drastico
Crítico
5 posts
Bem-vindo (a), breves críticas sobre filmes conceituados segunda a revista eu.
Don't wanna be here? Send us removal request.
drastico · 3 years ago
Text
Santa Maud (2020)
Rose glass
Tumblr media
Um dos filmes mais aguardados que se encontrava finalizado ainda no final de 2019, teve seu lançamento atrasado devido a crise mundial de saúde que nos encontramos no momento. Lançado em 2020, Saint Maud mostra a vida de Maud (Morfydd Clark) uma enfermeira e cristã devota, que aceita o emprego de cuidar de uma ex-dançarina que sofre de linfoma. Maud acredita firmemente ter uma missão divina, que Deus a designou para ser a salvadora de Amanda (Jennifer Ehle) a senhora no qual ela cuida. Maud inicia a trama como uma jovem fortemente religiosa e comprometida com seu trabalho, sempre a disposição de Amanda, na qual atende todas seus chamados. Maud sempre acompanhada de seu pingente de Maria Madalena deixa implícito que a protagonista enxerga uma ligação com a santa. O psicológico fragilizado de Maud interfere no seu trabalho quando Amanda se da conta de que Maud está tentando tomar a direção de sua vida, acreditando que isso a ajudará a subir aos céus. Com uma relação conturbada com a acompanhante sexual de Amanda, Maud diz para parar de se encontrarem, pois a paciente está em estado de mudança e se encontra na escuridão. Mais tarde vemos que Maud vira motivo de chacota e acaba por agredir Amanda em sua festa de aniversário, sendo assim devidamente afastada do emprego tendo que ser ver presa no cubículo de seu apartamento, pela primeira vez dando início ao desprendimento mental e desacreditando de sua própria religião. No entanto, após uma noite de total descontrole em um bar, e ter tido diversas alucinações, ela acredita ter recebido um chamado de Deus após sobrenaturalmente levitar em seu apartamento. Maud inicia o processo de “santificação” se é assim que podemos chamar, e começa a se autoflagelar para que seja pura e digna da unção do espírito santo. Maud começa a enxergar formas em nuvens e até asas grandes celestiais em suas costas. E após conversar com um inseto que acredita ser o próprio Deus que a dispõe de uma missão divina para que ela ascenda aos céus. Contudo, no ato final ela enrola um lençol ao seu corpo e coloca um terço no pescoço simbolizando uma sacerdotisa, e se encaminha para casa de Amanda, que chegando lá a encontra em profundo sofrimento e desdenhando de sua religião, Maud vendo a heresia de Amanda, a declara como profana, impura e acredita estar de frente ao Diabo, no qual ela não exita em atacar. E após destituir diversos ataques de tesoura a Amanda, Maud se vê levitando para fora da casa com uma expressão totalmente fora de si, acredita estar ungida e sendo guiado pelo espírito santo. Nos momentos finais, vemos Maud, caminhando na beira da praia, portando um galão de gasolina no qual coloca sobre os seus pés. Ela para diante de quem por ali passava, pega o galão e despeja sobre o seu corpo. Nesse momento começamos a ouvir as pessoas dizerem para ela não fazer aquilo e que é para alguém impedi-la, Maud pega um isqueiro e ateia fogo sobre si mesma. Em sua visão, Maud vê suas asas, olha o céu e vê um túnel de luz ilumina-lá prontamente para poder arrebatar ela para o céu, as pessoas caem de joelhos ao presenciarem tudo aquilo, porém, no último segundo do filme, em um corte bem seco, vemos a protagonista sendo carbonizada e seus gritos se eclodirem de sua garganta dando alusão de que quando a faculdade mental não está em devido funcionamento, vemos coisas que não estão acontecendo. E assim se encerra Saint Maud, um filme sobre fragilidade psicológica que usa como exemplo uma fanática religiosa, que também prega como algumas pessoas se apegam em algo para fugir de outro e usam isso como um pilar para a resposta de todos os seus problemas. Tenho que pontuar os quadros bem filmados, destacando o ponto em que a diretora rotaciona a câmera de um jeito bem leve prendendo toda atenção e tensão a trama do declínio da personagem a loucura. Essa obra prima do horror foi concebido pela talentosa Rose Glass, diretora de primeira viagem que já fez um ótimo trabalho em seu primeiro longa. Saint Maud acaba por ser um dos melhores filmes de terror dessa nova leva, consideravelmente um clássico jovem.
Nota: 10.0
0 notes
drastico · 4 years ago
Text
O sacrifício do cervo sagrado (2017)
Yorgos Lanthimos
Tumblr media
Eurípedes conta que, Agamemnon antes de ir a caminho de tróia acabou por irritar Ártemis, a deusa da caça, pois havia matado um cervo em uma floresta sagrada. E por ter se enaltecido sobre tal ato dizendo-se ser o melhor caçador. Como punição, a deusa da caça fez com que os ventos no porto de Áulis parassem, o que prejudicou a partida do exércitos gregos a tróia. Sendo assim, Agamemnon deveria sacrificar sua filha Ifigênia para que os bons ventos voltassem. O sacrifício do cervo sagrado nos mostra o bem sucedido cardiologista Steven (Colin Farrell), que é casado com uma oftalmologista cujo nome é Anna (Nicole Kidman) e da qual possuem dois filhos, Kim e Bob. A princípio é a clássica família do sonho americano, perfeitos, felizes e bem encaminhados. De início a trama apresenta Martin (Barry Keoghan), um garoto de 16 anos que começa a ter encontros frequentes com Steven após perder o pai em uma cirurgia que o próprio Steven ministrou. Como modo de reprimir sua culpa e maquiar seu sentimento, ele alega ter pena do garoto. A arrogância e prepotência do médico, se baseia unicamente em um sentimento de superioridade sobre os outros. No qual, lidar com vidas humanas é tão fútil como ver uma bituca de cigarro queimar em seus dedos. Os diversos elogios direcionados a suas mãos apenas corroboram mais com isso. Ao desenrolar da trama, vemos que Bob, o filho mais novo de Steven, começa a ter problemas psicossomáticos, culminando na perda de seus movimentos. Martin conversa com Steven na lanchonete do hospital de forma suscita e fria de que terá que fazer o sacrifício do cervo sagrado, ou sua esposa e filha terão o mesmo destino de Bob. Com o estado de Bob sendo agravado, Kim a filha mais velha, também acaba por perder seus movimentos. Não vendo saída sobre a situação em ter que escolher entre filho, filha e esposa na qual também foi ameaçada de perder os movimentos, Steven se vê perdido e em lapsos de loucura e acaba por agredir Martin. Mais tarde vemos que Martin é representado como um deus onisciente, controla a capacidade dos filhos de andar, e Anna beija o seus pés, nota-se então um paralelo direto a Jesus Cristo. Yorgos Lanthinos enquadra as cenas sempre centralizando os personagens e elevando a câmera para que possamos notar a solidão e o afastamento constante. A trilha sonora é uma mistura de música clássica com violino desafinado, elevando a tensão das cenas conforme elas vão avançando. Em analogia com o relato de Eurípedes, Ifigênia se ofereceu para morte para que o exército de seu pai pudesse avançar a tróia, um paralelo com Kim, que em uma cena também se oferece para morte, dizendo a seu pai que o ama. No ato final, em uma roleta russa com todos vendados na sala, Steven acaba por matar Bob, assim matando unicamente e puro cervo sagrado.
Nota:9.0
4 notes · View notes
drastico · 4 years ago
Text
Bruna Surfistinha (2011)
Marcus Baldini
Tumblr media
Um dos maiores sucessos nacionais mostra a realidade nua e crua com um olhar dramático sobre a vida diurna e noturna de garotas de programa, nesse longa dirigido pelo brasileiro Marcus Baldini, conhecemos a história de Raquel Pacheco, uma jovem da classe média paulistana que após episódios constrangedores acontecerem em sua vida, decide deixar os interesses familiares de lado e se tornar uma garota de programa. Com o alterego de “Bruna Surfistinha”, Raquel vivencia diversas experiências carnais no decorrer dos fatos. Ascende a fama e os holofotes nacionais ao relatar em seu blog suas aventuras sexuais e afetivas que coincidiu em se tornar um livro best seller anos mais tarde. Com a excelente atuação de Deborah Secco conhecemos a protagonista Raquel, uma garota tímida, que aos poucos vai se descobrindo até se deparar que não se encaixava na roda social na qual convivia, Deborah consegue entregar cada expressão confusa e destoante da personagem, que vemos um arco bem estabelecido se desenvolver conforme a trama se desenrola. Conhecemos uma Raquel mais inibida e tímida no início, que ao decorrer se torna Bruna, uma pessoa mais extrovertida, extravagante e destituída de qualquer apelo moral, que encontra abrigo nas drogas se perdendo de seu próprio eu. Vive um frequente conflito com a sua mente e pessoas ao seu redor, denegrindo cada vez mais sua integridade física e sua higidez mental. Nos momentos finais da obra, após uma perda temporária súbita de consciência, Raquel determina que sua vida de programas terá um fim após conseguir uma quantia para poder se estabilizar, assim tomando outro rumo com um ex-cliente amigo no qual se casa. O filme encerra com um tema de Radiohead de um forma positiva em que vemos uma Raquel amadurecida e independente.
Nota: 7.0
1 note · View note
drastico · 4 years ago
Text
Midsommar: o mal não espera a noite (2019)
Ari Aster
Tumblr media
Partindo do sucesso que seu antecessor espiritual (Hereditário) fez, Midsommar torna tudo que parece ser inofensivo como algo assustador. No que nos encontramos em plena luz do dia a sensação de tensão e de perigos a todo momento. Aster fez de novo, e com o incrível longa Midsommar, conseguiu cravar seu nome no terror psicológico revivalista. Com destaque para atuações de Florence Pugh que no filme interpreta a personagem Dani, após uma tragédia familiar e uma relação conturbada com seu namorado Christian (Jack Reynor) acaba se juntando a uma viagem para suécia para presenciar uma festividade solstícia que acontece a cada 90 anos. Contando com belos planos e ótimas paisagens, Aster consegue introduzir o estranhamento e o sentimento de desconfiança em plena luz do dia, até pelo seus conterrâneos serem hospitaleiros e gentis demais, se torna algo no mínimo suspeito. As drogas psicodélicas têm o seu lugar no longa, confundindo o telespectador sobre o que é real e o que é fantasia. O filme conta com close ups precisos e longos, o cenário usado é algo demasiado aconchegante, com decorações floridas e cortes secos, que alternam entre dia e noite. Com ponto principal pela atuação da protagonista Florence Pugh que expressa crises e ataques de pânico com exatidão. O longa também deixa implícito desenhos e ilustrações que dão dicas sobre a trama. Sem ser muito expositivo, o filme traz consigo diversas cenas perturbadoras que farão o telespectador menos acostumado virar o rosto em cenas mais gráficas e se sentir desconfortável em diversas situações em que os personagens se encontram. Contudo, Midsommar é um ótimo terror psicológico e na minha opinião, um dos melhores filmes produzidos dos últimos anos. Merece todo o respeito de um clássico.
nota: 10.0
1 note · View note
drastico · 4 years ago
Text
Homem Invisível (2020)
Leigh Whannell
Tumblr media
O abuso em relações ganha com peso uma titularidade nesse novo longa pelo prestigiado Leigh Whannell, que produziu, roteirizou e dirigiu o filme. A trama segue Cecília Kass (Elizabeth Moss) presa em uma relação abusiva. Diferente do longa original pela universal, do início da década de 30, o enredo sem nenhuma sutileza exprime na tela com cortes secos a obsessão que uma pessoa pode ter e o quão perigosa pode se tornar. O traje exibido no longa é um grande ponto positivo por ser bem diferente de qualquer coisa que pudéssemos imaginar. Com atuações esplendorosas da parte da protagonista Elizabeth Moss, ela consegue impor todo sofrimento e perseverança na personagem, fazendo com que todo aquele perigo fique bem mais próximo ao espectador. Com diversos truques de câmeras fixas, Leigh Whannell torna quase que um jogo, onde nos pegamos em planos mais abertos tentando encontrar o agressor mesmo sem saber se ele realmente esta lá. Por fim o roteiro tem diversos furos mas é divertido o suficiente para que os erros passem batidos. Em minha opinião um dos clássicos mais jovens do gênero terror.
nota: 8.0
1 note · View note