança, rosnando em sua direção. Dohyun tocou o canivete guardado dentro do bolso da bermuda com a mão esquerda, enquanto a que acariciava o cervo interrompeu a carícia lentamente. Ele manteve o olhar nos ciclopes enquanto se distanciava do animal, um passo de cada vez para trás, recuando da forma mais cautelosa que conseguia. 
Porém, tinha um galho caído bem atrás da árvore. E o filho de Hades pisou nele, partindo a madeira fina e fazendo o estalo ecoar pelo ambiente. O som assustou o cervo, que saiu correndo dali e deixou o semideus diante dos habitantes daquela área. Nesse momento, ambos rosnaram para o Moon e deram o primeiro passo em sua direção. Ele estava fodido. Seu instinto o fez exalar a aura do temor, encarando os gigantes com seus olhos completamente negros e, por um momento, fazendo-os repensar uma proximidade por tempo o suficiente para obter vantagem sobre eles e correr para o lado oposto. Poderia ficar e brigar, mas não conseguiria lutar com aquelas duas criaturas só com os punhos e um canivete. Na verdade, poderia tentar, mas, surpreendentemente, ele não estava com vontade. Até porque quem estava invadindo o espaço alheio não eram os ciclopes, então não os julgava por o ver como uma ameaça. 
Disparou entre as árvores o mais rápido que conseguia, seguindo por um caminho que ele não fazia ideia de para onde iria levar. Só precisava se livrar das criaturas o mais rapidamente possível, contudo, ambos pareciam bem determinados em capturar o semideus e fazer sabe-se lá o quê com ele. Coisa boa não era, certamente. Lykos conseguia ouvir os passos pesados atrás de si, ora mais distante, ora cada vez mais perto. E não ter um caminho certo para seguir o estressava, não tinha certeza de que encontraria um lugar seguro para se esconder ou despistá-los, já que se fosse tentar vencer pelo cansaço, seria uma “batalha” perdida. 
Mais a frente, viu a trilha que seguia sumir. “Puta merda…” Pensou. Ele tinha a opção de continuar em frente e se jogar no desconhecido, que poderia ser muito bem um penhasco ou algo parecido como uma vala. Ou poderia desviar o caminho e continuar correndo até conseguir escapar de vez ou ser pêgo. Entretanto, Dohyun não sentia cheiro de que indicasse ter água além daquele limite de terra, mas ainda podia ter qualquer outro tipo de perigo, mas sabia que não era algo muito fundo — graças ao som do vento que circulava por ali. Por fim, decidiu seguir em frente, inclinando o corpo minimamente para trás e se deixando escorregar pela inclinação da terra que o levaria para uma outra trilha logo ali abaixo. 
Inconvenientemente, o caminho estava repleto de pedras, galhos e mais uma quantidade considerável de arbustos. E até alcançar o limite da descida, o filho de Hades ganhou incontáveis escoriações e hematomas por todo o corpo, mas pelo menos o ato imprudente o fez escapar dos ciclopes furiosos.
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dreamzevil · 4 years ago
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pov iii — a new friend.
aug, 29: camping 2, day 1.
Manter-se na barraca sem fazer nada pelo restante do dia não agradava em nada o semideus, por mais que ele gostasse de gastar horas do seu tempo trancado no quarto enquanto está no instituto. Mas ali não tinha os seus jogos para distraí-lo e nem seus livros. Ou melhor, tinha sim levado um livro consigo para casos de “emergência”, como uma noite insone, por exemplo. No entanto, ele não estava se sentindo na vibe disso, queria mesmo alguma coisa que ocupasse seu tempo de forma proveitosa. Portanto, logo após o  almoço, imaginou que seria um bom momento para explorar mais da floresta e conhecer melhor o lugar, a fauna e flora dali. Tal como, talvez, encontrar alguns outros animais. 
Como não gostava de chamar atenção desnecessária, seus passos eram leves e cuidadosos sobre onde pisava. E não era novidade que estar na natureza era do gosto do filho de Hades, ou pelo menos ele próprio pensava assim. Sua parte favorita do instituto sempre foi o jardim, assim como o bosque e, claro, a floresta. Tanto que ele poderia ser facilmente encontrado caminhando por esses lugares, principalmente à noite por ser o horário em que ele se sente mais confortável e também porque são os melhores lugares para ficar sozinho e observar o céu estrelado em paz — inclusive, estava em seus planos fazer isto mais tarde ao anoitecer. 
Dohyun respirava fundo a cada passo, deixando o ar puro e o aroma fresco das plantas e terra preencher os seus pulmões. Os seus dedos longos tocavam os troncos das árvores com uma delicadeza desconhecida dele, tentando colocar seus conhecimentos à prova ao tentar adivinhar a idade delas. Aquele lugar era verdadeiramente encantador. A forma como o mundo mágico se mistura com o mundo humano fascina o semideus que, mesmo após tantos anos vivendo nesse meio, ainda se permite contemplar as coisas com o mesmo olhar de admiração que tinha consigo quando as descobriu pela primeira vez. 
De longe, avistou um cervo à beira de um rio. Já havia visto tal animal antes, mas esse parecia especialmente diferente. Talvez pertencesse ao campo mágico. O pelo era de uma beleza singular, podia até jurar que o viu cintilar. Dohyun se surpreendeu quando foi notado, mesmo que estivesse fazendo o possível para passar despercebido; e não satisfeito em encontrá-lo, o cervo caminhou em sua direção com um semblante tranquilo, curvando o pescoço e encostando a cabeça no braço do filho de Hades, que — quase impulsivamente — levou os dígitos da mão destra para acariciar o pelo macio dele. 
Ele só não contava com uma dupla de ciclopes encontrando os dois naquele momento sereno e, muito provavelmente, concluindo que o semideus, na verdade, estava prestes a fazer algum mal para o animal. 
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dreamzevil · 4 years ago
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pov ii — the hunting.
aug, 29: camping 2, day 1 w/ robin kwon.
O filho de Hades ainda estava um tanto quanto longe do título de melhor caçador, mas ele conseguia se virar muito bem com que sabia e, além de tudo, havia aprendido muitas coisas com uma filha de Ártemis — Astéri, sua amiga. Era costume sair com a vietnamita pela floresta do instituto e trocar conhecimentos enquanto ela esteve por lá. De fato, ele aprendeu muita coisa sobre caça e tudo mais relacionado a sobrevivência com ela; e continua assim até atualmente, já que mesmo longe os dois ainda mantém contato. E claro que sabendo do acampamento, não hesitou em avisá-la e pegar mais algumas dicas. 
Seguiu entre as árvores junto com a Robin, e dessa vez sem se arrepender da escolha de armas. Um arco seria melhor para a caça, sim. Mas Dohyun era muito mais habilidoso com as lâminas, afinal. Então caso houvesse algum imprevisto perigoso, ele conseguiria se defender tranquilamente dessa forma. Além de que as lâminas serviriam para tirar a couraça, pele — qualquer coisa que reveste a carne dos animais — e prepará-los para consumo. No entanto, não ficou dependente dessas suas armas. Recordando-se principalmente das aulas de Nice, improvisou um arco e algumas flechas com galhos e o que mais encontrou de útil pela terra. E mais, o homem sabia como montar armadilhas. Não era nada excelente, ainda mais precisando se virar com o que encontrava na floresta, mas serviriam de algo. Poderiam prender um coelho por tempo suficiente para ele acertar uma flecha ou capturá-lo de perto e atacar com uma faca, por exemplo. 
A sua pontaria também não chegava a ser excelente, mas era boa o suficiente para conseguir atingir alguns animais. E aproveitando as sombras forjadas pelas árvores imensas e seus longos galhos entrelaçados para usar sua habilidade de camuflagem, caminhou de forma furtiva entre árvores e acertou os bichinhos que pareciam dar uma refeição no mínimo decente. Os sentidos melhor desenvolvidos pelo ambiente com pouca luz também o dava vantagem para rastrear a localização deles e descobrir onde mantinham-se escondidos, ou onde exatamente deveria atacar sem precisar realmente tê-los em sua visão — seguindo especialmente os ruídos e cheiros, até mesmo a percepção treinada com Nice no acampamento anterior. 
Poderia até dizer que aquele momento de caça empolgou o semideus, que em um determinado momento sentiu o aborrecimento sumir ser substituído por uma satisfação familiar. 
Quando viu que, junto com a Robin, já havia conseguido alimento o suficiente — pelo menos parecia suficiente — decidiram que era hora de retornar para a barraca e prosseguir com a preparação. No caminho também foi possível colher alguns frutos, com cuidado para não pegar nada venenoso ou algo assim. E durante o percurso de volta, Dohyun não esqueceu de, silenciosamente, rezar para Ártemis. 
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dreamzevil · 4 years ago
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pov i — the tent.
aug, 29: camping 2, day 1 w/ robin kwon.
Das poucas coisas que Dohyun gosta, acampar é uma delas. E ainda que a ideia de ir para o meio da floresta com mais um monte de seres mágicos não soasse tão agradável, o faria mesmo assim. Dessa vez pelo menos iria dividir a barraca com alguém já conhecido e não tão irritante, quer dizer, ele estava contando mesmo com o fato de que Robin não iria fazer nada para irritá-lo. Na relação dos dois, essa era a função dele, afinal. De toda forma, mesmo um tanto animado com a ideia de acampar, o mau-humor matutino estava presente quando o relógio marcou as 7 horas da manhã e ele tinha completado mais uma noite em claro. Seguiu todo o caminho em silêncio, como de costume. Se limitando a responder uma ou outra pergunta da filha de Tânatos.
O percurso pareceu mais longo do que esperava, e talvez fosse apenas impressão por não ter mais paciência para estar perto de outras pessoas, algumas tão animadas que fazia sua cabeça latejar. Quando chegou no local reservado, buscou pela área mais afastada o possível — ainda dentro dos limites do acampamento — para se estabelecer. Jogou a mochila no chão sem nenhuma delicadeza, o que não era de surpreender vindo dele. Olhou em volta, respirando fundo o ar fresco e o aroma gostoso que a natureza exala. — Eu gosto disso. — Quebrou o silêncio, proferindo em voz baixa para a companhia. O olhar permaneceu na vista deslumbrante do ambiente por mais alguns segundos antes de precisar prosseguir com os afazeres. 
Montar a barraca não foi nada difícil, Dohyun já tinha experiência com a coisa e a Robin também sabia o que fazer. O semideus estava tão familiarizado com os ferros de suporte que encaixava eles quase de forma automática, vendo a barraca se erguer aos poucos até estar bem montada e firme no chão. No interior, entretanto, não tinha muito o que arrumar. Ao menos ele não havia levado muitas coisas, apenas o necessário para caso de sobrevivência — já que essa era a proposta do acampamento. Arrumou o saco de dormir no chão, tirando da mochila só o que pareceu importante: os itens que levou exclusivamente para se virar na floresta e seu par de adagas. Em seguida, jogou o acessório de qualquer jeito em um lugar aleatório ali de dentro. 
Com tudo pronto, agora precisava conseguir comida para o primeiro dia. E, com sorte, poderia até pegar o suficiente para os dois dias, sábado e domingo. Trocou as roupas por algo mais leve e, muito relutante, passou o protetor solar pelo corpo. “Temos que... arrumar do jeito natural, né? Caçar e tudo o mais?” A voz de Robin soou perto do seu ouvido, arrancando um sorriso curto do sul-coreano. — Isso mesmo. 
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dreamzevil · 4 years ago
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shooting stars.
Aug. 23, 2020.
w/ Robin Kwon. 
O brilho da lua que iluminava o quarto pelo vidro da janela parecia julgar as últimas atitudes do semideus, que por diversas vezes jurou sob a sua luz que não cederia facilmente para nenhuma outra garota depois do que aconteceu com ela. Mas lá estava ele, esperando Robin chegar no seu quarto para mais uma vez passarem um tempo juntos. E por mais que tivessem uma amizade de anos, os encontros nunca foram tão frequentes, pelo menos não tão frequentes e nem tão íntimos daquela forma. De fato, algo estava mudando na relação deles e por mais que não quisesse acreditar, Dohyun sabia disso. 
O filho de Hades estava nos braços da mais velha, aproveitando as carícias em seu cabelo enquanto mantinha o olhar fixo no céu estrelado — que parecia especialmente mais bonito naquela noite. E uma risada baixa acabou escapando dele quando lembrou que na noite passada havia recebido uma mensagem de Kevin, chegando a pensar que às vezes as estrelas pudessem mesmo usar o seu brilho para mandar recados às pessoas que as observam da terra. Contudo, não se prendeu à essa teoria e os olhos apenas vagaram entre os pontos brilhantes, reconhecendo constelações e, por vezes, criando as suas próprias. Imaginando histórias diferentes para cada uma, assim como fazia desde que o amor pelos astros surgiu em sua vida. 
No entanto, acreditar que estrelas cadentes realmente realizam desejos sempre soou como besteira para Dohyun, o que é estranho visto que ele já havia acreditado em coisas muito mais absurdas durante a infância — como astronautas pulando de astro em astro ao visitar o espaço, por exemplo. De qualquer forma, sempre olhou torto para quem falava sobre fazer um pedido para aquele brilho veloz que passou pelo céu, parecia mais que as pessoas estavam tentando se livrar do peso das próprias expectativas e buscando algo para poder culpar caso nada desse certo. Porém, para fugir do que conversava com a semideusa, pareceu uma boa ideia interromper o assunto ao questioná-la se já havia feito um pedido — o que acabou fazendo-o se questionar se, por estarem dentro de um portal mágico, os desejos pudessem realmente se realizar. Faria sentido, afinal. Já havia experienciado tantas coisas malucas desde que entrou no instituto que pedidos à estrelas já não soava tão absurdo assim. 
Só que o Moon não tinha o que pedir para testar. Sabia que ainda faltava muitas coisas para ele se sentir verdadeiramente satisfeito com a própria vida, mas nada que pudesse ser mudado como um passe de mágica — mesmo que essa fosse a preferência, já que pouparia ele de muita coisa, mas não estava muito interessado nisso agora. O sul-coreano apenas passou os braços em volta de Robin, apertando o enlace e afundando o rosto na curva do pescoço dela; se fosse para pedir algo, seria que ela nunca o abandonasse. 
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dreamzevil · 4 years ago
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are we old yet?
Aug. 16, 2020.
w/ Daisy, Malika and Phelix.
Não era como se odiasse a sua versão mais jovem, na verdade, Dohyun não tinha mudado quase nada. Continuava com a mesma cara de dez anos atrás, muito provavelmente por causa dos seus genes asiáticos. A única diferença era que ele mais novo tinha espinhas no rosto, algo bem típico do adolescente passando pela puberdade, e ao sair do banho naquela tarde de domingo o semideus se assustou com o próprio reflexo no espelho do banheiro. Havia voltado aos seus 15 anos do nada e junto com a aparência de moleque, veio todas as vontades e sentimentos da época. 
Já era costume buscar as roupas de tonalidade escura para vestir, quase sempre cobrindo-se dos pés a cabeça com peças pretas e naquele momento não foi diferente. Os fones no ouvido passaram a reproduzir músicas de bandas que não ouvia há anos, estava até se sentindo nostálgico — e ao ver o comentário de Phelix na timeline sobre Simple Plan, não hesitou em interagir. Lembrar da banda o fez querer ouvir Perfect, que logo trouxe à tona o sentimento de revolta e rancor que sentia do próprio pai na época da adolescência. A música parecia descrever bem a relação dos dois, e ele refletia cada frase como uma concentração imensa. Dohyun não tinha voltado a ser cem por cento o que era, ainda tinha a sua consciência atual dentro daquele corpo mais magro e frágil de antes, mas mesmo assim sentia as mesmas coisas de quando era apenas um adolescente. A raiva logo correu por suas veias, fervendo o seu sangue. E por isso, aceitou a proposta do cunhado sem pensar duas vezes: colocariam fogo nas estátuas dos deuses no instituto e depois iriam fugir daquela instituição onde ninguém os entendia. 
O filho de Hades se juntou a Phelix, Malika e Daisy, os quatro adolescentes revoltados vestindo roupas pretas e máscaras. Prontos para acabarem com a supremacia dos deuses. Tinha em sua mão direita um item para atear fogo, não seria idiota a ponto de usar suas habilidades e denunciar a identidade que escondia atrás da máscara no rosto: se ninguém o viu ali, não era ele. Na esquerda tinha uma lata de tinta spray, que mais tarde serviu para pichar xingamentos e frases de revolta no local onde era mantido as estátuas. O seu primeiro alvo não foi uma surpresa: Hades. As chamas envolvendo a figura de mármore refletiam nos olhos castanhos que brilhavam em pura diversão, ele tinha se esquecido do quanto adorava aqueles atos de rebeldia. Uma corrente de adrenalina percorreu todo o seu corpo, sendo o impulso que precisava para rabiscar as frases pelas paredes dali. Logo depois indo atrás da sua próxima vítima, Perséfone, a rainha do submundo. Clichê? Talvez, mas não gostava da madrasta e a visão da estátua queimando até fez ele imaginar como seria queimá-la de verdade — a ideia de um dia testar a imortalidade dos deuses nunca pareceu tão tentadora. 
Sabia que muito provavelmente se arrependeria de tais atos mais tarde, afinal o sul-coreano era sempre tão quieto e reservado, não costumava aprontar tanto assim no dia a dia. Porém, naquele momento, ele estava sob uma brincadeira de sabe-se lá qual deus, então não era como se tivesse todo o controle de si mesmo e como dito outrora: se ninguém o viu ali, não era ele. 
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