portfólio de formação em saúde coletiva - roberta cardoso
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Assembleia Geral das Nações Unidas elegeu 20 de fevereiro como o Dia Mundial da Justiça Social, uma data para promover esforços para diminuir as desigualdades.
Aos dez anos da criação da data, o Brasil não tem o que comemorar, já que a concentração de renda no país é uma das mais desiguais do mundo. “Nossos ricos são mais ricos que os de outros lugares, inclusive em comparação com países desenvolvidos”, afirma Rafael Georges, coordenador de campanhas da Oxfam Brasil, organização internacional que atua no combate às desigualdades e injustiças.
Segundo dados da Oxfam, o Brasil é um dos dez países mais desiguais do mundo. Em relação à renda, por exemplo, os 5% mais ricos do país recebem por mês o mesmo que os demais 95% da população juntos.
“O longo período de escravidão no Brasil, cuja superação aparente dependeu mais da importação massiva de mão de obra europeia do que da inclusão do negro na sociedade, marca todos os fatores que fazem o país ser um dos mais desiguais”, afirma Gilson Schwartz, professor de economia da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP).
“Há muitos grupos marginalizados no Brasil, mas é importante dar centralidade às negras: a maior parte delas vive nas periferias, tem trabalhos de baixa remuneração e muitas vezes de grande esforço físico, com dupla jornada, sem possibilidade de se moverem socialmente”, diz Georges, lembrando que ainda são as mulheres as principais cuidadoras e responsáveis pelo bem-estar da família.
“Nessa lógica, se as brasileiras – principalmente as negras, aqui incluídas as pardas e indígenas – elevarem seu padrão de vida, o Brasil inteiro melhora”, afirma.
Georges destaca ainda a concentração de terras. “O Brasil necessita de uma reforma agrária, pois esta poderia quebrar com estruturas de poder econômico no país.” [e aí temos o grande problema, essa gente rica tem poder pra barrar isso por muito tempo ainda.]
Dados do relatório Terra, Poder e Desigualdade na América Latina, da Oxfam, mostram que 45% de toda a área rural do país está nas mãos de menos de 1% da população. Apesar disso, mesmo sem acesso a recursos e a créditos no campo – que mais uma vez ficam nas mãos desse 1% – os pequenos produtores são responsáveis por produzir mais de 70% dos alimentos de todo o país.
- não é por acaso que as estruturas se mantém, tem muita gente trabalhando pra isso. que sirva de gás pra nos juntarmos pra ser mais fortes ainda, não temos dinheiro mas temos vontade, disposição e menos a perder, então fuerza e seguimos!
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A expansão das clínicas médicas privadas a preços populares reflete a naturalização da saúde como mercadoria. Essa é uma das conclusões da tese de doutorado Individualização social, assistência médica privada e consumo na periferia de São Paulo, do sociólogo Ricardo de Lima Jurca com orientação da professora Aurea Maria Zollner Ianni, defendida em abril deste ano na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.
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(via INFOGRÁFICO: Os caminhos de mulheres e homens na ciência brasileira)
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a forma como muitos vêm a saúde ainda é reflexo desse sistema.
as pessoas precisam conhecer o sus, precisam aprender como funciona, precisam conhecer o poder da participação social.
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gérard fourez - a construção das ciências (1995) - fichamento
capítulo 1 - introdução
o porquê da filosofia em um programa de ciências
considera-se que os universitários, já que a sociedade lhes dá um certo poder, devem ser capazes de examinar com certo rigor questões que não sejam concernentes à sua técnica específica (e vemos muita nutri técnica e pouco pensante por aí). isso nos remete ao fato de que a universidade forma, não só técnicos, mas seres humanos que cumprirão um certo número de funções sociais, as quais os levarão a assumir responsabilidades.
a resposta para esse porquê é do âmbito de uma política universitária. essas matérias são consideradas necessárias seja para o bem do estudante, seja para o bem da sociedade; trata-se sempre do “bem” do modo como os organizadores das formações o representam, de acordo com seus projetos e interesses próprios - quem começou o curso de saúde coletiva e quais os interesses na época? e quem administra esse projeto pedagógico agora? quais os interesses de hoje?
pesquisas mostraram (holton, 1978) que, em nossa sociedade, há mais estudantes que se pretendem “apolíticos”, ou não interessados pelas questões que fujam ao campo de suas técnicas entre aqueles que se destinam às ciências, do que entre aqueles que escolhem outras áreas. os que escolhem a ciência prefeririam ser menos implicados nas questões relativas à sociedade. pode-se perguntar por quê? talvez porque facilmente podemos imaginar os cientistas em uma espécie de torre de marfim!
filosofia e indiferença
aceitar a questão global da existência é abrir-se a uma pesquisa e a um debate em uma linguagem elaborada, iniciando uma busca de sentido. essa escolha é a base desse ensaio. que os leitores tomem consciência de que lhes é pedido agora que compreendam a maneira pela qual algumas pessoas abordam as questões da existência de modo diferente delas.
questões particulares visadas nesse ensaio
epistemologia - parte da filosofia da ciência que considera a maneira pela qual os saberes se organizam.
ética - parte da filosofia que reflete sobre as escolhas que tem uma importância na vida do homem, particularmente diante do fato empírico de que, em todas as sociedades, existem códigos morais, ou noções semelhantes.
nos perguntaremos em que medida a ciência pode contribuir para a felicidade dos seres humanos e ajudá-los a resolver intelectual e praticamente seus problemas de vida. a relação entre a ciência e a ética, e entre a ciência e o sociopolítico. para “particularizar” ainda mais a questão, nos perguntaremos em que medida a ciência pode nos ajudar a resolver certos problemas éticos e/ou sociopolíticos particulares, como a questão do aborto, por exemplo.
o que é a normalidade?
quatro sentidos: 1- científico e trivial; 2 - estatístico; 3 - fornecido pelo consenso social; 4 - dependente de um juízo de valor.
o estabelecimento de estatísticas depende sempre de pressupostos teóricos. por exemplo, para dizer que, do ponto de vista estatístico, há um número X de cachorros com cinco patas, necessito de uma teoria pela qual determinarei que determinado animal é de fato um cachorro. pode ser que, em nome de uma teoria, decida-se que um animal de cinco patas não é um cachorro. nesse caso, não haverá evidentemente cão de cinco patas. quando se utiliza a estatística, tomam-se assim decisões em relação aos critérios e categorias utilizados - tô falando isso pra mostrar como a saúde pode e deve ser abordada por outras perspectivas?
o terceiro cenário representa a expectativa da sociedade. quando dizemos que algo é anormal, isto significa que, na sociedade em que nos encontramos, isto é contrário à expectativa comum - daí me pergunto, o que é normal quando falamos de atenção à saúde?
capítulo 2 - reflexões epistemológicas - o método científico: a observação
conclusão: revolução copernicana da filosofia da ciência
consiste em deslocar o acento e dizer que a observação será antes de mais nada uma construção do sujeito, e não a descoberta de alguma coisa que estará lá independentemente do sujeito observante - o que não é, como creem alguns, diminuir a sua importância: as tecnologias automobilísticas, por exemplo, não são menos importantes se as considerarmos como construções humanas do que se as considerássemos como “descobertas” de algo que não existia antes.
a importância dessa revolução é de legitimar a visão da ciência que a apresenta como um processo absoluto e de modo algum histórico. psicologicamente, essa mudança de perspectiva é difícil, por “essa ideia de subjetividade como construção implica uma errância, a renúnca à certeza de um já-la à espera da descoberta” (benasayag, 1986, p.42-4). trata-se de fazer o enterro de um sonho que nos habita de um modo ou de outro: o de uma observação absoluta, direta, global, imediata, quase fusional com o mundo, de uma relação dual com a realidade. E, uma vez abandonado esse mito da imediatez, coloca-se a questão dos projetos humanos subjacentes e a do sentido dessa atividade humana - o que mostra a limitação da ciência e a falta de certezas que ela na verdade nos dá.
fomos assim levados a rever a noção de “sujeito de observação”. na medida em que a observação se liga à linguagem e a pressupostos culturais, falar de um sujeito de observação puramente individual é uma ficção. os observadores em carne e osso não estão jamais “sós”, mas sempre pré-habitados por toda uma cultura e uma língua. e quando se trata de uma observação científica, é a coletividade científica que “habita” os processos de observação.
objetivo dessa conclusão: deslegitimar a visão da ciência como “absoluta” e valorizar o seu aspecto construído pelos humanos.
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