dissipo
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teve um dia que eu não me reconheci quando encarei o espelho por uns instantes. pela primeira vez consegui enxergar a minha alma através dos meus olhos cansados. não vi nada lá, talvez ela tenha saído desse aperto incômodo que sinto diariamente, não sei... só sei que esse vazio é tão silencioso ao ponto de me pôr em desespero. olha que irônico, nem a minha própria essência conseguiu suportar e fugiu.
— deixaram
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viciar em permanências efêmeras me feriu para todo o sempre. a gente até quer que façam morada, mas no findar da tarde, ninguém aceita ajudar na arrumação da bagun��a. a maioria apenas viram as costas e saem por onde entraram, mas outros abrem passagens diferentes, resultando em mais estragos para serem reparados. se chegar o dia em que você precisar ir embora da vida de alguém, por favor, tente causar o mínimo de danos possíveis. deixe sem arrancar pedaços.
— deixaram
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aquela vontade de sair por aí gritando e chorando feito louco. aquele frio na espinha e sensação de sufocamento toda vez que aqueles pensamentos ofensivos resolvem voltar. não os quero, não os chamei, todavia, mesmo assim eles teimam e retornam. cada vez mais difíceis de suportar, cada vez mais me detonam de diversas maneiras. é uma luta que tenho tido sozinho há bastante tempo. sozinho porque escolhi assim; sozinho porque escolheram me deixar sofrer pelo fato de a maioria ser egoísta demais para ter o mínimo de empatia. não existem amigos quando não se tem nenhum tipo de auxílio. amigos são para essas coisas, eles se ajudam, ou pelo menos deveriam.
— colapsointerno
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você consegue ver minhas lágrimas? elas são o que restou de todos aqueles sentimentos nobres e genuínos que tanto escondi dos olhos de quem eu sabia que, se um dia os vissem, destruiria um por um. e por fim, eles morreram escondidos, sufocados no fundo do meu subconsciente conturbado. eles se foram sem que eu tivesse a certeza se seriam aceitos ou não.
— danosletais
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eu só queria simplesmente me curar, fazer essa dor passar de uma vez por todas. mas infelizmente facilidades para isso não existem, e os meus limites me proíbem de qualquer barreira ultrapassar.
— danosletais
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a cada dia eu dou mais um passo rumo ao meu enforcamento. diante de mim e por detrás, há vários fantasmas caminhando na fila. fantasmas de todos os traumas que, por não conseguir vencer o medo, irão morrer comigo. um a um.
— danosletais
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faz muito tempo que não tenho paz dentro da minha própria cabeça. é muita informação bagunçada em forma de pensamentos, muitos deles pesados e intrusivos; outrora inofensivos, agora totalmente ameaçadores.
— danosletais
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não quero me levantar... o meu corpo pesa tanto que acho ser possível eu acabar me fundindo com a cama. viver nesse mundo tão injusto e complicado não é para mim... são anos tentando não pirar, mas tudo ao redor parece querer acabar comigo. tudo conspira para o meu mal, tudo coopera para que eu sofra cada vez mais. pessoas me decepcionam, sentimentos intensos são acumulados sem chances de terem serventia. e todo esse acúmulo vai pesando e pesando dentro de mim.
— danosletais
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há sempre uma forma de nomear uma dor, mas a sua intensidade ninguém pode medir e nem dar nome, porque ela é exclusiva de quem a tem e a carrega por aí.
— danosletais
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meu maior medo sempre foi o de terem conhecimento acerca dos meus verdadeiros sentimentos. para muita gente isso não é nada, e carregar esse fardo é uma bobagem desnecessária, mas isso vai de cada um e da importância que cada pessoa dá aos próprios sentimentos e aos sentimentos de outras pessoas também. tem medo que é defesa, tem medo que é armadilha. medo é medo, ele estremece de qualquer jeito.
— cuidado-frágil
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feridas na carne sempre foram menos complicadas de se curar. e as feridas na alma? por que não cicatrizam tão fácil? ou pior! por que algumas nunca deixam de sangrar? numa alma que é tão frágil, não deveria ser mais leve, ou minimamente, fácil de lidar? a resposta que eu mesmo me dei foi que não há curativo efetivo o bastante para machucados abstratos, porque não podemos tocá-los, nem vê-los, contudo eles doem tão intensamente quanto àqueles na pele. não há nada que eu, um simples corpo ambulante, possa fazer.
— cuidado-frágil
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nem sempre entendo o meu caos particular, por isso que sempre choro desesperado por não conseguir as respostas que tanto quero saber.
quero um dia receber a cura de todas as feridas sem sangue que ardem dentro de mim.
— cuidado-frágil
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a gente ama quem escolhe ficar, e guarda ressentimento de quem não quis, mas o jogo vira quando nós precisamos partir, assim como as pessoas do passado tiveram que sair de nossas vidas. apenas na dificuldade de necessitar ir embora, que conseguimos compreender o quão complexo é o partir. não é sobre o que se foi, mas sim sobre o que tomou o lugar como substituto: a saudade.
— deixaram
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tenho o péssimo costume de bloquear ou, ao menos, tentar bloquear tudo que é tipo de gatilho perigosamente ofensivo a minha instabilidade emocional que, por si só, já me deixa totalmente desesperado e desequilibrado em todo contexto psicológico. bloqueio pessoas, apago seus contatos da agenda, ignoro, troco de calçada quando vejo de longe vindo em minha direção, e sim, eu até parei de pegar o mesmo meio de transporte público, apenas para não dar de cara com um dos meus gatilhos, os quais, em sua maioria, possuem nome, endereço e número de cpf. no fundo eu sei que isso tudo tem muito mais a ver comigo do que com quem quer que seja. meus sentimentos, em sua maioria, são de minha e, apenas minha, responsabilidade, incluindo todas as expectativas frustrantes que eu me permiti ter e ainda insisto em criar. muita questão é sobre mim e não envolve mais ninguém, ou pelo menos não deveria envolver. é difícil viver dia a pós dia sem que eu não sinta culpa, e junto a ela uma imensa avalanche de responsabilidades martelando a todo instante lá em minha pobre consciência cansada. eu não tenho dado conta de mim e nem daquilo tudo que tenho carregado junto comigo por todos esses anos. por isso que sempre optei por bloquear, tentar esquecer ou, no mínimo, fingir amnésia, fazendo-me de doido. às vezes acontece de dar certo, às vezes acontece de eu tropeçar justamente naquilo que tanto evitei, sem chances de deixar para depois ou fugir, ou seja, uma faca de dois gumes.
— colapsointerno
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você me descreve pelo olhar, tocar e ouvir... já eu me descrevo por meio de meras palavras regurgitadas de um lugar o qual não sei como chegar; porque o meu eu interior é terrivelmente assustador até para mim mesmo. é labirinto, é tontura, é névoa, é um som amedrontador, é o abandono, é a dor por muito caminhar sem nada encontrar.
— colapsointerno
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ausência tem que gerar desinteresse e não saudade.
— encorajador
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minhas dicas para quando for num encontro:
evite falar muito de si, saiba também ser ouvinte. esqueça de vez do seu ex, não faça ele virar assunto novamente. não foque demais no assunto carreira/trabalho, o foco da conversa tem que ser os dois que estão saindo e não a sua carteira de trabalho.
— encorajador
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