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Agora posso, enfim, falar de você. O tempo trouxe minha alforria. Posso, finalmente, falar seu nome sem dor e dizer em voz alta as coisas que mais gosto em você: a primazia do riso, o comprometimento com as idéias, a destreza social, o gosto pela vida expresso em seus olhinhos, no diminutivo de tão estreitos e joviais, perdidos entre os dois mundos em que você habita com imensa curiosidade. Estes olhos de mar vagueiam, repousam por vezes sobre o que lhe é caro, e assim tomam mola para ir desvendar todo o mais. Você é feito sobretudo deste mais. E seu olhar nos revela o seu tamanho. Eu te adoro desde o primeiro cigarro. Minha memória é cheia de fumaça, mas pelo menos é o cheiro da sua pele que imperou. Entre as imagens, há garrafas de Calvados, Pastis bleu, vinho branco e tinto. Há o Apéro Spritz borbulhando em um cenário alaranjado e atravessado pelos raios solares cintilantes do verão. Há o barulho da minha bota lascando os paralelepípedos de uma ruela silenciosa e o som aveludado da sua voz, ao fundo, narrando uma nova idéia brilhante. Tem os flashes dos carros passando naquela estrada apertada em pleno breu e a gente se esgueirando no canto com espinafres e queijos de cabra da fazenda recém visitada na mão. Há imagens em movimento de todos os tons e texturas, trechos dos muitos filmes que assistimos juntos. E eu chorando e rindo deles enlaçada em você por 3 estações distintas. Tem o elegido por nós como o pior filme já feito. E tem aquele desenho animado que você botou quando eu estava ansiosa e triste. Tem gosto de cogumelo na manteiga, de guacamole, de húmus, salmão cru, doces de patisserie pela manhã, e ferrero rocher o dia todo. E a gente partilhando músicas e agregando todas elas até já não sabermos se a playlist que tocava era sua ou minha. Tem todo o sal que você esquecia de colocar nas comidas e que eu adicionava. Tem o livro com 900 páginas que eu te dei errado de aniversário, e tem aquele café dos poetas que você me levou aonde as pessoas recitavam Paul Verlaine e Rimbaud. Tem o cachorro que arranhava a porta pedindo para entrar enquanto transávamos. Tem aquela tarde quando fomos ver o mar juntos. Tem as feiras de sexta no centro da cidade de interior. Tem a minha mão abrindo a porta inúmeras vezes para você entrar. E tem você parado diante dela com seus olhinhos em maré cheia até eu fechar uma última vez. Quando nos conhecemos, eu me senti em casa. Tudo parecia tão simples: a vida, os assuntos, a criação. Um completava a frase do outro, a idéia do outro, os conhecimentos do outro. Achei que isso era tudo coisa sua. Hoje entendo que isso foi coisa nossa. Agora, enfim, posso falar de você, pois também posso falar de mim. Você é você, e eu sou eu, afinal. Eu adoro voce, e eu me adoro. Agora posso finalmente falar de você, pois entendi que parei foi de gostar da gente. Constantemente, nós mandávamos mensagem um para o outro na mesma hora. Você sempre ria e enaltecia a nossa sincronicidade. Eu, cúmplice secreta, respondia apenas com um sorriso. Nos entendíamos em inúmeras formas, menos na forma de se relacionar. No mês subsequente ao término, eu fumei mais cigarros do que em toda a minha vida. Eu queria te sentir presente. Agora, enfim, entendo que o vapor que nos liga é de outra ordem. Vou levar para sempre nossa abstração compartilhada como parte inextricável da minha subjetividade. Nós nos fumamos ligeiramente, adictos e ávidos. Eu me convenci de que era você quem me acendia, e me acostumei com esta idéia. Mas só agora que compreendi a origem da chama é que posso, sinceramente, dizer: sinto falta de você. Não por dependência. Não por falta da gente. Minha memória não é só fumaça. Você é nítido em mim. Eu te adoro para além do último cigarro.
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Meu amor,
Queria me espreguiçar nos seus braços agora, e passar o dia variando posições de forma a me manter à espreita do seu corpo. Este corpo que você habita felizmente é o oposto de um simples devaneio meu ainda que por agora eu só possa fantasiá-lo todos os dias. Ele é sim inspiração para utopias, mas é sobretudo tão mais quanto tangível. De minha parte, é o delimitado concreto onde mais gosto de repousar. E alongar e esfregar e cheirar e fazer uma verdadeira festa dos sentidos dançantes sobre o seu corpo vivo, lindo, sagrado por abrigar ainda uma alma que tanto adulo. Queria passar o dia de hoje te dando beijinhos, e mimos, e carícias, e prazeres, e assim fazer também amanhã, e depois de amanhã, e por todos os outros dias em sequência, pois sou sufocante e controladora :) Salve-se enquanto há tempo: 1… 2…. Bom, agora que já passou do tempo de você se safar, vou continuar a te agarrar e espremer tanto até quebrar, e aí vou fazer mexidinho de Toninho e pôr à mesa como uma boa mulher deve servir o seu homem (atenção ao trocadilho hein, hã hã).
Hoje é dia de celebrar a sua existência e, com efeito, a eflorescência das minhas novas preferências e refúgios. E não digo isto por um delírio egocêntrico, mas para reiterar que o seu dia, este dia, é tão seu quanto meu, porque a sua vida afeta a minha em imensidão. É também o dia de todos que te amam, e é tão fácil te amar ao te conhecer que hoje devia ser feriado! Hihi Que delicia ter esse dia do ano para suspirar forte e festejar a sua existência que tanto impacto tem hoje na vida de várias pessoas, e que certamente logo terá na vida de tantas mais, quiçá a sociedade inteira, que voce vai tocar com a sua arte, acuidade intelectual e sensibilidade <3
Foi assim que inicialmente você me encantou. Encontrei o meu amor no berço da criação, e gostei de parir com você. Quero germinar mais e exercitar a concomitante honra e desapego dos frutos. Que tanto este nosso laço me ensina! Nossa intimidade, nossas carícias, nossos mimos, e com eles, um novo mundo que se abre diante de mim. Meu gostoso, eu te amo, eu te amo, eu te amo, e repito isso em persistência com o desejo, jamais saciado, de que você traduza isto tudo que falho em desvendar com palavras. Na carência da linguagem, te dou a constância enfática do meu singelo resumo: eu te amo!
Meu amor, são tantas as coisas que quero te dar: experiências, sensações, prazeres, amores, frutos, filmes, arte, poesia, viagens, ideias, segurança, amizade, conforto, lar. Queria passar o dia de hoje te dando beijinhos, e mimos, e carícias, e prazeres, e assim fazer também amanhã, e depois de amanhã, e por todos os outros dias em sequência. Desejo que com uma frequência positiva voce se sinta assim: banhado por carinho, amor e apoio. E, nos dias que a vista turvar, que o medo trouxer bamboleios, conta comigo para te lembrar que você jamais está sozinho.
Te desejo convalescença, disciplina para materializar suas criações, grandes amizades, bons aliados, muitos afetos, risada e alegria para conservar a apetência do espírito, oportunidades que dêem vazão ao seu coração curioso, diversas realizações nas quais você projete sua profundidade de alma, videogame para se divertir, aconchego, carinho, conversas instigantes, arte, mais arte, amor, amor, amor. Estou certa de que essa nova década trará uma virada em sua vida, regada de feitos positivos, orgulho de si próprio, e contribuições para esse mundo. <3
Amo nossa breve e intensa trajetória, amo compartilhar a jornada diária com voce e amo os sonhos que voce me desperta. Até aqui, já entrelaçamos extensas conquistas. E como eu adoro costurar com você! Confesso que por vezes rezo baixinho, deveras constrangida pela possibilidade do ato ser em vão, para que não nos falte linha, porque eu queria tecer muito mais com voce. Compreendo, então, que a beleza da fé está no amor que quer se prolongar, e honro esta ingenuidade tão sincera de querer desafiar as leis do mundo e fazer, com mãos próprias, eternizar. Se eu pudesse, reservaria para nós a infinitude. E esta minha vontade extravagante já não é, em si, o que engrandece o hoje ao ponto de tornar a contingencia um conceito pífio? Mesmo sendo produtora, todavia, nunca encontrei um telefone para contato, então fui pesquisar um pouco mais e percebo aqui que a eternidade existe: em forma de um sentimento. Não é algo que se alcança ou que se concebe, mas ela vive com malemolência pulsante em instantes de gozo. Você, portanto, agora para mim é eterno. Agora, que gozamos de sofrimentos tanto quanto padecemos de esplendorosos encantamentos. O devir se sobrepuja na potência do agora. De toda forma, não há fastios em nós para encarar o que vier. Falo por mim, claro, mas com força tamanha que me permiti escrever no plural. São tantas de mim, tantas faces do meu prisma que te adoram, te contemplam, e que as vezes também choram com as cãibras inextricáveis de uma relação, sintomas de crescimento <3
A distância que se pōe (abusada!) entre nós não é nada. Meu coração aflito e inconstante finalmente encontrou um ninho acolchoado que é sobretudo imaterial. Desde que nosso vôo se alinhou, tenho um lar perfumado e aclimatizado para onde voltar. Obrigada por existir, e, com isso, ser para mim um ponto de partida e chegada. Hoje, aqui, nisso que é eterno agora. Eu te amo, eu te amo, eu te amo. <3
Do seu pacoteto,
Gabibs.
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Por vezes nos fechamos em uma redoma de cólera e ficamos ali a apontar, através do vidro, para o mundo, a julgar os transeuntes errantes e aspirar a metamorfose destes outros. Usualmente, um autorreconhecimento desmedido é o axioma. Desde a primeira cintilação da alvorada, somos levados de encontro ao vidro como um ímã e ali persistimos crepúsculo adentro a entrever os passantes como um enxame de falhas repugnantes em suas caminhadas demasiado tolhidas ou excessivamente efervescente, com trajes sempre por se adequar, as fisionomias desajustadas no que tange outras escolhas. E toda noite nos deitamos com nossas razōes, abraçando travesseiros de certezas e sem saber de onde vem um mal estar irredutível. Demoramos até perceber que o incômodo está na base, a própria construção com seus pisos podres, falsas paredes, cama de jornais com manchetes das dores do mundo que recusamos a ler e fizemos de leito. Fizeram-se leito. Ali, adoecemos. Com os sentidos encobertos por fronhas ilusórias e fugazes acolchoados, teimamos em afirmar que o inferno são os outros. Assim nos redimimos. Afinal, a autoindulgência é prazerosa no imediato. Por conseguinte, no empilhamento de dias a redoma apodrece ao ponto de ser impossível qualquer extração de prazer. Ao perder o ponto de interseção com a humanidade envolto em um hedonismo egoísta, o sujeito se perde até de si. Não enxerga mais elo nem com com si próprio. Torna-se o espelho invertido do mundo, portanto, não é tudo. Assim, nada é. Só destrói e desconstrói e quando vê passou a vida sem nada ser conquanto não era tudo. Nada ergueu, nada alimentou. A responsabilidade das questões que nos incomodam nunca é só de outrem, e ainda que seja mais dele, nos afeta, e o incômodo não nos deixa negligenciar. Somos responsáveis no mínimo por dar poder ao outro nos causar tamanha dor.
Eu venho compreendendo com a vida que amadurecer é aprender a fazer o que não queremos ou gostamos em prol da construção. É negociar com nossos egoísmos diariamente para honrar o devir. É aceitar a dor como parte indissociável da existência para então conviver com ela com um pouco mais de cortesia. Ao querer se superar quem si é, auto-sacrifícios são fundamentais. E só com uma vontade potente de sair da menoridade é que controlamos o impulso de se lançar aos prazeres imediatos em prol de construir um novo que poderá fornecer um prazer mais profundo e continuo.
Amadurecer é compreender que muitas forças nos atravessam e nos afastam da versão idealizada dos feitos, e aprender a lidar com esta frustração. Nem sempre é ausência de conhecimentos que faz os adultos agirem de maneira que aparentemente desconsidera alguns. Mas ser adulto é administrar concomitantemente tantas tarefas que o objetivo vira nao cumprir cada uma de forma ideal, mas realizar todas com a excelência possível. E a clareza no entendimento do possível é a chave para a convivência com a frustração.
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Dessa vez eu não consegui deixar um bilhete de surpresa no meio das suas coisas. Talvez eu nem tivesse achado as suas coisas perdidas entre as nossas coisas, essa coisa ungida toda que virou o amálgama de nós. Dessa vez conseguimos ficar tão misturados que precisarei redescobrir as minhas costas sem os seus dedos, o meu pescoço sem a sua barba, o meu banho sem o seu corpo. Minhas primeiras horas sem você foram assim: um redescobrimento do mundo, e chovi pelos olhos ao perceber como ele está sem graça. Aquelas coisas, as mais básicas, de andar na rua, ir na farmácia, deitar na cama, esquentar uma água… como são difíceis sem o seu sorriso, o seu dengo, a mão boba, os mini beijinhos gigantescos e infinitos. Fui no mercado comprar meu jantar e me vi anestesiada: quanto rende de arroz só para um? qual a proporção da cebola no prato individual? Eu me recuso à desconsiderar voce, então comprei um Ice Tea sem intenção de tomar. Toda vez que abrir a geladeira irei sentir que voce está aqui comigo. Nesta ilusão, dias se farão até eu tropeçar na sua frente e a minha cintura encaixar no seu antebraço. Isso é tudo o que eu mais quero. Na volta para casa, estava chovendo. Espreguicei o braço para procurar pelo capuz do casaco amputado e escutei a sua voz me sussurrar: « eu falei para voce colocar o capuz no lugar ». E eu ri, então chorei, e ri de novo, e assim tem sido as minhas primeiras horas sem você. A lua está linda, crescente, resplandecente, e com um halo, e eu queria compartilhar ela com voce, sabe, você do meu lado e a lua lá em cima, como deve ser. Pelo menos, Paris agora tem você por todos os lados. Que bom! Só falta uma esquina para eu te tocar.
Meu amor, obrigada por dias tão lindos, dias largos, imensos, com fenômenos que distorceram o meu espaco-tempo, me levaram a adentrar um horizonte de eventos. Encontrei uma singularidade, foi emocionante, e desde então viajo em espaços regidos por leis da física desconhecidas. Escapar com você neste vórtice foi a melhor experiencia da minha vida. Eu faria tudo igual, eu quero fazer muito melhor. Meu amor, voce é mais do que sonhei. Eu amo cada pequena parte sua: cada pelo, unha grande, e também pequena. E sim, palavras de amor são cliches, mas elas tem todo o direito. Eu confesso que levantarei algumas bandeiras e proclamarei meus sentimentos mais cafonas em cima de um banquinho no meio da praça, em um happening bem dramalicious. A primeira coisa que direi ao apontar para aquele que cumpre o estereótipo do « doido do parque » é que eu o acho a pessoa mais bela do mundo inteiro. Depois vou contar sobre como ele, voce, nutre a minha criança com piadas, brincadeiras e vozinhas especiais, e nutre a minha mulher com o melhor sexo de prazeres prolongados e múltiplos, e nutre o meu intelecto com debates ricos, e nutre a minha alma com um amor inexprimível. Por fim, direi que voce é sonambulo e me acorda na madrugada de súbito, e que eu tomei gosto até pelo susto que, alem de inócuo, é sobretudo seu. Os sustos me lembram toda noite que eu durmo com a pessoa certa. Eu não escolheria nada diferente do que você é.
Eu te amo muito. Imoderadamennte. E vou te amar para sempre. Espero e quero evoluir com voce. Acho que estamos saindo da pista de beginners. Lembremos dos elementos de segurança rs.
Dói demais esta distância, mas que lindo que o nosso amor nos impulsiona a sermos mais fortes e corajosos.
Do seu pacoteto,
G.
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Amor, eu te entendo e concordo. Eu falo com todo o meu coração quando me desculpo por certos tratamentos recentes. Estou instável e psicologicamente muito frágil. sei que não posso de forma alguma projetar nada disso em você. Mas a força do convívio cria essas situações. Infelizmente, to atravessando um momento muito difícil e conturbado. Não quero te contagiar, mas preciso ser sincera em dizer q estar do meu lado agora não será tão fácil. Tem horas que meu medo e ansiedade assumem o controle, e eu fico cega racionalmente. Não quero me justificar e nem ser conformista, mas como não te informar que outros episódios ocorrerão? Vc tem todo o direito de não entender ou aceitar isso, mas eu juro que nao é pessoal, ésó a voz da minha ansiedade defecando medos recalcados e tortos. De qualquer forma, eu entendo que vc precisa traçar limites, se resguardar, tudo isso. E ficar bem tb. Esse momento não é fácil p ngm.
Naquele momento ali, hoje, não era só eu me levando pela irritação e sendo injusta. Eu estava começando uma crise de ansiedade. Isso me tira completamente do juízo, assume o meu corpo. Eu me tremi, meu coração acelerou, e eu “antecipava” um desmaio. Minha percepção era que eu ia desmaiar sem dúvidas. E que estava sozinha, e que ninguém chamaria uma ambulância, e que eu estaria ferrada. Assim eh o ciclo. Sempre consegui voltar para o meu eixo sozinha, nos outros alguns episódios pontuais similares na vida. Aqui, essa impotência e solidão me assustam. Sei que eu me viro, sempre, sei q sairei mais forte de td isso. Mas por agora tem momentos q eu gatilho e dá nisso. Foi mt difícil me acalmar, mas to voltando aos poucos. Realmente não sei te explicar o quão incontroláveis são esses sintomas, caso você ache que hoje era só eu irritada. Não foi. Quando era, eu sabia. Minha chamada p vc estar dormindo era um pedido de socorro meio torto e não uma vontade pura de culpabilizacao, apesar de ter disso. Me envergonho de sentir essas coisas e por isso tentei esconder a verdade, mas ela assume outras formas de sair. Tento não externalizar quando sinto essas coisas tanto p não alimentar como pq tenho vergonha. Não funciona anyway. To comprometida em aprender e testar outras maneiras.
Me conforta muito ler isso tudo. Eu te amo demais. Eu te admiro em tantos níveis....Você trouxe muita alegria para minha vida, ela ganhou um véu de sentido e desde então tudo parece mais gostoso e legal.
Não quero te afastar nesses momentos, nem nunca. A última coisa que quero é você longe de mim em qualquer camada.
Ali, eu acessei um looping que me levou a precisar de ajuda. Vi você com sono, e quis « resolver ». Nunca tive um episódio de pânico, mas confesso que tenho tido muito medo de viver isso aqui pela circunstância. As crises de ansiedade que tive já foram bem ruins. Mas foram pontuais e a minha terapeuta não me aconselhou buscar ajuda psiquiátrica na época. Passou. Sou ansiosa sempre, mas controlável. Aqui, tenho medo disso evoluir para um pânico. Naquela hora, eu estava menos preocupada em discutir com você sobre você estar dormindo ou não do que em encontrar alguém muito acordado que pudesse me ajudar a não entrar em um estado delicado. Foi instintivo. Tanto que desliguei com vc e liguei para uma amiga, conversamos e me acalmei. Eu só precisava de alguém alerta e ali. Sei que vc é exatamente essa pessoa para mim, eu reconheço e honro muito o seu papel na minha vida, a nossa relação e essa pessoa bonita que você é. Ali, contudo, eu não podia perder tempo ouvindo a sua defensiva ao meu ataque, pq esse breve momento já poderia me fazer mergulhar numa piscina perigosa, q me assusta.
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Meu lindo, eu te amo muito! Sei que nosso amor tem muita força e verdade. Encontro essa resposta em mim mesma sem esforço, e especialmente ao pensar em você, ainda q em momentos conturbados, e sorrir, e ver, de olhos fechados, você sorrir de volta. Isto é a minha luz!
A gente tem todo o tempo do mundo! E eu to aqui sempre sempre😘😘
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Meu amor,
Eu quero ter a liberdade de poder crescer e me reinventar e aprender e me transformar constantemente. Assim vivo a minha vida desde sempre. Compartilhar a vida íntima com alguém em uma troca amorosa me traz um grande desafio. Meus erros parecem ganhar destaque por terem sido testemunhados por outrem, me sinto condenada a uma eterna associação, pelos olhos deste outro, entre mim e o que as minhas falhas revelam sobre mim. Quanto mais eu amo o dono destes olhos, mais eles me são como um espelho, e eu padeço em um sentimento de impotência, de impossibilidade de me reinventar. É claro que preciso quebrar a problemática dos olhos do sujeito por mim amado serem espelho para a constituição da minha identidade, mas isto é um labor individual que só caberá a mim. O que cabe a nós, neste quesito, é que a gente se dê a liberdade da mudança! Não quero ser quem te lembra, ad eternum, das suas contradições e hipocrisias, e nem quero que você me lembre a parte de mim que não gosto.
Dizem que a noção de identidade é estabelecida principalmente a partir do contato com o outro. Precisamos de outrem para desvendar quem somos. Com você, conheço várias facetas minhas, muitas que adoro e outras que não. Mas não sou estática, e sobretudo sou comprometida a transformar o que conheci de mim a partir do nosso contato e não julguei correto ou justo em reflexão posterior. Digo isto pois meu juízo de valor é diferente do seu, e quero reiterar que não me modifico para ser o que vc espera. Ao mesmo tempo, com o convivio muito de você vai penetrando em mim e vice-versa, culminando em um ajuste de mim à você (e não um molde).
Bem, ultimamente tenho encontrado, a partir da nossa troca, mais a parte que me desagrada em mim. E isto me dói tanto! Pq eu te amo, e pq vc me desperta outras coisas lindas, inclusive uma vontade de expansão. Vc também nao é perfeito, mas eu gosto tanto de quem você é... E é tão ruim constatar que se esvai a sua paciência para minhas reações e falhas.
De tarde eu tinha te ligado para ficar bem. Tinha ouvido meu podcast rs e pensado: vou ligar logo pro Antônio para que as coisas se resolvam. Já não acho necessário conversarmos tão profundamente sobre tudo. Que erremos e que o esforço se volte sempre para manter a bola lá em cima, e ainda que a gente se distraia, que o foco volte para a bola no alto. É como uma meditação: sobre voltar e voltar a atenção, e no processo das tentativas é que se alcança algo positivo.
Eu to aprendendo muito e me reinventando. Definitivamente, já não sou mais como era quando nos conhecemos. Toda a nossa troca me toca e me impulsiona a me transformar. Amo isso. Faz um mês que estou presa nesse apartamento, e vejo que mesmo nesse tempo várias coisas modificaram. Ainda não tá tão leve, mas eu juro que to atenta! Eu amo o seu sorriso, e era isso q eu queria ver todo dia na minha tela.
Acho que já saí de uma lama de negatividade onde nem conseguia me ver amada. Eu me sinto amada e valorizo muito o parceiro que vc é! Como falei acima, tenho me conhecido e me redesenhado a partir dos meus erros. Mas eu não sou esses erros, não quero ser. Quero algo muito mais gostoso para nos dois!
Se você quiser falar como você se sente, eu to aqui. Eu quero te acolher. Se quiser conversar, eu tb to aqui. E se quiser só falar de outras coisas e ver alguma coisa na tv e dar beijinho na tela, eu tb to.
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Amor,
Eu te amo muito. Estou sempre do seu lado. Mas preciso me fortalecer. Desde que cheguei na França, vivi processos muito intensos e doloridos: uma saga para fechar um apartamento e abrir conta no banco, revezamento de dormidas na casa de amigos com apenas 2 mudas de roupa, depois caí de cama com uma doença que tem um potencial nocivo no meio de uma situação mundial alarmante. Tudo isso sobrevivendo sozinha, cuidando de logística alimentar, da organização e higiene da casa, cozinhando para mim, e ainda continuando a estudar e manter o meu intelecto ativo. Acessei lugares de muita dúvida e medo, tanto com o presente como com o futuro, e penei para aceitar uma circunstância que vai contra tudo o que eu tinha planejado (emocional e financeiramente, pois fiz grandes investimentos no apartamento e no curso de francês) e que meu coração clamava (estar com você). Agora eu finalmente respiro aliviada, porque minhas decisões já estão tomadas, me sinto segura, e já aceito o cenário. Estou livre para reconstruir a minha rotina e fazer meus dias mais agradáveis, produtivos, e recheados de encantamento.
Contudo, tem um ponto que ainda tem nós e tangencia o meu corpo como um invólucro, que é a nossa relação. Me sinto presa em um emaranhado que não sei nem por onde começar a desatar.
Ultimamente tenho me sentido errada e desprezível frente a você, o que me faz compreender que não está saudável. Ainda que eu erre, nada é tão unilateral assim. Ainda que eu vacile, isso não pode tirar o meu valor. Ainda que eu falhe, isso não pode superar as minhas qualidades. E eu sei que erro e que isso foi especialmente enfatizado no último mês.
A cada vez que nos falamos, algo acontece e eu desligo a ligação ou vou dormir com uma sensação de culpa que me acompanha por dias e só tem se acumulado. Sinto que sou a causa única da nossa relação estar belicosa. Ao mesmo tempo, me sinto impotente e incapaz de encontrar uma solução.
Sinto que só erro: a provocação não é adequada, alguns argumentos são ridículos, algumas justificativas incabíveis, cheias de apontamentos impulsivos e ilógicos, meus argumentos são ataques impensados, meu tom é agressivo, as cobranças são injustas, as reclamações excessivas, o teor é negativo, meus exemplos são ruins, minhas respostas são sem foco, meu pensamento é generalizante e hiperbólico, o tom irônico é ofensivo, sou destemperada e geralmente não penso sobre o que estou falando, estou mais preocupada com a minha imagem do que com tudo, constantemente coloco palavras na sua boca e tiro conclusões equivocadas sobre o que você disse, não te ouço e sou infantil. Ainda assim, você me ama e diz estar disposto a lutar para juntos transformarmos todos esses defeitos.
Meu lindo, eu não saberia fazer uma lista nem com metade do tamanho do parágrafo acima com qualidades que eu sei que você reconhece em mim. Mas eu conheço minuciosamente o que você desgosta. E olha que nem entraram todos os pontos na lista, ainda falta mais.
A pessoa quem eu vejo refletida na sua ótica é composta majoritariamente por defeitos. E eu sinto sim o seu amor por mim, mas eu indago sobre o sentido de um amor “recente” que já é mantido primordialmente por esforço. Pq essa eh a palavra que você mais fala ao se referir à nós. Conquanto te amar, para mim, é muito fácil, mesmo que eu as vezes deseje que você aja, fale e pense de maneira diferente. As transformações que eu clamo não são uma condição para que eu continue te amando, são um alinhamento que pode ser cabível para que nosso convívio seja mais fácil, leve, agradável.
Eu sinto que preciso de uns dias para me trabalhar pois não quero mais sequer alcançar o injustificável. Quero me manter sempre na ordem de atitudes que são justificáveis. Não aceito menos de mim e não há porque ser diferente. Preciso me fortalecer também e encher a mim mesma de validação, carinho e atenção, pois provavelmente eu projetei em você o que não estava fazendo comigo mesma. Cada um é a sua grande fonte de reconhecimento, amor, cuidados. Se eu estiver comprometida comigo, o que vier de você é lucro e não mais a minha base. Isso não é novidade alguma, mas ainda assim me peguei caindo nessa falácia inconscientemente. Pelas minhas circunstância frágeis, uma fuligem distorceu a minha autoimagem e eu desviei o meu eixo. Me coloquei em um lugar de pedinte e de dependência emocional de você que não cabe. Agora estou me vendo cada vez mais tb entrando em um lugar de insensatez, de incapacidade de discernimento e de autoexpressão que não admito para mim mesma. Preciso refletir, meditar e voltar para o meu eixo, pois há muitos anos me investigo e me construo para ser o oposto de tudo isso. Sei quem sou, só preciso me reencontrar.
Isso não é um abandono e eu continuo aqui se você quiser e precisar de mim por qualquer razão, das grandes às mais simples. ❤️ Voce me traz várias coisas lindas, e eu te amo muito muito mesmo. Eu acho você a pessoa mais linda do mundo inteiro...Amo sua acuidade, a nobreza da sua alma, seus valores, sua doçura, seu comprometimento com o bem, sua predisposição em ajudar, seu volume de conhecimento, suas bobeiras, seu senso de humor. Eu reconheço várias qualidades em você, mas eu te amo principalmente nas coisas mais bobas, nas palhaçadas, na nossa intimidade, nas caras e bocas e vozinhas, no encaixe do seu corpo no meu, e quando a minha cabeça encontra o seu peito e eu posso dormir em paz e segura no berço do seu carinho e amor.
Como você mesmo diz, eu preciso pensar. Vou pegar alguns diaszinhos para refletir, me amar e me fortalecer, o que com certeza escoará em nós.
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Remédio para a insônia
Para dormir bem É preciso claraboia Concreta ou não. Nunca me alonguei diante de uma Mas bóio Toda a noite Com a força da imaginação.
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Amor poliglota
Voce me adentrou como uma arca Repleta de bichos Desde então estou A coaxar, uivar, latir, miar.
Tornei-me poliglota.
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Culpa Angústia inesgotável Introspecção Estado caótico constante irresolutivel E no meio disso, da prevalência da dor, momentos de alegria e deslumbre, pulsões de beleza. A vida é feia, mas a alma é grande A potência humana é inexprimível e inexplicável, mas não é acessada. A inserção do homem na sociedade. O papel ético do homem na sociedade e a etica As especulações existenciais É tudo uma forma de como você trabalha a tensão. Desenvolver as unidades geradoras de tensao Tradutor dos sentimentos humanos: o erradio e a relativização As relações são fracas, voláteis, líquidas O encantamento são insights com prazo curto de validade e por isso mesmo precisam ser agarrados, são urgentes, sem volta, há que se abraçar esses pequenos momentos com toda paixão pois, raros, são o que segura a continuação da vida Sou uma autêntica desiludida Será a minha arte pessimistamente ontológica?
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Homens costumam ser petulantes por desconsiderarem os direitos do outro presos em sua perspectiva egocêntrica. É uma ótica hierarquia clara sob a qual foram nutridos e a partir da qual creem estar na ponta da pirâmide do acumulo de poderes e direitos, seja por inerência, seja por mérito apreendido com o passar do tempo, fatores que os deixaram mais aptos a discernir isto que é « o melhor »: para si, para o outro, para o mundo. « Eu posso », categórico no presente, é o motto. Mulheres vivem em tom interrogativo conjugado no futuro do pretérito.
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As mortes não se anunciam. Primeiro, morre-se. Depois, se concebe a ideia de morte. O luto sucede. De acordo com Elizabeth Kubler-Ross, o processo do luto tem camadas. A primeira fase é a negação, em conseguinte a raiva, que desagua na barganha, que antecede a tristeza e culmina em aceitação. A aceitação é o fim, é o andar último. Receio que ja tenhamos morrido um para o outro, e vivamos um luto compartilhado. Já não nego esta possibilidade, andei sentindo muita cólera por você, tenho barganhando concessões, e começo a acessar uma tristeza insuportável. É possível nos ressuscitar antes que eu suba os degraus da aceitação? Por favor, me tira deste prédio, e me leva de volta para os seus braços. Me lembra nosso amor.
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Massa atrai massa, indeferiu Einstein. De maneira simplória, é possível descrever o processo como um ralo que puxa para si a matéria que estiver ao redor. “Com os humanos, há de ser igual”, assim lança-se o meu pensamento imediato como um projétil na iminência de destruir a inércia de mais uma tarde. Inquieto-me, as pernas ora se cruzam sobre a cadeira, ora acariciam o chão de maneira desajeitada, que não é bruta, mas escapa à certa languidez dos triviais. “Que assim seja, uma vez que prefiro porventura ser infame a me esgueirar eternamente polida no percurso da vida,” completo. Defendo o esforço incessante de civilizar-se, desnaturalizar a barbarie que nos habita, conhecer os aprendizados da historia das gentes e honrá-los, sobrepujar o egoísmo, sobressair a autoimagem, obliterar o rancor, sim, este compromisso eterno de ultrapassar a condição própria, um contrato que o signatário quebrará, de antemão já se sabe, e passaremos a vida a nos frustrar em tentativas falhas, embora só assim, acredito, passemos pela vida com a possibilidade de algumas contáveis vitorias. Não obstante, também é um afã preservar as idiossincrasias, tutelar a espontaneidade do corpo, zelar pela desenvoltura sem contenções do gesto próprio. Voltemos ao lampejo de ideia, sim, preciso entender como o tecido do universo espelha nossa rede humana. Entes atraem outros de massa equivalente ou inferior. A massa, na física, é a quantidade de matéria presente em um corpo, o que não é o peso, força invisível que atrai os corpos para a superfície. Ora se a matéria não é nossa bagagem, o acúmulo de percepções e sensações que empilhamos internamente, de forma a sermos atraídos até pessoas em proporção. A partir disto, explicamos o estado sem salvação dos solitários com seus caixotes suntuosos em fileiras inumeráveis que tornaram-se tão densos que todos temem sua massa colossal, são, enfim, buracos negros, isolados, supermassivos e temíveis.
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Lá está A incandescência do encontro Lá, tao lá E aqui, apenas um entrevejo
Ainda, lá nunca me escapará Ainda que me vendem Ou que eu me consuma inteira Lá Restará.
Porque lá é o lar que agrupa Mistérios que não se revelarão Os anseios da minha multidão Que se perfila ao espreitar.
Através do vidro fuliginoso, Diante da cintilação suportável, Suspiramos todas ao contemplar E incorporamos um tal ar Que não só rege como empodera.
Lá, canto que abriga o oposto de dejetos, Conquanto que se trate de um quarto de despejos Só que do pedaço mais elevado e belo Da raça humana.
Ah, antro esplendoroso Revés da espelunca Corpo imaterial que amalgama fragmentos pessoais em uníssono És o pedaço mais importante de mim.
Por ti, coro o rosto Saio da inércia Me convalesço Eletrifico o intelecto e me poetizo.
Uma vez, porventura, Avistei até De relance Do eupátrida ao deplorável A clamar também por teu regaço.
Ah, minha cara utopia excessiva, Gostaria de alavancar o passo e nos atar Embora tragicamente sua existência dependa Da minha frustração.
O dia em que se eclipsar Escutarei sem demora o tilintar da morte Pois és o candeeiro que preserva minha apetência. Afinal, toda tragédia se ergue sobre os afetos mais fundamentais.
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